terça-feira, novembro 11, 2008

A vida em 3 segundos e as fobias pela falta do uso das tecnologias


O link abaixo, que sugiro a leitura na íntegra, trata das "Doenças modernas" que estamos passíveis de contrair, em função de nosso modo de vida, atribuídas a falta de celular, computador e outras tecnologias, que com o tempo tornam-se fobias.
Já existe até um nome para isso: nomofobia, que refere-se a expressão em inglês "no mobile" ou sem mobilidade (tradução livre minha), que compreende a questão da falta de aparelhos que nos dão essa mobilidade e instantaneidade no dia-a-dia.
O telefone móvel (tipo celular) tornou-se mais do que um acessório, mas uma parte de nossa identidade, pois graças a ele podemos localizar amigos, colegas, mandar "torpedos", consultar internet, receber e-mails, etc., dependendo do modelo. Ou seja, aonde quer que estejamos podemos ser localizados e localizar quem desejamos... Porém, tudo tem o seu preço - e não falo na questão econômica, e sim emocional -, pois hoje essa mobilidade e instantaneidade aproximam e também tornam a vida mais veloz... Vejo jovens nas ruas, aparentemente falando sozinhos, quase monossilábicos, em apenas 3 segundos, que é um artifício descoberto por eles para conversar através do celular sem créditos. Então ocorre curioso diálogo:
- Oi...
- Tô aqui!...
- Na praça...
- Busão das cinco...
- Me espera!
- Em frente...
- Tua casa!!

Em sete ligações de 3 segundos, ou em 21 segundos, o interlocutor ao meu lado, com celular na mão, fez seu itinenário para alguém do outro lado da cidade...
Hoje, os modernos celulares, além de falar, possibilitam ouvir música mp3, rádio, TV, internet, ser localizados por satélite (GPS), usar editor de texto, vídeos, jogos, enfim, uma infinidade de coisas...
Em contrapartida, o dia (com suas 24 horas) e a vida, ficaram acelerados demais. E a partir dessa aceleração e diminuição das barreiras do espaço-tempo, via tecnologia, tudo passou a ser instantâneo também. O jornal impresso perde a atualidade, diante desses veículos de informação que de 3 em 3 segundos mudam tudo no mundo... Não apenas nas notícias mas na forma de interagirmos com os equipamentos e as pessoas...
Noutro dia, vi um jornal, impresso no dia anterior mas com data do dia em curso, prevendo a possível vitória de Barack Obama, nos EUA, quando já tinha essa informação já no fim de noite pela internet e tudo mais. As notícias ficam requentadas de imediato, através dos meios convencionais... Em 3 segundos, tudo já é passado... Ainda que a percepção do tempo seja, parafraseando Santo Agostinho, em Confissões, uma questão pessoal.
Mas, eu, que sou passageiro do tempo e do mundo em que vivo, também, em certos momentos, quase sou acometido de um princípio de fobia; diria melhor, irritação, quando ligo pro celular de alguém e está fora de área, desligado, etc. Ou quando o computador custa mais que 3 ou 10 segundos para iniciar, abrir janelas, salvar arquivos e tudo mais... De vez em quando, pego a família, e saio para fazer coisas em que a tecnologia não seja essencial... O próprio celular, em certos momentos, é um inconveniente, quando se quer dormir até mais tarde, ou simplesmente quer assistir um filme (seja no cinema ou em casa), ou fazer algo em que não saibam onde estamos... Tudo na vida tem seus prós e contras, dependendo da situação...
Não ficar por demais dependente dos meios eletrônicos e das interferências eletromagnéticas que esses emitem, é um cuidado à nossa saúde física e mental...
Portanto, de vez em quando, é saudável dar mais do que 3 segundos à vida, ao mundo e às pessoas que nos rodeiam... Deixemos de vez em quando de estarmos conectados, plugados, contando os segundos para tudo...
Um diagnóstico leigo que pode ser feito para ver se estamos mesmo com tendência a contrair tais distúrbios é tentar cronometrar, no próprio celular ou em algum relógio de pulso (artefato quase em extinção desde que o celular incorporou a função relógio em seu visor), medindo quanto tempo resistimos ao uso dos multimeios e da tecnologia em geral... É um grande desafio e mais uma provocação...

Doenças modernas: falta de celular, computador e outras tecnologias vira fobia

Observação: Imagem acima extraída da internet do seguinte endereço
http://niilismo.net/galeria/pictures/dor_de_cabeca.jpg

3 Comments:

Blogger Ana Matias said...

Eu sou doente! =D
Boa matéria!!!
Abraço, Zé!

02:46  
Blogger José Antonio Klaes Roig said...

Oi, Ana. Nem me fale. Tem horas que sem a tecnologia nem vivo, mas também trabalhando com tecnologia educaiconal, isso faz parte do meu dia-a-dia. Valeu pelo comentário. Ando sumidão, e semana qque vem, mais ainda. Em curso em Floripa. Um abração, Ana.

08:51  
Blogger Robson Freire said...

Olá amigo

Hoje em dia é muito difícil imaginar viver sem tecnologia.

Tente imaginar seu dia sem internet, sem celular, sem TV a cabo, sem freezer, sem micro-ondas, sem notebook, sem datashow, sem nada.

Seu dia seria um caos ou pelo menos mais difícil de realizar as suas tarefas.

Como não podemos viver sem ela pelo menos vamos humaniza-la, pois como você sempre diz "Modernas devem ser as idéias e suas práticas libertárias e emancipadoras, e não apenas os equipamentos e máquinas controladores de tudo e de todos..."

Abraços

19:47  

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