sexta-feira, fevereiro 29, 2008

10.000 visitas ao blog Letra Viva


Caros visitantes do blog Letra Viva, ultrapassamos as 10.000 visitas.
De acordo com o contador de visitas Real Tracker, que considera a quantidade de acessos, incluindo mais de um da mesma pessoa ou computador foram: 6.300, quando do 1º contador, que continua instalado, mas que não consigo fazê-lo ser visível, somado ao segundo, com 3.716, totaliza a marca de 10.016 visitas, até o momento que escrevo essa postagem. Pelo contador Geovisite, instalado no último dia de 2007, são 2.874 visitantes, daquele período até hoje, indicando a nacionalidade e a cidade dos mesmos. O Real Tracker considera a quantidade de visitas, e o Geovisite o número de visitantes. Ou seja, num único dia, pelo Real Tracker é contado, por exemplo, 150, enquanto no Geovisite considera 100 (que podem entrar mais de uma vez).
Agradeço, sensibilizado, a todos os que deixaram comentários neste período, ou pelo blog, ou pelos meus e-mails, alguns sendo colegas e blogueiros educacionais, que proporcionam o intercâmbio e divulgação boca-a-boca de meu blog, sendo diretamente responsáveis por essa média expressiva, de mais de 100 visitas ao dia, o que, além do reconhecimento é uma grande motivação para continuar divulgando projetos e atividades pessoais, de colegas, de instituições, etc. Sendo um portal com enfoque tecnológico e educacional, mas também abordando arte e cultura, e seus entrecruzamentos, procuro sempre discutir questões do meu dia-a-dia sem que seja um diário pessoal. Comno coloquei em outra postagem: o objetivo de um blog educacional, oa meu ver, não é apenas ser inventário de ações, mas um diário de idéias e indagações.
Grato a todos pela visita! Continuem visitando o Letra Viva do Roig, e divulgando o mesmo aos conhecidos, amigos, colegas e simpatizantes.
Observação: Imagem acima, intitulada "Last drop", de Ahermin (pseudônimo do autor), extraída do portal www.deviantART.com; imagem que representa o sentido de um blogueiro que joga suas mensagens dentro de "garrafais virtuais", no ciberespaço, sem saber em que praia vão chegar, quem a lerá e que significado poderão dar a alguém, além de seu autor. Bom saber que elas chegaram e agradaram, pois mais de 10.000 visitas em 1 ano e meio é uma marca expressiva para um educador, que propõe a crítica construtiva, a reflexão pro cotidiano e a provocação sadia para o debate virtual na (e sobre a) sociedade real. Grato a todos.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Sociedade High-Tech


O livro de Alain de Botton, filósofo suíço, intitulado Como Proust pode mudar sua vida, traz, entre tantas considerações sobre arte, cultura e literatura, as vivências e opiniões de Marcel Proust, autor de Em Busca do Tempo Perdido, contidas em sua obra literária, que poderiam servir de inspiração a vida de seus leitores. Um trecho, em especial, resolvi destacar para fundamentar minha opinião sobre a alta tecnologia presente em nosso cotidiano. Leiam o fragmento abaixo, extraído do livro de De Botton:

"Pegue o exemplo, nada sentimental, do telefone. Bell o inventou em 1876. Por volta de 1900, existiam trinta mil aparelhos de telefone na França. Proust rapidamente adquiriu um (tel. 29205) e gostava em especial de um serviço chamado 'teatro-fone', que lhe permitia escutar ao vivo óperas e peças de teatro da temporada parisiense.
Ele pode ter ficado satisfeito com o seu telefone, mas notou que rapidamente todas as outras pessoas à sua volta também começaram a comprar os seus. Já em 1907, ele escreveu que o aparelho era
um instrumento sobrenatural, um milagre diante do qual ficamos inicialmente perplexos, mas que hoje usamos sem lhe dar a menor atenção, para chamar o nosso alfaiate ou pedir um sorvete.
(...) Bastaram pouco mais de três décadas para que uma maravilha tecnológica deixasse de atrair olhares de admiração e se tornasse, um objeto doméstico que não hesitaríamos em condenar se fosse o responsável pela pequena inconveniência de um glace au chocolat atrasado".
**********
Diante deste fragmento, presente às páginas 157-158, do livro acima citado, cabe comentar como, em questão não mais de décadas mas de meses, os avanços tecnológicos ficam triviais, banais, diante do consumismo de nossa civilização. Há cerca de 30 anos atrás, ou seja, no ano de 1978, quanta coisa, hoje banal, sequer existia como as temos atualmente: computador pessoal, CD, DVD, TV Digital, telefonia móvel (celular), internet, GPS, código de barras (já ficando ultrapassado), urna eletrônica (mudando o sistema, para leitura biométrica, que reconhecerá o eleitor pela sua digital); enfim, em termos de alta tecnologia, três décadas representam quase 3 séculos em relação ao conhecimento adquirido e à própria tecnologia existente antes de meados do século XX e início do século XXI.
Não bastasse isso, incorporamos uma cultura high-tech a nossa vida, em que se nosso celular não funciona, a TV a cabo sai fora do ar, o computador trava ou a internet cai, ficamos meio que ilhados, como um Robinson Crusoé do terceiro Milênio. Nos acostumamos tanto com a tecnologia que quando ela entra em colapso, ai sim, nos damos conta de que o banal para uns, é vital para outros.
Nossa sociedade global, cada vez mais high-tech, quanto mais avança tecnologicamente, parece regredir em termos de relações humanas. E a tão propalada inteligência artificial poderá, nas próximas décadas, segundo especialistas, tornar-se corriqueira, incorporada às máquinas inteligentes, que poderão analisar dados e tomar decisões em frações de segundo. O que parecia ficção antes, hoje já é realidade.
Porém, remetendo a Proust, sua vida e obra, há que se lembrar que existem coisas que por mais "sobrenaturais" que possam parecer, não irão suplantar a emoção da vida real. Eu, particularmente, não trocaria assistir um jogo do time do coração (S.C. Internacional) num estádio de futebol lotado ou ver um bom filme na tela grande do cinema, pela assistência dos mesmos diante de um equipamento de home theatre de última geração. Claro que hoje, tanto ir ao cinema como a um estádio de futebol, são situações que beiram ao sobrenatural, pela violência e risco que impõe uma sociedade high-tech, repleta de hooligans e arruaceiros, que não permitem que pessoas comuns possam se divertir. Violência banalizada pelos noticiários que não chocam mais como três décadas atrás. O grande desafio do século XXI é fazer que a Sociedade high-tech, cada vez mais dependente da tecnologia, aprenda a valorizar as pequenas coisas da vida, quase em extinção, como ouvir uma música que tenha letra e ritmo inteligíveis, e não apenas o som hipnótico de um bate estaca. Um filme que não se resuma apenas a efeitos especiais e outras coisas mais.
Da mesma forma que, por mais que as máquinas sejam inteligentes, jamais irão substituir o professor, que usa suas emoções e vivências para passar conteúdo programático da disciplina, seus conteúdos e competências. O bom educador é insubstituível, pois nenhum máquina, por mais sofisticada e complexa que seja poderá imitar a inventidade e a afetividade humanas. É claro que existem professores que adoram o chamado ensino robotizado, em que os alunos ficam sentados, enfileirados, ouvindo tudo calados, dizendo sim senhor(a), não senhor(a). Mas esses sim, ao insistirem em aulas de forma mecânica e repetitiva, é que correm perigo de extinção num mundo em (como gosto de brincar, dizendo...) que os jovens só faltam nascer, não mais ligados à mãe pelo cordão umbilical, mas sim por um cabo USB, tamanha a desenvoltura com a tecnologia de ponta. Entretanto, educação de qualidade não se faz apenas com equipamentos. Incentivar o hábito da leitura, desde a mais tenra idade, é talvez uma das melhores formas de estimular a aprendizagem em sentido universal.
Observação: Imagem acima, digitalizada de uma antiga propaganda de assinaturas de revistas da Editora Abril, cujo o slogan, bem apropriado a esta postagem, era: "O Universo está em expansão. E o seu conhecimento?".

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

A importância de uma segunda opinião


Seja na informática, na medicina, no direito, na educação ou outra área, sempre ouvir uma segunda opinião é fundamental.
Na informática, digo de cadeira, que se alguém afirma que tal equipamento não tem conserto, melhor levar noutro técnico. Já tive impressora condenada, modem desenganado, e outros equipamentos que voltaram à vida, após uma segunda opinião de especialista. Na medicina, o mesmo ocorre. Diagnósticos devem ser confirmados. No direito, tudo é extremamente subjetivo, ainda que a lei seja clara, visto que o poder da argumentação e da contra-argumentação é o diferencial entre ganhar e perder uma causa.
Na educação, o rendimento muitas vezes está vinculado a prática de seu professor. Não o paizão e tolerante com tudo, nem o "sargentão", linha-dura, onde o silêncio e o respeito (temor) imperam. Respeito se conquista com competência e com certa flexibilidade. Grito e cara feia assustam na primeira vez e nunca mais.
Cena antológica do filme Sociedade dos Poetas Mortos, em que o professor, interpretado pelo ator Robin Williams, rasga páginas de livros devem ser encaradas como uma simbologia e crítica ao ensino mecânico e robotizado, antes mesmo do advento da informática na educação. Evidentemente que não se muda a prática educacional rasgando ou queimando livros, muito menos endeusando cartilhas. O livro didático não é vilão nem herói. Apenas uma ferramenta como tantas, inclusive, o microcomputador, que não mudará a realidade de sala de aula, se não foram incorporados aos laboratório de informática educativa (LIE), planejamento, compartilhamento, sentido e significado. Como se faz isso? Penso que, tanto na informática como na educação, e principalmente na informática educacional, os educadores não devem simplesmente reproduzir conteúdos que vêm de cima para baixo. Podem e devem produzir conteúdos educacionais, de baixo pra cima, mostrando via apresentação de slides, blogs, páginas na internet, jogos educacionais que incorporem em si a teoria e a prática educacional daquela comunidade, que poderá ser conhecida, via mundo digital, e adaptada à realidade de outra localidade.
Sempre fui muito crítico, como leitor e escritor, e também como educador. Mas um crítico construtivo. Hoje, ter-se opinião a respeito de tudo que conhece é dar seu depoimento, não significa ser dono da verdade, e sim divulgar a verdade de cada um. Ao expor as opiniões, estamos sujeito a provocar controvérsias. Lamento, mas não me arrependo de atitudes que tenha tomado em vida, no cumprimento de uma atividade. Todas foram fruto das circunstâncias que vivi. Por formação legalista e jurídica, muitas vezes minha opinião contrariou a de outros, inclusive a de amigos. Acho curioso que a cada publicação de artigo de opinião, em jornais da região, é espelhado nos rostos dos conhecidos, ao me cumprimentarem ou negarem o cumprimento, uma concordância ou discordância com meu texto. Mas, opinar é preciso, viver não é preciso, se for pra reproduzir o que os outros já disseram, e melhor. Ou se for para agradar alguém, melhor fazer versos de louvação, o que não é o meu caso.
Escrevo desde os 17 anos, e aos trinta e muitos anos, resolvi, aconselhado por amigos e familiares, publicar meus escritos. Primeiro em jornais da região (poemas e crônicas), depois buscar uma publicação individual em livro. Optei pelo livro de contos Realidade Virtual, escrito em 2000, num tempo de transformações pessoais, familiares, funcionais e mundiais, que repercutiram na minha obra. Remeti os originais para algumas editoras. A maioria sequer respondeu; algumas responderam em formulário pronto e assinado previamente, agradecendo gentilmente o envio do material e dizendo que não seria publicado; outras enviaram orçamento, talvez somando número da páginas pelo custo, mas para isso, preferia gráfica que sairia mais econômica a edição. Por fim, duas editoras responderam. A primeira, alguns dias após envio dos originais, escrita de forma cortês, mas crítica, fazendo com que o homem de 30 e muitos anos ficasse 2 meses sem pegar num livro e outros tantos sem escrever uma linha sequer; se fosse o jovem de 17 anos, nos primeiros passos literários que recebesse a tal resposta, eu não estaria hoje aqui, minha vida teria mudado, tomado outro rumo, já que foi a literatura que me fez ser o que sou. A segunda editora, após 120 dias, remeteu uma carta elogiosa ao trabalho e uma proposta tentadora de edição. Diante das duas opiniões, que dilema atroz me corroeu. Ou 8 ou 80? Pensei, pensei, pensei muito, até arriscar, e ao invés de desistir da publicação, como a primeira sugeriu, "pois não merecia ser publicada, pelo menos por aquela editora"; resolvi juntar algumas economias e publicar meu primeiro livro. Logo surgiu o convite para lançá-lo na Feira Internacional do Livro de São Paulo (2004), onde fui; depois, o convite da editora para que o livro participasse da Feira do Livro de Frankfurt (Alemanha-2004), maior evento da literatura mundial. Aceitei e o livro Realidade Virtual encontra-se desde aquela data no catálogo internacional de direitos autorais, disponível às editoras estrangeiras que se interessem pela aquisição para publicação. Evidentemente, como escritor iniciante, em publicação, sem uma grande editora, sem tempo nem condições financeiras para ter um agente literário, ou viajar para divulgação do mesmo, morando no extremo sul do Rio Grande do Sul, Brasil, tudo fica mais complicado. Mas um pequeno sonho foi realizado, e para um escritor não há satisfação melhor que ver leitores folheando seu livro, pedindo autógrafos, indicando para amigos, vendo o livro exposto em vitrines, junto aos livros de consagrados escritores...
Por isso, em palestras com alunos, professores e outros, quando possível, gosto de lembrar dessa experiência de vida e "da importância de uma segunda opinião", seja na literatura, na medicina, na informática e principalmente na educação. Nesta área, o professor deve ser o mediador do conhecimenmto e não o detentor do mesmo, determinando o que é certo e o errado, mas compartilhando experiências e ensinamentos. Como disse alguém: Aquele que julga saber todas as respostas pra tudo, não se dá conta que as perguntas, as dúvidas, os anseios e os sonhos mudam a cada geração". Lição que aprendi com a vida é que para tudo sempre terá uma segunda opinião.
Observação 1: Imagem acima, intitulada "Decalcomania", de René Magritte, pintor belga, mestra do surrealismo, extraída do endereço
http://artscenecal.com/.../RMagritte2D.jpg
Observação 2: Aos interessados em conhecer meu estilo de escrita literária, basta acessar ao meu outro blog ControlVerso.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Aquecimento global: no mundo real e no digital


Cada vez mais a informática e o mundo digital tentam reproduzir em bits e bytes o que acontecem no mundo real, ora por intenção, ora por casualidade. Refiro-me ao aquecimento global, evidenciado de forma cada vez mais nítida, sem que seja preciso se expor demais ao sol, na beira da praia. Basta sair de casa para o trabalho e vice-versa para sentir na pele certa ardência, que antes só acontecia no auge do verão e depois de um longo período de exposição. Hoje, para se sair de casa, deve-se usar protetor solar, para evitar os danos à pele.
Já, no mundo virtual, outro aquecimento deve-se evitar, ou seja, o que está sujeita a máquina. Cuidados para que o micromputador não superaqueça e queime componentes esseciais. Cada vez mais as pessoas trabalham conectadas, umas mais que as outras, mas muitas delas vivendo on-line sem desligar o microcomputador nem pra dormir. Por melhor que seja o equipamento adquirido e a resistência que o fabricante divulga na garantia, pra tudo na vida real e também na virtual há limites. Locais pouco arejados, com incidência da luz solar direto sobre o PC, sensível à umidade e à poeira vão comprometendo a eficiência do maquinário. Se navegar é preciso, ventilar a máquina é essencial, e se no local tiver equipamento de ar-condicionado, melhor ainda. Especialistas sugerem, além disso, outros pequenos cuidados como não deixar o micro próximo demais de móveis ou paredes, o que prejudica a saída do ar quente de dentro da máquina. Processador, placas, fonte e outras peças do interior do computador acumulam energia e produzem calor. Aquele pequeno componente, parecido com um pequeno cata-vento de plástico, chamado cooler é elemento básico para a ventilação da fonte e do processador. De vez em quando convém ver se suas pás não estão tortas, o que requer imediata substituição. Limpeza interna do equipamento, retirando umidade e poeira também, é um cuidado que ajuda no desempenho do mesmo. Levar o PC ao técnico, não apenas quando apresenta problemas - como se faz com um carro no mecânico para revisão -, é um bom conselho a quem vive mais conectado ao mundo digital do que ao real. Afinal, prevenir é sempre melhor e mais barato do que remediar.
Para finalizar esta postagem, primeiro, voltando ao aquecimento global do mundo real, sugiro a quem ainda não assistiu em tela grande (cinema) ou na pequena do DVD, locar urgentemente o vídeo Uma Verdade Inconveniente, produzido pelo ex-vice-presidente e ex-futuro presidente norte-americano Al Gore. Um filme que traz imagens e dados preocupantes sobre esse tema de importância mundial. É uma boa dica de vídeo para o debate em sala de aula (ou na de vídeo) dos educadores com seus alunos, no retorno de ambos das férias, pois envolve a interdisciplinariedade, trabalhando a questão ambiental como tema transversal.
O segundo comentário final trata-se sobre um dado curioso, na questão do aquecimento global, que é o ato de reinterpretar o refrão de um clássico da canção popular brasileira, que diz: "O sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão". Já estamos vivenciando o que era apenas poema tornar-se profecia: áreas desérticas onde haviam florestas e lagos, áreas alagadiças onde antes haviam cidades e estradas. Será que todo poeta é meio profeta descuidado? Ou será que todo profeta poetiza o que vê antes dos outros, o que nem ele mesmo entende plenamente, mas intui, sobre aquilo que os outros não dão valia às suas críticas e reflexões? Fazendo um exercício de crítica literária com mescla de crítica política, penso que as centúrias de Nostradamus, mais do que profecias apocalípticas, se lidas fora deste contexto é um texto poético, simbólico, metafórico, enfim, literário à espera de confirmação histórica ou não. Depois do fatídico 11/09, ao ligar-se um microcomputador, uma TV ou outro equipamento eletrônico fica improvável dizer à primeira vista o que é realidade e o que não passa de ficção, o que é literatura e o que poderá tornar-se parte da História Universal da Infâmia - mais que citação de livro e indicação de leitura do livro do grande escritor argentino Jorge Luis Borges, uma provocação e uma reflexão sobre o nosso cotidiano.
Observação: Imagem acima, digitalizada de um recorte de jornal, em que não foi possível identificar autoria, nem se é de fato uma imagem ou uma manipulação digital.

domingo, fevereiro 24, 2008

Projeto de Informática na Educação Especial na Revista Carta na Escola II



Agradeço ao jornalista Michel Dauon pela gentileza do envio de um exemplar da revista Carta na Escola, edição nº 23, fevereiro/2008, que traz matéria de sua autoria, à pag. 60, sobre o Projeto de Informática na Educação Especial, que coordeno há 3 anos, parceria entre a Escola Estadual de Ensino Fundamental Barão de Cêrro Largo, do município de Rio Grande - RS - Brasil, onde exerço funções administrativas, e o Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) Rio Grande/18ª CRE, vinculado à Secretaria Estadual da Educação, onde exerço a função de multiplicador em informática educativa, capacitando também professores e funcionários de escola para o uso da informática educacional no ambiente escolar. O projeto envolve 11 turmas, 10 professoras (Escola Barão), 02 multiplicadores (NTE), 80 alunos (08 turmas de classe especial - áreas: surdez, deficiência mental e altas habilidades/superdotação; 02 salas de recursos - área: deficiência visual, e uma turma inclusiva de 4ª série do ensino regular); além de apoiadores como a coordenação do NTE e da 18ª CRE, e a direção da E.E.E.F. Barão de Cêrro Largo.
Observação 1: Imagens digitalizadas acima, da capa e da referida matéria da revista Carta na Escola, respectivamente.
Observação 2: Para ler a íntegra da reportagem, basta clicar duas vezes sobre as imagens ou acessar ao link abaixo.
Acesso ilimitado

Indicação de blog sobre inclusão educacional


Como blogueiro educacional, pertenço a lista de e-mails entre outros educadores que possuem blog (diário virtual) educacional. Nem sempre, por falta de tempo, participo das discussões, mas freqüentemente leio as mensagens e indico no Letra Viva algumas indicações. Destaco, nesta postagem, o blog Tópicos em Autismo e Inclusão para conhecimento dos educadores que trabalham com esse tema ou que se interessam pela questão da inclusão em sentido amplo. Mesmo quem atua em atividades e projetos inclusivos, como é o meu caso (há 3 anos), precisa constantemente se atualizar sobre um tema amplo, complexo e necessário. A inclusão deve ser pensada como um ato primeiro de cidadania, em que podem e devem ser abordados aspectos educacionais e sociais.
Em matéria de inclusão, um dos aspectos necessários ao bom educador é saber dintigüir os limites dos portadores de necessidades educativas especiais (PNEEs), e no texto presente no blog Tópicos em Autismo e Inclusão, intitulado 10 COISAS QUE TODA CRIANÇA COM AUTISMO GOSTARIA QUE VOCÊ SOUBESSE, há um indicador que merece nossa reflexão: "3) Por favor, lembre de distinguir entre não poder (eu não quero fazer) e eu não posso (eu não consigo fazer). Receber e expressar a linguagem e vocabulário pode ser muito difícil para mim. Não é que eu não escute as frases. É que eu não te compreendo. Quando você me chama do outro lado do quarto, isto é o que eu escuto 'BBBFFFZZZZSWERSRTDSRDTYFDYT João'. Ao invés disso, venha falar comigo diretamente com um vocabulário simples: 'João, por favor, coloque o seu livro na estante. Está na hora de almoçar'. Isso me diz o que você quer que eu faça e o que vai acontecer depois. Assim é mais fácil para compreender".
Seja com autistas, os crianças e jovens com síndrome de Down, mutismo, cegueira, baixa visão, deficiência motora, surdez, etc., saber distingüir entre o que é possível e o que é improvável torna-se essencial para que o educador e o familiar saibam atuar junto ao PNEE. Assim como a criança em classe regular tem seu limite de aprendizagem classificado em "séries", o aluno de classe especial, ou egresso dessa e incluído em turma inclusiva têm seu tem de aprendizagem e suas limitações.
Por isso, sugiro aos educadores interessados no processo inclusivo, uma visita periódica ao referido blog, acima citado, que traz diversos artigos de especialistas, que auxiliarão o trabalho de quem já atua com classes de inclusão, ou que um dia poderá ter alunos PNEEs em sua turma. Muitos dos que são contra o processo de inclusão, o são mais por desconhecimento de causa (falta de capacitação e/ou experiência) do que por ter uma opinião formada sobre o assunto. Outros, por não se considerarem aptos para esse desafio. Incluir o professor antes do que o aluno no processo inclusivo torna-se fundamental, pois é o educador que deve mediar o processo como um todo, com o auxílio da família, da escola e de gestor público. Sem que exista essa triangulação em torno do professor e sua turma, com planejamento, capacitação e avaliação constante dos resultados, tudo será apenas uma tentativa de inclusão, e não um processo efetivo e eficiente de inclusão.
Observação: Imagem acima, intitulada "folha-em-branco-voando", extraída da internet, do endereço http://charagoesquerdo.files.wordpress.com

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Cuidado com os e-mails falsos

Noutro dia recebi uma intimação, via on-line, pela minha caixa de correio eletrônico, intimando-me para audiência no MPF, ou seja, Ministério Público Federal, com documento digital trazendo o brasão da República do Brasil, e cópia da audiência em arquivo anexo. Tive tentado, num primeiro momento, a abri-lo, mas como quem não deve não teme, evitei abrir esse "presente de grego", achando tratar-se de algum vírus, já que, como bacharel em Direito, sei que este não é o procedimento legal de intimação de alguém.
Hoje, ao abrir minha conta de correio eletrônico, vejo notícia do Yahoo! Brasil avisando para que os internautas tenham cuidado com e-mails falsos, atribuídos indevidamente à Justiça Federal de São Paulo. Leiam a íntegra da matéria no link abaixo.
Tenho recebido constantemente e-mails em inglês, dizendo que fui sorteado, ou vencedor de algum sorteio, premiando em milhares de dólares, liras, libras, etc., em sorteio aleatório. São mensagens tentadoras, mas que descarto todas no ato. Se um raio normalmente não cai duas vezes no mesmo lugar, a sorte grande então, semanalmente, muito menos.
Em 2007, quando eu estava mostrando a alguns professores do curso de informática educativa, sobre como sintonizar uma rádio on-line, o sistema informou que eu era o visitante de número 1 milhão, e que deveria clicar num link pra receber o prêmio. Pedi que todos os colegas entrassem na mesma rádio, e eis que coincidentemente, todos foram contemplados por serem justamente o visitante número 1 milhão. Ou era fraude e um convite ao computador ser invadido por algum vírus, ou era a prova cabal que existem universos paralelos (risos, desculpem a brincadeira). Portanto, quando receberem e-mails estranhos ou desconhecidos, na dúvida, não abram, pois a curiosidade faz o azar dos supostas sortudos digitais.
Justiça Federal de SP alerta para falsos e-mails
Observação: Imagem acima, extraída da internet, intitulada "Searching for Yes", de Mark Kostabi (2004), encontrada no endereço http://www.adambaumgoldgallery.com

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Mídias na educação: módulo Rádio


Iniciei neste mês de fevereiro, mais um módulo do Curso de Extensão a distância - Mídias na Educação (UnB-2008), coordenado pela Secretaria de Educação a Distância do MEC. Neste ciclo intermediário, o tema a ser analisado é o Rádio: Aspectos históricos, socioculturais e tecnológicos do Rádio e a Educação . Ainda não pude me dedicar como gostatia, pois estou em fase de escrita dos 3 ensaios para o mestrado em História da Literatura (um deles concluído hoje! e outros 2 a escrever, quem requerem leitura e argumentação, com prazo de entrega para 10 de março> Em março volte de férias, ufa!). Já participei de 2 foruns desta fase do curso de mídias, e mais do que dar a experiência própria, gosto muito de ler os comentários dos colegas, de várias regiões do país, que trazem suas dúvidas e experiências para o debate, visando integrar as diferentes mídias no cotidiano escolar. Um dos aspectos que acho curioso é que não importa o local, seja na região Norte ou na Sul, há muitas similaridades, apesar de vivermos num país do tamanho de um continente. A realidade dos educadores pelo país afora tem sotaques diferentes mas a língua é a mesma, e os desafios também. Cursos como esse são essenciais, não apenas como suporte e capacitação, mas para que seja possível estabelecer contato com outros educadores, num intercâmbio que proporcione que adaptemos à nossa realidade projetos interessantes, colocados em prática noutra região.
O rádio mesmo, é um dos maiores veículos de penetração na cultura popular, com grande audiência em áreas que a televisão, seja a aberta ou a cabo, não tem abrangência. O rádio é um dos meios de comunicação mais democráticos, no sentido de que permite que quem não lê mas escuta, possa ficar a par das notícias de sua região, através das rádios AM, FM e comunitárias. Em pequenos municípios, a famosa "voz do poste", sistema de alto-falantes com pequeno raio de atuação, ainda é um considerável serviço de utilidade pública. Em algumas escolas existem projetos eficientes, tocados em parceria com a comunidade escolar. Saber quais são e divulgá-los é fundamental para que outras escolas vejam as inúmeras possibilidades de integração das mídias no ambiente escolar.
Se for possível, como fiz nos outros módulos, irei postar neste blog alguns comentários meus sobre o tema Rádio. De acordo com a apresentação do curso, o objetivo deste módulo é: conhecer a história deste veículo, percebendo as transformações tecnológicas pelas quais ele passou e suas relações com o contexto social; destacando a importância histórica, social e cultural do rádio. Outro aspecto abordado será a discussão de como esta tecnologia pode estar a serviço de um “ecossistema comunicativo” que privilegie o protagonismo do jovem em diferentes propostas de constituição de uma rádio escolar.

Não basta ser pai, tem que participar...


Aproveitando o aniversário de meu filho Allan, que completou 3 anos ontem, utilizo antigo slogan de propaganda sobre remédio para contusão, até pelo fato de que Allan se contundiu na escolinha na véspera do seu aniversário, e, além de usar a pomada, está até hoje levemente mancando, fruto de um tombo sobre seu pé.
Ele é ainda muito criança para "cair em si", salvo na forma física e não na emocional. Allan ainda tem pela frente alguns anos de fantasias e idealizações, mas um dia terá que descobrir o outro lado da vida.
O grande problema do Superpai é justamente a tal superproteção dada ao filho "Superboy", esquecendo que o melhor remédio pra enfrentar o mundo, não é esconder da criança as coisas e sim previni-las gradualmente dos perigos que vêm de Krypton ou da esquina, através de uma pedrinha verde, ou doutra cor, ofertada pelo Lex Luthor, ou outro arquiinimigo, travestido de super-herói. Essas balinhas coloridas são hoje, junto a outros tipos de "kryptonitas" o maior dilema de pais e filhos.
Estou sendo aprendiz nessa fase de 0 a 3 anos, em que tenho descoberto um universo infantil que desconhecia. Já tinha participado direta ou indiretamente deste universo, por parentes, amigos e um outro relacionamento, mas ser pai é uma experiência única, que só se aprende vivenciando. Sempre que posso comento com amigos e colegas que para se entender o outro lado, deve-se atravessar a fronteira e não apenas ficar formulando hipóteses do outro lado da margem; tipo, criando "teorias da conspiração" sobre o que deverá ter de fato do lado escuro da Lua, que nunca vemos... Precisamos, como educadores, adentrar ao universo do jovem, saber de seus sonhos e anseios, trazendo-os para o universo da educação. Sem fazer esse caminho inverso, não há como querer que uma geração mais nova e sem a mesma vivência e maturidade que nós, nos entenda. Tenho aprendido muito a lidar com os jovens, sendo um jovem de espírito e entrando em seu mundo.
Da mesma forma que digo que não basta ser pai, tem que participar do aprendizado direto de seu filho, o mesmo digo ao educador, que é muitas vezes o pai/mãe de 30 ou mais filhos dos outros. Mas não há como fazer essa transição da família para a escola sem o envolvimento direto dos pais biológicos ou responsáveis, que em tese devem conhecer melhor cada um de seus rebentos, e que deveriam, antes do filho adentrar aos bancos escolares, ser o primeiro educador que a criança tem na vida. Se a sociedade, por questões de subsistência e etc., cada vez mais delega à televisão ou a outros meios o seu papel de primeiro educador, ficamos muitas vezes vendo na própria sociedade uns delegando a outros o seu papel e as suas atribuições num revezamento pouco eficaz em que executores legislam, legisladores julgam a si mesmos, juristas se envolvem em questões políticas enquanto políticos se envolvem com a esfera desportiva, e assim por diante.
Não basta ser remédio, mas prevenir - seja na vida em família ou em sociedade - sempre é melhor do que remediar. Eu acompanho os passos de meu filho, que fora do período de férias passa maior parte do tempo em escolinha, pois eu e minha esposa, professora Elisabete, passamos o dia fora trabalhando. Desde os 3 meses de idade Allan freqüenta escolinha, tipo maternal, mas em 2008, precisou trocar de escola, de professores e amigos, pois a anterior fechou. Está sendo um período de adaptação para filho e pais. Se para nós uma mudança de emprego, de casa, de função traz transtornos, imaginem para uma criança de 3 anos e todo seu imaginário.
Por isso, digo e repito o slogan de remédio, que adotei como meu, muito antes de ser pai, pois sempre gostei de criança (desde o tempo que isso nada tinha demais nem trazia em si alguma suspeita). Hoje, demonstrar atenção e interesse sem segundas intenções ficou estranho num mundo assolado por denúncias de pedofilia. Lembro que em2007, lá no campus da FURG, ainda tendo as aulas do mestrado em História da Literatura, vinha eu pela estrada interna do Campus Carreiros, só pra poder tirar umas fotos (um de meus hobbys prediletos) da paisagem, cheia de lagos e bosques. No meio do caminho, de uma tarde de sol forte, um Senhor de meia idade estacionou o carro e perguntou se eu queria carona, e como já tinha tirado algumas fotos e o calor era escaldante, aceitei. Mas, confesso, à primeira vista fiquei constrangido de fazer desfeita à carona e também receoso de alguma segunda intenção. No fim, foi uma agradável conversa com um rio-grandino radicado em Porto Alegre, que veio visitar a Universidade onde ele trabalhou e ali se aposentou; e que queria ser somente cordial e solidário com um outro cidadão. O Sr., que esqueci o nome, me contou indignado que tinha oferecido momentos antes a mesma carona a duas jovens que recusaram com cara de reprovação, como se ele fosse algum maníaco. Tempos estranhos e paranóicos esses que fazer favor é o maior dos pecados. Tempos estranhos onde pessoas "acima de qualquer suspeita" são acusadas de fatos abomináveis. Alguns comprovados!
Ser pai, hoje dia, mais do que nas gerações passadas, é ter o dilema do mundo em que vivemos, de acreditar meio desconfiando de tudo e de todos, e tentar prevenir do que remediar. Que meu filho e os filhos dele possam, se não herdar um mundo melhor, trabalhar para um mundo novo, em que gostar de crianças ou do seu semelhante não cause estranheza e desconfiança à sociedade.
Mas uma coisa aprendi, desde que cai em mim, que não podemos afirmar categoricamente que somos feitos à imagem e semelhança de Deus. Todavia, afirmo com todas as letras, que os filhos são criados à imagem e semelhança de seus pais, e de acordo com essa "criação" encontraremos lá no futuro o resultado dela, seja bom ou ruim.
Observação: Foto acima, de Allan, que não gosta muito de ser fotografado, brincando com o trenzinho que ganhou de aniversário. Além de brinquedos e brincadeiras, seu passatempo predileto é assistir à programação do Discovery Kids que instrui e diverte ao mesmo tempo.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Inteligência artificial possível em 2029?


Matéria publicada no Yahoo! Tecnologia, trata da alegação de cientista de que a inteligência artificial poderá se equiparar à humana até 2029. De acordo com o texto: "O cientista americano Ray Kurzweil afirmou que a humanidade chegará a um ponto em que se submeterá a implantes de pequenos robôs para se tornar mais inteligente, e isto pode estar num futuro não muito distante"
Não trata-se de ficção científica, mas convém ler a matéria na íntegra, clicando no link abaixo.
Inteligência artificial se equiparará à humana em 2029
Sabidamente as máquinas estão cada vez mais integradas no nosso cotidiano, e em alguns casos, com grande auxílio, como as tecnologias assistivas que proporcionam aos portadores de necessidades especiais interagirem via máquina com outros seres humanos. Projetos como O Motrix (para paraplégicos e portadores de deficiência motora), Dos-vox (software que instalado em qualquer microcomputador permite que deficientes visuais usem a informática), desenvolvidos e disponibilizados gratuitamente pela UFRJ já são provas desse avanço tecnológico. Mas a inteligência artificial, via nanotecnologia, com implantes para melhorar a memória e outras questões será um grande salto para a Humanidade. No século XXI, além da ciência se dedicar ao macrocosmos, há cada vez mais uma tendência a exploração do microcosmos do próprio ser humano, desde o mapeamento genético à nanotecnologia, com avanços impressionantes.
Reproduzo fragmento do conto O Zahir, do livro O Aleph, que traz curiosa elaboração discursiva do grande Jorge Luis Borges, que me remete ao tema em questão:
"Disse Tennyson que se pudéssemos compreender uma só flor saberíamos quem somos e o que é o mundo. Talvez quisesse dizer que não existe fato, por humilde que seja, que não envolva a história universal e sua infinita concatenação de efeitos e causas. talvez quisesse dizer que o mundo visível se dá inteiro em cada representação, de mesma forma que a vontade, segundo Schopenhauer, se dá inteira em cada indivíduo. Os cabalistas entenderam que o homem é um microcosmo, um simbólico espelho do universo; tudo, segundo Tennyson, o seria. Tudo, até o intolerável Zahir".
Observação: Imagem acima, representação estilizada da efígie de Isaac Asimov - um dos pais da moderna ficção científica, autor de Eu, Robô, entre outros best-sellers -, extraída da internet, do endereço http://www.fantascienza.com

271 anos de Rio Grande


Neste 19 de fevereiro, Rio Grande, a cidade mais antiga do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, comemora 271 anos de fundação. Egresso de São José do Norte, cidade vizinha, vim para Rio Grande em 1982, e, portanto, em novembro do corrente ano completarei 26 anos de rio-grandinidade.
Programação de aniversário do município
Observação: Slide show acima, feito por mim a partir de algumas fotografias que tenho tirado de diversos casarios e paisagens de Rio Grande.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

O objetivo de um blog educacional


Tenho a opinião formada de que um blog (diário virtual), com enfoque educacional, como é o meu caso e de outros educadores pelo país e mundo afora, não deva ser apenas uma espécie de diário de bordo meramente descritivo, como um inventário de ações, projetos e atividades realizadas pelo professor com seus alunos. Para mim, pode até ser de certa forma isso, mas deve ser mais do que isso. Ou seja, deve refletir as dúvidas e certezas de seu editor e colaboradores, deve divulgar idéias e compartilhar ideais com outros blogueiros educacionais. O blog, uma bela ferramenta de informação, ainda é pouco usado por educadores no país (levando em conta o universo de professores brasileiros, seja na rede pública como na privada), salvo aqueles que trabalham com tecnologia educacional, como é o meu caso e de outros tantos, que fazem de seu blog um pequeno veículo de comunicação social também.
A construção de um blog é relativamente simples, e dependendo da ferramenta utilizada, proporciona a possibilidade de dispor gratuitamente de uma pequena imprensa particular, onde o educador é editor de si mesmo, levando seu ponto de vista peculiar ao mundo digital, através da rede mundial de computadores. Estimular o uso desse recurso nas escolas que possuem laboratório de informática, tanto por professores como alunos, seja em projetos de aprendizagem ou como diário pessoal, é um meio de socializar experiências e visões de mundo. Foi através de meu blog - inicialmente usado dentro das atividades da especialização em tecnologia educacional, há cerca de mais de 1 ano e meio - que pude trocar experiências com colegas do país e alguns até do exterior. Foi possível compartilhar dúvidas e descobertas, e conhecer pessoas que comungam com a mesma vocação pela educação de qualidade. Algumas delas, que muito me auxiliaram, quando necessitei de ajuda para resolver questões técnicas ou educacionais. Sem o blog e a internet, tais situações seriam improváveis. Hoje, tenho como colegas e amigos, educadores em diversos estados brasileiros que não conheço pessoalmente, mas que muito já me auxiliaram neste imenso desafio que é a tecnologia educacional, ou seja, "humanizar a máquina sem que seja preciso robotizar alunos e professores". E para minha surpresa, neste pouco mais de 1 ano e meio, no somatório do 1º contador de visitas (desativado) com o atual, ultrapassei os 8.000 visitantes. Recentemente, instalei mais um contador de visitas chamado GEOVISITE, que além de marcar a quantidade de acessos, mostra num pequeno globo giratório o país e a cidade do visitante. Como era esperado, quase 80% das visitas são de brasileiros, em 2º lugar de portugueses, talvez pela questão do idioma, mas o mais curioso é o 3º lugar, ocupado por norte-americanos. Provavelmente brasileiros ou latinos, penso, pela questão da língua. Mas não importa o local ou a língua, o que importa é que educação e tecnologia podem fazer uma bela parceria, se usadas com critério e sensibilidade. Então, o objetivo principal de um blog para mim deve ser o de refletir e fazer com que os visitantes reflitam também não apenas sobre a educação e a tecnologia, mas sobre a arte e a cultura e outras manifestações sociais de uma comunidade.
Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço http://sp5.fotologs.net

domingo, fevereiro 17, 2008

Sobre o livro A Educação e os Desafios da Aprendizagem


Abaixo, resenha produzida por mim para a edição 44, meses janeiro/fevereiro-2008, do Jornal cultural Letra Viva, do qual sou editor/colaborador; e, acima, imagem digitalizada da capa do livro resenhado.
A Educação e os Desafios da Aprendizagem
A escola e aprendizagem estão cada vez mais na Ordem do Dia, nos discursos de políticos a formadores de opinião, de personalidades ao cidadão comum. Há quase uma unanimidade na escolha da educação como um dos fatores para resolver problemas nacionais, desde éticos a morais. Entrementes, poucos são os que da teoria partem rumo à prática de ações concretas para resolver tais situações. Aos educadores – seres quase míticos para leigos, que crêem na sua capacidade de resolver tudo, até problemas que não são de sua área de atuação, e que o prof. Ladislau Dowbor PUC-SP, diz estarem justamente no “olho do furacão” social -, mais do que nunca, faz-se necessário leitura e atualização de conceitos e pré-conceitos adquiridos quando dos bancos escolares, que nem sempre traduzem a realidade de uma comunidade tampouco podem por si só resolver questões “Alem da Imaginação”, parafraseando título de antiga série de TV.
O livro A Escola e os Desafios da Aprendizagem (2007, 83 páginas) trata-se de produção e edição própria da pesquisadora e orientadora educacional Rejane Ávila Martins, residente em Rio Grande – RS – Brasil, e que como consta na “orelha” do referido livro: “(...) expressa a busca intelectual dos problemas do cotidiano escolar e procura alternativas para amenizá-los. É uma leitura de mundo, acrescida de um referencial teórico, de como instigar o ler e o escrever, de maneira mais natural possível através de estímulos variados. Também é o desvendar dos novos papéis dos profissionais em educação, através da leitura multidisciplinar, com uma visão coletiva de necessidades atuais dos educandos, para encaminhá-los ao sucesso, valorizando as competências desenvolvidas”.
Algumas palavras-chaves como: Leitura – Mundo – Estímulo – Referencial – Multidisciplinariedade – Necessidade – Competências, podem ser justamente a chave para o aprendizado de qualidade em educação pública.
Como educador, tenho também de forma, ora teórica, ora prática, chegado às mesmas conclusões que Rejane, especialista da área, que em seu estudo nos oferece material para reflexão e apoio didático-pedagógico. Não se trata, evidentemente de um manual, pelo contrário, é um estudo sério que aponta, já através da leitura do sumário, alguns itinerários a serem feitos pelos educadores que desejem se conectar ao cotidiano de sua comunidade escolar. Rejane apresenta de forma muito bem referenciada as fronteiras e os segredos da aprendizagem: memória, raciocínio e inteligência; discute a questão da aprendizagem em diferentes contextos culturais-emocionais; prescreve um olhar diferente para alunos diferentes; analisa o papel da equipe escolar frente às novas necessidades impostas pela realidade dos educandos; discute as novas funções do professor: de formador e de orientador; reforça a função da orientação educacional como “leitora da comunidade escolar e agente encaminhadora” e seu papel de psicopedagoga na mediação dos problemas de aprendizagem, e, por fim, antes das considerações finais, há o olhar sobre a questão do stress familiar no desenvolvimento intelectual e da linguagem da criança”.
Um livro aconselhável para educadores em sentido amplo (sejam professores, equipe diretiva, gestor escolar, orientadores, supervisores, pais e/ou responsáveis), para uma leitura de mundo, com foco na escola e os desafios, cada vez maiores, no ensino e na aprendizagem.
Afinal, “Aprender é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar que você o sabe. Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você (...), conforme citação de Richard Bach, In: As aventuras de um messias indeciso, epígrafe do livro, apropriada como todas as citações e referências incluídas na obra, que demonstram uma pesquisa acurada e em sintonia com o tema proposto. O que concordo plenamente, pois todo educador traz em si um conhecimento prévio que precisa encontrar eco em sua comunidade. Porém, há que se ter uma visão ampla, da educação como um todo. Portanto, não basta falar apenas em competências curriculares sem destacar a competência profissional, que deve ser buscada, através da constante atualização, pela leitura de mundo e de livros sob este e outros temas que envolvam o ambiente escolar. Unir o conhecimento teórico às experiências práticas bem sucedidas entre professores da mesma escola e d’outras escolas, além de sua coletividade é um dos grandes desafios da atualidade.
O livro de Rejane Ávila Martins (ram.orientadora@bol.com.br) se propõe a fazer isso, uma leitura particular para um tema que é universal.

sábado, fevereiro 16, 2008

A Felicidade Não Se Compra


“Alguns homens vencem por seus erros, outros são derrotados por suas virtudes”, disse William Shakespeare (1564-1616), séculos atrás. Recentemente assisti a um velho e bom filme, um clássico dos anos 30/40, chamado A Felicidade Não Se Compra , do diretor Frank Capra - italiano, radicado desde menino nos EUA - que foi um dos mais premiados diretores de cinema de todos os tempos e teve uma filmografia repleta de sucessos de crítica e de bilheteria, dentre eles: Aconteceu Naquela Noite; A Mulher Faz o Homem; O Galante Mr. Deeds e Horizonte Perdido. Seus filmes eram tão populares que fizeram a Columbia tornar-se um dos grandes estúdios de cinema. O segredo do sucesso? Comédias com um toque de drama, e vice-versa.
A Felicidade Não Se Compra (o filme, de 1946) tem como protagonista o ator James Stewart, que encarnou o espírito do americano típico, como nenhum outro, e que hoje tem como sucessor, Tom Hanks, vencedor de 2 Oscar’s de melhor ator (Filadélfia e Forrest Gump). A personagem George Bailey é um pacato cidadão de uma pequena cidade norte-americana do início do século XX, amigo de todos, cheio de boas intenções, que usa sua pequena firma, passada de pai para filho, para fazer um contraponto ao banqueiro Potter, dono de quase toda a cidade. De tanto lutar sempre pelo direito dos outros e ver sua vida arruinada por causa de suas convicções, George, endividado, resolve se suicidar (e deixar um seguro de vida para a família), como forma de saldar suas dívidas, e resgatar o que lhe restou: a credibilidade familiar.
Quando George está prestes a se jogar de uma ponte, numa fria noite de Natal, eis que surge um anjo, que mostra a Bailey o caos que seria aquela cidade, caso ele jamais tivesse existido. Clarence precisa cumprir sua missão, para só então obter suas asas, visto que é um anjo de segunda classe.Com um final redentor, George triunfa sobre o mal, sendo auxiliado na hora que mais precisa por àqueles que ajudara a vida inteira, tendo a história um clássico final feliz, surpreendente. Imperdível, comovedor e atual, pois trata dos valores éticos e morais de uma cidade – tenha ela 2 mil habitantes, que se conhecem um ao outro, ou 2 milhões de seres quase transparentes, que se atropelam e se acotovelam diariamente, cada qual tendo mais pressa do que o outro; e o pior: têm medo. Um mundo cada vez mais dominado pelo individualismo predatório, canibal. Amizade, só virtual.
A lição que este clássico nos dá – apesar de parecer hoje, para os jovens, um filme arcaico, piegas, ultrapassado, rodado em preto e branco, sem efeitos especiais – é de que nem tudo está perdido. Considero-o um filme sincero, utópico, mas necessário; fazendo-nos pensar no que seria hoje o nosso mundo, se não tivessem passado por ele, esses adoráveis sonhadores (também à procura de suas asas), dadas às devidas proporções no tempo e no espaço, como: Betinho e Irmã Dulce; Gandhi e Madre Tereza de Calcutá; Francisco e Clara; Buda e Jesus... Tão admirados e reconhecidos como mentes brilhantes, iluminadas, e muito à frente de seu tempo; mas tão pouco imitados em seus princípios elementares: amar ao próximo como a si mesmo!
Hoje, outras “celebridades” são ícones de uma geração, que precisa descobrir sua missão nesta terra, como forma de ganhar também ao final da jornada suas asas, tal qual o anjo Clarence, pois a felicidade não se compra, se conquista pouco a pouco... Às vezes, com pequenos gestos de boa vontade, amizade, solidariedade, fraternidade e algo mais...
Frank Capra deu asas à própria imaginação e por isso conseguiu voar longe. Para nós, simples mortais, persiste o eterno dilema: o que passar a nova geração que nos sucederá nesse revezamento dos dias, meses e anos, rumo a eternidade? Um par de asas voadoras? Ou espada e escudo para resistir aos desafios desse mundo, que têm vezes que parece um imenso campo de batalha, sem sentido ou razão?
Observação 1: Artigo acima, de minha autoria, publicado originalmente no Jornal Letra Viva, nº 04, Ano I, edição setembro/2004. Atualmente, o LV está no 4º ano e em sua 43ª edição.
Observação 2: Imagem acima, intitulada "Labirinto", extraída da internet, do endereço http://economiafinancas.com
Observação 3: A assinatura mensal e gratuita do jornal cultural Letra Viva pode ser solicitada pelo e-mail klaesroig@yahoo.com.br , sendo a partir deste pedido o solicitante incluído na lista de contatos do LV, recebendo seu exemplar via mensagem de correio eletrônico.
Observação 4: Abaixo, alguns links interessantes com resenhas sobre o filme acima citado.
Planeta Educação - A Felicidade Não Se Compra
Cinelândia - A Felicidade Não Se Compra
Contraditorium - A Felicidade Não se Compra

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

A importância do livro


“Um livro não muda o mundo. Um livro muda pessoas. E as pessoas, sim, podem mudar o mundo”, disse um autor não-identificado (por mim *).
A importância do livro, impresso ou virtual, para a civilização moderna, repassando às gerações futuras todo o conhecimento armazenado pelos séculos, é incalculável. O livro, além de didático, tem o papel de incentivador do uso da imaginação, mais do que nunca, num mundo dominado pela imagem e a informação – muitas vezes manipuladas.
Há escritores proféticos: Júlio Verne em seu romance Da Terra à Lua, previra com 100 anos de antecedência o vôo tripulado ao nosso satélite natural, errando por apenas alguns quilômetros o local de lançamento na Flórida (E.U.A.) e sua chegada no oceano Pacífico, acertando quase na mosca a dimensão da cápsula espacial; Arthur Clarke, em seu livro 2001- Uma odisséia no espaço, previra a cooperação entre russos e americanos, dentro de uma estação espacial (fato inadmissível, durante a Guerra Fria!) e hoje realidade, além de um supercomputador ser o personagem principal do livro. O autor previra o poder que a informática teria algumas décadas depois? Por fim, George Orwell, com o livro 1984, cria a figura do Grande Irmão que tudo vê, tudo controla – dura crítica aos regimes totalitaristas e seus ditadores como Stálin e Hitler. Orwell, enganara-se por duas décadas, pois em 1984 a Internet engatinhava de forma experimental entre universidades norte-americanas. Já em 2004, com a conjuntura mundial, após os atentados de 11/09/2001, “o olho que tudo vê”, saiu das páginas de ficção e invadiu a realidade, nada virtual.
Outros casos da literatura influenciando o cotidiano foram: A Cabana do Pai Thomas, escrito por Harriet Beecher Stowe, que fazia em seu livro dura denúncia da escravatura nos Estados Unidos, e dizem que levou o presidente norte-americano Abraham Lincoln a dizer-lhe: “Foi a senhora que, com seu livro, causou essa grande guerra”, referindo-se a Guerra da Secessão, que dividiu o país, entre Norte e Sul, abolicionista e escravocratas, entre outros interesses. Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Johann Wolfgang von Goethe, um clássico da literatura germânica, levou muitos jovens da época a imitar o gesto do personagem principal, que se suicida.
A situação do livro no Brasil, de acordo com artigo “Quem vai ler nosso futuro?”, armazenado no site da Câmara Brasileira do Livro, traz outros dados: “O Brasileiro lê pouco.(...)Baixa escolaridade e baixo poder aquisitivo certamente estão entre as causas da pouca afeição à leitura. Cabe ao Estado mudar esse quadro.(...)com uma política cultural destinada a aumentar o espaço dedicado às letras, formar o hábito da leitura e tornar o livro um objeto acessível para qualquer pessoa”, diz ainda que: “61% dos brasileiros adultos alfabetizados não têm praticamente contato nenhum com livros.(...)O Brasil tem hoje apenas 1.500 livrarias, enquanto que o ideal seria existirem pelo menos 10 mil". E mais: "cerca de 1.300 municípios brasileiros das regiões mais pobres não dispõem de nenhuma biblioteca.(...)Temos grandes autores no segmento infantil, mas poucas publicações de qualidade para jovens de 13 a 17 anos.(...)Deve-se incentivar a criação de bibliotecas públicas, escolares e comunitárias que funcionem até mesmo à noite e nos fins de semana.(...)No Brasil, apenas 1% da produção editorial destina-se às bibliotecas, enquanto que nos Estados Unidos 30% dos livros editados são adquiridos pelos acervos públicos”.
Eventos literários pelo país demonstram o crescimento do hábito da leitura, aliado às campanhas de incentivo de entidades governamentais ou não. Os Ministérios da Cultura e da Educação pretendem lançar projeto de incentivos e barateamento do livro, algo fundamental para a mudança dessa situação. Que esse desafio gigantesco saia do papel... deixando de ser mera ficção.
Observação 1: Artigo acima, de minha autoria, publicado originalmente no Jornal do Norte, de São José do Norte - RS - Brasil, em 27/01/2005; e no Jornal Agora, de Rio Grande - RS- Brasil, em 29/01/2005.
Observação 2: Imagem acima, colagem de minha autoria (feita cerca de 8 anos atrás), a partir de recortes de revistas antigas, usando tesoura e cola bastão, e digitalizada no computador.
* Observação 3: A citação introdutória deste artigo, não pude até a presente data precisar a autoria, visto que em alguns sites é atribuída ao poeta Mário Quintana e noutros a Caio Graco, político romano. Quem souber a correta autoria, favor me indicar. Obrigado.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

A maior invenção do mundo


Listas, todos têm a sua: da mulher mais linda, de melhor jogador, atriz, filme, música, livro... Algumas são corriqueiras, outras visam valorizar pessoas e situações. Uma delas, causou polêmica e discussão. Trata-se da coordenada pelo editor e ensaísta americano John Brockman, coletada entre uma centena de intelectuais, cientistas e pesquisadores, e que deu origem ao livro As Maiores Invenções dos Últimos 2 Mil Anos. Nesta lista surgiram as tradicionais e esperadas indicações, como: tecnologia das comunicações, imprensa, internet, telescópio, relógio, arado, sistema de contagem indo-arábico, caravela, óculos; até indicações curiosas, e, à primeira vista, excêntricas, como: estribo, aspirina, borracha de apagar, espelho, cesta e feno. Cada um, ao lado da invenção que achava a mais importante, colocava seu comentário. Como a lista era aberta, após as primeiras, sucederam-se indicações sui generis. Alguns, querendo ser mais original que a própria originalidade, tornando-se por si só inventores.
A justificativa de Freeman Dyson, professor de física no Instituto de Estudo Avançado de Princenton, EUA, para indicar o feno como a maior invenção em 2 Mil Anos, diz: “No mundo clássico não havia feno. A civilização só existia em climas quentes, onde cavalos podiam pastar no inverno. Até que o feno foi ceifado e armazenado e a civilização atravessou os Alpes, originando Viena, Paris e Londres”.
Já o escritor Carl Zimmer, escolheu encanamento e esgotos, justificando: “Tenho dificuldade para me lembrar de outra invenção que tenha detido tanta doença e morte. Sem o serviço de águas, as condições de amontoamento seriam insuportáveis. Basta ir a uma cidade pobre, sem água limpa, para ver isso”. Concordo com ele. O saneamento básico e o tratamento das águas - se não é a maior - é uma das maiores invenções da humanidade, já que neste mundo vivem mais de 6 bilhões de seres humanos, defecando, urinando e poluindo o meio ambiente diariamente. Imaginem só se não existisse a rede de água e esgotos! Que atoleiro, epidemias, e outras pestes, como na Idade Média, já teriam dizimado a maioria da população mundial. Para ratificar essa indicação, reproduzo uma citação do jornalista indiano Vishwa Nath: “Como espécie, o homem tem procurado aniquilar os ratos da face da Terra, mas jamais conseguiu. Da mesma forma, fomos subjugados, torturados, conquistados, mas ninguém conseguiu nos aniquilar. Essa tem sido a força da nossa civilização. Mas como vivemos? Como ratos”. Que o digam os pobres, deserdados das obras de infra-estrutura.
É verdade que a caravela, segundo Alun Anderson, editor da revista New Scientist “é o equivalente medieval da cápsula espacial Apollo” e que “...abriu caminho para a Era dos Descobrimentos e para o comércio internacional” (e também para a colonização e exploração das Américas, Ásia e Oceania). A internet tornou o mundo uma aldeia global; o microcomputador proporcionou o mapeamento genético do ser humano, através de sua capacidade de armazenar e fazer cálculos complexos em grande velocidade, e que indiretamente poderá favorecer a descoberta de remédios e tratamentos para doenças até hoje incuráveis; a imprensa ofereceu informação a milhões de pessoas; o relógio organizou as relações interpessoais e profissionais; trem, automóvel, avião, moto e bicicleta são eficientes meios de transportes, aproximando as pessoas e as cidades. John D. Barrow, professor de ciências matemáticas da Universidade de Cambridge, Inglaterra, disse que “o sistema de contagem (indo-arábico), com conteúdo da informação da posição (de modo que 111 significa 100 mais 10 mais 1), é hoje universal e está na base de toda ciência quantitativa, econômica e matemática”.
Enfim, dependendo do ponto de vista, várias são as invenções que contribuíram para a melhoria da qualidade de vida. Mas o encanamento proporcionou o saneamento básico e a água tratada, ajudando o homem a sair da Idade das Trevas, e deixar de viver como rato e entre os roedores. Mesmo assim, ainda há muita gente pela face da Terra sem essa invenção básica em sua casa. Pode-se viver sem tecnologia e conforto, mas sem higiene e saúde, é insuportável.
Observação 1: Artigo de opinião, de minha autoria, publicado originalmente no Jornal do Norte, de São José do Norte, RS, Brasil, em 29/09/2005.
Observação 2: Imagem acima, colagem de minha autoria (datada de quase 10 anos atrás), que trata dos contrastes entre a tecnologia de ponta, disponível a poucos, diante das desigualdades sociais pelo mundo afora. Colagem feita a partir de recortes de revistas antigas, usando apenas tesoura e cola bastão, digitalizando o resultado para o computador, uma grande invenção, mas que prefiro continuar creditando nos esgotos o título de melhor das invenções de todos os tempos.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Sobre homens e máquinas


Em tempos de alta tecnologia, nada como ler o pensamento de filósofos como o escocês David Hume (1711-1776), que em pleno século 18 nos legou esse fragmento abaixo:
“Olhai o mundo ao redor: contemplai o seu todo e cada parte dele; vós descobrireis que ele nada mais é que uma grande máquina, subdividida num número infinito de máquinas menores (...). Todas elas, mesmo suas partes mais diminutas, se ajustam umas às outras com uma precisão tal que arrebata todos os homens que as têm contemplado. A curiosa adaptação dos meios aos fins, em toda a natureza, assemelha-se exatamente aos produtos da invenção, da inteligência e da sabedoria humanas, embora com muito maior perfeição. Portanto, desde que os efeitos se parecem entre si, somos levados a inferir, que as causas também se parecem; e que o criador da Natureza, ainda que dotado de faculdades muito maiores, proporcionais à grandeza do trabalho que executou”.
Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço http://www.fotosearch.com.br

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Trem da Vida

O filme Trem da Vida, de Radu Mihaileanu, é daqueles momentos mágicos do cinema: vencedor de vários prêmios, mescla a fantasia com a dura realidade, trazendo nas entrelinhas mensagem transcendental.
Tudo começa quando Schlomo, o bobo da pequena aldeia judia no Leste Europeu, traz a terrível notícia de que os nazistas estão chegando para deportarem todos os judeus pr’algum famigerado campo de concentração. Todos suspeitam qual é o destino reservado, caso sejam capturados e enviados a um daqueles matadouros. Entre atônitos e amedrontados, muitos passam a sugerir planos mirabolantes de fuga. A mais lúcida e ao mesmo tempo mais estapafúrdia alternativa é justo a do que é considerado louco por seu povo: comprar um trem e alguns deles vestirem uniformes nazistas, para que disfarçados passem pela fronteira, rumo a Rússia, alcançando a sonhada liberdade.
A partir daí, o Conselho da comunidade passa a recolher doações para a aquisição de locomotiva e vagões, todos adquiridos em péssimo estado de conservação, que são reformados antes da partida. Tudo feito às escondidas, para que a população da cidade vizinha não os delate. O maquinista encarregado da viagem é burocrata na estação ferroviária, que sempre sonhou em conduzir um trem, trazendo consigo velho manual. Há cisões entre os fugitivos: de comunistas a religiosos. O que é escolhido a se passar por major nazista, por dominar o idioma germânico, é pacífico judeu, de nome Mordechai, que com o passar do tempo, veste a personagem e trata a todos com se de fato fosse nazista, para que convença a si mesmo, e seja convincente, caso encontrem alguma patrulha alemã pelo caminho.
Fantasia que lembra caso verídico: experiência feita em faculdade americana, reunindo alunos, divididos em 2 grupos (apenados e carcereiros), teve que ser interrompida, pois os que se passavam por algozes começaram a ser truculentos com os falsos prisioneiros. O que corrobora com a assertiva de Napoleão: “Todo aquele que não deseja ser oprimido, quer ser opressor”. O caso do perseguido povo de Israel, que sempre disperso, até o final da 2ª Guerra, e que durante esta sofreu o maior genocídio da História (em prisões e fornos crematórios), e, anos depois, seu exército agindo de forma autoritária contra assentamentos palestinos, levantando muros, é paradoxo dramático.
Trem da Vida não é drama, apesar de mesclar comédia e tragédia, fazendo rir e chorar na dose certa, e a cada cena. Numa delas, talvez a que sintetize todo o filme, Schlomo, o bobo, reflete sobre a existência humana, numa das passagens mais memoráveis: “Deus criou o homem à sua imagem./Isso é lindo! Schlomo à imagem de Deus./Mas quem escreveu isso no Torah?/Foi o homem, não Deus./O homem escreveu sem modéstia, comparando-se a Deus./Talvez Deus tenha criado o homem.O homem./O homem, filho de Deus, criou Deus, só para poder se inventar.../O homem escreveu a Bíblia... para não ser esquecido sem se importar com Deus./Não amamos e não oramos a Deus./Ou melhor, imploramos para que nos ajude aqui na Terra.../Mas não nos importamos com Ele./Só pensamos em nós mesmos./A questão não é saber se Deus existe ou não.../Mas sim se nós existimos”.
Ao olharmos em volta, e vermos o mundo e as pessoas que nos rodeiam, suas idiossincrasias, conceitos e preconceitos, pecados e virtudes, glórias e sinas, grandezas e misérias humanas, a questão é saber - não se Deus existe, mas - se nós existimos da forma que vemos o outro ou que o outro nos vê. Quem ou o que é real? Como disse Paulo Autran: “Acho que o homem fez Deus a sua imagem e semelhança.”
Nesse Trem da Vida, nem sempre somos a locomotiva da própria existência passageira, e, quando muito, apenas um dos inúmeros vagões, atrelados aos interesses de “maquinistas” que decidem por nós: vida, caminho, destino e futuro. Descarrilados sonhos são deixados pra trás, quando descemos na estação deserta ou seguimos adiante sem fazer concessões ao justo, líquido e certo. Se a vida é como o trem que passa, talvez cada vagão seja parte de nós, lotado de esperanças e desilusões. Padre Vieira disse: “Os vivos são pó levantado, os mortos são pó caído; os vivos são pó que anda, os mortos são pó que jaz”.
Observação 1: Artigo acima, de minha autoria, publicado originalmente no Jornal Letra Viva, nº 17, outubro/2005.
Observação 2: Imagem acima, capa do referido filme, extraída da internet, do endereço http://www.dvdversatil.com.br/images/dvd_87g.jpg
Observação 3: A assinatura mensal e gratuita do jornal cultural Letra Viva pode ser solicitada pelo e-mail klaesroig@yahoo.com.br , sendo a partir deste pedido o solicitante incluído na lista de contatos do LV, recebendo seu exemplar via mensagem de correio eletrônico.

domingo, fevereiro 10, 2008

O Ser e o Nada


Vivemos na Sociedade da Imagem e da Informação, onde justamente o Parecer importa mais do que o Ser. Por isso, independente de talento, criatividade e originalidade para arte, cultura, etc., faz-se necessário, para ser visível à mídia, a contratação de agente de imprensa para “vender e gerenciar” a imagem ao público consumidor, ávido por tudo que diz respeito ao ídolo. Jogadores de futebol, modelos, escritores, políticos, “papagaios-de-pirata”, enfim, uma série de personalidades (ou quase), necessitam desse profissional - a tiracolo do segurança particular e do personal training... Ainda que em seus 15 minutos de fama, como profetizou o artista plástico Andy Warhol, nos anos 80.
O que isso representa? Que no final do século XX e início do XXI, as celebridades ou aspirantes a ela, descobriram por acaso o que o filósofo alemão J.F. Herbart, em pleno século XIX já definira: “...a mente funciona com base em representações – que podem ser imagens, idéias ou qualquer outro tipo de manifestação psíquica isolada”. E as crianças, mais suscetíveis, são o reflexo do que vêem na TV, videogames, PC’s, internet, celular (os novos espelhos do Descobrimento, quinhentos anos após)...
Com o advento da fotografia, depois o cinema, a televisão e atualmente a internet, nunca a imagem, em sentido amplo, esteve tão no centro de nossas atenções, divulgando o que somos, pensamos ser, o que queremos ser ou tão-somente esconder. Alguns narcisos inclusive dão entrevistas, na 3ª pessoa do singular. Se auto-elogiam, não aceitando críticas contrárias, partindo logo para o ataque e o contra-ataque. Afinal, vivemos no País do Futebol.
Para Gerd Bornheim, professor de filosofia, o livro de Jean-Paul Sartre O Ser e o Nada, “é o principal edifício na construção do existencialismo” (doutrina que formula o problema da dimensão do ser do homem, afirmando que o existir é uma dimensão primária e radical e que todas as demais coisas se dão na existência; que não podemos derivar a existência do pensamento, visto já encontrarmos este radicado na existência.) Sartre, filósofo francês, inclusive, agraciado com o Prêmio Nobel por sua obra, recusou a láurea máxima da literatura mundial “para não ajudar na construção da própria estátua”.
Hoje, os tempos e os valores são outros. Vejamos por exemplo: a top model cria a sua própria grife, o perfume personalizado, tem página na internet, controla cada passo de sua carreira de olho nas leis e medidas do mercado; o jogador de futebol usa chuteiras coloridas (dourada, prateada...), assina contrato de exclusividade com poderosas empresas de marketing esportivo, e quando faz o gol, retira a camisa, talvez – Freud explicasse!?! -, querendo dizer que o Ser (Eu fiz! Eu posso! Eu sou o melhor!) se sobrepõe ao Nada (o clube, o time, a seleção nacional) que lhe paga astronômico salário; o escritor e seus livros de ficção ou não-ficção, escritos, não para o Ser, mas para o Mercado, sejam de auto-ajuda ou não, são livros que beneficiam (economicamente falando) mais ao seu criador do que à criatura; o político troca de partido e ideologia, como quem troca de camisa, contrata marqueteiros para promover sua imagem – o Ser – e sua plataforma política é uma sucessão de idéias repetitivas e impraticáveis – o Nada. Se o partido não lhe concede a vaga à disputa eleitoral, muito simples: muda-se de partido! E ponto final.
Fora honrosas exceções, não há comprometimento das celebridades com as causas humanitárias, salvo, se for para o bem de sua Imagem! Porém, muitos criam ONGs, mais com o objetivo de obter regalias do Fisco, do que realmente promoção da solidariedade. O próprio patrocinador está mais interessado em divulgar sua marca do que incentivar o esporte, a arte e a cultura nacionais. Prova disso é que, aqueles menos conhecidos, sofrem à procura de recursos para ir a Olimpíadas, mundiais, encenar uma peça, publicar um livro... Vide seleção feminina de futebol, medalha de prata em Atenas 2004 - reunida dois meses antes do evento -, e, após a conquista da medalha inédita, a maioria das atletas (o Ser) ainda está sem clube – sem Nada. São lembrados e beneficiados, justamente os “monstros sagrados” e sua imagem vitoriosa que renderão dividendos dourados.
Paradoxal e profética, pois, a assertiva de Fernando Pessoa, em seu conto “O banqueiro anarquista”, quando, no início do século passado, deixou-nos essa pérola, entre tantas outras:“Temos, pois, que uma coisa é evidente... No estado social presente não é possível um grupo de homens, por bem intencionados que sejam todos, por preocupados que estejam todos só em combater as ficções sociais e em trabalhar pela liberdade, trabalharem juntos sem que espontaneamente criem entre si tirania, sem criar entre si uma tirania nova, suplementar à das ficções sociais, sem destruir na prática tudo quanto querem na teoria, sem involuntariamente estorvar o mais possível o próprio intuito que querem promover. O que há a fazer? É muito simples... É trabalharmos todos para o mesmo fim, mas separados.”
Por ficções sociais diríamos fome, miséria, violência, desemprego, opressão?...
Observação 1: Artigo acima, de minha autoria, publicado originalmente no Jornal Letra Viva, nº 08, janeiro/2005.
Observação 2: Imagem acima, intitulada O umbigo do mundo, extraída da internet, do endereço http://tecnopop.info.
Observação 3: A assinatura mensal e gratuita do jornal cultural Letra Viva pode ser solicitada pelo e-mail klaesroig@yahoo.com.br , sendo a partir deste pedido o solicitante incluído na lista de contatos do LV, recebendo seu exemplar via mensagem de correio eletrônico.

sábado, fevereiro 09, 2008

Projeto de Informática na Educação Especial na Revista Carta na Escola


Publicada na edição de nº 23, da revista Carta na Escola, a reportagem feita por Michel Daoun, com o título Acesso ilimitado: Projetos no laboratório de informática e novos equipamentos apresentam um novo mundo aos alunos com necessidades especiais, que aborda o projeto desenvolvido em parceria entre o Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) Rio Grande/18ª CRE e as professoras da Educação Especial da EEEF Barão de Cêrro Largo, do município de Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil, que trata de inclusão tecnológica, educacional e social com alunos portadores de necessidades educativas especiais (PNEEs), nas áreas de deficiências mental; visual (cegos e baixa visão); surdez e altas habilidades/superdotação, além de uma turma de 4ª série inclusiva. Projeto coordenado por mim, desde 2005, totalizando na edição 2007: 11 turmas, 13 educadores e 80 alunos atendidos, além de voluntários. Nesta parceria, o NTE cede o laboratório e dois multiplicadores (eu e minha colega Janaina), e a escola participa com as turmas e professores da área da educação especial. Para cada turma e necessidade há uma abordagem diferenciada, levando em conta o tempo de aprendizagem das mesmas. Primeiramente, o contato direto com o equipamento (mouse, teclado, monitor, ambiente windows, ligar e desligar o computador); depois, alguns jogos educacionais, para agilizar o uso do mouse, o desenhar no paint, para nos encontros seguintes, ensinar o uso do editor de texto, de copiar e colar imagens, abrir pastas, pesquisar na internet; até que num estágio mais avançado, dependendo do andamento da turma, partirmos para projetos de aprendizagem, envolvendo a tecnologia educacional, utilizando como refencial teórico o construtivismo, e os conceitos da flexibilidade cognitiva e da aprendizagem significativa. Em março do corrente ano, a equipe do NTE estará construindo página no ambiente wiki para divulgar este e outros projetos educacionais.
Observação: Foto acima, turma 4ª série inclusiva 2007, da turma Simone Zogbi, em atividade no projeto Hagaquê, de construção de histórias em quadrinhos, utilizando fotografias tiradas pelos alunos, em passeio feito pela Escola Barão a uma charqueada gaúcha, onde foi sugerido aos alunos que fossem autores e personagens das próprias HQs. O resultado foi muito produtivo e interessante.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Blog ControlVerso no Jornal da Poesia


Foi com enorme satisfação que soube, através de minha prima Rejane, que meu outro blog ControlVerso , que trata de poesia, arte e cultura, com contos, poemas, crônicas e colagens, todos de minha autoria, encontra-se entre os links do Jornal da Poesia, um site cujo editor é Soares Feitosa, de Fortaleza, Ceará, Brasil, poeta que divulga textos e autores e outros sites sobre poesia e literatura. Ter meu blog ControlVerso indicado por Soares Feitosa, é uma honra, pela amplitude de seu trabalho de ativismo cultural. Conheci o Jornal da Poesia, quando pesquisava na internet, e nesse labirinto virtual, uma coisa leva a outra, e quando percebi, estava eu lendo uma adaptação em verso (ou versificação) de um trecho do livro do Prêmio Nobel de Literatura José Saramago, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, Companhia das Letras, 31ª reimpressão, páginas 398/399. Versificação feita com maestria por Soares Feitosa. Conforme comentou o próprio poeta, em 05/05/2003: "Prosa e poesia seriam, assim sem mais nem menos, a mesma coisa? Sim e não, aliás, sim... desde quê. E por favor bote muitos desdes-quês nessa história. De fato, é possível 'metrificar' Euclices da Cunha, Guimarães Rosa, José de Alencar, Clarice Lispector e não muito mais que uns cinco gatos pingados. Da mesma forma, excelente "prosa" em... Álvaro de Campos. É só tentar... desde quê".
Vejam o link abaixo:
Blog ControlVerso no Jornal da Poesia
Observação 1: SOARES FEITOSA, Francisco José. 19.01.44, Ipu, CE. É o editor do Jornal de Poesia. Aposentado da Receita Federal, auditor, estabeleceu-se advogado tributarista. Publicou em 1997 Psi, a Penúltima, poesia e ensaio, esgotado.
Observação 2: Imagem acima, de minha autoria, com quase dez anos de criação, feita a partir de um antigo cartão postal dado por minha prima Mariazinha, quando ingressei em 1986, pela primeira vez na faculdade (Direito). Interessante que sua filha, Sara (na época, um bebê), é atualmente minha colega no mestrado em Letras (FURG), área História da Literatura.
A frase do cartão "Seja como a jangada que, embora frágil, singra os mares com tanta bravura", era um incentivo pela volta por cima, depois de ter desistido de estudar, ainda no ensino médio, por causa de problemas financeiros e de saúde, com perda de minha avó (1984). Em 1985, voltei a estudar e prestei vestibular, passando na primeira chamada. Em 1987, no segundo ano de faculdade, de novo, por problemas financeiros, estive prestes a desistir do curso. Depois, graças a indicação de amiga, arranjei meu primeiro emprego para, depois de 5 anos, ingressar mediante concurso no serviço público, na área da educação. Em dezembro de 2007, completei 15 anos de dedicação e vocação em diversas funções na área da Educação Pública.
Ao recuperar esta imagem (colagem), relembro como foi importante para o jovem de 20, 21 anos de idade enfrentar de frente os problemas, como faz o jangadeiro em sua frágil jangada - se não me falha a memória, a jangada é um dos símbolos do Ceará, estado natal do poeta Soares Feitosa. Hoje, mais do que nunca, tenho a certeza que sou fruto dos mares que naveguei, das ondas e dos altos e baixos da vida por que passei, vivendo de certa forma como uma jangada ao mar. Apesar de gaúcho, sempre morei no litoral do extremo sul do Rio Grande do sul, Brasil (até os 18 anos em São José do Norte e dos 18 até hoje em Rio Grande, do outro lado do canal, na Laguna dos Patos). A ligação com o mar e a poesia, portanto, é para mim visceral.
Observação 3: Os detalhes inseridos na imagem do cartão postal acima, são: a gaivota, o jovem, a baleia e os dois planetas.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

O retorno, 7 dias depois...


Caros visitantes do blog Letra Viva do Roig, por questões técnicas, estive sem conexão com a internet durante uma semana. Ou seja, exatos 7 dias, e justamente num dia 7, consegui por conta própria sanar o problema que me impossibilitou acessar o ciberespaço. Costumo comentar da questão do número 7 em minha vida, já que nasci num 7/7, e este número me acompanha desde longa data. Coincidência ou não, 7 dias depois é justo num 7 que retorno, com muitos e-mails e atividades em atraso. Fruto, em parte, ao feriadão do Carnaval, que o Brasil literalmente pára e pouco se consegue fazer, quando se depende de terceiros. Mexe daqui e dali, consegui fazer meu modem ADSL sincronizar de novo, e conectar ao mundo virtual. Neste período, pude perceber a dependência cada vez maior da informática em nossa vida, e na minha, em especial. Fiquei como num eclipse solar, aguardando o retorno do sol (por sinal, eclipse ocorrido ontem). Apesar do transtorno, foram 7 dias de variadas leituras, que futuramente irei comentar neste espaço. Agradeço as visitas, comentários e indicações.
Observação: Imagem acima, de um eclipse solar, extraída da internet, do endereço http://mackmelo.blogspot.com