sábado, novembro 22, 2008

Educadores e alunos do RS são destaques em diversas áreas


Educação é investimento, jamais despesa ou gasto. E quando, mesmo sem o devido investimento e reconhecimento, proporcional ao destaque que acumula há várias décadas o magistério público gaúcho, consegue superar limites, isso demonstra a índole de uma categoria que incorpora em suas ações e atitudes os versos do hino sul-rio-grandense:

"(...) povo que não tem virtude, acaba por ser escravo. Mantemos valor, constância, nesse ímpia e injusta guerra. Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda terra..."

Constância é a palavra-chave que melhor definiria os educadores gaúchos. Apesar da histórica defasagem salarial, de perdas acumuladas e a não devida reposição, mesmo assim, os professores gaúchos mantêm-se constantes entre os melhores do país, e em alguns casos, sendo premiados em nível continental e mundial.
Abaixo, relaciono alguns links que tratam dessas experiências exitosas e desses destaques, além fronteiras... Infelizmente parece que um ditado popular aqui mantêm seu eco pelo pampa, o de que "santo de casa não faz milagres". Na verdade, milagres faz e muitos, mas que nem sempre é devidamente reconhecido por quem deveria: a própria sociedade e os gestores públicos.
Mesmo assim, mantenhamos valor e constância em nossas ações, sempre pautadas pela defesa intransigente da educação pública de qualidade, feita pela maioria dos educadores gaúchos, desde sempre...

Enem 2008: Ensino público leva RS ao topo

Profª. Marli Fiorentin, destaque nacional, continental e mundial

Profª. Bernardete Motter entre os 31 ganhadores do Prêmio Professores do Brasil 2008

Estudante do norte do Estado obteve a maior média do exame no RS

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://padrebutinha.g12.br/imagens/maos_terra.jpg

quinta-feira, novembro 20, 2008

Conclusão do seminário e mais algumas indicações


Nessa quinta-feira (20/11), terceiro e último dia do Seminário Proinfo e TV Escola - Edição Sul, em Florianópolis, ocorreram mais três mini-cursos dirigidos aos técnicos de NTEs e NTMs dos estados do RS, SC, PR e SP.
Manhã:

- Compartilhamento de arquivos e impressoras com o SAMBA, com Renato Silva (foto abaixo): conforme consta no material, "o 'Samba' é um software servidor criado para o Linux. Baseados em Unix, permite o gerenciamento e compartilhamento de recursos de redes formadas por computadores com sistemas operacionais diversos. Com o Samba é possível compartilhar arquivos, compartilhar impressoras e controlar o acesso de redes com confiabilidade e segurança";

- Linux Educacional e conteúdos: estrutura de desenvolvimento, com Regiane Carvalho (foto abaixo);

Tarde:
- Configuração de impressora no Linux Educacional, com Milton César Leite (foto abaixo).

Paralelo aos mini-cursos, como sempre procuro por novidades para divulgação, aproveitei para fotografar dois posters (fotos abaixo, que se clicado duas vezes sobre elas aumentam sua visualização), de dois projetos desenvolvidos pelo Paraná, que merecem ser visitados por educadores:

TV Paulo Freire, do Paraná

Projeto Luz das Letras

Portal Dia-a-dia Educação

Observação: Cliquem 2 vezes sobre cada imagem acima para ver seu conteúdo de forma maximizada. Cada título é um link (atalho).

quarta-feira, novembro 19, 2008

Muitas novidades tecnológicas para a educação

Nesse segundo dia de Seminário Proinfo e TV Escola - Edição Sul, promovido pelo MEC e realizado em Florianópolis, na praia dos Ingleses, muitas novidades tenho para contar, principalmente na questão da tecnologia educacional.
Foi um dia cheio, como técnico em informática (além de acumular as funções de multiplicador/formador de informática educativa no NTE Rio Grande/18ª CRE). Participei, neste 19/11, de 04 oficinas interessantíssimas:
Manhã:

- Certificado digital: segurança nas transações eletrônicas realizadas com os aplicativos do MEC via internet, com Cristiano Bento (foto acima), que mostrou-nos como a certificação digital mantém a privacidade nas transações via internet, que não serão lidas por ninguém; integridade do documento (sem alterações); autenticidade do mesmo (garantia da origem do referido) e não repúdio, ou seja, garantia que só o titular faz a operação.
Fonte: http://certificacaodigital.mec.gov.br

- Tecnologia multiterminais e wireless nos laboratórios do Proinfo, com Renato Silva (foto acima), onde pudemos fazer a instalação da rede wireless (sem fio) nas máquinas do laboratório e conhecer diversos tipos de multiterminais (equipamentos que permitem o acesso e a convergência de diversas mídias em um mesmo maquinário, dentre eles o Artur (um projetor multimídia e multifuncional, que é datashow, com gabinete, gravador e leitor de DVD, pen drive, possuindo ainda teclado, mouse e mouse sem fio (tipo controle remoto), caixa de som embutida, etc (conforme fotos ao final dessa postagem) e a carteira digital (ou mesa digital), imagens ao final desta publicação.
Artur (o projetor multifuncional) é um projeto desenvolvido pelo MEC, já em sua 3ª versão de teste para futuramente ser disponibilizado para as escolas da rede pública e NTEs/NTMs do Brasil. Já a carteira digital é um projeto desenvolvido pela Prefeitura de Serrana, SP, e também divulgado perante o MEC, estando em análise. Além desses, fotografei um poster da TV Pen Drive, desenvolvida pelo estado do Paraná, que eu já tinha conhecimento noutro encontro do Proinfo, aqui em Florianópolis. A TV Pen Drive (imagem abaixo deste post), como o próprio nome diz, permite que o professor possa conectar tal equipamento na entrada da TV, e passar de vídeos a músicas, de fotografia a outrso tipos de arquivo, em tela de 29 polegadas. cada sala de aula possui o equipamento citado. São inovações que promovem novas formas de uso da tecnologia no cotidiano escolar, e que requerem que o educador se integre a essas novas possibilidades.
Tarde:

- Instalação Linux Educacional 2.0 em Dual-boot, com Regiane Carvalho (foto acima), onde pudemos particionar (dividir) o HD do microcomputador em dois, mantendo o sistema operacional Windows em uma e instalando o software livre, distribuição Linux Educacional 2.0, desenvolvido pelo MEC, na outra parte;

- Georeferenciamento: Tecnologias e principais aplicabilidades, com Milton (foto acima), onde pudemos trabalhar, entre outras coisas, com o portal do MEC abaixo, que permite a utilização de ferramentas e a visualização de dados geográficos e estatísticos, disponiblizados ao educador:
http://atlas.mec.gov.br

Novidades tecnológicas para a Educação:
TV Pen Drive

Carteira Digital

Artur - projetor multimídia multifuncional


Berna Motter ganhadora do Prêmio Professores do Brasil


É com enorme satisfação que divulgo a notícia de que a amiga e colega Teresinha Bernardete Motter, professora da rede pública estadual do RS, trabalhando em Caxias do Sul, e editora do blog Caminhos foi selecionada entre os 31 professores ganhadores do Prêmio Professores do Brasil, uma iniciativa do Ministério da Educação - MEC.
Berna, como é chamada pelos amigos, teve seu projeto intitulado "Escola - Espaço de Construção e Autonomia" selecionado no segmento Ensino Médio. Projeto que já tinha participado com destaque no I Congresso de Tecnologias na Educação, promovido no mês de outubro/2008, pelo grupo Blogs Educacionais (totalmente on-line).
Parabéns Berna, pelo merecido destaque e reconhecimento de uma dedicação à tecnologia educacional e ao fazer pedagógico. Quem conhece teu trabalho, muito dele divulgado por teu blog Caminhos, não se surpreende com essa premiação. Como dizem nossos alunos: Uhuuu!

Participação da Berna no I Congresso de Tecnologias na Educação

terça-feira, novembro 18, 2008

TV Digital Web


Repasso indicação de meu ex-tutor do ciclo intermediário do Curso de Mídias Integradas à Educação, prof. Marcelo Turkiewicz (PR), que também recebeu a informação de um colega, Emir de Curitiba - PR, sobre um portal que permite assistir vários canais da TV Aberta, a cabo, rádio e outros, pelo computador computador SEM PAGAR NADA e SEM BAIXAR NENHUM PROGRAMA e em tempo real. Chama-se TV Digital Web, site abaixo:

www.tvdigitalbrasil.4d2.net - é o site TV Digital Web.

TV Digital Brasil

A TV Digital agora está acessível aos computadores gratuitamente. Vamos divulgar aos amigos e colegas.

Observação: Imagem acima, extraída do referido portal.

Participando do Seminário Proinfo e TV Escola - Edição Sul


Estou, em Florianópolis, desde ontem a noite, para participar de 18 a 20/11, do SEMINÁRIO PROINFO E TV ESCOLA - EDIÇÃO SUL, promovido pela Secretaria de Educação a Distância (SEED), por intermédio das Diretorias de Infra-estrutura em Tecnologia Educacional (DITEC) e de Produção de Conteúdos e Formação em EAD (DPCEAD), órgãos vinculados ao Ministério da Educação - MEC.
O seminário, acima citado, dará oportunidade para que se conheça os trabalhos mais exitosos desenvolvidos pelos NTE/NTM (Núcleos de Tecnologia Educacional, estaduais e municipais) da região Sul e do Grupo 2 de São Paulo da região Sudeste, bem como discutir os problemas, soluções e novas formas de ação, propiciando reflexões acerca do uso adequado das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na educação. Também debater sobre a implementação Programa Nacional de Tecnologia Educacional-ProInfo e da TV Escola, em seus quatro eixos de abordagem (infra-estrutura, conexão, conteúdo, capacitação).
Como hoje, e durante a semana, a carga de trabalho será longa (palestras, oficinas, apresentações de experiências exitosas), com retorno para casa somente sexta-feira, nada como um passeio de manhã cedo pela beira da bonita praia dos Ingleses (foto acima). Do hotel em que estou hospedado ao que ocorrerá o evento dá uma bela caminhada de certa de 15 a 20 minutos pela beira-mar. Respirar ar puro, oxigenando as idéias, é uma boa terapia sempre para enfrentar os desafios do cotidiano, seja tecnológico, educacional ou não.
Participam do seminário, multiplicadores e técnicos em informática educativa dos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

domingo, novembro 16, 2008

Tecnologias digitais no contexto escolar


O texto "O papel das tecnologias digitais no contexto escolar", resolvi reproduzir na íntegra (autorizado pela sua autora, mediante contato por email, a quem agradeço a gentileza), pois vem de encontro ao que penso e discuto nesse blog há dois anos: que a tecnologia no contexto escolar deve privilegiar o enfoque educacional e nem tanto a questão técnica. Evidentemente, que em um primeiro momento o educador deve saber manipular a ferramenta, mas no segundo momento, a partir dessa manipulação e reprodução de conteúdos, deverá propor também a produção de conteúdos próprios a partir da realidade local e escolar que vivencia, unindo o útil ao agradável, o tecnológico ao pedagógico. Leiam o ótimo artigo de Valéria Roque e o indiquem a outros educadores para reflexão.

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O papel das tecnologias digitais no contexto escolar

Para os envolvidos em educação: é importante superar uma visão reducionista que entende as tecnologias digitais usadas pelos professores numa perspectiva meramente técnica.

Por Valéria Roque

Essa discussão volta-se para questões acerca da incorporação das tecnologias digitais às ações educativas formais e o papel do professor frente às atuais demandas trazidas por essas tecnologias.

Primeiramente é necessário destacar, como o faz Arruda (2004), que a partir da maior difusão de acesso à internet, em torno do ano de 1995, diversos pesquisadores começaram a associar esse tema às pesquisas educacionais. Esse autor, em consonância com Castells (2001), reconhece que tal difusão seja relativa, mostrando-se mais presentes junto às camadas A e B da população brasileira.

No entanto, destaca que “a utilização de tecnologias educacionais no contexto escolar está inserida em uma realidade econômica mais ampla, marcada por um processo de reestruturação capitalista” (ARRUDA pg. 14, 2004), que gerou a organização de movimentos de mudanças pedagógicas, não apenas no Brasil, como também em outros países, como, Chile, Portugal e Espanha.

No curso desse movimento diversas modificações foram trazidas para nosso sistema educacional, em formatos distintos e diversos, que vão desde medidas avaliativas, como ao lançamento de Parâmetros Curriculares. Não é objetivo deste texto debater sobre essas transformações, mas sim reconhecer que, a preocupação em se incorporar as tecnologias digitais nos processos educacionais vêm associadas a elas.

Nesse fluxo as pesquisas educacionais conseguem identificar, junto às escolas públicas e privadas um movimento de “informatização” desse espaço. Cabe também destacar que esse movimento tem por meta a difusão dos meios informatizados junto aos educandos. No entanto, tal processo deve ser analisado com cautela e um certo grau de relativização.

Relacionar as tecnologias digitais à educação exige o reconhecimento de dois pontos, considerados por mim e Arruda (2005) como fundamentais. Primeiro, as tecnologias digitais trazem possibilidades interativas para a educação as quais, aparentemente, ainda não foram, genericamente, incorporadas nas práticas docentes, independentemente à adoção, ou não, dessa nova linguagem.

Tais possibilidades interativas podem trazer para a docência novos encaminhamentos quanto ao processo de aquisição do conhecimento pelo aluno. Compreendo que a utilização das tecnologias digitais deva ser assumida como parte da cultura escolar. Embora seja notória a importância atribuída a essas novas tecnologias no âmbito escolar, uma vez que esta é por vezes utilizada como estratégia de marketing por escolas privadas, ainda é desconhecido o(s) modo(s) como essas tecnologias são apropriadas pelos professores.

Em segundo lugar, como indica Arruda (2004), existe um descompasso entre o domínio que o docente apresenta destas novas linguagens frente aos conhecimentos que seus alunos possuem.

Esse ponto registra-se como um complicador a mais para o docente que, além de necessitar possuir um conhecimento específico acerca das possibilidades postas pela disciplina escolar a qual leciona, deverá também ser capaz de identificar as tecnologias digitais como linguagem favorecedora para apreensão da realidade?

Como o docente fará esse último movimento sem apresentar, até mesmo, conhecimentos básicos na área da informática?

Destaco ainda que, conhecimentos básicos mostram-se insuficientes para a apreensão, pelo professor, das potencialidades das tecnologias digitais para o ensino. Promover a discussão sobre a incorporação e as implicações das tecnologias digitais nas escolas, em especial nas disciplinas escolares, significa assumir a idéia da constituição de “sujeitos comunicacionais” pela instituição escolar.

Em pesquisa recentemente desenvolvida (1), tive a oportunidade de observar como os professores de escolas privadas de Belo Horizonte utilizam tecnologias digitais em sua prática pedagógica. Resultados parciais vêm indicando aos pesquisadores envolvidos que, embora a literatura conhecida aponte o caráter amplo dado ao desenvolvimento tecnológico ao longo da história humana, na escola ainda persiste uma interpretação muito mais ligada à questão técnica.

Os dados obtidos até o momento confirmam a perspectiva de Arruda (2004) a qual afirma que a, as tecnologias digitais são tratadas no âmbito escolar somente no seu aspecto de produção de técnicas e ferramentas, limitando a presença das tecnologias tão somente aos chamados “recursos” didáticos, como quadro, giz, aparelhos, livros etc.

Deixa-se de observar aspectos muito mais amplos de introdução de tecnologias no ensino. Alava (2002) afirma-nos que no sentido mais amplo atribuído às tecnologias, o processo de ensino-aprendizagem acontece sempre mediado por alguma tecnologia, seja organizacional, simbólica ou ferramenta/recurso.

Na verdade, na sociedade contemporânea há uma estreita vinculação entre tecnologia e “novidade”, principalmente porque na modernidade a tecnologia está ligada à produção (PAIVA, 1999). O modelo de produção atual é caracterizado pela grande diversidade de produtos e segmentação de mercado, o que leva as empresas a buscarem constantemente o desenvolvimento tecnológico visando a “diferenciação” em um mercado amplamente competitivo.

Entretanto, a análise das práticas pedagógicas e de alguns softwares voltados para o ensino tem indicado um uso das tecnologias digitais bastante próximo àquele atribuído, por exemplo, ao livro didático. Nesse último caso o conteúdo presente no material didático é incorporado como fim da aprendizagem e não como meio.

As tecnologias digitais (softwares, internet) são tratadas como “livros didáticos animados” ou simples material de pesquisa, similar ao que ocorre com revistas e jornais.

Essas características presentes na prática pedagógica revelam não apenas um desconhecimento acerca das possibilidades para as atividades educacionais, mas também (se não, sobretudo) uma concepção de ensino de distante das orientações recentes postas para educação brasileira a partir da década de 1990.

Uma outra forma de aprender

Alava (2002) (2) afirma que estas novas tecnologias dizem respeito, sobretudo aos educadores, no entanto são vistas como elementos técnicos que “renovam” o ensino somente através da introdução do maquinário na escola.

No entanto as novas tecnologias da informação e comunicação oferecem novas possibilidades de aprender e devem deixar o estatuto de simples auxiliar (na aprendizagem) para tornar-se centro de uma outra forma de aprender, que afeta, em primeiro lugar a mudança dos modos de comunicação e dos modos de interação.

Finalizo afirmando a necessidade de pesquisas favoreçam a apreensão das possibilidades cognitivas postas por essa linguagem, a fim de superar um visão reducionista que percebe as tecnologias numa perspectiva meramente técnica. [Webinsider]

Notas

(1) ALLAIN, L., ARRUDA, E. ROQUE ASCENÇÃO, V. Implicações das Novas Tecnologias na Prática Pedagógica de Professores de Ciências, Geografia e História das séries iniciais: um recorte pedagógico e comunicacional. Belo Horizonte, Universidade FUMEC, 2005.

(2) Autores como SANCHO (1998), LANDRY (2002), GREEN e BIGUN (1995), ARRUDA (2004), SILVA (2003), dentre outros também apresentam olhares mais amplos sobre as tecnologias e buscam desmistificar a idéia de que tecnologia está ligada sempre a algo recente.

Bibliografia

ALAVA, Séraphin & colaboradores. Ciberespaço e formações abertas: rumo a novas práticas educacionais? Porto Alegre: Artmed, 2002

ARRUDA, Eucidio. Ciberprofessor: Novas Tecnologias, Ensino e Trabalho Docente. Belo Horizonte: Autêntica, 2004

CASTELLS, Manuel. A galáxia da Internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003.

GIDDENS, Anthony. As conseqüências da modernidade. São Paulo: Unesp, 1991.

PAIVA, José Eustáquio Machado de. Um estudo acerca do conceito de tecnologia. In: Educação & Tecnologia. Belo Horizonte: Revista do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, v. 4 n. ½ jan/dez. 1999.

Sobre a autora:
Valéria de Oliveira Roque Ascenção (valeriaroque@gmail.com) é professora da Universidade Fumec.

Fonte:
http://webinsider.uol.com.br/index.php/2006/11/09/o-papel-das-tecnologias-digitais-no-contexto-escolar/

Observação: Colagem digital acima, feita a partir de imagens extraídas da internet, dos seguintes endereços:
http://i.s8.com.br/images/papershop/cover/img3/1949083_4.jpg (globo);
http://www.premiumsuprimentos.com.br/images/teclado-preto.jpg (teclado)e
http://www.vick.com.br/vick/imagens/produtos/acrimet/
porta_lapis.jpg (porta-lápis).

sábado, novembro 15, 2008

A dualidade da vida: entre perdas e ganhos


Todos nós temos uma vida dupla. Isso é pacífico, desde sempre. Falo da identidade pública e da privada que utilizamos no decorrer da vida. Entre amigos confessamos (tal qual diante de um sacerdote, que guarda para si e Deus nossos segredos) coisas que jamais diremos em público. Algumas coisas sequer para nós mesmos confessamos, deixando-as guardadas no baú do subconsciente ou no inconsciente. Ledo engano acreditar que tudo que se diz em público é a expressão fiel e completa de nossos pensamentos. O viver em sociedade é algo que requer o uso diplomático das palavras.
O filme O Mentiroso, com Jim Carrey, é uma hilária e pequena amostra disso. Imagine um filho, na véspera de seu aniversário, faz um pedido para que o pai, advogado que sempre falta com a palavra com o menino, de a partir daquele dia o pai não poder mais mentir. Se transpusesse do universo jurídico para o político, o filme teria o mesmo efeito hilário, já que de promessas não cumpridas muitos eleitores estão fartos...
Assim é a vida e a sociedade e sua dualidade e dupla identidade...
Hoje, essa dualidade impõe-se também ao universo paralelo que é o mundo digital. Somos seres de carne e osso, no mundo real, e um ser digital, feito de bits e bytes, quando ingressamos na internet, e ali construímos perfis, seja em comunidades de relacionamento como o orkut e assemelhadas, ou quando usamos uma conta de e-mail (correio eletrônico), em que nem sempre o ID (login) que precede o sinal de @ (arroba) e a conta da agência virtual de "correios" , por nós escolhida, e o mesmo de nosso RG (cédula de identidade). Li, tempos atrás, um texto em que psicólogos analisavam o perfil de cada internauta, a partir desses login's, normalmente crivados de apelidos, em que as pessoas utilizam expressões que determinam essa dupla identidade (indicando uma característica que de fato não possuem). No orkut, msn, chats e outros, dá pra se notar que muitas fotos, nomes e características deixadas públicas não correspondem de fato ao que o ser humano é do outro lado da tela. É curioso... E Freud, Carl Jung, além de Bill Gates e Steve Jobs poderiam ficar debatendo horas a fio (ou sem fio também, atualmente). Claro que os dois primeiros, só se for em uma conexão com o outro mundo, evidentemente. Risos.
Mas o que me fez escrever hoje esse post foram dois fatos acontecidos ontem (sexta-feira, 14/11), que me trouxeram emoções contraditórias e extremadas.
Primeiro, a visita de Canrobert Brasil, talentoso ator e diretor de teatro, coordenador do Grupo Dupla Face, que encenou esse ano, na Semana da Criança, no teatro municipal de Rio Grande - RS - Brasil, a minha segunda peça dirigida ao público infantil, intitulada "As Travessuras da Bruxa Fel", um argumento proposto pelo próprio Can, para tratar da questão ambiental. Can trouxe-me um vídeo da referida peça, produzido por José Rover, também ator e responsável pelo cenário das duas peças que escrevi: "E agora Betinha?" e "As Travessuras da Bruxa Fel" (fotografia da capa do DVD, acima). Foi uma emoção única poder ficar com uma cópia daquele espetáculo, que trouxe a todos os integrantes do projeto uma satisfação de trabalhar com a arte, a cultura e a sociedade. Na peça, usei muito do que aprendi com a literatura e o cinema, mesclando humor, poesia e reflexão... Há momentos que é uma satisfação ouvir a risada do público, tanto infanto-juvenil como adulto, noutras há um silêncio e a percepção de que a mensagem ambiental é compreendida por ambos os públicos, cada qual com sua visão de mundo, logicamente... A vida é assim, ora cômica, ora trágica, muitas vezes a junção de ambas: tragicômica, como a política e a televisão nos brindam diariamente, numa sucessão de fatos que seriam cômicos não fossem trágicos, e vice-versa. Agradeço ao Can e ao Grupo Dupla Face por ter realizado pela segunda vez esse sonho de ver personagens de papel criarem vida, graças ao talento de toda a equipe envolvida em ambos os projetos. Rever a história de Fel, a bruxa má que possui duas aprendizes de feiticeira, Mel e Lua, que têm medo de bruxa e não sabe fazer o mal, respectivamente, além do Mágico Sol, que vem trazer magia e luz àquele reino desencantado, foi algo que não tem preço... Guardar comigo esse vídeo, melhor ainda.
O segundo fato, comovente, inesperado e profundamente lamentável, foi saber pelo colega Sérgio Puccinelli, presidente da Academia Rio-Grandina de Letras, a qual pertenço, do falecimento do também colega (ou confrade da entidade artístico-cultural) e meu ex-professor Gil Barlém Martins, por motivo de enfarte.
Gil era advogado, professor universitário, jornalista, ativista cultural, entre outras atividades. Nascido em Rio Grande, tinha 67 anos, e mantinha espaço no Jornal Agora da cidade há 30 anos, onde, com o seu estilo peculiar, propunha reflexões para o cotidiano do município e da região.
Gil foi meu professor de Direito Administrativo no Curso de Direito da FURG. Quando, anos depois, fui assessro jurídico na educação, suas aulas me serviram muito para o desafio qyue abracei, até trocá-lo pela tecnologia educaiconal.
Guardarei com carinho de Gil dois significativos momentos para mim: um, quando ele comentou comigo que tinha lido nas entrelinhas de um artigo de opinião (A desumanização da sociedade), que eu havia publicado no jornal, destacando o filme Diários de Motocicleta e exaltando ao homem Ernesto, antes do mito Che Guevara, em que Gil me dissera ter percebido o trabalho "hérculeo" que tive para que o texto apesar de engajado politicamente não parecesse, em período eleitoral, um libelo a favor ou contra alguém específico, mas um texto universal. Realmente, a perspicácia de Gil percebera as entrelinhas que todo escritor deixa pelo caminho discursivo/narrativo. Toda a escritura possui camadas e mais camadas de texturas e tecituras que somente um bom leitor percebe. Como diz minha professora tutora do curso de Letras (Unopar), Lisandra Gomes: "Pode-se descobrir a autoria ou a motivação de um texto a partir da análise do discurso de seu autor". Todo escritor deixa pegadas identificáveis; e, no interior de cada frase, parágrafo, texto, há uma intenção nem sempre explicitada. O bom escritor é aquele que deixa para o texto implícitio e para o próprio leitor a interpretação. Pelo traço de um pintor, a grafia de uma pessoa, pode-se identificar a autoria. Quando aluno do ensino fundamental, uma de minhas primeiras incentivadoras, a profª. de educação artística Maria Lúcia Pinheiro (que me sugeriu não copiar desnehos mas exercitar o traçoá mão livre e a originalidade), descobriu certa feita que eu tinha desenhado para colegas de classe a tarefa que eles pediram para mim. No ensino médio, outra incentivadora, a profª. de português, Marilúcia Rezende, percebeu que eu tinha "ajudado" alguns colegas com a redação, que eles pediram para ajudar... Não tem como, deixamos pegadas e traços por onde passamos... Ainda que não tenhamos um estilo próprio, pode-se através da cópia estalecer relações com o original e perceber nitidamente qual é o primeiro e qual a sua sombra.
No segundo momento, foi uma grata surpresa saber pelo próprio Gil que ele utilizara um outro artigo de opinião (Dignidade Já!), de minha autoria, com seus alunos da graduação em Direito. Texto em que divago sobre a dupla opinião que podemos ter sobre um mesmo tema, com base numa promoção do CDL do município de sortear empregos no final de um ano, a justiça se manifestara contrária a isso, impedindo sua continuidade. Na oportunidade, como "advogado do diabo", vendo os dois lados da questão, estabeleci pontos pró e contra as duas ações do CDL e da justiça, declarando que dependendo do ponto de vista poderiam estar certos ou errados. Saber que esse texto serviu para que os acadêmicos do Direito analisassem o poder de argumentação que as palavras têm, foi muito motivador para mim.
Quando soube de seu falecimento, como ex-aluno, colega de ARL, como leitor, etc. lamentei profundamente sua perda.
Através desses dois fatos acontecidos em um mesmo dia, lembrei-me de um trecho de uma canção indígena (lida muito tempo atrás, quando não tinha cuidado com as refrências) que dizia que "há tempo para dançar e tempo para chorar". A vida é assim mesmo, uma sucessão de emoções, de perdas e ganhos. Precisamos saber conviver com essa dualidade, pois como seres humanos também somos duplos, convivendo com o lado público e o privado. Trabalhando com tecnologia e educação vejo como a geração atual não sabe conviver com perdas, apenas com ganhos. Parte dos jovens busca apenas o prazer e o sucesso, das mais variadas formas, e não consegue conviver com o insucesso, com a pressão, com as regras de convívio social, entrando em crise existencial, emocional, depressão, etc. A geração X, como chamo, é fruto da geração 64, que perdeu muita coisa e tenta compensar com os filhos e netos, toda a opressão que teve nos anos de ditadura militar e familiar. Mas, como diz a sabedoria popular, depois da tempestade vem a bonança... Agora, pais tentam compensar a ausência diante dos filhos, com tudo que é tipo de parafernália tecnológica que lhes exigem. Entre perdas e ganhos, perdeu-se o convívio familiar, e em alguns casos o referencial de vida, o exemplo que vem de casa. Muitos conflitos que têm ocorrido nas escolas, pelo país e mundo afora é fruto de um modelo civilizatório que valoriza e premia o ter e não o ser... O que vale hoje é TER bens e não SER humano... De vez em quando, alguns ganhos e perdas humanas nos fazem refletir para o que de fato vale a pena na vida... Bom para ver como tudo é extremamente transitório para que nos apeguemos demais às coisas que não levaremos pra outro mundo paralelo, seja numa 5ª dimensão ou não...
Trabalhando com tecnologia educacional, cada vez mais tenho aprendido a valorizar o fator humano, que é o que faz uma caixa cheia de fios (e outras sem estes) tornar-se objeto que dá vida a sonhos de seres humanos que valorizam seu semelhante, acima do bem e do mal... Entre perdas e ganhos, a vida segue seu caminho, sempre nos dando grandes lições... Um bom fim de semana a todos, plugados com o seu cotidiano e nem tanto conectados apenas às máquinas...

terça-feira, novembro 11, 2008

A vida em 3 segundos e as fobias pela falta do uso das tecnologias


O link abaixo, que sugiro a leitura na íntegra, trata das "Doenças modernas" que estamos passíveis de contrair, em função de nosso modo de vida, atribuídas a falta de celular, computador e outras tecnologias, que com o tempo tornam-se fobias.
Já existe até um nome para isso: nomofobia, que refere-se a expressão em inglês "no mobile" ou sem mobilidade (tradução livre minha), que compreende a questão da falta de aparelhos que nos dão essa mobilidade e instantaneidade no dia-a-dia.
O telefone móvel (tipo celular) tornou-se mais do que um acessório, mas uma parte de nossa identidade, pois graças a ele podemos localizar amigos, colegas, mandar "torpedos", consultar internet, receber e-mails, etc., dependendo do modelo. Ou seja, aonde quer que estejamos podemos ser localizados e localizar quem desejamos... Porém, tudo tem o seu preço - e não falo na questão econômica, e sim emocional -, pois hoje essa mobilidade e instantaneidade aproximam e também tornam a vida mais veloz... Vejo jovens nas ruas, aparentemente falando sozinhos, quase monossilábicos, em apenas 3 segundos, que é um artifício descoberto por eles para conversar através do celular sem créditos. Então ocorre curioso diálogo:
- Oi...
- Tô aqui!...
- Na praça...
- Busão das cinco...
- Me espera!
- Em frente...
- Tua casa!!

Em sete ligações de 3 segundos, ou em 21 segundos, o interlocutor ao meu lado, com celular na mão, fez seu itinenário para alguém do outro lado da cidade...
Hoje, os modernos celulares, além de falar, possibilitam ouvir música mp3, rádio, TV, internet, ser localizados por satélite (GPS), usar editor de texto, vídeos, jogos, enfim, uma infinidade de coisas...
Em contrapartida, o dia (com suas 24 horas) e a vida, ficaram acelerados demais. E a partir dessa aceleração e diminuição das barreiras do espaço-tempo, via tecnologia, tudo passou a ser instantâneo também. O jornal impresso perde a atualidade, diante desses veículos de informação que de 3 em 3 segundos mudam tudo no mundo... Não apenas nas notícias mas na forma de interagirmos com os equipamentos e as pessoas...
Noutro dia, vi um jornal, impresso no dia anterior mas com data do dia em curso, prevendo a possível vitória de Barack Obama, nos EUA, quando já tinha essa informação já no fim de noite pela internet e tudo mais. As notícias ficam requentadas de imediato, através dos meios convencionais... Em 3 segundos, tudo já é passado... Ainda que a percepção do tempo seja, parafraseando Santo Agostinho, em Confissões, uma questão pessoal.
Mas, eu, que sou passageiro do tempo e do mundo em que vivo, também, em certos momentos, quase sou acometido de um princípio de fobia; diria melhor, irritação, quando ligo pro celular de alguém e está fora de área, desligado, etc. Ou quando o computador custa mais que 3 ou 10 segundos para iniciar, abrir janelas, salvar arquivos e tudo mais... De vez em quando, pego a família, e saio para fazer coisas em que a tecnologia não seja essencial... O próprio celular, em certos momentos, é um inconveniente, quando se quer dormir até mais tarde, ou simplesmente quer assistir um filme (seja no cinema ou em casa), ou fazer algo em que não saibam onde estamos... Tudo na vida tem seus prós e contras, dependendo da situação...
Não ficar por demais dependente dos meios eletrônicos e das interferências eletromagnéticas que esses emitem, é um cuidado à nossa saúde física e mental...
Portanto, de vez em quando, é saudável dar mais do que 3 segundos à vida, ao mundo e às pessoas que nos rodeiam... Deixemos de vez em quando de estarmos conectados, plugados, contando os segundos para tudo...
Um diagnóstico leigo que pode ser feito para ver se estamos mesmo com tendência a contrair tais distúrbios é tentar cronometrar, no próprio celular ou em algum relógio de pulso (artefato quase em extinção desde que o celular incorporou a função relógio em seu visor), medindo quanto tempo resistimos ao uso dos multimeios e da tecnologia em geral... É um grande desafio e mais uma provocação...

Doenças modernas: falta de celular, computador e outras tecnologias vira fobia

Observação: Imagem acima extraída da internet do seguinte endereço
http://niilismo.net/galeria/pictures/dor_de_cabeca.jpg

Convite para o Global Forum América Latina


Recebi, em 06/11, através de comentário no blog Letra Viva do Roig, referente ao post da premiação internacional da colega Marli Fiorentin, convite para participar do Global Forum América Latina, que realizar-se-á em São Paulo-SP, Brasil, dias 20 e 21/11/2008, evento promovido pela UNINDUS - Universidade da Indústria.
Foi uma grata surpresa receber tal convite e cortesia para, como educador e blogueiro educacional, participar de um evento dessa envergadura, que propõe uma "rede de conversação sobre inovação na educação e nos negócios para a sustentabilidade onde universidades, empresas, poder público e sociedade, podem compartilhar e construir propostas e soluções inovadoras que promovam transformações culturais, econômicas e socioambientais".

Segundo a organização:
"O prof. Ronald E. Fry,PhD, coordenará a etapa em São Paulo a partir da Investigação Apreciativa, metodologia de conversação inovadora desenvolvida em conjunto com o prof. David Cooperrider,PhD pela Case Western Reserve University (Cleveland, Ohio).
Neste encontro, os sistemas de ensino superior, especialmente as escolas de administração de empresas e cursos correlatos, serão inspirados a levar essa reflexão para dentro de seus cursos, a fim de proporcionar capacitação em desenvolvimento sustentável".


Como multiplicador em informática educativa e especialista em tecnologia educacional - trabalhando com tecnologia na educação, na capacitação de professores da rede pública estadual, em parceria com escolas, além de projetos envolvendo a inclusão tecnológica, pedagógica e social, alguns deles com enfoque ambiental, artístico e cultural -, tal evento seria por demais interessante participar e contribuir com palavras-chave tão caras a mim, como: inovação - sustentabilidade - sociedade - cultura - ambiente.
Infelizmente, creio que devido a compromisso profissional, já acertado há tempos, fique impossibilitado de aceitar o convite, pois estarei de 18 a 20/11, em Florianópolis-SC, participando de SEMINÁRIO PROINFO E TV ESCOLA - EDIÇÃO SUL, promovido pela Secretaria de Educação a Distância (SEED), por intermédio das Diretorias de Infra-estrutura em Tecnologia Educacional (DITEC) e de Produção de Conteúdos e Formação em EAD (DPCEAD), órgãos vinculados ao Ministério da Educação - MEC.
O seminário, acima citado, dará oportunidade para que se conheça os trabalhos mais
exitosos desenvolvidos pelos NTE/NTM (Núcleos de Tecnologia Educacional, estaduais e municipais) da região Sul e do Grupo 2 de São Paulo da região Sudeste, bem como discutir os problemas, soluções e novas formas de ação, propiciando reflexões acerca do uso adequado das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na educação. Também debater sobre a implementação Programa Nacional de Tecnologia Educacional-ProInfo e da TV Escola, em seus quatro eixos de abordagem (infra-estrutura, conexão, conteúdo, capacitação).

Mesmo assim, apesar da impossibilidade de participar do Global Forum América Latina, agradeço ao convite especial, destinado a "professores que mantém blogs com temas ligados à sustentabilidade na internet", desejando sucesso aos organizadores do evento, que acompanharei a distância.

Abaixo, link para o sítio (site) em questão:

Global Forum América Latina

Links para algumas ações e proposições do evento:

Formação acadêmica transversal para a sustentabilidade;

Formação para educadores: despertando consciência sustentável;

Insersão no currículo das escolas das disciplinas de sustentabilidade, empreendedorismo e inovação;

Educação formadora pautada na sustentabilidade,

Reformulação da educação de forma transversal.

Quem acompanha há mais tempo meu blog, sabe que sou defensor de que tanto a informática como a educação ambiental, entre outros, sejam tratados como temas transversais no currículo escolar. Que o professor se aproprie das TICs em seu fazer pedagógico, que o aluno seja monitor com seus pares, que o laboratório de informática educativa (LIE) ou sala digital sejam espaço de produção de conteúdo educacional e não meros reprodutores do que existe, mostrado de uma forma supostamente moderna, tipo do retroprojetor para o projetor multimídia, o que já comentei anteriormente, como mostrado no vídeo Metodologia ou tecnologia?
Enfim, que o currículo seja reformulado de baixo para cima, a partir da realidade local, para flexibilizar a inclusão tecnológica, tanto de professores como alunos, principalmente dos primeiros. Sustentabilidade é palavra-chave para o momento histórico que vivemos, pois toda inovação cientifico-tecnológica requer que se pense formas eficientes e adequadas que não comprometam a médio e longo prazo o ambiente que herdarão nossos filhos e netos. Para isso há que se refletir sobre o modelo civilizatório vigente, e da discussão de ações e propostas para enfrentar esses desafios. Por tudo isso, um forum como esse é um evento interessantíssimo e necessário.

Por fim, vejam também esse link que merece uma visita:

PERGUNTAS REFLEXIVAS sobre nosso viver humano

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://www.globalforum.com.br/

segunda-feira, novembro 10, 2008

Atividade com turma da educação especial da EEEF Marcílio Dias


Hoje (10/11), pela manhã (até às 10:30 horas), trabalhei no laboratório de informática do NTE Rio Grande/18ªCRE, em parceria com a profª. Sonia Peres, da educação especial da E.E.E.F. Marcílio Dias, de Rio Grande - RS - Brasil.
Foram sete alunos, e apenas dois já tinham utilizado computador. Primeiramente, entramos no Portal da Turma da Mônica, na secção Jogos. Usamos o jogo da memória, o de colorir os personagens criados por Maurício de Souza (Cebolinha, Magali, Cascão, Mônica, etc.), de ligar os pontos, descobrir os sete erros, etc. Dessa forma, mostrei como usar teclado e mouse, como interagir com a tela do computador, com a seta do mouse, com a lateralidade, com a questão espacial, sonora e visual.
No slide show acima, algumas das fotografias que tirei dessa atividade e dos trabalhos dos alunos. Em um segundo momento, ainda nesse primeiro encontro para entronizá-los no mundo virtual, apelei para a questão lúdica, acessando o portal O Jogos (www.ojogos.com.br), onde existem diversos jogos de corrida, tabuleiro, esportes, etc. A reação de encantamento dos alunos é incrível. E, para iniciantes e portadores de necessidades educativas especiais, interagiram como qualquer aluno regular, com o olho brilhando, já assimilando os comandos dos jogos de forma quase imediata, ainda que uns mais que outros precisem da mediação minha e da professora da turma. No próximo encontro, usaremos outros jogos educacionais e portais.
Meu trabalho de conclusão de curso (TCC) da especialização em Tecnologias da Informação e da Comunicação na Promoção da Aprendizagem (UFRGS-2007), foi um projeto de aprendizagem (PA) com alunos PNEEs, da área da deficiência mental, e contei como professora parceria da atividade a colega Jane Degani. O resultado desse PA pode ser visto através da página em wiki, criada por mim e Janaina Martins, minha colega de NTE e de pós, no seguinte endereço
http://janainaejose.pbwiki.com/

Links sugeridos:

Portal Turma da Mônica

Portal O Jogos

Portal Jogos Educativos

sexta-feira, novembro 07, 2008

Hagáquê nas 6ªs séries da Escola Barão de Cêrro Largo


Dias 06 e 07/11, pela manhã, atuei como apoiador da profª Angela Fonseca, da disciplina de Português, da E.E.E.F. Barão de Cêrro Largo, no município de Rio Grande - RS - Brasil, que utilizou o software Hagáquê com seus alunos da 6ª série do ensino fundamental, turmas 62 (na quinta-feira) e 61 e 63 (na sexta-feira).
A professora Angela já foi cursista das oficinas de Jogos Educacionais do NTE Rio Grande/18ªCRE, onde atuo como multiplicador de informática educativa, capacitando professores da rede pública estadual. Nessas oficinas além do HQ, utilizamos outros softwares educacionais, fornecidos pela Central de Apoio Tecnológico à Educação, integrante do Setor Pedagógico da Secretaria Estadual da Educação do Rio Grande do Sul, a qual os NTEs estão vinculados. O NTE Rio Grande, que é um núcleo estadual, funciona justamente no pavilhão dos fundos da Escola Barão. Existem também os NTMs, que são Núcleos de Tecnologia Educacional Municipais, vinculados às Secretarias Municipais de Educação, que também atuam com a questão da informática educativa.
O Hagáguê, que descobri anos atrás, graças a indicação do colega Alexandre Soares, da CATE/Seduc-RS, foi desenvolvido pelo NIED/UNICAMP, e pode ser baixado gratuitamente pelo link abaixo:

Hagáquê

Como sempre digo, mais do que efeito de retórica: sempre mais aprendo do que ensino. E pra comprovar isso, durante esse dois dias, ensinando aos alunos da 6ª série da Escola Barão a como usar o Hagáquê, acabei aprendendo algumas coisas na edição de imagens, enquanto ensinava outras coisas que aprendi com outros alunos, em outros projetos e atividades. Como a gurizada ficou entusiasmada em usar outras imagens do computador, da internet, do MP3 e etc., além de cenários, personagens e objetos disponibilizados pelo HQ, mostrei a eles como editar imagens através do paint, copiando e colando, recortando, usando a tecla print screen que literalmente tira uma fotografia da imagem na tela, que ao ser colada no paint permite sua edição. E nessa troca, aprendi a como usar eficientemente o recurso do conta-gotas do paint, para capturar uma textura e colar (ou pintar) nesses recortes que o paint brush, por mais peritos que sejamos no mouse, sempre deixa uma beirada em branco. Desse "choque de gerações", muitas coisas aprendo e ensino sempre.
Muitos daqueles meninos e meninas da 6ª série acompanho seus passos desde a educação infantil na Escola Barão, pois desses quase 16 anos de educação (que completarei em dezembro), apenas 2 anos estive fora, exercendo a função de assessor jurídico na 18ª Coordenadoria Regional de Educação, em Rio Grande - RS. Em 2002 retornei a escola em função administrativa (secretaria), para em 2005, quando o NTE foi implantado na escola, passar atuar primeiramente como técnico em informática, para depois me especializar em tecnologia educacional, capacitando professores e coordenando projetos de informática com alunos do ensino regular e da educação especial.
Olhando para trás, nesses quase 16 anos, dá para montar uma verdadeira "história em quadrinhos" de quantas atividades e projetos que participei, quantas coisas que presenciei, quantos colegas tive, viagens fiz, trocas e intercâmbios fiz, histórias reais que influenciaram minhas ficções e vice-versa, etc. Como em um Gibi, a memória vai desenhando em minha mente uma sucessão de quadros e mais quadros, e percebo que tenho aprendido muita coisa com meus alunos, sejam professores/cursistas ou estudantes.
O Hagáquê, software, é uma grande ferramenta para professores e alunos interagirem contando uns aos outros suas histórias de vida. Na semana que vem temos novo encontro com as mesmas turmas. Futuramente, pretendo propor aos professores parcerios que tenho o uso de pequenas histórias, contos, letra de música, vídeos, como forma de sensibilizar os alunos para a partir disso produzirem uma HQ, usando da criatividade e originalidade de cada um. Ano passado, com a profª Simone Zogbi, da 4ª série, estabeleci uma parceria usando o Hagáquê e sugerindo que os alunos usassem as fotos de um passeio ecológico que fizeram, sendo eles próprios os personagens de suas histórias e o projeto foi inclusive destacado por jornal aqui da região, e neste blog também.
Precisamos deixar de lado aquela idéia que para fazer projetos eficientes, precisamos muitas vezes usar todo um aparato tecnológico de última geração. Este blog tem divulgado sempre que possível os projetos de colegas que se destacam mais pela criatividade e originalidade do que pela tecnologia pura e simples.
Como gosto de lembrar: uma microcomputador, dito ultrapassado, que tenha um editor de texto, uma planilha de cálculo e um software criação e apresentação de slides, junto a programas não tão sofisticados mas eficientes, pode ser um grande produtor de conteúdos educacionais... De nada adianta um laboratório fantástico para fazer o trivial. Melhor investir em professores diferenciados que sabem trazer o alunado para o seu lado, estimulando a criatividade, a originalidade e o trabalho compartilhado.

Alguns links sobre o Hagáquê no NTE Rio Grande/18ª CRE:

Educação especial e o uso do Hagáquê

Hagáquê e a aprendizagem compartilhada

Projeto de aprendizagem com o Hagáquê

Observação 1: Quando feito o download do Hagáquê, e posteriormente sua instalação no PC, há entre os arquivos um tutorial muito bom, que mostra como usá-lo de forma prática.
Observação 2: Slide show acima, feito por mim, a partir de fotografias tiradas no Laboratório 1, do NTE Rio Grande/18ªCRE, junto à EEEF Barão de Cêrro Largo - Rio Grande - RS - Brasil.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Blog: espaço de inovação tecnológica, pedagógica, artística e cultural


O blog, ou weblog, pensado inicialmente como um diário virtual, quando os educadores começaram a apropriar-se dessa ferramenta para refletir sobre suas teorias e práticas escolares, tornou-se um dos maiores veículos de comunicação, reprodução, divulgação e produção de conteúdos pedagógicos.
A mobilidade e instantaneidade dos blogs tornou-os mania entre jovens, depois entre professores e seus alunos. Mobilidade de acesso que facilita seu gerenciamento a partir de qualquer local e máquina, e que é muito similar ao uso de uma conta de correio eletrônico (recurso particular), só que quando postada a mensagem (com título, texto e imagens) vai para o ciberespaço e o mundo inteiro, tornando-se pública e socializante. Instantaneidade, pois como uma mensagem de email ou torpedo de celular, a partir da publicação, está imediatamente no mundo virtual.
Com base nisso, muitos professores tornaram-se blogueiros, e de simples reprodutores de conteúdos, passaram a ser referência para outros, a partir da produção de conteúdo próprio, criativo e original.
É com satisfação que soube hoje, 06/11, que justamente neste dia, a professora Marli Fiorentin, da rede pública estadual do Rio Grande do Sul, recebeu em Hong Kong a premiação internacional de terceiro lugar em projeto com uso dos blogs.
Conforme notícia extraída do portal da Seduc-RS (www.educacao.rs.gov.br):
"O projeto EI1 - Vôo BPF Brasil, Portugal e França idealizado pela professora Marli Fiorentin, do Colégio Estadual Padre Colbachini, em Nova Bassano, em parceria com uma escola do Rio de Janeiro, Portugal e França, conquistou o terceiro lugar na categoria Colaboração no Prêmio Microsoft Educadores Inovadores 2008. A premiação aconteceu na noite desta quinta-feira (manhã no Brasil), 6, em Hong Kong, na China.
Participaram da etapa internacional, 58 projetos selecionados nas etapas anteriores. Entre os critérios para escolha dos vencedores estavam a criatividade e inovação nas salas de aula em todos os continentes. Do total de projetos selecionados, apenas 28 foram escolhidos para a grande final que aconteceu nesta quinta-feira. Entre eles o projeto realizado em parceria pelo Brasil (Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro), Portugal e França.
O projeto mobilizou 115 alunos de quatro escolas nos três países, e teve seu foco na criação de uma comunidade de aprendizagem em rede, registrando atividades por meio de um blog na internet, estabelecendo um intercâmbio entre os três países. Os professores idealizadores do projeto fizeram a leitura da obra Seis Tombos e Um Pulinho, do escritor brasileiro Cláudio Fragata, junto com os alunos que, em seguida, realizaram uma entrevista com o autor, promovendo a integração entre os três países, tudo via internet.
Na categoria Colaboração, o projeto da Nova Zelândia, Projeto de Colaboração e Aprendizagem Digital numa Escola Multi Cultural, conquistou o primeiro lugar. A segunda colocação foi para o projeto Educação para a Sustentabilidade, da Uganda, e em terceiro lugar ficou o projeto brasileiro, português e francês".


Sempre que posso, em cursos com professores e oficinas de blogs, palestras e outras atividades relativa a tecnologia educacional, indico os blogs de colegas como Marli Fiorentin e seu Blogosfera da Marli; Bernardette Motter e seu Caminhos; Robson Freire e seu Caldeirão de Idéias; Vilmabel Soares Gibon e seu Teatro e Vida e tantos outros colegas que fazem a diferença, sendo universais a partir do particular, unindo competência e talento, criatividade e originalidade.
Parabéns a Marli pelo reconhecimento nacional e internacional, motivo de orgulho para seus colegas e blogueiros educacionais.
Leiam a notícia na íntegra, no portal da Seduc-RS, no link abaixo:

Projeto brasileiro conquista terceiro lugar em competição mundial em Hong Kong

terça-feira, novembro 04, 2008

Encontro com professores da Escola CIEP - Rio Grande: desmistificando o Linux


Hoje, pela manhã, estive na E.E.E.M. Dr. José Mariano de Freitas Beck - CIEP, de Rio Grande - RS - Brasil, a convite da direção, para encontro de motivação do corpo docente no uso do laboratório da informática, recentemente recebido pelo MEC, e a desmistificação do Linux. O referido LIE veio com sistema wire-less (internet sem fio) e com o sistema operacional Linux Educacional, versão 2.0.
A grata surpresa e um grande diferencial foi a participação nesse "aulão" sobre o uso do Linux 2.0, não apenas de professores da escola, mas também algumas alunas, que participaram da atividade que visou dar pequena amostra de como o Linux (software livre e gratuito) é muito similar ao Windows (software proprietário e pago), e como utilizá-lo de forma a não ter nenhuma incompatibilidade, na medida que basta salvar em Linux arquivos de texto, de cálculo ou slides em formatos equivalentes aos do Windows. Esses encontros itinerantes são para motivar educadores para as possibilidades do uso da tecnologia e da informática no ambiente escolar. Aqueles que já conhecem o Windows e têm receio de usar o Linux, com esses encontros passam a perceber como é muito similar a versão Linux Educacional, pensada justamente para a Educação e os educadores.
Além de mostrar o ambiente Linux, com os aplicativos do BrOffice.org (Calc, Writer e Impress), mostro o conteúdo do CD do curso de Introdução à Educação Digital (40h), fornecido pelo Proinfo/MEC, incentivando aos professores o uso e exploração do mesmo, sem deixar de divulgar os cursos que estão ocorrendo no NTE Rio Grande/18ªCRE e em algumas escolas pólo (Bibiano de Almeida e Juvenal Miller), além de convidando para os interessados se inscreverem para novas turmas que serão criadas em 2009. Enfim, como sempre comento, trazer o aluno para o lado do educador, como aluno-monitor (aqueles que já dominam o equipamento), para auxiliá-lo com os demais estudantes de sua turma é uma das formas de incluir a tecnologia e a informática no ambiente escolar. Há alunos que dominam a ferramenta no sentido recreativo, cabendo ao professor mostrar as possibilidades pedagógicas do computador. Fiquei de agendar para a semana que vem o retorno, para mostrar esse conteúdo aos professores do turno da tarde da escola CIEP. E, quem sabe, noutra oportunidade, fazer oficinas de produção de conteúdo pedagógico com o uso da tecnologia, como blogs, wikis, etc.
Observação: Imagem acima, de minha autoria, da parte externa da escola CIEP. esqueci-me de tirar foto da turma toda reunida no LIE. Ficará para a próxima vez.

domingo, novembro 02, 2008

Escola - Espaço de Construção e Autonomia / I Congresso Tecnologias na Educação


Acima, texto em scribd , do relato da experiência da colega e amiga Bernardete Motter, de Caxias do Sul, no I Congresso Tecnologias na Educação, promovido pelo grupo de Blogs Educacionais (que reúne educadores através de lista de contatos para tratar das TICs no cotidiano escolar). O referido congresso ocorreu de 27 a 31/10/2008 on-line.
Berna, como os amigos a chamam, é uma professora e colega fantástica, que compartilha experiências no mundo virtual e real. A conheci durante a especialização em Tecnologias da Informação e da Comunicação na Promoção da Aprendizagem (UFRGS-2006-2007), na qual fomos colegas. Um detalhe: a conheci apenas pelo mundo virtual e graças a sua ajuda, quando precisei, consegui superar alguns desafios dessa pós, já que acumulava outra simultaneamente (História do RS). Mesmo assim, distantes no espaço físico, temos uma fraterna amizade e coleguismo, assim como com outros colegas mundo afora, via internet. A tecnologia na educação, além de favorecer os alunos, proporciona essa troca de experiências e ajuda mútua entre educadores. É uma forma de educação a distância também, em que um ensina ao outro um recurso que descobriu, socializando o conhecimento. Essa própria ferramenta de inclusão de textos longos em blog, chamada Scribd, foi Berna que me indicou, quando um leitor meu perguntou a respeito disso. Como brinco com meus alunos: quando não tenho as respostas, peço com a maior naturalidade ajuda "às cartas, às placas e aos universitários", como no famoso Jogo do Milhão, e quase sempre obtenho ajuda direta ou indireta (através de um colega de um colega, amigo de um amigo).
Em relação às TICs o alunos foco muito o uso, enquanto o educador deve pensar no fruto que pode gerar esse troca de saberes no espaço educacional em eterna construção e mediação.
A experiência de Berna, editora do blog Caminhos merece ser destacada pelo Letra Viva, pois sua autora tem uma visão muito peculiar da educação e do espaço escolar. Leiam o relato acima e repassem aos colegas, pois é uma visão interessantíssima, que está disponível também no Yahoo! Educação, no link abaixo, onde consta também entrevista sua, via podcast de 1 minuto:



Escola - Espaço de Construção e Autonomia

Parabéns, Berna! É um orgulho para teus colegas contarem com tua amizade e teu apoio. Num mundo em que os valores estão em crise; em que a crise econômica corrói as relações; que a competição e o consumismo desenfreados colocam em risco a sustentabilidade do próprio mundo e da humanidade, poder contar amigos que são colegas e vice-versa, apoiando-se mutuamente é levar em conta também que a amizade sincera é a única "moeda" que jamais desvaloriza, independente do contexto circundante.

sábado, novembro 01, 2008

RPG Literário no CAIC-FURG


Depois de uma semana longe deste diário de bordo virtual, em que reflito sobre meu fazer tecno-pedagógico, artístico e cultural, volto com muitas novidades que aos poucos irei postando. Precisaria que o meu dia tivesse 25 horas, para dar conta de tudo, e também recuperar aquela 1 hora perdida com o horário brasileiro de verão, que nos fez antecipar em 60 minutos os relógios. Como não somos máquinas, o simples ajustar de horário convencionado implica em mudanças biológicas. Eu, particularmente, adoro o horário de verão pela questão de poder aproveitar mais o dia (o que provoca dormir menos também, risos).
Nessa uma semana fora do mundo virtual, no mundo real estive em constante atividade, em três turnos: dois no trabalho (manhã e noite) e um no estudo (a tarde, tentando estruturar a dissertação do mestrado em Letras), além de outras coisas mais. Meu relógio biológico entrou em pane. Minha memória RAM também. Precisei dar um tempo para não saturar meu "processador" natural. Apelei até mesmo para a "água de Melissa", um composto natural, para desestressar... Agora, um pouco melhor, os desafios se avolumam, na reata final de 2008. Mas tudo vale a pena, se a alma não é pequena, já dizia Fernando Pessoa.
Então, essa semana, na 5ª-feira a tarde, na E.M.E.F. Cidade do Rio Grande - CAIC - FURG, retomei com as professoras de lá o Projeto RPG Literário.
O referido projeto, que é um desdobramento do blog RPG - Role Poetic Games ou Jogos Poéticos Virtuais, que trabalha com a idéia de produção literária em colaboração virtual. Andréia Pires, integrante do RPG e professora do CAIC propôs às colegas essa atividade, e a partir daí, participei de dois encontros no laboratório de informática da escola, em setembro e outubro. Na primeira vez mostrei o que é um RPG, um RPG Literário, um blog e um blog educacional. No segundo encontro, parti para estratégias de construção e uso de um blog. A proposta e título do projeto é a Produção Textual e Criação Literária em Sala de Aula e em Ambientes Virtuais.
Este projeto tem por objetivo promover a produção textual e a criação literária em sala de aula e ambientes virtuais, como laboratório de informática e internet, através de blogs, em que as narrativas e as histórias criadas visem estimular a criatividade e o trabalho colaborativo, entre professores e alunos; propondo ao final do mesmo uma avaliação dos resultados obtidos e uma mostra da produção dos grupos à comunidade.
Nesse segundo encontro abordei:
- Motivação e automotivação: motivação do aluno e automotivação do professor (que deve ser quase um arte educador);
- Pesquisa mediada em colaboração: dentro e fora da escola – professor atua como o Mestre do jogo RPG, que vai distribuindo as cartas e atividades ao grupo, mediando as etapas, enquanto os alunos, a partir de tópicos vão pesquisando na internet, na biblioteca, em revistas, etc. – estabelecendo um roteiro básico inicial e deixando livre a criatividade dos alunos;
- Reprodução, produção e criação compartilhada de conteúdos: 1ª fase, a reprodução e repetição de outros modelos (blogs), do copiar e colar; 2ª fase, de criação de narrativas, estimulando a criatividade e originalidade dos alunos, com a utilização de desenhos, fotografias, vídeos, músicas, etc;
- Referenciação e direito autoral: sempre divulgar em nota de rodapé ou observação abaixo do corpo do texto de uma postagem a fonte de pesquisa, endereço da página de onde foi tirado tal tema, imagens, etc. Tendo esse cuidado, não há perigo em uso indevido de direito autoral, tanto de texto como de imagens;
- Estimulação/sedução do leitor de blog e do autor (aluno/professor): através do uso de título que levem à curiosidade/interesse sem apelar para o sensacionalismo. Ex: ao invés de colocar como título de uma postagem a frase “exemplo que não deve ser seguido no ambiente escolar” para descrever situações reprováveis, inverta a lógica da estrutura, intitulando “a pedagogia do exemplo”, e no corpo do texto explicite sua opinião, fudamentando-a com o uso de links para sites que corroborem com a mesma.
Os sites de busca (indexadores de conteúdo) como Google, Altavista, Cadê, etc. fazem pesquisa por palavras e expressões. Muitos visitantes podem chegar ao blog de um professor ou de uma escola por conta de certos título bem construídos;
- Sempre que possível, utilizar alguma imagem própria ou de terceiros (desde que referenciada), para ilustrar a postagem. Lembrem-se que o leitor do mundo digital é um leitor de imagens mais do que palavras, e que “uma imagem, muitas vezes vale mais do que 1000 palavras”;
- Usem e abusem do hipertexto e da intertextualidade: no primeiro caso, fazendo links (atalhos) para outros blogs, fotologs, páginas da internet, ou blogs individuais dos próprios integrantes do projeto; aproveitando a intertextualidade com outros autores que comungam com vocês das mesmas idéias e ideais, isso estimula a criação de uma rede de amigos virtuais (outros blogueiros educacionais), que farão propaganda de seu trabalho;

* Alguns blogs educacionais, que podem servir de inspiração:

- Caldeirão de Idéias, de Robson Freire, do NTE Itaperuna-RJ (possui projeto Cinema na Escola, onde indica filmes que podem ser trabalhados por profs. com alunos, indicando atividades e outras possibilidades de interação)
http://nteitaperuna.blogspot.com

- Caminhos para Chegar, de Bernardette Motter, de Caxias do Sul-RS (trabalha com projetos de aprendizagem em ambiente virtual wiki)
http://caminhosparachegar.blogspot.com

- Me Acharam, de Márcia Ribeiro Paganella, de Caxias do Sul (blog de tecnologia educacional, com ênfase na educação especial)
http://meacharam.blogspot.com

- Arte Brasilis, de Vera Lúcia Guidi, de São Paulo-SP (blog da arte educadora paulista, que trata de educação, arte, cultura)
http://artebrasilis2.blog.terra.com.br/

- Sobre Educação, de Elisângela Zampieri, de Curitibanos – SC (professora que discute educação)
http://sobreeducacao.blogspot.com/

- Blogosfera da Marli, de Marli Fiorentin- RS, (professora que trabalha com seus alunos através de diversos blogs na educação, arte e cultura)
http://blogosferamarli.blogspot.com/

- Teatro e Vida, de Vilmabel Soares Gibon, de Porto Alegre/São José do Norte (blog que trabalha com a proposta do Teatro Pedagógico, mesclando arte, educação, brincadeiras, etc)
http://teatroevida.blogspot.com/

Por fim, apresentei a técnica da Folha em Branco, na qual o professor da turma preenche o alto com a descrição de um cenário ou atividade (como feito no RPG, em que Andréia publicou o primeiro texto que serviu de ambientação para que cada colaborador/escritor criasse seus personagens), estimulando a criatividade e originalidade dos alunos, orientando-os a pesquisar em outros ambientes além do virtual (internet, wikipédia), como também em revistas e jornais da biblioteca escolar. Depois que todos os alunos colocaram na folha de papel suas idéias, parte-se para a pesquisa e, mais adiante a construção de um blog coletivo que pode ser educacional (através de projeto de aprendizagem) ou literário (com a construção de narrativas). Os demais integrantes do RPG Literário, Suellen Rubira, Ana Matias, Leandro Kerr e Jouber Cunha participarão de outros atividades.
Como exemplo de sensibilização para que a turma participe da atividade, sugeri o uso de uma música, um conto, poema, desenho, fotografia, etc.
Apresentei às profªs. presentes um pequeno vídeo do YouTube, chamado Children See, Children do (criança vê, criança faz) e pequeno texto de Marina Colassanti, intitulado PROVA DE AMOR (que usei na graduação em letras), e que é muito interessante para trabalhar com os alunos noções de verossimilhança e veracidade. Dizem que a história procura e veracidade e a literatura a verossimilhança. Mas a realidade ao redor parece contradizer os conceitos. Há muitas vezes aparentemente mais veracidade na literatura do que na história. Vejam só o exemplo do texto abaixo. Embora seja inverossímil mulher crescer barba espontâneamente, a veracidade do texto está na metáfora da prova de amor, muito comum entre casais iniciantes, principalmente entre os jovens.

PROVA DE AMOR

"Meu bem, deixa crescer a barba para me agradar", pediu ele.
E ela, num supremo esforço de amor, começou a fiar dentro de si e a laboriosamente expelir aqueles novos pêlos, que na pele fechada feriam caminho.
Mas quando, afinal, doce barba cobriu-lhe o rosto, e com orgulho expectante entregou sua estranheza àquele homem: "Você não é mais a mesma", disse ele. E se foi.
(Colassanti, 1986, p. 165).


Observação: Slide Show acima com fotografias do RPG Literário.