domingo, agosto 31, 2008

Álbuns de figurinhas e o efeito borboleta em mim

Sempre gosto de lembrar que antes de adentrar à escola, e já em seu interior, quando menino, aprendi muito com os álbuns de figurinhas, que não eram tão comerciais como os de hoje, e tinham propostas claramente educativas e culturais. Claro, tinham os de artistas de novelas, de times de futebol, mas tinham os de ciência e cultura, e com esses aprendi muita coisa. O ato de colecionar, de guardar as figuras repetidas para trocar com os colegas e amigos, de jogar o jogo do "bafo" e perder mais do que ganhar (uma pequena lição de vida), são recordações que trago comigo e que compõem o meu imaginário infanto-juvenil. Aprendi detalhes sobre quem inventou tal coisa, quem descobriu tal coisa, quem foi o primeiro a fazer tal coisa, graças muito aos álbuns e suas figurinhas coloridas.
Lembro um dia, na casa de amigos, em que a filha de um deles jogava a versão eletrônica d'O Jogo do Milhão, acertei muitas perguntas de ciência e história, por conta das lembranças de infância e meus álbuns de figurinhas perdidos na memória. Causei uma ótima impressão nos colegas e amigos, mas tudo graças a esses ilustrativos almanaques. A criança, seja qual for a época, tem um poder visual incrível, maior do que o textual. Eis o grande trunfo do arte-educador, no sentido amplo do termo, daquele professor que concilia arte, cultura e tecnologia em seu fazer pedagógico, de mexer com o imaginário infanto-juvenil, seja com um simples jogo da memória, álbum de figuras, vídeo, clipe, fotografia, etc. O jovem assimila melhor o conteúdo de forma visual que de forma abstrata, e a associação de idéias ficará guardada para sempre na memória visual do aluno. Lembro, por exemplo, que quando minha professora de Geografia, no ensino fundamental, falava das monções meu poder de abstração me levava pra longe da sala, pra outros mundos imaginários, sem conseguir definir o que era aquilo. No dia que ela trouxe revistas, tipo National Geographic, e nos mostrou o que era cada coisa de que falava, através de fotografias, nunca mais esqueci o que era uma nuvem cumulu nimbus, estratos, etc. O poder de abstração do jovem pode também ser alimentado através de imagens reais sobre descrições meramente abstratas (isso pra mim é hipertextualidade na forma mais rudimentar, claro). O prof. de matemática falar em aula de 3 maçãs, 4 laranjas, mas trazer isso e mostrar ao vivo, pegar a turma e dar uma volta na escola, fazendo associação de fórmulas e problemas mostrando janelas, portas, seja o que for, ao jovem, dará um impacto inesquecível.
Sei que, por exemplo próprio, quando em projeto de aprendizagem com turma da educação especial (http://janainaejose.pbwiki.com/) falei dos estados da matéria e das mudanças que ocorrem (sólido, líquico e gasoso) só obtive resultados e surpreendentes com a saída de campo. Quando saímos todos (eu, a profª. da turmade 2ª série DM e os alunos) num passeio, verdadeira aula ao vivo, pelo entorno da escola, mostrando na prática um caminhão frigorífico, que carregava pescados, o brilho (seriam flashes? das câmeras ou) olhos dos alunos foi incrível. Estão lá, garanto, até hoje essas imagens da teoria à prática escolar.
Faz muito tempo que não coleciono, sequer selos, que também são grandes fontes de informação de culturas variadas. Mas vendo essa imagem acima, em um blog, a mesma remeteu meus pensamentos ao jovem que eu fui um dia. E boas sensações me tomaram conta. Remeteu-me ao filme Efeito Borboleta, inspirado na teroia do caos, que também trabalha com essa questão da imagem, em que um jovem, através do fixado olhar sobre uma fotografia podia literalmente se transportar ao momento em questão. Imaginem só se além da alma, o corpo pudesse fazer essa viagem no tempo. Bom nem pensar muito. Vá que aconteça. Risos. Mas para os teimosos, sugiro assistir ao filme acima citado para verem que nem tudo é tão simples assim. Toda volta tem suas implicações. Melhor é voltar só em pensamento, recordando os erros e acertos. Como digo pra mim mesmo: "Lamento por muita coisa que fiz em meu passado, coisas muitas vezes que estavam além de meu poder de decisão e de minha compreensão, mas não me arrependo de nenhuma delas, pois todas as decisões foram tomadas com a consciência de suas implicações no tempo e no espaço".
Em contrapartida, a teoria do caos fala disso, das implicações que um simples bater de asas no Japão pode, quem sabe, causar uma tempestade do outro lado do mundo. Transpondo tal teoria para o, às vezes, caótico mundo educacional, pode-se dizer com tranqüilidade que o professor é a borboleta que poderá causar uma revolução ou tempestade na vida futura de seu aluno. Como? Pela simples pedagogia do exemplo em sala de aula! Proibe fumar e fuma; não permite usar fone celular e usa o seu indiscriminadamente; proíbe o uso do boné em uma geração que boné, toca, bandana e outros adereços são parte da própria identidade e não diz o motivo de tal proibição, ou quando muito, alega falta de "respeito"... Ou, como o professor do filme Dead Poets Society (Sociedade dos Poetas Mortos), chama a todos seus alunos pra Carpe diem (aproveitem o dia!). Entre essas duas posturas, estará o futuro do aluno. Claro, de nada adianta um ótimo educador, se a família também não faz a sua parte. Tudo é, como dizia uma música do grupo Mamonas: "Uma faca de dois legumes".
Pra viajar no tempo com tranqüilidade e sem correr riscos, prefiro um bom livro, filme, música, ou um prosaico álbum de figurinhas, e já está bom demais...

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do blogah.

segunda-feira, agosto 25, 2008

O fim do mouse e o avanço do sistema multitátil

Notícia (link abaixo) extraída do Yahoo! Tecnologia trata da substituição do mouse, pelas telas inteligentes no formato "Touch Screen" ou sistema multitátil, em que usuário ao invés de depender de periféricos como mouse (rato), fará que a tecnologia seja 100% digital mesmo, em parte pelo sinal de TV que poderá ser captado nos televisores e microcomputadores, em parte por essa interação homem - máquina literalmente na ponta dos dedos.
Outros sistemas, pelo piscar de olhos e até mesmo pelo pensamento, visando a acessibilidade dos usuários, sejam ou não portadores de necessidades especiais, transformará nossa forma de interagir com o mundo virtual, cada vez mais ao nosso redor.
Aqueles que quando iniciam o contato com o microcomputador e que têm dificuldades ou medo de pegar no mouse (como se rato de fato o fosse), serão os que mais se beneficiarão da novidade. Então, o mouse, com seus 40 anos de uso será mais uma peça de museu.
Leiam a acima citada notícia na íntegra, clicando no link abaixo:

O mouse diz adeus



Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo:
http://touchscreen-system.blogspot.com/

sábado, agosto 23, 2008

Comunidade RPG no orkut

O pessoal do blog de produção literária em grupo Role Poetic Games (Jogos Poéticos Virtuais), do qual sou integrante, criou uma comunidade no orkut para divulgar o projeto.
Iniciamos com 20 integrantes, e já estamos com 26 e aumentando. Esperamos contar com a participação dos leitores do blog por lá, para podermos discutir o projeto, desde responder a enquete com o nome definitivo para a história em curso no RPG, até comentários e sugestões dos visitantes.
Abaixo o link para a comunidade RPG:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=66534489

sexta-feira, agosto 22, 2008

A espetacularização da vida e o efeito paparazzi

Tempos atrás ouvi a expressão "espetacularização da vida", que tratava da intensa exposição de algumas pessoas pela mídia. Mas há que se convir que muitos, antes da fama, usam a própria mídia, e o "efeito paparazzi" de alguns veículos, em seu favor. Depois, rebelam-se com a "caça" que fotógrafos e jornalista da tal "imprensa marrom" ou sensacionalista faz, vasculhando sua vida, dando ares de verdade a simples fofocas ou especulações...
Porém, quando acontecem megaeventos como uma Olimpíada, a espetacularização da vida toma proporções gigantescas, e se os jogos olímpicos são disputados em um dos maiores países do mundo, com a maior população do planeta, tudo é elevado a proporções fantásticas.
Que lições os jogos olímpicos que estão já na fase final nos deixam? Que o importante é competir? Que o espírito olímpico está acima das disputas de beleza individuais e de países? Que o homem está acima da máquina, ou que deseja tornar-se uma, tentando superar cada vez mais seus limites?
Bom, muitas lições e reflexões são possíveis, pós-jogos olímpicos de Beijing (Pequim) 2008. Um deles que a cada geração há uma evolução física e genética do homem, surgindo fenômenos das pistas, piscinas, quadras, que pulverizam recordes mundiais, como Michael Phelps (natação), Usain Bolt (atletismo, corrida), Yelena Isinbayeva (salto com vara), entre outros.
Nunca o esporte foi tão espetacular e tornou-se espetacularizado pela mídia, que deposita sobre os favoritos o peso de ouro das críticas e dos patrocinadores milionários. É muito ouro em jogo! No caso brasileiro, curiosamente, salvo alguma exceção, os atletas favoritos não correponderam às expectativas criadas pela mídia, é verdade, em função de um bom retrospecto antes da Olimpíada na China. Para alguns patrocinadores, veículos de comunicação e atletas de ponta, era a oportunidade de fazer um verdadeiro "Negócio da China". Nem todos conseguiram seu intento. Pode ser leviano dizer, mas credito sim, parte de escorregões, quedas, deslizes, "salto alto" e tropeções dos nossos favoritíssimos atletas a uma poderosa campanha de marketing esportivo da grande mídia tupiniquim, no famoso "Já Ganhou!", que não aprende a lição... Desde 1950, quando a seleção brasileira de futebol, favoritíssima ao primeiro título mundial de futebol, em casa, perdeu para o Uruguai - em parte, fruto da badalação de autoridades, socialites, imprensa e etc, achando que o título já estava certo, antes da disputa -, não aprendemos com os erros. O futebol mesmo é emblemático. Sucessivas derrotas em olimpíadas, ainda que "no papel" e sempre nele, sejamos os eternos favoritos à medalha de ouro. Nem tudo que reluz diante dos holofotes midiáticos é ouro! Nem sempre individualidades (e temos de sobra pra formar duas, três seleções...) consegue formar um espírito de equipe, seja olímpico ou não, em um esporte que é essencialmente coletivo. Ai, como sempre, a batucada e a empáfia de alguns aspirantes a craque aliados a jogadores consagrados é substituída pela "marcha fúnebre", como de soldados que são derrotadas num campo de batalha. Tudo parece um imenso espetáculo a céu aberto. Com a diferença substancial de que a maioria tem consciência que é uma personagem que posa para flashes e câmeras de TV (escondidas ou não) quase 24 horas por dia. E quando se tem a consciência de que é observado, gravado, fotografado, nunca se é natural. Isto é fato e não foto.
A maioria do time de futebol masculino já está consagrada, milionários antes dos 23 anos, jogando nos melhores clubes, com comemorações ensaiadas para às câmeras, quando fazem um gol. Uma coisa tenho percebido, desde 1982, quando, para mim, a melhor seleção de futebol brasileira e uma das melhores do mundo vi jogar, perdendo para a Itália, com Zico, Falcão, Cerezzo e Zico, no meio-campo: a falta de emoção, seja na vitória como na derrota. Parece que ganhar um título pelo time europeu ou fechar outro contrato milionário com algum é mais importante que defender a bandeira do seu país. Tudo bem, a maioria deles superou graves problemas sociais, por conta do talento individual. Como então querer que tenham este espírito de corpo social, se a sociedade na maioria das vezes não os têm como um dos seus? O que seria da maioria dos nossos craques espetaculares e espetacularizados, se não fosse o enorme talento individual que possuem? Talvez estatísticas de evasão escolar, trocando o talento de craque da bola pelo uso do crack e do tráfico de drogas, e por ai vai... O esporte, para muitos, é a redenção, e tal redenção, por si só, já é espetacular e paradoxal, e merece ser destacada...
Hoje, vejo narradores e comentaristas esportivos, mais fãs do que críticos, longe no sentido terminológico desta palavra. Criticar é avaliar sensata e ponderadamente. Agora me digam quem, na grande mídia, salvo raríssimas exceções, deixam de ser "porta-vozes" dos clubes e interesses bairristas do que de fato comentaristas fiéis ao espetáculo, e não apenas comentaristas de resultados? Criticar, após a derrota é fácil. Quero ver criticar e fazer uma salutar autocrítica, antes dos eventos espetaculares ou espetacularizados por um efeito paparazzi de querer tudo saber, tudo dizer que sabe, tudo querer fazer crer aos demais que é o que está sendo dito, como expressão da verdade. A Verdade é algo muito pessoal. Cada um tem a sua particular. A verdade geral, se existe, é um mito tão fantástico como o dos deuses do Olimpo, e quem sabe esteja aprisionada atrás dos portões da Cidade Proibida, em Pequim (Beijing) ou em mim...
Para termos uma pequena mostra dessa espetacularização da vida e dos efeitos colaterais que ocorrem, leiam abaixo o link (atalho) para notícia extraída do portal Yahoo!Esportes, que destaca o fato do ex-campeão olímpico, o norte-americano Carl Lewis, estar impedido de comentar sobre velocista jamaicano Usain Bolt, o homem mais veloz do mundo em Pequim, pulverizando recordes com incrível facilidade. Não se trata de disputa de beleza, ou inveja de Lewis em relação a Bolt, muito pelo contrário. Se há disputa de beleza não é entre os atletas em questão, mas por conta de seus patrocinadores de material esportivo, duas gigantes do mercado que não gostam que seus patrocinados valorizem o adversário, por estes usarem material concorrente.


A notícia acima remete a outro fenômeno do mundo dos espetáculos: a televisão.
Em primeiro lugar, o fato que Usain Bolt, quando se aproxima dos 30 metros finais, em uma das provas que venceu disparado e folgadamente dos adversários, se preocupar mais em fazer pose pra sair bem nas fotos do que baixar a cabeça e tentar pulverizar mais ainda os recordes olímpico e mundial já é um sinônimo daquelas que falam sempre na Terceira Pessoa do singular. Narcisismo explítico, via satélite... Só faltou ele gritar, antes de cruzar a linha de chegada - como o coelho da fábula diante das tartarugas olímpicas arregaladas tentando acompanhar sua rapidez -, aquela frase que muito jogador de futebol dirige à câmera de TV, quando faz o gol: eu sou bom!!!; eu sou f...!!! Tudo prima dona.
Em segundo momento, podemos perceber hoje que a maioria das redes de TV criam seus programas de Reality Show, com seus personagens sendo vigiados e tendo consciência desse efeito paparazzi. E, como penso, não agindo de forma natural, mas simulada, que nem num jogo como o Second Life. TVs criam seus cantores, que vendem CDs, mas que não podem divulgar seu trabalho nas emissoras concorrentes, ou por imposição da empregadora, ou por negação da concorrência. Ai acontece outro fenômeno mais curioso ainda que é a escolha de melhor cantor, ator, artista do país, na opinião daquela televisão. O particular como universal. Pessoas que nada são além do fato de ter fama e viver desta, são endeusadas como se fossem campeões olímpicos, que bem ou mal, ralaram muito para conseguir o ouro, até prova (ou contrapova do antidoping) em contrário.
Enfim, como era bom antigamente assistir um espetáculo ao ar livre, ao natural, que não fosse extremamente espetacularizado, usando ou não efeitos de inteligência artificial...

Observação: Colagem acima, a partir das imagens extraídas da internet, dos seguintes endereços:
m_papeldeparede.php?papel=4065olimpiadas
-a-webcam-300-da-GOTEC
beef9b661ddeae694e3
ced78a8e51428d198c842f

quinta-feira, agosto 21, 2008

Postar é preciso, escrever não é preciso...

Uma postagem, intitulada Professores sabem escrever na internet? , do colega e amigo Robson Freire, em seu (para mim) referencial blog Caldeirão de Idéias me instigou a escrever este texto.
O Caldeirão de Idéias é um blog que de diário virtual tornou-se um jornal virtual, e hoje considero um pequeno portal para os blogueiros educacionais (iniciantes ou não) que desejem ter uma visão panorâmica das possibilidades que a internet e os multimeios proporcionam no ambiente educacional. Tenho acompanhado a trajetória de seu editor, discutido com ele, através de comentários no blog, msn, orkut, e-mail essas questões que envolvem a tecnologia educacional. E fico feliz em ver como o Caldeirão tem angariado um público fiél, que pode ser constatado através de seu contador de visitas, e da média de acessos diários que o mesmo tem.
O título desta postagem, antes de ser um paradoxo, ou uma valorização da escrita no mundo virtual em detrimento da escrita convencional, cabe esclarecer, remete a outra escrita: a poética. Um belíssimo poema de Fernando Pessoa, que incorpora em seus versos um canto dos antigos navegantes, e diz: "Navegar é preciso, viver não é preciso".
Na verdade, o "preciso" não se trata de verbo, e remete à navegação, em que à precisão dos equipamentos náuticos são o diferencial entre o viajar e o naufragar. Já viver, não possui tal precisão nem sequer algum equipamento que possa nos orientar nessa trajetória de atravessar o tempo, como um camaleão, mudando por fora e por dentro, a cada época e influências do meio em que se está inserido.
Sendo assim, qualquer Pessoa, usuário da internet, seja Fernando ou não, poderia também dizer que postar é preciso, desde que se domine os meios eletrônicos. Já o ato de escrever não é tão preciso, ainda que o autor domine a língua pátria, pois a escritura pressupõem mais que domínio da técnica. Requer que essa escrita tenha significado e um destinatário que encontre sentido no texto. Nesse contexto, escrever para a internet realmente é diferente do que a escrita tradicional, pois requer o domínio de recursos como links, hiperlinks, etc., transformando a leitura num ato de descobertas de diversas possibilidades e referências que remetem a outras e outras, numa espécie de labirinto virtual. Evidentemente que nesse labirinto, deverá se ter uma teia narrativa, em que os tais links não dispersem demais o leitor. Que amplie horizontes, mas que não fuja demais do próprio sentido que o texto procura estabelecer.
Para aproveitar as pontencialidade do ciberespaço, deve-se também fazer uso dos recursos inovadores. Curiosamente, se analisarmos o advento da fotografia, por exemplo, foi primeiramente usada por pintores que adaptaram seu fazer ao novo equipamento; assim como a televisão, em que os pioneiros foram radialistas que serviram-se de seu ofício para dar um padrão já existente ao novo mecanismo.
Porém, a informática de uso pessoal foi pensada por jovens e executada por jovens (os chamados Piratas do Vale do Silício , retratados pelo filme de mesmo nome). Daí o grande paradoxo tecnológico do terceiro milênio. Se no século XX sabíamos que muitos textos e "temas" para casa eram feitos pelos pais e não os alunos, já no século XXI, que sabe utilizar as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC's) na Educação, percebe de longe aqueles professores que só querem palestrar ou mostrar sua prática com uso de apresentação de slides e datashow, mas não dominam nenhum desses recursos. O que leva-me a crer que quem fez o "tema" foram seus filhos (Risos). Se a apresentação de slides usa e abusa de efeitos de animação e etc., mas o educador, suposto autor, não sabe como fazê-la rodar em um computador, com certeza, as idéias e os conteúdos devem ser do professor, mas a execução e formatação das mesmas não.
Apenas mais uma provocação, propondo a reflexão para o uso das tecnologias no ambiente escolar.
Sugiro, então a leitura da íntegra do post que Robson publicou no Caldeirão:


Observação: Colagem acima feita a partir de imagens extraídas da internet, dos endereços:
jornal65/mania_escrever.aspx (caneta);
CABOUSBAUSBB1.8MT.html (cabo usb);

quarta-feira, agosto 20, 2008

Literatura em teia e estréia do RPG no mundo real




Visitem o blog Literatura em teia, criado para divulgar o blog de produção literária colaborativa, intitulado RPG - Role Poetic Games (ou Jogos Poéticos Virtuais), do qual faço parte com outros colegas da graduação e pós-graduação da FURG, e saibam mais sobre a estréia do RPG no mundo real, com sua exposição no Movimenta FURG/2008 - evento em comemoração aos 39 anos da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Rio Grande-RS-Brasil).
O Literatura em teia foi elaborado para divulgar e discutir a produção do blog RPG e debater sobre literatura, arte e cultura.
Acessem os links abaixo:


Observação: Foto 3 (de cima para baixo), parte do grupo RPG: Andréia Pires, Jouber Cunha (desenhista), José Roig e Ana Matias. Foto 4: Entrevista para a TV FURG, sobre o RPG, que será veiculada dia 22/8, às 20h, na TV a cabo.

terça-feira, agosto 19, 2008

Olimpíada de Língua Portuguesa em São José do Norte


Tive o privilégio de ser convidado pela equipe diretiva do Instituto Estadual de Educação São José, do município de São José do Norte (extremo sul do RS), onde vivi até os 18 anos, para participar da comissão julgadora dos trabalhos a serem encaminhados para a 1ª Olimpíada de Língua Portuguesa do MEC, evento semelhante à Olimpíada de Matemática, do Ministério da Educação.
Sou ex-aluno do Instituto São José. E por lá comecei a escrever e mostrar meus primeiros escritos a colegas e professores. Assim sendo, foi uma enorme satisfação, como escritor, poeta e educador poder participar junto à comissão julgadora da escola, do processo de seleção dos textos dos alunos.
A Olimpíada de Língua Portuguesa envolve 3 categorias:
I - Gênero Poesia: 4ª a 5ª séries do Ensino Fundamental ou 5º e 6º anos do Ensino Fundamental de Nove anos;
II - Gênero Memórias: 7ª e 8ª séries do Ensino Fundamental ou 8º e 9º anos do Ensino Fundamental de Nove anose, e
III - Gênero Artigo de opinião: 2º e 3º anos do Ensino Médio.
Pude avaliar e perceber uma boa quantidade de textos nos 3 gêneros, junto aos demais integrantes da comissão: a diretora Neide e os professores de português Neromar, Adriana e Léia. Foi muito gratificante para mim, diante da diversidade de trabalhos, poder perceber que alguns deles - embora não tendo sido selecionados, por não estarem dentro dos critérios de avaliação e das atribuições de cada gênero, ainda assim -, demonstram que seus autores, se adquirirem maior bagagem cultural, através do hábito da leitura, poderão no futuro render bons frutos e quiçá premiações.
Aos trabalhos e autores selecionados, os meus parabéns. E a mensagem de que se não foram selecionados agora, que continuem o exercício da leitura e da escrita, e quem sabe noutra oportunidade possam obter sucesso. Afinal, como é senso comum, não existe um bom escritor sem antes ter um grande leitor, não apenas de livros, mas de mundo.
Meus conterrâneos têm me possibilitado manter os vínculos afetivo e cultural com a cidade que me viu crescer e que ajudou e muito na construção da minha personalidade. Ano passado, tive também o privilégio de ser o primeiro patrono da Feira do Livro da cidade, em sua 16ª edição, uma experiência inesquecível e gratificante. Agradeço também ao professores que integraram à comissão julgadora, pela agradável companhia e as relevantes discussões para a escolha dos textos inscritos. E parabenizo às professoras Marta, Maria Nobre e demais educadoras que contribuiram para a produção dos referidos textos, através de palestras, visitas e outras atividades extraclasse.
Como conterrâneo, ex-aluno do I.E.E. São José, além de escritor e educador, digo que manter as raízes e voltar às origens é sempre um momento de reflexão e inspiração. Grato, mais uma vez, pela indicação e reconhecimento de meu nome para um evento de tal relevância artística, educacional e cultural.
Observação: Imagens acima, quadros de autoria de José Américo Roig, o Zeméco, artista plástico de São José do Norte e meu pai, que retratou um dos mais belos casarios coloniais da região, que infelizmente só existe na obra e memória visual do autor. Como alguns artigos de opinião dos alunos trataram da questão do patrimônio histórico e mencionaram o referido casarão, resolvi ilustrar esta postagem com o mesmo. As imagens acima, encontram-se no blog Olhar Virtual , criado por mim em 2006 para divulgar vida e obra de meu pai.

sexta-feira, agosto 15, 2008

RPG no Movimenta FURG 2008


Os integrantes do blog RPG - Role Poetic Games (Jogos Poéticos Virtuais), do qual faço parte, estarão participando da programação do MOVIMENTA FURG, evento organizado pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), para comemorar os 39 anos da entidade, que ocorrerá no dia 20/08/2008, das 09 às 17 horas, na Quadra Coberta (Bolha), do Centro Esportivo do Campus Carreiros, em Rio Grande - RS - Brasil. A participação do RPG será em dois momentos:
- uma exposição de posters com alguns textos de seus integrantes, ilustrados por Jouber;
- uma intervenção literária para apresentar alguns textos e comentar sobre a produção literária em grupo.
Os integrantes do RPG, apesar de serem todos moradores de Rio Grande, se conheceram através de blogs, orkut e msn, sendo que até a presente data não se encontraram pessoalmente, enquanto grupo. O Movimenta FURG será a primeira oportunidade de reunião entre os escritores virtuais (todos alunos da graduação e pós-graduação da FURG): José Roig, Andréia Pires, Suellen Rubira, Leandro Kerr, Ana Matias; e o desenhista Jouber Cunha.

Abaixo, alguns links do RPG na mídia digital:

Diário Popular de Pelotas – RS, em 22/07/2008:

Observação 1: Imagem acima, composição feita com desenhos de Jouber D. Cunha, publicados no RPG.
Observação 2: Visitem também o blog Literatura em Teia, onde os integrantes do RPG discutem sobre a produção do blog, literatura, arte e cultura.

terça-feira, agosto 12, 2008

Wiki do NTE Rio Grande/18ªCRE

Minha colega Janaina é responsável pela contrução do wiki do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) Rio Grande, da 18ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), que abrange as escolas estaduais com jurisdição sobre os municípios de Rio Grande, São José do Norte, Santa Vitória do Palmar e Chuí. Pelo wiki, diferente do blog (que é um jornal virtual), os educadores poderão ter acesso a todos os projetos, cursos e demais atividades desenvolvidas pelo NTE.
Para conhecer o wiki e o blog, basta clicar nos links abaixo:


Blog do NTE Rio Grande/18ª CRE

Criei para a equipe do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) Rio Grande/18ªCRE, da qual faço parte, um blog para divulgar atividades e projetos do mesmo. O NTE Rio Grande está vinculado ao Setor Pedagógico da 18ªCRE, que pertence a Secretaria Estadual da Educação do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. No blog, além de notícias, eventos e projetos, também constarão links para outros blogs, sites, recursos tecnológicos e pedagógicos.
Abaixo, link para o blog do NTE Rio Grande/18ªCRE:
http://nteriogrande18cre.blogspot.com/

segunda-feira, agosto 11, 2008

Projeto Cala-boca já morreu


Já conhecia alguns vídeos do Projeto Cala-boca já morreu, por conta de alguns cursos e palestras que assisti, dentro da área da Educação Ambiental, alguns deles proferidos por José Vicente Freitas, assessor do MMA; e pesquisando na internet sobre o projeto em si, vi grandes possibilidades de uso por educadores, por isso indico-o aos interessados.
No portal (http://www.cala-bocajamorreu.org/) consta que "O CALA-BOCA JÁ MORREU – porque nós também temos o que dizer! origina-se de um projeto de Educação pelos Meios de Comunicação, criado em 1995 e desenvolvido até 2003 como uma atividade sem fins lucrativos pelo GENS – Serviços Educacionais, nome fantasia do Grupo Ensino-Estudo S/C LTDA, sob direção de Donizete Soares e coordenação de Grácia Lopes Lima. Em 2004, o Projeto se constitui em uma organização não-governamental.
Dirigido inicialmente a crianças, o Projeto se estendeu também a adolescentes e jovens, oferecendo aos participantes oficinas de rádio, jornal impresso, vídeo e internet, tendo por objetivo ensinar-lhes novas linguagens e tecnologias e, com elas, a produção de informação. Os resultados de tais oficinas foram levados a público através de diferentes veículos de comunicação".
Visitem o portal e vejam as inúmeras possibilidades de interação.
O conceito de educomunicação pressupõe justamente o uso por educadores de recursos tecnológicos como TV, vídeo, som, etc. para a produção de conteúdos pedagógicos.
Todos os vídeos do projeto são ótimos, mas destaco dois, que o projeto produziu:
Nave Terra, com letra e música de Rita Lee, link abaixo:
E Vida de viajante, de Luiz Gonzaga, link abaixo:

Link para o Projeto Cala-boca já morreu

domingo, agosto 10, 2008

Aos Jovens do Ano 2000


Hoje, Dia dos Pais, resolvi recuperar um texto, uma de minhas primeiras crônicas, escrita no löngínquo ano de 1985, quando tinha 21 anos, estava concluindo o ensino médio, e vivendo todas as esperanças e desilusões de quem tem essa idade.
Em 1985, incrível, ainda existia o Muro de Berlim, a Guerra Fria, e o texto é escrito nesse contexto caótico. Não existia a internet; a informática e o computador pessoal ainda não tinham se popularizado. Eu vivia uma transição de poeta para cronista, depois contista... Era um "rato de biblioteca", e devorava vários livros por semana... Lembro que naquele ano ganhei meus primeiros concursos literários a nível escolar. Um deles, o primeiro lugar com a redação chamada Sangue Farrapo, em comemoração ao Sesquicentenário da Revolução Farroupilha, promovido pela Brigada Militar, aqui de Rio Grande - RS (a polícia militar do Rio Grande do Sul) e que me rendeu uma calculadora científica, que existe e funciona até hoje; incrível, já que atualmente os equipamentos eletrônicos são descartáveis e ficar mais de um ano com algo é sinônimo de descaso, para alguns. Ou de sorte para outros, já que nada mais é feito para durar, sejam as máquinas e os relacionamentos mecânicos, que não duram mais que algumas temporadas.
Bom, em 1985, fiquei em segundo lugar noutro concurso com a mesma redação entre estudantes das escolas estaduais. Muitos anos depois, soube que acharam meu texto acima da média para minha idade, carregado de figuras poéticas, e que na dúvida, escolheram o de outro colega, que era mais realista e compatível com a idade. Recentemente, participei de uma comissão julgadora, cuja dúvida de alguns membros era também sobre a possibilidade de um jovem ter escrito um texto acima do que consideravam apropriado para sua idade. Resgatei perante eles minha experiência de vida, e acho que com isso contribuí indiretamente para o incentivo de um jovem talento para as letras.
Hoje, Dia dos Pais, quis recuperar então um texto meu, escrito em 18/10/1985, para um concurso estudantil de crônicas, mas que não obteve classificação (era fruto de um jovem sonhador e dessa forma deve ser lido e compreendido). Uma espécie de carta Aos Jovens do Ano 2000, e ao meu filho, no futuro... 23 anos depois, é uma pequena mensagem de Dia dos Pais, para que não deixemos pelo caminho a esperança nem o desejo de construir um futuro melhor para nós e para os que virão depois de nós... O referido texto pertence ao meu primeiro livro de contos e crônicas, ainda inédito, já que o primeiro livro publicado, Realidade Virtual, foi o segundo a ser escrito.
Então, um Feliz Dia dos Pais a todos aqueles que acreditam em seus sonhos e vão atrás deles...

AOS JOVENS DO ANO 2000

Hoje paira sobre nós a sombra de um confronto mundial. O homem moderno deixou de desfolhar bem-me-queres para colher cogumelos atômicos. Somos peças de uma grande engrenagem enferrujada. O sistema atual, que valoriza a máquina insensível e sem alma, numerou nossas vidas, deixando-nos confusos com tantos problemas indissolúveis... Nossos sentimentos mais humanos foram armazenados nos bancos de dados de um enorme computador.
O mundo está dividido: na Europa se armam ogivas nucleares; no Oriente continuam as intermináveis guerras por causa da fé; na África a riqueza de poucos é paga com o massacre, a discriminação racial e a exploração de muitos; o mesmo acontece com a nossa América Latina.
Amanhã, quem sabe, eu deixe de ser filho, irmão e amigo, e venha a ser pai, marido, homem normal. Talvez, meu filho não pense como eu e isso será ótimo, pois ele terá que saber por si só o que eu já sei, mas não quero acreditar.
Talvez, não me case, fuja pra Marte no primeiro ônibus-estelar que passar; e, lá, tal qual um ermitão, venha a me esconder em suas cavernas, colonizar seu chão inculto, pôr minha bandeira branca em seu solo virgem. Ou então, venha a me perder na eterna procura da Fonte da Juventude, pois hoje não estou preparado para envelhecer. Ainda não comecei a viver meus vinte e poucos anos. Deixei minha vida de lado, dependurada num cabide qualquer, na esperança de vesti-la daqui algum tempo, quando meus problemas tiverem sido resolvidos. Aí, não será tarde demais? — às vezes, me pergunto. Não sei, isso só o futuro irá me dizer. Talvez não queira ouvir essa verdade, quando ela vier me visitar.
Nossos filhos de amanhã, quem sabe, nem venham a ler o que hoje lhes escrevo, mas isso pouco importa. Quando falo em nossos filhos, dirijo-me a toda essa geração perplexa que perdeu os documentos e também a identidade quando o último trem da felicidade passou sem avisar. Geração a qual eu também pertenço e já nem lembro mais do meu número de série, senha ou código-secreto que tínhamos pra nos comunicar. O elo perdido do homem, talvez não esteja em seu passado pré-histórico, mas no seu futuro pós-guerra nuclear.
Adoro o vôo dos anjos, mesmo sem nunca ter visto nenhum deles voar. Pra falar a verdade, nem ao menos vi algum anjo em minha vida; salvo os das igrejas, cemitérios, hospitais e tudo mais que me deixa confuso e desorientado, diante daquele ser alado de pedra, aprisionado por uma grossa camada de mármore, granito, gesso ou pedra-sabão. Porém, mesmo assim, prefiro contemplar essa idéia de liberdade, a viver em constante alerta, esperando que a qualquer momento o homem cruel aperte o botão e mais uma vez tudo desapareça...
Se o Sol fosse um Deus, certamente se sentiria ameaçado pela loucura de seus filhos (loucos meninos), que construíram um brinquedo destruidor e agora tentam insanamente testá-lo uns nos outros para ver se funciona mesmo. Quem será o primeiro a arriscar? Isso ninguém saberá, pois dizem os sábios de plantão - e quem serão estes seres perfeitos que adivinham o futuro? - que ninguém sobreviverá a esse confronto de titãs. Tomara que, dessa vez, eles cometam um pequeno engano!
Se a Terra se partir em dois, pouco restará de nós, mas finalmente será feita a vontade de seus donos (e quem serão eles?), que decidem friamente o destino do mundo como jogassem uma partida de xadrez.
Bem, se antes disso acontecer eu não fugir pra Marte — pois, se outras pessoas que pensam como eu forem mais espertas o último ônibus-estelar estará lotado demais — então, ficarei por aqui mesmo, aguardando o momento final. Não construirei um abrigo subterrâneo; pois se eu não puder ser um anjo liberto, voando pelo céu sem destino, minhoca se enterrando na terra suja com medo, isso jamais serei...
Hoje, o presente me chama pra seu lado, sussurrando nos meus ouvidos, verdades que na boca do homem parecem mentiras. Não sei se escuto o que ele me diz ou se tapo meus ouvidos.
Minha casa é meu castelo e não quero me trancar em nenhuma torre distante, nem construir um fosso profundo que me aprisione dentro de mim, mais do que já tenho feito. Por isso, meu filho, meu amigo ou quem quer que leia estas poucas linhas retilíneas de minha clara juventude — que amanhã poderá estar manchada de poeira cósmica ou coisa pior — não se importe com futuro incerto, apesar de que tudo lhe indique ser obscuro. O que interessa é o hoje (amanhã, para os jovens do ano 2000), que está batendo a minha porta e vou ter que atendê-lo pra ver se não é um trote.
Não espere muito se eu não vier te buscar. É que o destino poderá me levar pra longe do que penso e desejo; e, talvez, eu chegue tarde demais pra te encontrar. Por isso, meu filho, não me censure por ter perdido a chance de ter sido teu pai, só por ter querido aproveitar meus minguados anos de liberdade. Eu sou assim mesmo — tão inseguro e inconstante —, amando a vida (mulher irresistivelmente jovem e bela) sem nunca querer me entregar.

José Antonio Klaes Roig
Observação 1: Foto acima, de minha família, que é a responsável por muita coisa que tenho obtido nesses anos 2000, e que, não é por mera coincidência, passou a ser formada em 2000, quando casei com a profª Elisabete. Em 2005 veio Allan, para me proporcionar a paternidade/maturidade. Quando somos verdadeiramente pais, deixamos de pensar como filhos, e passamos a ser responsáveis por uma vida que é um pedaço de nós, e que nos garantirá indiretamente a tão sonhada eternidade...
Observação 2: Ano passado criei o blog Olhar Virtual , para divulgar vida e obra do artista plástico José Américo Roig, o Zeméco, meu pai, de quem herdei o gosto pela arte cultura desde sempre... E minha mãe, a profª Hildette me "entronizou", ainda criança, no mundo das letras. Meus pais são o exemplo real da Educação a distância (EaD), em minha vida. Criado por meus avós paternos e uma tia, meus pais sempre foram exemplo para mim e sempre estiveram por perto, ainda que distantes no espaço. Os pais são o primeiro educador que a criança tem. E em quase 16 anos de educação, aprendi que quando se conhece os pais do aluno-problema, descobre-se enfim o problema daquele aluno...

sábado, agosto 09, 2008

30 anos do jogo LEGO


Soube através do portal Yahoo! Notícias que em 2008 comemora-se os 30 anos do brinquedo LEGO, aquele das peças de montar e seus bonequinhos.
Segundo o Blog de brinquedo:

"Durante estas 3 décadas foram produzidas aproximadamente 4 bilhões de mini-figuras!
As mini-figuras LEGO foram desenhadas por Jens Nygaard Knudsen. Designer da LEGO desde 1968, Knudsen criou carros, trens e casas maravilhosas entre outros sets, mas ele sempre teve o sentimento de algo estava faltando. Faltava vida!
Então no começo dos anos 70, Knudsen começou a serrar e limar peças de LEGO até que finalmente ele chegou a uma pequena figura que combinava um tijolo LEGO com uma forma humana. A pequena figura angular tinha cabeça arredondada, não tinha expressão facial, não podia andar nem segurar nada. Esta primeira versão ficou conhecida como “the extra” e fez um certo sucesso no meio dos anos 70.
Jens Nygaard Knudsen não estava satisfeito e continuou trabalhando para dar mais “vida” a sua mini-figura. Eventualmente haviam 50 protótipos, alguns menores e outros um pouco maiores.
O Presidente da LEGO ao ver as figuras decidiu que o novo produto, com o nome de Minifigure, iriam impulsionar as vendas da LEGO, que andavam capengas.
A nova Minifigure dobrava o corpo, tinha olhos e boca, os braços se moviam e suas mãos eram capaz de segurar objetos, o que abriu um novo mercado para acessórios e partes. Em 1978 as primeiras Minifigures LEGO chegaram as lojas da Dinamarca, nos sets Space, Town e Castle.
A mini-figura LEGO é formada de 8 partes: dois braços, duas mãos, duas pernas, um torso e uma dobra no quadril. A cabeça no começo era sólida, mas para evitar risco de asfixia, a cabeça ganhou um furo no meio, de uma ponta a outra. Essa mudança também permitiu que novos acessórios fossem encaixados na cabeça.
No início a figura não tinha sexo nem cor definida e durante esses 30 anos a minifig LEGO foi modificada em milímetros, mas o design básico continua o mesmo da primeira minifigure de 1978".

Fonte: Blog de brinquedo
http://blogdebrinquedo.com.br/2008/08/07/lego-minifig-30-anos/

Tenho usado o software BlockCAD, que simula virtualmente um jogo LEGO, desde 2007, dentro do projeto de informática na educação especial, e no primeiro semestre de 2008 incorporei-o, junto com outros na oficina de Jogos Educacionais para professores de rede pública estadual, no NTE Rio Grande, sob jurisdição da 18ª CRE, e a receptividade foi muito boa. Receptividade boa tanto de professores como alunos.
O BlockCAD, que roda apenas em sistema operacional Windows, pode ser baixado gratuitamente através do link abaixo:

Download do BlockCAD

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço
http://blogdebrinquedo.com.br/2008/08/07/lego-minifig-30-anos/

terça-feira, agosto 05, 2008

O improvável não significa o impossível...


Para aqueles "...que têm sempre a mesma opinião sobre tudo, tudo, tudo...", eu prefiro ser essa metaformose ambulante, aproveitando-me dos versos da canção de mesmo nome, parceria de Raul Seixas (música) com Paulo Coelho (letra), convidando a todos para visitarem o link abaixo, que trata da incrível façanha de um ex-morador de rua do Recife - PE - Brasil, que passou em um dos concursos públicos mais concorridos para uma vaga no Banco do Brasil, entre mais de 19 mil candidatos... Dos 171 chamados, ele ficou em 136º lugar. Ubirajara Gomes, de 27 anos, foi morador de rua durante 12 anos, vivendo com cerca de 2 reais por dia, quando tomava café em uma biblioteca da cidade, e lá dentro lendo muito se fez por si só... Emocionante, reconfortante, inspirador... Como digo, nem sempre o improvável significa o impossível. Essa postagem é dedicada àqueles que acreditam em si e não desistem nunca, superando todos os limites. Assistam no link abaixo, do portal Globo Notícias o vídeo sobre a conquista relevante de Ubirajara.

Ex-morador de rua assume cargo no Banco do Brasil

Observação 1: Imagem acima, extraída da internet, do portal Globo Notícias.
Observação 2: Notícia descoberta através de visita ao blog Suspenso no Space , de Maurício Terra, aqui de Rio Grande - RS - Brasil.

Sinergia: Motivar é preciso...





Assisti em 2007, aos vídeos motivacionais acima, em palestra durante Seminário Municipal de Educação, aqui em Rio Grande - RS - Brasil, promovido pela SMEC, cujo tema norteador era a Avaliação Escolar, e desde lá custei a achá-los. Até que pelo YouTube, tempos depois, descobri o nome de cada um: Gladiador - Motivacional e Sinergia - Senhor dos Anéis. Mas essa descoberta deveu-se a lembrança de que os referidos vídeos mostravam belos textos e narrações, aliados às imagens dos filmes Gladiador, de Ridley Scott e O Senhor dos Anéis, de Peter Jackson. Ai ficou bem mais fácil a busca. Pretendo, se possível, utilizá-los como introdução motivacional nos cursos de formação de professores da rede pública estadual.
Segundo a wikipédia (a enciclopédia digital e colaborativa que existe na internet, prova cabal da própria sinergia), a palavra "Sinergia deriva do grego synergía, cooperação sýn, juntamente com érgon, trabalho. É definida como o efeito ativo e retroativo do trabalho ou esforço coordenado de vários subsistemas na realização de uma tarefa complexa ou função".
"Diz-se que o todo supera a soma das partes".
"Quando se tem a associação concomitante de vários dispositivos executores de determinadas funções que contribuem para uma acção coordenada, ou seja a somatória de esforços em prol do mesmo fim, tem-se sinergia".


Eu, particularmente, seja na educação ou fora dela, rendo melhor quando trabalho em equipe, e não apenas em EUquipe. Sinto-me mais seguro e capaz, quando posso dividir não apenas as certezas, mas principalmente as dúvidas com meus colegas que tornam-se amigos, e vice-versa. Seja no ambiente digital como no mundo real, meus projetos de trabalho são extensões do projeto maior de vida, como não canso de frisar. Talvez por isso, e por conta do apoio da família, dos amigos e colegas, possa conciliar tantos projetos e desafios simultâneos.
Seja na vida pessoal como na profissional, conto muito com o apoio dos que me rodeiam para superar os desafios constantes. Nesse caso a sinergia é essencial.

"Às vezes, quando encontro amigos com a idade de 20 anos, em depressão, achando que a sua vida é um caos sem fim... Lembro-me desses vídeos acima, e da luta de outro rapaz de cerca de 20 anos de idade teve há mais de 20 anos atrás... E que se não fosse a sinergia de amigos e familiares, e o menino não teria chegado ao futuro realizado e motivando aos que o rodeia...
Lembro a esses garoto(a)s de 20 anos, que poderiam ser meus filhos, que esse tal jovem de 20 anos atrás estava também num grande dilema existencial...
Teve uma infância de privações, perdas familiares, altos e baixos financeiros, reprovação escolar, desistências e abandonos escolares por motivos de saúde, depois por motivos econômicos. Enfim, até os 20 anos de idade, o jovem tinha vivido muitas experiências frustrantes e perdas irreparáveis, diversas mudanças de endereço, decepções amorosas e tudo mais. Apesar disso, sempre nos momentos decisivos, quando tudo parecia não ter solução, eis que sempre apareceu alguém amigo, e a sinergia provocou uma alteração no panorama do garoto. O grande segredo da vida é ao cair, levantar-se de imediato e continuar em frente. Nunca se acomodar nem achar que tudo está perdido e que nada tem solução.


Este breve depoimento faço apenas para alguns jovens de meu entorno, quando percebo que precisam de uma "chacoalhada", que nem esse outro jovem, cheio de incertezas e problemas que eu "conheci" um dia, achando que a felicidade era apenas uma palavra vazia para uso em campanhas publicitárias e nada mais. Não fosse a Sinergia de amigos, colegas e familiares, o garoto tímido e complexado de tempos atrás, jamais teria se tornado o homem independente e realizado que é hoje... Nos momentos chaves da vida, às vezes encontramos poucos mas sinceros e eternos amigos, que acreditam em nós mais do que nós mesmos! Portanto, dedico esta postagem a um jovem e talentoso amigo que conheci recentemente, e que tem muito em comum com meu pai - exceto o fato de querer voar e se jogar literalmente de um telhado de uma casa como seu Zeméco o fez, quando tinha em torno de 16 anos de idade -; e que embora se pareça demais com o jovem que eu já fui, quando tive a sua idade, que lhe sirva essa pequena história de vida como alento e inspiração. Todos - e quem labuta na educação sabe melhor que qualquer um -, devemos matar um leão (no sentido figurado, olha o IBAMA ai gente! risos), para sobreviver nessa arena de vaidades, decepções e provações contínuas que é a vida. Temos que aprender a usar a armadura, contudo não deixando que a alma dura nos tome conta. Nem deixar que o improvável se torna o impossível... Tudo na vida é transitório, seja o sucesso ou o fracasso. Conviver com altos e baixos é o destino do ser humano. Mas o conhecimento e o reconhecimento só virão àqueles que nunca se cansam de lutar, e de preferência em grupo.

Coincidentemente, falando em trabalho em grupo, há pouco mais de um mês iniciei mais um novíssimo projeto, com alguns jovens e talentosos escritores, chamado RPG - Role Poetic Games, em que todos os seis se conheceram pela internet, via orkut, blog e msn, e ainda não se reuniram ao vivo, aidna que morando na mesma cidade: Rio Grande - RS - Brasil. Mesmo assim a sinergia que domina o grupo foi capaz de criar esse blog (e universo) literário coletivo, que prima pela criatividade e originalidade.
Para saber mais sobre o RPG - Role Poetic Games, acessem aos links abaixo:

RPG - Role Poetic Games

Já conhece o RPG Literário?

Literatura em Teia

Links para os vídeos motivacionais deste post, foram encontrados no You Tube, bastando clicar abaixo:

Gladiador - Motivacional
http://br.youtube.com/watch?v=rUWqQZMyK7M&feature=related

Sinergia - Senhor dos Anéis
http://br.youtube.com/watch?v=6yKaSJnXt6c

domingo, agosto 03, 2008

A vida intertextual: escultura e humanidade


Ron Mueck - Click here for more free videos

Este é mais um post da série "A vida intertextual", de minha autoria, que já abordou Literatura, Cinema, Teatro, Internet e Televisão. Dessa feita, abordarei a escultura e os reflexos sobre a humanidade.
Vivemos em sociedade por conta de nossa linguagem. Todavia, temos a linguagem verbal (escrita ou falada) e não-verbal (composta por outras manifestações artísticas e culturais, dentre elas a pintura, a escultura, a fotografia, etc).
Nas formas não-verbais há, de certa forma, uma unidade lingüística abstrada e não concreta. Escultores como Michelangelo e Rodin, apenas para citar dois nomes do patronimônio artístico universal, fizeram literalmente as pedras falarem. Uma língua que foi talhada lasca a lasca, como fizera com a secura das palavras Graciliano Ramos e seu Vidas Secas ou com o artesanato lingüístico de um Guimarães-Rosa, que incorporou em sua obra-prima não apenas o linguajar dos tropeiros de sua Minas Gerais, mas expressões poéticas e inusitadas como "a palavra beijaflorou", "os passarinhos que bem-me-viam", em Grande Sertão: Veredas . A palavra a serviço das idéias mas também da beleza, tal qual fizera James Joyce, com seu Ulisses.
Se escrever é criar mundos, esculpir é criar seres. Dar vida a sonhos.
O australiano Ron Mueck possui uma certa intertextualidade com as obras de Michelangelo, pela grandiosidade da forma, mas também pelas incríveis e realistas expressões humanas nelas contidas. O impacto de vê-las foi tão forte para mim como observar as imagens de Pietà, Davi, Moisés e outras de Michelangelo, pela primeira vez. Conta a história que Michelangelo quando terminou a escultura de Moisés disse a ela: "Parla!", ou seja, "Fala", diante do impacto da obra sobre o próprio autor. Impacto que certas esculturas grandiosas nos fazem ter a mesma sensação dos fictícios lilliputianos diante do gigante Gulliver, um clássico da literatura mundial, de autoria de Jonathan Swift.
Se de fato uma imagem fala mais do que mil palavras, tudo depende, evidentemente, da imagem e das palavras. Mas, com certeza, as palavras esculpidas por Mueck, em forma de imagens são fantásticas, e, se não fossem pela sua dimensão enorme, enganariam, como dito por muitos, qualquer ser humano... Reparem na expressão do olhar de suas criaturas.
Descobri por acaso Ron Mueck e suas incríveis esculturas gigantes, quando procurava uma imagem para ilustrar um texto neste blog que falava sobre Reality Shows: aquela da mulher deitada na cama, rodeada de pessoas é um grande apelo para falar sobre programas do tipo Big Mother, e não Brother... Essa Grande Mãe, e sua expressão acamada é de uma humanidade e intertextualidade extrema com a vida de qualquer ser humano, que só não impressiona quem é feito de pedra, e não de carne e osso...

Vejam alguns links abaixo sobre a obra de Ron Mueck:

Fotos das esculturas gigantes de Mueck
http://www.picarelli.com.br/fotolegendas/fotolegenda022006a.htm

Sobre Ron Mueck
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ron_Mueck

Link para o vídeo acima:
http://www.metacafe.com/watch/816457/ron_mueck/

Textos enigmáticos


O texto abaixo, embora meus amigos de orkut, msn e e-mails possam pensar que foi digitado por mim, já que sou sempre mais veloz que o teclado, na verdade, foi-me repassado por um amigo de orkut. É uma brincadeira de fim de semana, e um desafio àqueles que não estão acostumados a teclar comigo. Hehehehehe

De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.

Sohw de bloa

Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito.

35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!


Quem conseguiu ler o primeiro texto enigmático, este segundo será mais fácil. Basta ler a primeira frase e automaticamente a leitura do restante fluirá ao natural. E ao final, o mesmo contém uma bela mensagem.

3M D14 D3 V3R40, 3574V4 N4 PR414, 0853RV4ND0 DU45 CR14NC45 8R1NC4ND0 N4 4R314. 3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0 UM C4573L0 D3 4R314, C0M 70RR35, P4554R3L45 3 P4554G3NS 1N73RN45. QU4ND0 3575V4M QU453 4C484ND0, V310 UM4 0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0 C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4...
4CH31 QU3, D3P015 D3 74N70 35F0RC0 3 CU1D4D0, 45 CR14NC45 C41R14M N0 CH0R0, C0RR3R4M P3L4 PR414, FUG1ND0 D4 4GU4, R1ND0 D3 M405 D4D45 3 C0M3C4R4M 4 C0N57RU1R 0U7R0 C4573L0. C0MPR33ND1 QU3 H4V14 4PR3ND1D0 UM4 GR4ND3 L1C40; G4574M05 MU170 73MP0 D4 N0554 V1D4 C0N57RU1ND0 4LGUM4 C0154 3 M415 C3D0 0U M415 74RD3, UM4 0ND4 P0D3R4 V1R 3 D357RU1R 7UD0 0 QU3 L3V4M05 74N70 73MP0 P4R4 C0N57RU1R. M45 QU4ND0 1550 4C0N73C3R 50M3N73 4QU3L3 QU3 73M 45 M405 D3 4LGU3M P4R4 53GUR4R, 53R4 C4P42 D3 50RR1R!! S0 0 QU3 P3RM4N3C3 3 4 4M124D3, 0 4M0R 3 C4R1NH0.

Gostou? passe a diante os textos e as mensagens...

Após a publicação deste post, recebei comentário da amiga Vera Guidi, indicando um texto que se relaciona a esse tema, chamado Método Glenn Doman, que utiliza-se da "plasticidade cerebral" para ensinar precocemente a leitura associativa...
Segundo Vera "A estimulação é usada em lesados cerebrais e crianças com síndromes genéticas". Vejam mais no blog Arte Brasilis2:

Método Glenn Doman
http://arte.brasilis.zip.net/arch2008-08-03_2008-08-09.html#2008_08-03_18_46_58-126697123-0

Observação: Imagem acima, intitulada Enigma Azul, arte digital de Regina Kalman, de Jundiaí - SP - Brasil, foi extraída da internet, do seguinte endereço
http://baixaki.ig.com.br/papel-de-parede/13958-enigma-azul-arte-digital-de-regina-kalman-jundiai-sp.htm

sábado, agosto 02, 2008

"Educação a distância não é fast-food"


Esta semana iniciei mais um desafio educacional, como cursista/aluno e não como formador de professores, no intuito de verticalizar (unificar) meu currículo, que está muito hozizontal (diversificado). Comecei uma graduação em Letras e suas Literaturas (Unopar), na modalidade Educação a Distância (EAD), que conciliarei com o mestrado em Letras (FURG), que está na fase de escrita da dissertação, para no futuro partir para outros projetos. É um antigo sonho, que somente agora pude realizar, já que entre as tantas atividades que desempenho, sou também um escritor autodidata desde a tenra idade. Muito do que aprendi sobre o mundo e as pessoas foi através dos livros, numa espécie de auto-ajuda com educação a distância, já que meus maiores professores foram outros escritores e pensadores, muitos deles que não estão mais entre nós... Mas também aprendi muito com os tutores, que foram professores que tiveram um papel fundamental em dirimir minhas dúvidas, quando estas surgiram. O modelo semi-presencial, em que se tem um encontro presencial semanal e as demais atividades são efetuadas em ambiente virtual de aprendizagem, para mim tem sido favorável.
Com tantas atividades, trabalho, família, etc. a possibilidade de cursar na modalidade EAD juntou o útil ao agradável, pois não teria no momento como voltar ao ensino totalmente presencial. Já fiz diversos cursos de extensão em EAD, e até mesmo a especialização em TICs na Promoção da Aprendizagem (UFRGS-2006-2007), no modo semi-presencial. Há quem tenha ressalvas ao ensino a distância sem se dar conta que ele existe já há tempos, como bem frisou minha tutora de sala de aula, a profª. Lisandra: "E o que é o EJA - Educação de Jovens e Adultos que não uma forma de educação a distância, em que o aluno pega o material, estuda por conta e vai esclarecer dúvidas com o professor para depois fazer a prova e ser avaliado?". Como a tutora comentou: "Tanto o ensino tradicional, totalmente presencial como o em EAD, depende muito do aluno, pela sua disciplina e organização". Realmente, a presencialidade hoje até está mudando de configuração, pois podemos estar apenas de corpo presente numa sala de ensino presencial ou bastante participativo em ambiente de EAD, discutindo em foruns, listas, etc. Eu sou meio suspeito para falar de EAD, pois sou defensor de que um blog, como este aqui - e outros tantos, de blogueiros educacionais - possa se transformar direta ou indiretamente em espécie de ambiente de EAD, pelas trocas de experiências que proporciona. E como já comentei em outras postagens, um blog pode ser complemento de conteúdo do ensino regular, através de atividades extracurriculares. Basta que o professor/editor, a partir da configuração de permissões de uso, decida quem pode contribuir ou apenas ler as postagens, que também podem ser restritas apenas ao professor e sua turma.
Para mim, educação fast-food é aquela centrada na chamada educação bancária em que metas devem ser atingidas dentro de rígidas diretrizes que lembram as empresariais.
O termo "educação fast-food" extraí do ótimo texto (fornecido na primeira aula presencial do curso), de autoria do professor José Manuel Moran, especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância, intitulado O que é educação a distância (que pode ser lido na íntegra, no link abaixo):

Eis fragmento do texto de Moran:

"Educação a distância não é um 'fast-food' em que o aluno se serve de algo pronto. É uma prática que permite um equilíbrio entre as necessidades e habilidades individuais e as do grupo - de forma presencial e virtual. Nessa perspectiva, é possível avançar rapidamente, trocar experiências, esclarecer dúvidas e inferir resultados. De agora em diante, as práticas educativas, cada vez mais, vão combinar cursos presenciais com virtuais, uma parte dos cursos presenciais será feita virtualmente, uma parte dos cursos a distância será feita de forma presencial ou virtual-presencial, ou seja, vendo-nos e ouvindo-nos, intercalando períodos de pesquisa individual com outros de pesquisa e comunicação conjunta. Alguns cursos poderemos fazê-los sozinhos, com a orientação virtual de um tutor, e em outros será importante compartilhar vivências, experiências, idéias".

Leiam abaixo a íntegra do referido texto e outros mais do autor:

O que é educação a distância

Mais textos do prof. Moran

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do seguinte endereço
http://blog.griebeler.com/2008/02/matria-do-jornal-hoje-sobre-educao.html

Vídeo escolar sobre o Expressionismo


O vídeo acima, indicado pelo prof. Fogaça, cursista da formação em Educação Digital, foi feito por alunos da EEEM Bibiano de Almeida, em Rio Grnde - RS - Brasil. Não pude precisar o ano da produção, mas o trabalho é criativo, humorado e instrutivo. Uma animação que mescla arte e cultura, expressionismo e animação com personagens do South Park. Prova de que tecnologia e educação podem conviver com arte e cultura, de forma integrada. Assistam também ao vídeo pelo link abaixo, que leva ao YouTube:

Expressionismo

sexta-feira, agosto 01, 2008

Uso precoce do computador?


A maior fonte de inspiração que tenho para os meus post's e comentários são às vezes decorrente de conversas com amigos, ou leituras de suas publicações em seus blogs.
Lendo postagem no blog Caldeirão de Idéias, de meu amigo e colega Robson Freire, Itaperuna-RJ, intitulada Professor combate o uso precoce do computador , fiquei fazendo minha própria reflexão. Sugiro a leitura na íntegra do texto, no link abaixo.

Professor combate o uso precoce do computador

Hoje, falar em precocidade é relativo. Os tempos modernos de hoje são totalmente diversos dos tempos modernos retratados por filmes como o de Charles Chaplin. A atual geração educa-se a distância, via televisão, ainda no berço, sejam com desenhos instrutivos ou não. Mesmo os desenhos animados que não são abertamente consumistas, geram um consumo indireto com a venda de bonecos, cadernos, tênis, roupas, etc. Quando eu era menino, roupa de criança era roupa de criança, e não tinha esse apelo de estampas de super-heróis e de personagens de histórias em quadrinhos. Vestia-se com o que o dinheiro podia pagar, e que sempre foi curto demais lá em casa... Mas entre altos e baixos, salvaram-se todos. Hoje, cada vez que se leva um filho para escolher uma roupa, calçado e até brinquedo é uma pequena odisséia, diante da variedade de itens, e a dificuldade de os preços se encaixarem no orçamento familiar. A televisão já se instalou no imaginário infanto-juvenil, assim como o videogame, e agora o microcomputador e a internet, até que surja outra revolução tecnológica. Quem tem filho pequeno sabe como eles monopolizam a TV. É preciso estipular horários e restringir certas programas, de acordo com a faixa etária da criança. Mas quais pais que de fato fazem isso? Eu ainda consigo, pois meu bebê tem apenas 3 anos e meio, e adora assistir o canal Discovery Kids. Mas quem não possui esses recursos, e que os filhos crescem vendo programas permissivos, travestidos de shows de realidade? Apesar disso, pode-se conversar com os filhos sobre certos programas e seus conteúdos.
Segundo publicação do Caldeirão de Idéias:
"Valdemar Setzer, titular do Depto. de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da USP, defende que o computador seja utilizado somente a partir dos 17 anos, admitindo que isso hoje é ‘meio utópico’. Para ele é preciso barrar a tecnologia na rotina das crianças, pois pode ser prejudicial".
Vejam a íntegra de sua entrevista a revista Veja, no link abaixo, e façam suas próprias conjecturas:

Escolas High Tech

Entretanto, apesar de uma parte da argumentação do professor Valdemar ser válida, outra realmente é utópica. Hoje, barrar o acesso à tecnologia às criança e jovens, impondo limites, ou sugerindo-os, em torno dos 16, 17 anos, além de improvável é impossível. Primeiro, pelo fato de que vivemos no olho do furacão de uma nova revolução tecnológica, com uma parafernália que é o sonho de consumo não apenas de jovens mas também adultos. Segundo, que a grande crise da educação é familiar e nem tanto escolar. A escola recebe uma criança aos 7 anos com todas as qualidades e defeitos que a família, por ação ou omissão, sobre essa criança depositou. Se os próprios pais se julgam impotentes perante 1, 2 ou 3 filhos, que deixamos para um professor com 30 ou mais "rebeldes sem causa" em um mesmo local, que além de nem sempre ter a infra-estrutura adequada de trabalho (recursos humanos e financeiros), nem sempre pode tomar atitudes disciplinares; pois pais de filhos rebeldes (distantes a maior parte do tempo do filho) não aceitam as atitudes tomadas por professores e escolas, tentando compensar diante dos filhos sua ausência, com uma defesa intransigente de comportamentos injustificáveis!
Volto a frisar que, para mim, o computador e os meios eletrônicos por si só mal nenhum causam a alguém, desde que usados com moderação e bom senso. Quem faz uma máquina ser nociva a quem quer que seja é o seu usuário. Sim, atualmente, os maiores usuários de drogas e de equipamentos tecnológicos são as crianças e os jovens, na maior parte por conta da omissão dos pais e/ou responsáveis que não impõem limites ainda quando a criança está formando sua personalidade. Limites e não proibições. Não adianta proibir sem explicar o motivo, nem apresentar uma compensação. Depois, a escola é que arca com o ônus da destrutura do modelo familiar.
A sugestão do prof. Setzer seria válida, quem sabe, numa escola, tipo internato, com regras rígidas, em que aos alunos não fosse permitido acessar a tecnologia nem conviver com colegas que estas possuem. Ou então, numa proposta inovadora de conciliar o tecnológico com o lúdico, da arte com o fato, na criação de artefatos culturais - brinquedos, jogos, danças, teatro, etc - dentro de um currículo escolar dinâmico. Mas ai requer mudança de valores culturais de uma sociedade. Algo que leva tempo e investimentos de todos os atores sociais envolvidos na questão.
Quando eu era menino - e computador só existia em filmes de ficção científica e em grandes corporações industriais e bancárias -, eu fazia os meus próprios brinquedos: carrinhos com lata de leite em pó cheios de areia, presos com arame e puxados a cordão; pipas ou pandorgas; carros de lata de óleo; bonecos feitos de papelão, desenhados e pintados por mim e meus irmãos, imitando os super-heróis da TV; etc. Era uma prática saudável e de custo irrisório, pois aproveitávamos a sucata do dia-a-dia, e se estragava, logo o próximo material que deveria ir pro lixo já era incorporado ao nosso mundo de criança. Fazíamos educação ambiental sem saber disso...
Atualmente, para voltar a esse tempo, só vejo duas formas, ambas complexas: através de alguma máquina no tempo, o que a ciência ainda busca, mas parece no momento improvável, embora não de todo impossível; ou tentar mudar o modelo atual de consumismo da sociedade, o que para mim é mais difícil do que criar uma máquina do tempo!
Porém, apesar de possíveis exageros, tantos meus como do professor Setzer, pode-se tentar o meio-termo da pacífica convivência entre o tecnológico e o lúdico. Mas para isso, família e escola têm que se unir e trabalhar em conjunto, pois de nada adianta a escola motivar por um lado e a família puxar para o outro lado (ou vice-versa) neste cabo-de-guerra que se tornou o ato de educar e ensinar em pleno final de século XX e início de século XXI. A educação é um compromisso de todos - parafraseando lema de campanha institucional. Todos, para mim, representam o estado, os professores, os pais, os alunos, enfim, toda a sociedade.
Acho que algumas propostas inovadoras - como da amiga e colega, a profª. Vilmabel Gibon, e de seu Livro Teatro Pedagógico, que comentei a alguns post's atrás -, que trabalham a questão do brinquedo, da dança e do teatro na educação vêm de encontro, tanto ao que penso, como da proposta do professor Setzer.
Mas o computador, a internet, os multimeios em geral não precisam ser banidos do meio educacional, pelo contrário. Requer apenas serem monitorados por pais em casa. E, se usados no contexto escolar, serem utilizados dentro de propostas que conciliem o ensino e a aprendizagem, junto com a questão lúdica, tanto para jovens como adultos. Em minhas atividades como especialista em tecnologia educacional às vezes sou o aprendiz, graças aos multimeios e recursos como msn, orkut, chat, etc., em que às vezes aprendo com alguns de meus alunos, jovens de 10, 12, 16 anos, todos dentro da idade que o prof. Setzer desaconselha o uso do computador. Em projetos com o uso da informática na educação especial vejo como o computador transforma alunos ás vezes apáticos com popostas tradicionais se tornarem jovens criativos, interagindo em grupos. Afinal, tudo na vida tornou-se relativo, desde que Albert Einstein formulou a sua teoria da relatividade... E Einstein, segundo sua biografia (que li muitos anos atrás), quando jovem, foi considerado incapaz pela maioria de seus professores e seus pais. Toda avaliação também pode ser relativa...

Observação: Imagem acima, colagem de minha autoria, feita do forma artesanal, usando recortes de revistas antigas, tesoura e cola bastão, e digitalizando o resultado para o computador. Uma mescla de artesanato e tecnologia.