sábado, fevereiro 28, 2009

Sorria, você está sendo pesquisado...


Este é o primeiro post, de dois que pretendo publicar neste blog, abordando a questão de como nossa identidade virtual é percebida no mundo digital, principalmente através dos portais de indexação de conteúdo, tipo Google e outros.
Nem todo mundo sabe, mas tudo que se escreve e se publica na internet pode ser monitorado, e isso não tem nada a ver com teorias da conspiração, ou com argumentos de filmes como Duro de matar IV e Controle Absoluto, em que essas informações em mãos humanas ou digitais lembram a figura do Grande Irmão, do livro 1984, de George Orwell, que inspirou programas de realities show.
Nesses, o curioso é o foco das câmeras, espalhados por toda parte, com as pessoas tendo consciência que estão sendo filmados 24 horas por dia, e mesmo assim os seres confinados jamais olham para alguma delas, agindo de forma similar aos bons atores, interpretando seus textos sem mirar o cinegrafista, seja nas telenovelas como no cinema, etc.
Mas o que me refiro neste momento é da possibilidade de sermos espiões de nós mesmos, pesquisando registros sobre nós no ciberespaço, através de sites como Google, Altavista, Cadê, etc. Basta que coloquemos nosso nome completo e como num passe de mágica, num abracadabra qualquer, teremos acesso a listas de páginas que contém algo sobre nós.
Quanto mais usamos a internet, principalmente através de blogs, publicando conteúdo ou deixando comentários noutros blogs e portais, e mais deixaremos rastros digitais...
A primeira vez que fiz isso, surpreendi-me com vários dados de concursos, artigos publicados em jornais, nos meus blogs, e depois de algumas páginas, descobrindo pessoas que tinham o mesmo meu sobrenome, pelo lado materno (Klaes) e pelo paterno (Roig). No orkut, a mesma coisa. Descobri parentes distantes e outros próximos...

Nessa postagem abordarei os dados positivos que encontrei, e na próxima algumas coisas não tão positivas assim, mas que me fizeram ver que tudo na vida tem o seu lado A e B. Todavia, a própria possibilidade de saber o que se fala bem e mal de nós, já é uma grande oportunidade de fazermos uma autocrítica ou uma defesa, quando necessário, para esclarecer dúvidas, equívocos, etc.

Primeiro, neste post, os dados positivos:
Descobri, por exemplo, que alguns textos meus, publicados nos meus blogs e/ou em jornais, na versão virtual, foram usados por outros blogs e até mesmo como conteúdo de concurso, o que me incentiva a continuar a refletir sobre o mundo, com o eu o vejo. Eis alguns casos:

- artigo de opinião "A ética e corporativismo", usado nas provas do
Concurso Nível Superior para Analista Jurídico, tipo 2, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Pernambuco – SESCOOP/PE - Processo 2008.

- artigo de opinião "O mundo cão e a filosofia do cotidiano", divulgado pelo
blog do jornalista Osvaldo Bertolino, chamado O outro lado da notícia, da cidade de São Paulo-SP.

- artigo do opinião "Trem da Vida", publicado como crítica de cinema, sobre o filme de mesmo nome, no blog O bode expiatório.

- texto de minha autoria "A inclusão do professor no processo inclusivo", publicado neste blog, que serviu de referência para o texto Instruir para incluir, de autoria de Yara de Matos Mendes, na disciplina: Teoria da aprendizagem e a construção do conhecimento, do CEFET-Bambuí.

Além disso, descobri outras indicações feitas por colegas e amigos (muitos deles me informando da publicação). Mas quis destacar agora justamente essas descobertas feitas por pessoas que não conheço e que sequer eu sabia da utilização de meus textos por terceiros (embora todos eles possam ser publicados em blogs e jornais livremente, desde que citem a autoria).

Como educador e, indiretamente, formador de opinião, seja em cursos de capacitação a professores de rede pública estadual, no RS (região de Rio Grande, São José do Norte, Santa Vitória do Palmar e Chuí), ou como articulista e blogueiro, tenho a consciência do papel social que minhas ideias expressam, sem falar que me pauto por uma crítica amparada em sólida autocrítica. Não critico aquilo que eu também faço, e sou receptivo às críticas contrárias às minhas opiniões (o que em matéria de blogs, nem sempre a crítica é bem-vinda, segundo texto que li certa vez). Mas se eu atiro pedra, tenho que ter consciêncoa que meu telhado pode ser de vidro também. Porém, quem convive comigo sabe bem que muitas vezes reavalio e reconsidero minhas opiniões com base nessa troca dinâmica com colegas, amigos e outras pessoas que atravessam meu caminho (ou seria eu que atravesso o caminho delas sem saber? Bom, acho que nessas encruzilhadas da vida real e da virtual, nada é por acaso).
Não tenho a intensão de ser o dono da verdade (como alguns formadores de opinião, às vezes travestidos de porta-vozes de algo ou alguém, que só veem o lado que defendem com unhas e dentes), defendo apenas meu ponto de vista, que normalmente, antes de ser expresso, passa pela ótica do advogado do diabo que há em mim - figura jurídica que significa ver os dois lados de uma mesma questão, antecipando o que a outra parte poderá contra-argumentar.
Algumas vezes, graças a opiniões de terceiros, revi meus conceitos e pré-conceitos, passando a incorporar a visão dos outros em meu olhar. Não tem como ser diferente, pois por mais que nos especializemos em algo, nunca daremos conta de todas as possibilidades que um tema nos oferece. Somos seres intertextuais não apenas em relação ao que lemos, mas principalmente com o que vemos e ouvimos ao redor...
Quem acompanha meu blog ou conhece minha trajetória como educador e escritor sabe bem como a minha matéria-prima é feita dessas trocas, ora casuais, ora propositais.
Tenho consciência de que um blog, se usado além de diário virtual, como ambiente de reflexão, possibilita esse intercâmbio, e boa parte de meus colegas e amigos atualmente são pessoas que não conheço pessoalmente, e com alguns deles inclusive divido projetos diversos com focos educacional, literário e social.
Para os professores que adentram no ciberespaço, através dos cursos de informática educativa, nos quais sou multiplicador, e que fazem oficinas de criação de blogs sempre comento sobre essa questão da autoria: da elaboração de conteúdos e não apenas reprodução de terceiros, mas se assim fizerem, sempre preservarem o direito autoral desses, informando nome, endereço da página, tanto de textos como imagens, vídeos, etc.
Digo a eles que pelo Google (deus ex machina?) seus blogs podem ser encontrados e de repente, dependendo do conteúdo divulgado, passarem a ser referência para outros, além de sua aldeia. Hoje, o educador pode ser produtor de conteúdo, via blogs, orkut, wiki, msn e outros meios eletrônicos. E com isso movimentar uma rede social e educacional...
Agora, voltando das férias (período em que o Letra Vida do Roig passa a ser mais eclético e discutir um pouco de tudo), voltarei a dar ênfase a questão da tecnologia educacional, sem esquecer das questões incidentais e complementares, como a arte, a cultura e a sociedade.
No próximo post continuarei a tratar desse assunto, agora com o enfoque do "Lado B", dessas descobertas do que falam da gente no mundo virtual, às vezes de forma não tão cordial.

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://secondblog.blogtv.com.pt/2007/07/26/o-olhoquetudove

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

O Oscar e o efeito Obama


Tenho lido, para a dissertação do mestrado, a respeito do imaginário, e o livro Sociologia do Imaginário (emprestado por minha prima Sara), de autoria de Patrick Legros, Frédéric Monneyron, Jean-Bruno Renard e Patrick Tacussel tem sido meu companheiro de viagem nesse Carnaval.
Alguns trechos se prestam a diversas interpretações, que abordarei noutro momento. Um deles, o pensamento de Max Weber sobre essa construção do imaginário coletivo - depois de ver notícia sobre a premiação multicultural da edição do Oscar desse ano -, trouxe-me em mente uma curiosa associação entre cinema e política (o imaginário e o simbólico presentes na dialética do cotidiano). No caso o efeito que a eleição de Barack Hussein Obama, o presidente globalizado, trouxe a eventos globalizantes como o Oscar.
Em tempo de profunda crise econômica mundial, nada mais apropriado, curioso e irônico do que premiar um filme com diretor inglês e elenco indiano, rodado todo na Índia, cujo título é justamente "Quem quer ser um milionário?", que foi o grande vencedor da edição 2009, com oito prêmios, dentre eles os de melhor filme e melhor diretor. Mais: premiar como melhor atriz a talentosa inglesa Kate Winslet e como coadjuvante, a espanhola Penélope Cruz. Um comportamento espelhado na eleição dos EUA? Talvez.

Vejam abaixo fragmento do texto em questão, publicado na França, em 2006, e no Brasil, um ano após (p. 63-64):

"Vários estudos temáticos de Weber comprovam um indiscutível interesse em direção ao mundo imaginário subentendido da maioria das práticas coletivas: econômicas (o pânico nas bolsas, por exemplo), políticas e, certamente, religiosas. A originalidade do sociólogo alemão reside na extensão de um modelo de racionalidade na esfera da interioridade subjetiva. Em suma, a sociedade moderna repousa sobre uma crença familiar de seus membros no fato de que as condições da vida corrente (as trocas comerciais, as leis, as prescrições médicas, os transportes coletivos etc.) são em princípio e na essência, racionais. Porque elas são produtos inventados pelos homens, também são, naturalmente, suscetíveis a um conhecimento e a um controle racional.
Além disto, os indivíduos que compõem esta sociedade atribuem sua crença a coisas artificiais por medo de que elas funcionem segundo regras conhecidas. Passa-se, desde então, a ser possível calcular seus comportamentos, ou seja, predizer seus usos a partir de suas expectativas (1965, p.398). Essa crença é 'em parte, um bem espiritual sendo explicado pelo pensamento, em parte ela é sentida confusamente, em parte sofrida passivamente' (ibid., p. 194); ela vive, em cada um, sob diversas nuanças. Mas ela assegura, sempre, uma validade supra-empírica às idéias de valores bastante elevadas para que a significação da existência se agarre nela, a despeito da variabilidade dos pontos de vista concretos, pontos de vista por meio dos quais nós somos integrados ao espaço intersubjetivo, aquele dos sentimentos e da exigência de reciprocidade."


Se a candidatura e a campanha de Barack Obama mexeram com o imaginário coletivo (em imagens que o associavam, ora a Lincoln, ora a Kennedy), gerando diversas expectativas, imaginem só sua eleição histórica em um momento de grave crise mundial, não apenas econômica, mas ambiental, social, institucional, como também enquanto Nações Unidas precisando recuperar sua força e função, etc... A premiação do Oscar talvez seja uma consequência entre outras mais, fruto do efeito Obama...

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://sound--vision.blogspot.com/2008_10_01_archive.html

sábado, fevereiro 21, 2009

A imagem inversa e a linguagem invertida


A internet é meio labiríntica, e não sei como foi que, de link em link, acabei chegando no início desse mês no
blog do Zeca Camargo, no portal G1, por conta talvez do título de uma de suas postagens, chamado "Porque me ufano de meu país (bis)".
Ilustrando o post, a original e criativa imagem de Obamis (nosso saudoso Mussum, de Os Trapalhões). Tive que deixar um recado lá, com o seguinte teor:

"Oi, Zeca. Realmente, a criatividade na Terra Brasilis é insuperável, por esse jeito de ver o universal a partir do particular. Uma grande sacada do autor, e uma sutil crítica política. Alguma coisa de Lampedusa? A história se repete, primeiro como tragédia (drama) e depois como farsa (comédia)? Uma imagem, quando bem construída, vale mesmo por mil palavras… Hehehe… Um abraço, Zé."

Depois, li mais alguns comentários (fui o de nº 127), e um deles me chamou a atenção pelo seu conteúdo que merece ser destacado, principalmente pela curiosa mensagem que traz ao final do mesmo. Leiam e reflitam.

.......

Comentário de Luiz André Barata, em 20 de Janeiro de 2009 as 6:10 pm, sobre o post "Obamis":

Parabéns pela inventividade, Sandro Menezes.
Parabéns pela captura Zeca Camargo.
Se o OBAMIS fosse um Político brasileiro como a grande maioria deles faria um discurso de posse mais ou menos assim,

ANTES DA POSSE:

“Nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar nossos ideais
Mostraremos que é grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo de nossa ação.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que
os recursos econômicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.”

E DEPOIS DA POSSE?

É só ler o texto acima novamente… de baixo pra cima!

Observação: Imagem acima, extraída do blog do Zeca camargo, no endereço abaixo
http://colunas.g1.com.br/zecacamargo/2009/01/19/porque-me-ufano-de-meu-pais-bis/#comments

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Life in Technicolor II para Allan fazendo 4 anos


Hoje, dia 20/02, meu filho Allan comemora 4 anos de vida. E nada melhor que comemorar esse dia com música da melhor qualidade, aliás, com um videoclip de uma das minhas bandas preferidas, a incrível Coldplay, do vocalista Chris Martin.
Chama-se Life in Technicolor II. O atual CD da Coldplay é fantástico, incrível, maravilhoso (nem precisa dizer que sou fã de carteirinha, né?), trazendo canções preciosas também, como Lovers in Japan - Osaka Sun, já destacada nesse blog, na postagem sobre educação televisiva.
O videoclip acima, extraído do YouTube (link abaixo), agradou em cheio a Allan, principalmente pela questão dos marionetes.
Usando um outro título de um dos grandes sucessos atuais da banda: Viva la vida!
Feliz aniversário, meu filho! Muitos anos de vida! E que eu, tua mãe Elisabete, nossas famílias e nossos amigos possam compartilhar contigo muitas realizações...

http://www.youtube.com/watch?v=fXSovfzyx28

Life in Techinicolor II (letra original)

Coldplay
Composição: Guy Berryman, Jonny Buckland, Will Champion and Chris Martin

There's a wild wind blowing
Down the corner of my street
Every night there the headlights are glowing
As a cold war coming on the radio I heard
Baby, it's a violent world!

Oh, love, don't let me go!
Won't you take me where the streetlights glow?
I can hear it coming
I can hear the siren sound
Now my feet won't touch the ground.

Time came a-creeping
Oh, and time's a loaded gun
Every road is a ray of light
It goes oooooonnnnÂ…
Time only can lead you on
Still it's such a beautiful night

Oh, love, don't let me go!
Won't you take me where the streetlights glow?
I can hear it coming
Like a serenade of sound
Now my feet won't touch the ground.

Gravity, release me
And don't ever hold me down,
Now my feet won't touch the ground.

Fonte:
http://letras.terra.com.br/coldplay/1371162/

Life in technicolor II (Tradução)

Há um vento selvagem soprando
Pelas esquinas da minha rua
Todas as noites lá, os faróis estão brilhando.
Há uma guerra fria chegando.
No rádio, eu escuto:
Baby, é um mundo violento...

Oh, amor, não me deixe ir.
Você não vai me levar para onde as luzes da rua brilham?
Eu posso ouvir a chuva chegando,
Eu posso ouvir o som da sirene...
Agora meus pés não tocarão o chão.

O tempo vem rastejando,
Oh, e o tempo é uma arma carregada.
Cada estrada é um raio de luz,
E ele vai.
O tempo pode ser apenas como um sanguessuga,
Porém, ainda é uma noite tão linda.

Oh, amor, não me deixe ir.
Você não vai me levar para onde as luzes da rua piscam?
Eu posso ouvir a chuva chegando,
Como uma serenata se sons,
Agora meus pés não tocarão o chão.

Gravidade, me liberte
E nunca mais me mantenha no solo.
Agora meus pés não mais tocarão o chão.

Fonte:
http://vagalume.uol.com.br/coldplay/life-in-technicolor-ii-traducao.html

Observação 1: Site oficial da banda Coldplay é
http://www.coldplay.com/site.php

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Muito mais do que o simples apertar botões...


Retornando em parte de uma espécie de "exílio dissertativo", aproveito para devanear sobre um de meus temas preferidos: A questão da tecnologia no cotidiano de crianças e jovens.
Estava eu, entre o fichamento de um livro, a reformulação do sumário, e etc., quando, não lembro bem, recordei de uma cena de um episódio da clássica série de TV ALÉM DA IMAGINAÇÃO (The twilight zone). (e televisão, apesar das críticas que faço, também tem muita coisa boa, para a gente garimpar, principalmente na memória televisiva particular.)
No referido episódio, o protagonista um dia acorda, como nos dias anteriores e segue a sua rotina, até que ao falar, primeiro com a esposa, depois os filhos, não entende nada do que eles falam, e pelo jeito, eles também não o entendem (o seriado era dos anos 70/80, do século XX, e qualquer relação com fatos e pessoas - tipo pais e filhos de hoje que falam línguas diferentes - pode ser mera coincidência, ou não...).
O sujeito então, contrariado, vai para o trabalho e lá com os colegas e os chefes também ocorre a mesma confusão (idem do parênteses acima). Parece que ele fala uma língua estrangeira desconhecida, tendo sobre os demais a mesma impressão.
No dia seguinte, ao acordar-se, a incômoda situação se repete, até que um dia, cansado de tentar se fazer entender pela família, amigos, colegas de trabalho, o mundo em geral - já que tudo indicava que só ele é que não conseguia se comunicar, e os demais se entendiam normalmente -, o homem, emocionado, no quarto do filho, vendo-o dormir tranqüilo, pega uma espécie de cartilha, com caracteres estranhos, com figuras de animais - e, em especial, numa delas a de um dinossauro, com um curioso símbolo abaixo -, e começa a tentar aprender esse novo idioma para se fazer entender, dialogar, enfim, se comunicar com o mundo que o rodeia.
Essa série e, em especial, o episódio rapidamente narrado acima, nunca me sairam da mente, num tempo em que ser escritor para mim era algo "Além da Imaginação"...
Penso hoje nessa história como uma grande metáfora da nossa sociedade, cada vez mais individualista, egocentrista, consumista e todos os "istas" que ainda sobraram depois dessa imensa crise, mais do que econômica e financeira, mais ética e moral, em que estamos engolidos, quando economistas, para justificar o quase injustificável, apelam para uma língua - o economês - que só os iniciados entendem...
Mais que isso, entendo essa história "Além da Imaginação" como uma metáfora da Tecnologia Educacional, em que para alguns que não se atualizam, a informática e a tecnologia em geral resume-se apenas a apertar botões, como foi com a própria televisão, quando passou a ser utilizada por alguns no ambiente escolar.
Muitos professores, quando diante de um computador, agem como o protagonista da história. Mas nem todos pegam a "cartilha" de seu filho ou alunos para tentar entender aquele mundo que eles consideram coisa de "outro mundo", incompreensível, complexo, indecifrável para alguns... Para os que se aventuram - e cada vez mais professores vão descobrindo esse mundo "Alem da sua imaginação" -, gratas surpresas encontram, com o uso da internet, do laboratório de informática ou sala de aula digital (não importa o termo que queiram usar). Professores que usam blogs, orkut, msn, wiki para executar projetos de ensino e não apenas de aprendizagem. Tudo depende desse "sentar" ao lado e tentar se incorporar ao mundo de seus filhos e alunado. Sei que não é tarefa fácil, depende de tempo e de planejamento curricular, mas os alunos já estão nessa nova dimensão há tempos e são multifuncionais no que tange ao uso da tecnologia. A multifuncionalidade dos educadores, como já disse noutras vezes, é mais na questão de fazer tarefas além de suas funções (como espécie de assistentes sociais, enfermeiros, pais substitutos, orientadores, conselheiros, etc.).
Hoje, qualquer criança aprende com facilidade e com incrível naturalidade a usar qualquer produto eletroeletrônico, pois não têm medo de apertar botões. Não tiveram a mesma criação cerceadora, que seus pais e avós tiveram tipo: "Não mexe nisso, que estraga!!!" e coisas do tipo...
Noutro dia, quis explicar como se jogava um jogo eletrônico para meu filho Allan, e foi ele que me "repreendeu", dizendo que não era assim que funcionava, literalmente me ensinando. Com um pequeno detalhe: ele completará amanhã 4 anos de idade, não saber ler o alfabeto, mas é alfabetizado em imagens e símbolos. Sabe ler imagens e por conta dessas, ele aprende por experiência e erro. Nós, e eu me incluo às vezes nisso (pois sou fruto da geração "Não mexe que estraga!"), confesso que, por medo de estragar algo que desconheço, algumas vezes peço ajuda aos amigos, "aos universitários", às placas ou às cartas (parafraseando mais uma vez o famoso Jogo do Milhão).
Allan tem uma prodigiosa memória visual, como qualquer outra criança diante de um brinquedo (isso mesmo, PC, celular, câmera digital para ele e qualquer criança ou jovem é um mero brinquedo). Para nós, algumas dessas parafernálias, ainda em fase de experimento, e em breve no mercado, tudo é algo "Além da nossa imaginação". Então, para Allan, que é minha fonte inesgotável de observações pedagógicas e tecnológicas, mostro uma vez apenas como funciona tal joguinho e ele, mexendo melhor no mousetouche do que eu, se vira. Não entende nada do que está escrito, mas já aprendeu que as letras P-L-A-Y significam jogar, que Game Over, o jogo acabou, e outras mais... Aprendizagem é algo que não tem idade...
Lembro-me que mais de 10 anos atrás, com meu ex-enteado e seus amigos da quadra, fazíamos competição de videogame, principalmente simuladores de jogo de futebol (sou fanático por tudo que envolve futebol, seja de botão, de campo, futsal, futvolei, virtual, etc.). E um desses jogos tinha uma versão em coreano, outra em japonês. E eu me perdia direto naqueles estranhíssimos caracteres orientais (sem falar que era sempre o último no campeonato). Enquanto eu procurava os botões pra chutar, dar passe, dividir, cabecear, eles me goleavam. Acabava ao final do campeonato com o nada honroso "décimo último", como um deles me batizou... Mas meus "colegas", na faixa dos 8 aos 12, 13 anos de idade me ensinavam a escolher a tática de jogo, a mudar a escalação do time, trocar o ãngulo da câmera, etc. apenas pela intuição e memorização. Sabiam que a primeira palavra em corenao ou japonês era tal coisa, a segunda outra e por ai vai... Tudo intuição, experimentação, erro e descoberta... Algo "Além da imaginação", mas sem a gente tentar compreender a língua dos outros ( quando só nós é que não nos fazemos nos entender), pareceremos eternamente como o protagonista do famoso seriado, até que, como ele, resolvamos aderir a tal "conversão" ao novo idioma. Nesse caso, melhor compreender a nova geração, do que ser eternamente o "décimo último" nesse jogo, deste outro lado do mundo, Além da Imaginação...

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://alemdaimaginacaobrasil.blogspot.com/

sábado, fevereiro 14, 2009

Televisão e o comportamento espelhado


Quem acompanha este blog, que iniciou em junho de 2006, durante especialização em Tecnologias da Informação e da Comunicação na Promoção da Aprendizagem (UFRGS-2006/2007), tem percebido que a linha do mesmo é refletir sobre o cotidiano escolar e social e a intercomunicação entre ambos, mediados pela tecnologia, a informática, a arte e a cultura. Afora isso, no meio dos post vou também fazendo meus devaneios póeticos. Às vezes, carrego numa pitada de provocação reflexiva e ironia literária, pois assim é meu estilo de ser e viver... Sim, pois nem todos são o que vivem, nem todos vivem o que são... Eu prefiro ser o que vivo... E quando a provocação é construtiva, promove-se o debate... Quando o debate é provocativo, constrói-se pontes, abre-se portas ao diálogo consigo mesmo e com o próximo, ainda que o próximo na internet seja um termo ambíguo (e por que não, umbigo? Já que muitos vivem conectados ao ciberespaço como se tivessem um cordão umbilical, claro, com cabo USB, só que a maioria a quilômetros de distância e ao mesmo tempo parecendo tão próximos)... Proximidade e distanciamento, em termos de mundo atual é algo muito relativo mesmo... Espelhar isso também é uma forma de reflexão em duplo sentido.
No caso desta postagem, vem de encontro aos primeiros passos desse blog, em que discuti, ainda no início da especialização, o papel da televisão como possível aliada do processo de ensino-aprendizagem escolar. Durante certo tempo analisei o papel da TV em si e no ambiente educacional, e alguns dos textos publicados aqui, também foram reproduzidos em jornais da região. Na postagem chamada EDUCAÇÃO TELEVISIVA estão a maioria desses post's.
Paralelo a isso, criei uma série de seis artigos, chamado A vida intertextual, que analisado essa comunicação entre meios diversos, como Games; Literatura; Cinema; Teatro; Internet e a própria Televisão.
Considerando intertextualidade, em sentido amplo, como uma comunicação, um diálogo entre diversas formas de expressão, e não apenas entre textos impressos, pode-se considerar que tudo é intertextual, quando ocorre esse diálogo. Nem sempre a intertextualidade é positiva. Depende do discurso, e todo discurso tem um objetivo: filosófico, pedagógico, ético, político, demagógico, etc. Todo discurso é único ainda que pretendendo ser universal...
Todo discurso é composto de ação e persuasão: a primeira, apresentando uma ideia, que é preenchida, moldada, manipulada pela segunda. Todo texto busca a persuasão do leitor para uma ideia ou objetivo, explícito ou implícito, de seu autor. Nem todo mundo fala sobre o que vivencia, e aí torna-se mera retórica. Eu procuro falar sobre o que sinto e vejo na prática, no cotidiano... Mesmo assim não é a expressão fiel da verdade, e sim a expressão fiel da minha verdade... cada um tem a sua, e a reunião de muitas verdades de várias pessoas chama-se senso comum. Hoje, o senso comum nem sempre condiz com a verdade. Contradição ou com tradição?
Em um mundo globalizado, no qual a televisão (e atualmente a internet) está incorporada ao cotidiano, nem que seja para apenas estar ligada no meio da sala falando às paredes, sempre se teve essa cisma de que a programação influenciava o comportamento das pessoas, principalmente os jovens.
As telenovelas são o exemplo clássico: anto influenciam beneficamente a sociedade, quando trazem em seu enredo o debate para temas relevantes, como a violência contra idosos, o problema das drogas, da violência contra a mulher, a questão da doação de órgãos, etc; como de forma subliminar, incentiva o consumismo, a alienação e o comportamento espelhado em estereótipos. As telenovelas de época são um oroduto bem acabado, mas as com temas contemporânos, via de regra, basta prestar a atenção, iniciam o primeiro capítulo, invariavelmente no exterior, tem o mocinho(a) que sofre a novela toda, o bandido(a) que se dá bem todo o tempo, menos no capítulo final, onde todos acabam vivendo "felizes pra sempre"...
Feito todo esse preâmbulo, falo enfim do comportamento espelhado, desenvolvido pelo uso contínuo diante da TV. Já abordei isso, referente mais ao futebol e a sociedade, no artigo de mesmo nome, publicado no Jornal do Norte, de São José do Norte-RS - Brasil, em 17/03/2006, que iniciava assim:

"Estudiosos falam que de tempos em tempos ocorre fenômeno, chamado comportamento espelhado, em que pessoas passam a reproduzir fatos, como num efeito dominó.
Exemplos existem em diversas áreas: mães jogam filhos recém-nascidos no lixo (e já perfazem quase 10 casos em um mês, após a veiculação do primeiro caso pela TV). A ciência comprova que em determinados casos a mulher, tomada por perturbação emocional (estado puerperal), rejeita o filho. Mas nem todos os casos podem ser atribuídos a este distúrbio, sem a devida investigação. As novelas produzem modismos e comportamentos espelhados: criam-se gírias, frases feitas, formas de vestir, cortes de cabelo, enfim, uma variedade de situações reproduzidas no dia-a-dia, enquanto o folhetim eletrônico estiver no ar. Na música, danças exóticas, tipo da garrafa, da galinha, etc., viram mania de Norte a Sul".


E a TV que é esse Grande Olho que todos veem, mas nem neles se veem, em muitas vezes torna-se espelho invertido da sociedade, que troca seus usos e costumes pelos espelhos da "modernidade" refletida na tela tremeluzente, que diz de forma subliminarmente: "Compre! faça isso! Faça aquilo! Diga isso! Imite aquele! seja o Outro e não você mesmo!" Torno a dizer que, salvo raros programas, a TV aberta se resume a um grande comercial com alguma programação em seu intervalo. Inversão? Parece.
Assim sendo, no final do ano passado, guardei uma notícia extraída de um jornal e os links de duas notícias extraídas da internet, falando de certa forma desse comportamento espelhado; a primeira, dados de uma, pesquisa; a outra, do ponto de vista científico, e por fim a opinião de figura pública, o presidente da República. Ambas, pensando em ilustrar esse tema, que é público e notório, o da erotização da programação da televisão e seus reflexos nas crianças e jovens. Leiam então os dois textos e façam a sua própria reflexão, entre pais e filhos, professores e alunos.

Tevê e (in)felicidade

"Pessoas infelizes passam 30% a mais do tempo em frente à TV aponta estudo da companhia européia Springer cience + Business Media. Ainda, de acordo com a pesquisa, a televisão está diretamente relacionada ao desepenho conjugal da população. Pessoas que se sentem insatisfeitas com o matrimônio ou o cônjuge dedicam 10% a mais do tempo à televisão em relação aos casais felizes.
Ou seja, quem sai, frequenta bares, pistas de dança, lugares de convivência ode se encontram pessoas de verdade e não virtuais, têm muito mais chance de estar e ser feliz."

Fonte: Diário Catarinense, 6ª-feira, 21/11/2008, p.43, coluna de Cacau Menezes.

Estudo vincula gravidez na adolescência a programa sexy de TV

Ter, 04 Nov - 14h10
CHICAGO (Reuters) - A exposição a determinadas formas de entretenimento é uma influência corruptora para as crianças e leva adolescentes que assistem a programas sensuais de TV a engravidar mais cedo e crianças que jogam videogames violentos a adotar comportamento agressivo, afirmaram pesquisadores na segunda-feira.
Pesquisadores do instituto de pesquisa RAND afirmaram que seu estudo de três anos de duração é o primeiro a confirmar um vínculo entre assistir programas de TV ousados e comportamento sexual de risco entre os adolescentes.
"Nossas constatações sugerem que a televisão pode desempenhar papel importante quanto à elevada incidência de gravidez entre adolescentes nos Estados Unidos", disse Anita Chandra, cientista do comportamento e diretora da pesquisa da RAND, uma organização sem fins lucrativos.
"Não estamos dizendo que estabelecemos um elo causal, mas afirmamos que esse é um fator que conseguimos vincular à gravidez na adolescência", ela afirmou em entrevista por telefone.
Os pesquisadores recrutaram adolescentes entre os 12 e os 17 anos e os entrevistaram três vezes entre 2001 e 2004, perguntando sobre o aquilo que assistiam na televisão, seus hábitos sexuais e gestação.
Em resultados aplicáveis a 718 adolescentes, a pesquisa registrou 91 casos de gravidez.
Os adolescentes que estavam entre os 10 por cento mais propensos a assistir programas de apelo sexual na TV corriam o dobro de risco de engravidar ou causar gravidez indesejada, ante os 10 por cento de pesquisados que menos assistiam a esses programas, de acordo com o estudo publicado pela revista Pediatrics.
O estudo se concentrou em 23 programas de TV aberta e a cabo populares entre os adolescentes, entre os quais comédias, dramas, reality shows e programas de animação. As comédias apresentavam o maior conteúdo sexual, e os reality shows o menor.
"O conteúdo de televisão a que acompanhamos raramente enfatiza os aspectos negativos do sexo, ou os riscos e responsabilidades que ele envolve", disse Chandra. "Assim, se os programas servem para transmitir alguma informação sobre sexo aos adolescentes, essa informação raramente se refere ao risco de gravidez ou de doenças sexualmente transmitidas".

Lula culpa mídia por parte dos crimes contra jovens

http://br.noticias.yahoo.com/s/26112008/25/manchetes-lula-culpa-midia-parte-dos.html

Qua, 26 Nov, 08h10
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou ontem parcialmente os meios de comunicação de massa pela ocorrência de crimes sexuais contra crianças e adolescentes durante o 3º Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, no Rio. Segundo ele, a mídia contribui com sua programação para a degradação da família com a divulgação sem limite de cenas de sexo e violência. Lula criticou a falta de programação cultural de qualidade dirigida aos públicos infantil e jovem na TV.
De acordo com o presidente, o crescimento do número de menores submetidos a ataques sexuais não é causado apenas pela pobreza que, admitiu, muitas vezes leva a criança a "vender seus corpos por um prato de comida". "Um outro ingrediente, além do econômico, é o processo de degradação a que está submetida a humanidade, a partir da família, pela qualidade das informações que recebemos pelos meios de comunicações 24 horas por dia", afirmou o presidente.
"Na hora em que a família entra num processo de degradação que passa pelo econômico, passa pelo social mas passa pelo que ela vê na televisão 24 horas por dia. Quem tem televisão a cabo, sabe do que falo. É sexo e violência de manhã, de tarde e de noite. Quantos programas culturais temos nas televisões para que as crianças possam ver às 7h, às 10h, ao meio-dia, 14h, 18h?" Projeto de lei que torna mais clara a legislação contra material pornográfico contra crianças e adolescentes foi sancionado por Lula. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://oceanonegro.blogspot.com/2009/01/quebre-o-espelhoquebre-o-espelho.html

sábado, fevereiro 07, 2009

Educação televisiva II


Sempre digo que a vida é intertextual, seja qual for a forma de texto ou de arte... Se o cinema foi intertextual com a fotografia, que foi antes com a pintura; a intertextualidade entre televisão e cinema ainda se nota, apesar de seus distanciamentos técnicos e de enfoque.
No meu caso, a intertextualidade com várias formas de arte, às vezes, poderia dizer que chega a ser quase premonitória, se eu não fosse meio cético quanto a isso, enquanto homem, apesar de que o escritor que me habita, várias vezes já ter utilizado desse tipo de licença poética para fazer literatura e crítica social, dentro de sua escrita, seja poética ou factual...
Dias atrás, publiquei neste blog o texto Educação televisiva; antes disso, tinha publicado no blog R.E.M. - Rapid Eye Movement (Rápido Movimento do Olhar), um conto chamado A vitrine iluminada, que possuiam uma pequena ligação...
Hoje, procurando uma música no YouTube, descobri o videoclipe acima, chamado Lovers in Japan, da fantástica banda Coldplay, que ao assistir (juro!) pela primeira vez, senti que tinha tudo a ver com os dois posts meus, acima citados. Já inicia o clip com uma Tv dentro doutra e doutra e doutra... A letra traz nas entrelinhas, se não me engano, à própria televisão ou às vidas que ela aprisiona em seu interior e exterior...
Mais curioso é que de vez em quando amigos, colegas e conhecidos ao lerem alguns textos meus perguntam, por exmeplo, se eu teria lido Walter Benjamin a respeito das imagens, da fotografia e da pintura, após uma palestra quando discutia esses temas na obra O pintor de retratos, de Luiz Antonio de Assis Brasil. Ainda não li o referido texto de Benjamin. Recentemente, quando publiquei A vitrine iluminada, também outro comentário dizendo que tinha a ver com A caverna, de Platão, que também não li ainda...
Enfim, acredito que empiricamente temos intuições, que serão um dia comprovadas por nós mesmos, ou por alguém antes de nós... Isso faz parte do conhecimento do homem e autoconhecimento da humanidade, desde sempre... As respostas estão ai, desde que o mundo é mundo, apenas nós é que nem sempre sabemos formular as perguntas corretamente, ou não estamos ainda preparados para perceber o que nos rodeia m todos os seus meandros.
É o que tenho sentido ao ler e reler certos textos, e cada vez que faço essa viagem ao mundo da leitura, parafraseando Heráclito, sobre o tempo como a água de um rio: "nem as águas são as mesmas, tampouco nós somos a mesma pessoa diante desse misterioso rio..." Ou algo nesse sentido... Aquele que bate no peito e que diz que sempre foi coerente consigo mesmo deveria fazer uma ressalva: estabelecer tal coerência com qual época de sua vida...
Acho que foi Mario Quintana quem escreveu que "As pessoas mudam e se esquecem de avisar", mas uma mudança não no sentido espacial, logicamente...
Em 2009, pretendo, quem sabe, com alguma parceria entre meus colegas educadores, criar algum projeto em que se possa usar esse conceito de educação televisiva, de propor formas de utilizar variado material da televisão no ambiente escolar.

Observação: Endereço abaixo, para assitir o vídeoclip do Coldplay, na versão legendada
http://www.youtube.com/watch?v=nF_KZx2YFVQ

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

O mundo cão e a filosofia do cotidiano


Quem acampanha esse blog já percebeu que muito de minhas reflexões são feitas a partir de situações cotidianas. É do meu entorno diário que busco matéria-priam pra meu fazer pedagógico e literário. Não podia ser diferente neste post.
Já falei noutras publicações como aprendi muita coisa, em bate papos informais, com eletrecistas, encanadores, pedreiros,mecânicos, quando precisei de seus serviços, pois embora a maioria sequer tivesse o ensino médio, tinham uma rica experiência de vida. É a famosa escola da vida que não dá diploma a ninguém, mas uma aprendizagem eficiente para quem sabe tirar lições de suas experiências individuais e coletivas.
Sei que devemos valorizar o ensino acadêmico, mas a aprendizagem cotidiana também não deve ser desmerecida, tanrto pelo cidadõa comum como por recrutadores de Recursos Humanos. O fato de ter ou não um "canudo", um diploma universitário, por si só, não deve ser mérito nem demérito de ninguém. Conheço analfabetos que têm um conhecimento empírico fantástico, assim como pós-graduados que sabem muito, mas apenas aquilo que os interessa e nada mais... Nem 8 nem 80, logicamente...
Ontem, assistindo a entrevista do capitão da Brigada Militar (polícia militar do RS), a respeito dos procedimentos que devem ser adotados diante de um ataque de cão feroz (coisa corriqueira ultimamente e infelizmente), que dilacerou parte da orelha de uma criança que passava perto de um portão de grades, tanto a apresentadora como eu, e provavelmente muitos telespectadores se surpreenderam com uma frase filosoficamente atual. Disse o capitão que "Cachorro deve ser tratado como cachorro".
Parece o óbvio ululante, mas na sociedade moderna, em que os valores estão invertidos, esse conselho do policial, que vivencia essa realidade, é um profundo ensinamento, que devemos refletir melhor sobre esse "Mundo Cão" em que vivemos.
De fato, muitos donos de cães, sejam eles inofensivos ou verdadeiras armas de guerra, tratam muitas vezes o animal, como se fosse um ser humano, uma "pessoa" da família - o que não é de se surpreender, pois até ex-ministro do Trabalho (lembram?), chegou a dizer a repórteres que cão também é gente, referindo-se as mordomias que seu cãozinho possuía; sem falar que recentemente saiu denúncia (link abaixo) de que gato (isso mesmo!) recebia o benefício da bolsa-família, por ter sido cadastrado por servidor público de um município brasileiro... Seria o Gato-de-Botas?

Gato no bolsa-família do MS

Então, tratar "cachorro como se fosse cachorro", deveria ser um conselho estendido às demais personagens sociais: gente como gente, macaco como macaco, vaca como vaca, parafraseando a música do cantor e humorista cearense Falcão...
Tem gente que dá mais regalias aos animais do que aos filhos; pior, uns preferem ter bichos e tratá-los como quase gente do que adotar uma criança... Cães e gatos de alguns chegam a ter tratamento VIP, que a maioria da população brasileira, humana, diga-se de passagem, jamais terá...
Mas, deixando a questão dos animais de lado, cabe lembrar isso a alguns universitários e formandos, em específico, àqueles formandos do Paraná, que invadiram um hospital para um trote de formatura, muitos deles portando garrafas de bebida, soltando foguetes nos corredores e pondo em pânico os pacientes, que gente humilde também é gente... E mais recentemente, os "bixos" (aprovados no vestibular de Direito!!!) de uma universidade paulista, que agrediram um morador de rua indefeso, raspando seu cabelo, sobrancelhas, numa brutalidade incompreensível e inaceitável para quem pretende ser futuros "defensores" das leis. Que futuro poderão nos dar médicos que levam pânico a hospitais e futuros advogados que atacam indefesos???
Na maioria dos casos há dois componentes nítidos envolvidos: preconceito e ingestão de bebida alcóolica ou algo mais... Talvez o álcool ou outra substância façam aflorar esse preconceito que jovens de classes abastadas tem contra pessoas fragilizadas do ponto de vista social, e os façam tratar como se animais fossem; como se animais merecessem receber esse tratamento desumano!!! É apenas uma suposição!
Não vejo nenhum desses "pittboys" ou assemelhados, invadirem shopping ou condomínios, para promover essas atitudes que seriam apropriadas a animais descontrolados. Nem entrarem em jaulas de feras de verdade para provarem alguma coisa que valha... Argh.
Por isso, importante lembrar o conselho do capitão, de que "Cachorro deve ser tratado como cachorro", e penso mais, partindo do princípio de que cão, gato, papagaio, peixinho de aquário ou o que for, deveriam ter nomes de bicho e não de gente. Não ouço mais donos chamarem seus cães e gatos de Rex, Mimi, Xuxu, etc. Muitos chamam por nomes pessoais, que nem vou citar exemplos, mas todos devem conhecer alguém que assim se comporte...
E se gente deve ser tratada como gente, dou meu conselho aos pais e/ou responsáveis: "Tratem suas crianças como crianças e não como adultos em miniatura!" Sei que isso é mais complexo, pois as crianças de hoje se autoregulam e querem ser independente cada vez mais precocemente. Escolhem suas roupas, materiais escolares, brinquedos, tudo enfim... Por um lado é interessante exercitarem o poder de escolha; por outro, escolhem apenas uma marca, um adesivo de seus desenhos e ídolos, que só por causa daquela figura (a marca, a grife), custam no mínimo o dobro de produto similar ou "genérico".
Mas essa atitude de inversão de valores não é recente, pois, conforme relatei em artigo de opinião, publicado tempos atrás neste blog, intitulado "Entre a Ética e o Corporativismo" (e que semana passada, ao pesquisar na internet, descobri que o mesmo fora usado em prova de concurso), o famoso jurista Sobral Pinto, durante o Estado Novo, para defender um preso político das bárbaras torturas e maus tratados submetidos nos porões da ditadura, alegou em sua defesa a Lei de Proteção aos Animais, já que a Lei dos Homens não o amparava. Foi algo surpreendente e comovente do ponto de vista jurídico, histórico e humanista...
Então, que cães e bichos em geral sejam tratados como tais, e que as pessoas também não percam o foco nem abusem de seu semelhante; embora saibamos de antemão que se a lei é igual para todos, no papel, na realidade, há sensíveis distorções, em que por conta de uma "ética corporativista" alguns parecem ser mais iguais do que outros...
Que fique claro que não tenho nada contra os animais-animais mesmo, que são importante como companhia de seres humanos, desde que tratados tão-somente como "bichos de estimação" e não como gente como a gente! Já tive, quando garoto, muitos cães e gatos. Desde que saí de São José do Norte (extremo sul do RS), quando tinha 18 anos, sempre morando em casas, pra residir em Rio Grande, daí em diante sempre em apartamento, perdi o contato direto com bichos, salvo uma vez que tive um casal de canários belgas (Zazu e Sininho, alusão a personagens da Disney e não a nomes de pessoas).
Atualmente, o único bichinho de estimação que vivo diariamente conectado é o "mouse" (o rato) de meu computador. Risos.
Por fim, fica aqui um conselho para animais racionais e irracionais: "Deem mais valor aos filósofos do cotidiano e menos aos (de)formadores de opinião!"

Observação: Para ilustrar e provocar a reflexão, queria colocar um videoclip da canção "Rock da cachorra", de Duardo Dusek, bem apropriada ao post, que tem versos como "Troque seu cachorro por uma criança pobre". Infelizmente não achei no YouTube. Então, ilustro o post com a imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://reddittsurf.bravehost.com/animais.html

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Educação televisiva


Conforme uma das famosas supostas pérolas de Enem, que certa vez recebi por e-mail:"A televisão deforma a mente e o sofá". Nem oito nem oitenta, mas, pelo menos, no meu caso particular, muitos sofás deformei, diante da televisão...
Meu sofá atual, por exemplo - nem tanto por culpa da TV, mais por conta do notebook no colo, nesse período de férias e de dissertação -, no canto em que sento, literalmente já deformou, ou melhor, tomou a forma de meu ser dissertativo, ou seja, uma grande depressão, em duplo sentido, às vezes, por conta de meus quase 100kg, por conta também de que por mais que se leia e se escreva, parece quase sempre que falta aprofundar mais e mais. Bom, por enquanto, notório mesmo apenas o aprofundamento do sofá... Risos.
Mas, agora, falando sério, e em educação televisiva, motivo dessa postagem, é público e notório o poder da televisão sobre corações e mentes, de 08 a 80 anos no sentido simbólico, pois sabe-se que na prática a televisão impõe sua força massificante em todas as idades...
A televisão tem sido acusada de muitas coisas, mas também sejamos justos, há também muita coisa interessante veiculada (seja na TV aberta como na a cabo), pena que a maioria, se em canal aberto, é justamente em horário proibitivo para quem trabalha e/ou estuda, e precisa levantar-se cedo, no dia seguinte...
Já abordei diversos aspectos do Quarto Poder, em artigos de opinião, publicados em jornais aqui da região de Rio Grande e São José do Norte, no extremo sul do Rio Grande do Sul, Brasil; bem como, em publicações nesse post (vide links abaixo), além de abordagem ficcional (vide A vitrine iluminada no blog R.E.M. - Rápido Movimento do Olhar).

Porém, nesse feriadão, de 31/01 a 02/02, aqui no Rio Grande do Sul, em função das festas religiosas de Iemanjá e Nossa Senhora do Navegantes, acabei, depois de dissertar, para não surtar, vendo TV no quarto, e diante de cenais reais e fictícias de violência, seja em desenhos, filmes, telejornais, etc., bateu em mim, uma espécie de depressão... Foi um bombardeio de imagens e cenas fortes (reais e ficcionais), que nem o "zap" do controle remoto me fez relaxar... Um desconforto incrível, e ai passei a pensar no impacto que tais imagens têm num adulto, imaginem só numa criança e adolescente, expostos diariamente a elas... Jogos violentos, filmes violentos, mundo violento e a banalização da violência...
No dia seguinte, ao abrir meus e-mails, lá estava nas notícias do portal Yahoo! Brasil, a seguinte informação (por favor, leiam na íntegra):

Ver TV em excesso pode aumentar risco de depressão, diz estudo
http://br.noticias.yahoo.com/s/03022009/40/entretenimento-ver-tv-excesso-aumentar-risco.html

Segundo a notícia:
"O ato de assistir televisão em excesso durante a juventude pode estar associado aos riscos de depressão na idade adulta, assegura um estudo publicado hoje pela revista americana "Archives of Geral Psychiatry".

E essa semana foi pródiga em imagens fortes, como o conflito na favela de Paraisópolis - SP; no confronto entre supostos vândalos e a polícia, depois, parece que as notícias que chegam, indicam uma pretensa retaliação de manifestantes contra a suposta ação violenta da PM no mesmo local, dias antes.
A bárbara ação contra um casal que caminhava por uma trilha no Paraná. Não mais o contato com a natureza é possível, pois foram atacados por um ser, que tudo indica, já foi humano, que matou o rapaz, baleou a jovem e ainda voltou ao local, horas depois, para violentá-la. Deplorável.
Sem falar, mais um ataque de cão dilacerando uma criança...
Enfim, tem horas que vendo tudo isso, como numa metralhadora giratória, não tem como não ficar depressivo...
Sem entrar nesse momento, no mérito entre a vinculação da programação televisiva e o comportamento espelhado na sociedade; comentarei, dessa feita, tão-somente o enfoque educacional.
Será que, na grade de programação das TVs, só tem espaço para esse tipo de notícia, que deve ser divulgada, logicamente, mas que não dá o mesmo lastro a projetos culturais, sociais e educacionais?
Normalmente, o que tenho percebido é que "pessoas que nada tem a dizer", seja em programas dominicais ou de entretenimento, ou pura fofoca e sensacionalismo barato, ficam preciosos minutos, nada acrescentando, senão alguns pontos na audiência; enquanto que assuntos relevantes, passam cortados, em que o repórter se apressa em fazer com que o entrevistado sintetize algo complexo em 2 ou no máximo 3 minutos.
Há um certo "nepotismo cultural", de mostrar e dar espaço, seja em telejornais, programas de variedades, shows, telenovelas, etc. a apenas os apadrinhados de determinado diretor, autor, produtor, editor, etc. Sempre as mesmas "figurinhas carimbadas", para interpretar sempre a si mesmos, independente do projeto em que estejam envolvidos. Sempre os mesmos cantores nos mesmos programas, de rádio e TV.
É lamentável que, apesar dos avanços tecnológicos, como a TV Digital, a qualidade da programação não acompanhe esses avanços.
Como comentei em post anterior, se a educação de Erico Verissimo e de meu pai, foi a cinematográfica, a da minha geração foi a televisiva, amparada também nos gibis e revistas de história em quadrinhos e álbuns de figurinhas.
A geração atual, tem sua educação, antes de adentrar aos bancos escolares, em parte via televisão, mas principalmente pela internet e videogames... Nem sempre com a devido acompanhamento dos pais e/ou responsáveis.
Porém, a televisão tem grandes possibilidades de uso pedagógico, desde que o educador tenha à disposição ou busque por si só, de acordo com a sua área de atuação e disciplina, subsídios, desde a TV Escola e TVs educativas às TVs tradicionais.
Um dos programas que tem me surpreendido, não apenas pela qualidade, tem sido o Esporte Espetacular, nas manhãs de domingo, mostrando uma série de reportagens, quase documentários, sobre a questão do esporte entre os jovens e adultos. Numa delas, falando do sonho de 10 entre 10 garotos em atingir o estrelato, via futebol, e mostrando os dois lados do problema é extremamente instrutiva. Tem muito mais coisa boa, que nem sempre recebe o devido destaque.
Hoje, com uma placa de captura de TV, que pode ser comprada a preços acessíveis e instalada num PC, pode-se armazenar tais programas, para servirem de subsídios ao fazer pedagógico em sala de aula, em sala de vídeo ou laboratório de informática. Se o educador possui TV a cabo, abrem-se mais as possibilidades. Escolas que tem convênio com empresas de TV a cabo, para receberam sinal gratuitamente, podem adquirir essa placa de captura, e deixar a cargo dos educadores ou de alguém a gravação de diversos programas, nem sempre veiculados na TV aberta. Ou seja, a educação televisiva deveria ser acompanhada pelos pais, quando seu filho se torna quase autodidata em tudo, via televisão, e complementada pelo professor, dentro de uma proposta pedagógica. Contextualizar o próprio papel da televisão na vida familiar e social é também uma necessidade que poucos dão-se conta ou se interessam.
Televisão não deveria ser considerada apenas uma "babá eletrônica", responsável pela educação e entretenimento das crianças, quando os pais estão fora, trabalhando. O papel educativo da TV deve ser proposto pelos educadores, levando em conta o comportamento espelhado que essa caixa luminosa tem em frente aos telespectadores...
Diante de um tema tão complexo para um único comentário, indico abaixo, alguns posts de minha autoria, feitos no blog Letra Viva do Roig (2006 - 2007), sobre os vários aspectos envolvendo a televisão, frutos em grande parte de pesquisa na especialização em tecnologia educacional e no curso de extensão em mídias na educação:

abril/2007
TV: imagem e endereçamento - Parte 1
TV: imagem e endereçamento - Parte 2
TV: imagem e endereçamento - Parte 3

março/2007
A televisão como vitrine

fevereiro/2007
TV & Digital
TV aberta a quê?
O casamento entre a TV e a internet

dezembro/2006
Recepção e consumo cultural: receptor ativo versus receptor passivo
TV e práticas escolares
A invenção da televisão

agosto/2006
Televisão e habitação
TV Educativa e a educação via televisão

julho/2006
Quero ser um televisor
Alguns textos sobre o papel da televisão na educação
Manipulações de imagens digitais pelo cinema e televisão
Pay-per-view (pague para ver): exclusividade ou exclusão?
Projeto de aprendizagem sobre a televisão na educação
E o teu futuro espelha essa grandeza
O futuro na sua tela

junho/2006
A televisão pode ser uma aliada na educação?

janeiro/2008
A vitrine iluminada

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://eujornalista.blogs.sapo.pt/81732.html

domingo, fevereiro 01, 2009

GPS - Global Poets Society (novo blog)


Caros amigos e visitantes do Letra Viva do Roig, informo que depois dos projetos de literatura colaborativa RPG - Role Poetic Games (Jogos Poticos Virtuais) e R.E.M. - Rapid Eye Movement (Rápido Movimento do Olhar), tenho um novo blog coletivo, chamado GPS - Global Poets Society (Sociedade dos Poetas Globais), que tem por objetivo, como no sistema de localização por satélite, reunir poetas e escritores de língua portuguesa, espalhados pelo mundo afora, seja no real ou no virtual, para compartilhar ideias, projetos e impressões literárias, além de divulgação de suas próprias obras e conhecimento mútuo...
Assim como nos demais blogs, a ideia surgiu de conversas com amigos, via MSN...
O RPG, com a Suellen Rubira e o Leandro Kerr.
O R.E.M., com a Elis Zampieri.
O GPS, com a Ana Matias, também colega de RPG.

Enquanto os dois primeiros projetos são restritos aos seus integrantes, o GPS, pela sua própria formatação e objetivo, está aberto a TODOS que queiram mostrar sua visão particular, de forma colaborativa, em uma língua universal, ou que se propõe a se universalizar... A língua portuguesa, adotada como oficial em 8 países e por cerca de 240 milhões de pessoas, e que tem suas variações linguísticas, expressões idiomáticas, usos e costumes diferenciados, etc. No GPS, pretende-se que cada um mostre um pouco de seu local, onde vive ou mora, ilustrando com fotografias, desenhos, imagens, vídeos e o que mais interessar, num intercâmbio artístico, histórico, literário e cultural...
Depois que eu, José Roig, editor do ControlVerso e Ana Matias, editora do A Solidão Nunca está Sozinha, criamos o blog, recebemos algumas visitas, mas recentemente uma delas tornou-se a primeira adesão, do poeta Jaime A. (pseudônimo), que vive em Lisboa, Portugal, e é editor do blog Sopro divino.
Que outros escritores e poetas que se dedicam a escrever em língua portuguesa, mundo afora, se interessados, visitem e deixem lá seu recado (e suas "coordenadas geográficas" e literárias), para que possamos enviar convite para co-autoria no blog GPS (é preciso o envio de um endereço eletrônico para que isso ocorra).

Observação: Imagem acima, banner do GPS - Global Poets Society / Sociedade dos Poetas Globais (ou poetas do mundo que escrevam em português).