quinta-feira, janeiro 31, 2008

Indicação de blog educacional


Tenho recebido do prof. Rafael Nink, através de correio eletrônico, diversos e-mails com indicações de softwares e outras ferramentas educacionais, muito válidas para um educador que utiliza a tecnologia em seu cotidiano. Por esse motivo, resolvi indicá-lo aos visitantes do blog Letra Viva do Roig. E também colocá-lo na minha lista de links interessantes. Façam uma visita lá, e confiram o conteúdo desse utilitário blog educacional.

quarta-feira, janeiro 30, 2008

A vida imita a arte


Documentário na TV a cabo, sob o título Reportagens Investigativas (A&E Mundo), analisou o fenômeno dos crimes copiados do cinema.
A reportagem fazia um inventário de filmes que influenciaram direta ou indiretamente pessoas, psicóticas ou com problemas de relacionamento, a cometerem crimes quase idênticos aos espelhados na tela do cinema. Dizia a matéria que nos primórdios do cinema, quando surgiu o filme Assalto ao Trem, os roubos aumentaram; que os filmes de gângster incentivaram o crime organizado; que o faroeste estimulou o porte de armas de fogo. Que Taxi Driver, de Martin Scorsese, mostrava a figura do assassino solitário, e que, John Hinckley Jr., que tentou matar o ex-presidente Ronald Reagan, declarou ter sofrido influências da película. Que Assassinos por Natureza, de Oliver Stone, teve quase 10 crimes relacionados a ele; Até as Últimas Conseqüências, influenciou um assalto a banco; O Corvo, fez 2 jovens provocarem incêndio; Robocop instigou um crime; como também Retrato de Um Assassino, de John Mac Naughton. Sem falar em Matrix, e os tiroteios em escolas públicas americanas.
Quando houve atentando ao metrô nos EUA, no lançamento de Assalto sobre Trilhos, os policiais que investigaram o crime disseram ter a impressão de estar no set de filmagens, tal a similaridade do atentado com as cenas do filme. Julia Phillips, produtora do filme Taxi Driver, chegou até a dizer que talvez seja a sociedade má influência aos filmes. Pode até ser, já que vivemos num mundo violento e os noticiários são reflexos do que vemos nas ruas. Alguns dizem tratar-se de tática de advogado - culpar um filme - para defender seu cliente. Tanto que até filmes inocentes já foram acusados de influenciar crimes. Um assunto polêmico por si só.
Psicólogos recomendam a aproximação dos pais com os filhos, sejam delinqüentes ou não, e da importância de modelos positivos de comportamento, e das influências negativas sobre a juventude. Que o crescente número de horas de exposição às telas (micro, TV, cinema) e aos jogos violentos, proporciona um distanciamento das reais conseqüências dos crimes. Estudos americanos indicam que o jovem quando chega a idade adulta teve uma exposição média a 4 mil assassinatos e 2 mil situações violentas, desde a programação televisiva à realidade das ruas.
Segundo o agente do FBI, John Douglas, filmes influenciam desequilibrados abaixo da linha de inteligência; que a mídia não cria, mas pode estimular aqueles que já estão predispostos à violência e ao crime; que deveria haver um monitoramento do tempo que as pessoas passam em frente das telas, com acompanhamento familiar – já que muitas famílias desoneram-se da responsabilidade, tipo Apertem os cintos, o piloto sumiu! Uma família estruturada não mata após assistir ao filme Rambo. Douglas foi consultor do filme O Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme, que tinha como personagem o assassino em série Hannibal Lecter. Um crime também chegou a ser associado ao filme.
Há que, desde cedo, a família intervir e mostrar a distinção entre fantasia e realidade. De acordo com a reportagem, o filme Scarface, quando estreou, provocou o comportamento espelhado, fazendo que muitos jovens procedessem como a personagem central, vivendo em excessos. Muitos jovens impedidos pela família de namorar já imitaram Romeu e Julieta. Em 04/6, uma telenovela mostrou mãe ensinando filha como agarrar marido rico: furar a camisinha! Ficção perigosa em tempos de Aids.
Noutra época ocorreu polêmica entre o então governador do RJ, Leonel Brizola, e rede de televisão do país, que supostamente acusara-o de ser tolerante com a violência e não reprimir o tráfico de drogas nos morros cariocas. O ex-líder da Legalidade - que propiciou João Goulart, assumir a presidência [do Brasil], em 1961, após renúncia de Jânio Quadros -, contra-atacou: relacionou todas as situações violentas, veiculadas pela empresa, durante um mês, desde desenhos animados, noticiário, novelas, etc., usando o feitiço contra o feiticeiro. De lá pra cá, a violência real e a virtual aumentaram assustadoramente, a ponto de não sabermos se a vida que imita a arte ou é justo o contrário. A resposta: parece bala perdida.
Observação 1: Artigo de opinião, de minha autoria, publicado originalmente no Jornal do Norte, de São José do Norte - RS - Brasil, em 14/07/2005.
Observação 2: Imagem acima, categoria fotos engraçadas, extraída da internet, do endereço http://tecnopop.info

A arte imita a vida


Cada vez mais os jogos eletrônicos se sofisticam, a ponto de simuladores darem a falsa impressão aos desavisados de estarem vendo cenas reais. Tempo atrás, senti na pele, ao ver TV ligada numa loja, mostrando partida de futebol. Tive a nítida impressão de tratar-se, à primeira vista, de um jogo da seleção canarinho, tal a similaridade dos jogadores virtuais com os trejeitos, forma de correr, chutar dos craques da bola de carne e osso. A resolução da imagem era quase perfeita.
Hoje o Brasil tem designers e programadores contratados por grandes empresas de softwares na computação gráfica, na elaboração de jogos e desenhos animados.
Há discussão acirrada sobre a exposição de jovens aos jogos violentos e dos efeitos colaterais que esse comportamento pode proporcionar futuramente. Na maioria das reportagens, há críticos e detratores. Recentemente me interessei pelo outro ponto de vista, ao ler o título de uma matéria, de Juliana Carpanez, publicado na Folha Online, sob o título “Livro ‘inocenta’ games e derruba mito de vilões da violência”. A pedagoga Lynn Alves escreveu o livro “Game Over: Jogos Eletrônicos e Violência”, em que ela utiliza, segundo Juliana, sua experiência na área de educação e tecnologia para analisar a influência dos jogos na vida dos usuários. Diz a matéria que “Em ‘Game Over’, a autora relata que os jogos (eletrônicos) podem funcionar como espaços de elaboração de conflitos, medos, angústias, sociabilidade, prazer e aprendizagem. Dessa forma, os títulos funcionariam como simuladores da vida real – isso não significa que as ações da tela são passadas para o universo off-line”; “Todos têm uma taxa de agressividade, e esse conteúdo latente – que nem sempre é manifestado – aflora durante os jogos. Por isso os games servem para a projeção de conteúdos adormecidos”, afirma Alves.
Evidentemente que a simples exposição a um jogo não leva ninguém em sã consciência a cometer qualquer tipo de crime ou atitude anti-social. É terapia ocupacional, catarse e lazer apenas. Entretanto, a exposição continuada e sem limite de tempo pode causar transtornos até de ordem fisiológica. Para o neuropsicólogo Daniel Fuentes, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, não há evidências da dependência aos jogos.
Lynn Alves diz que “É preciso sentar ao lado de seu filho e questionar os valores passados pelo jogo. É assim que se forma gente”. Concordo, e acredito que tal atitude deveria ser feita também em relação aos filmes, desenhos e demais atividades, principalmente o desinteresse pelo estudo.
Noutra matéria, sobre o mesmo tema, Alexandre Hlebanja, presidente da Associação Brasileira de Lan Houses diz que “Tudo em excesso faz mal. O uso do computador também deve ser limitado”, corroborando com a opinião da educadora. Por lan house entendemos lojas com computadores interligados em rede para que jovens disputem jogos simultaneamente, às vezes, por horas a fio.
Rodrigo Enout, presidente da Associação Brasileira de Magistrados da Infância e Juventude, diz: “As casas de jogos eletrônicos sempre foram uma preocupação dos juízes. Mas e os pais, onde estão? O primeiro fiscal é o pai.” Boa pergunta. Onde estariam os pais dos jovens de classe alta de Brasília, que despejaram álcool e depois atearam fogo no corpo adormecido do índio Galdino, confundindo-o – dissimuladamente – com um mendigo! Onde estariam os pais desses jovens e suas gangues, praticando crimes hediondos, sejam influenciados por games, drogas ou rock’n’roll? Os tempos são outros. Não vivemos como nossos pais. Nem nossos filhos vivem como nós, quando tínhamos a sua idade. Há inversão de valores: alguns pais são refém de filhos autoritários.
Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick, inspirado no livro de Anthony Burgess, mostra jovens, num futuro não muito distante, cujo passatempo era atacar pessoas indefesas, molestar mulheres (como fazem hoje os pitt boys). Presos, eram expostos a aparelho fixado em seus olhos, impedindo-os de se fecharem, vendo dia e noite a projeção de cenas de violência explícita, tentando dessa forma inibir futuros delitos. Que, nesse caso, a arte não inspire a vida, pois violência gera violência.
Observação 1: Artigo de opinião, de minha autoria, publicado originalmente no Jornal do Norte, de São José do Norte - RS - Brasil, em 21/07/2005.
Observação 2: Imagem acima, categoria fotos engraçadas, extraída da internet, do endereço http://tecnopop.info

terça-feira, janeiro 29, 2008

A ilusão do real


Enquanto pesquisador, o historiador deve ser o mais fiel às fontes e à metodologia de pesquisa. Mas, o documento não é a única fonte segura de informação, devendo a ele se agregar relatos orais e tudo o que sirva, se não como prova cabal, como indício de situações de fato ocorridas. Assim, a utilização adequada da palavra no discurso historiográfico, evita o que o Prof. Carlos Alexandre Baumgarten (2005) denomina de “a ilusão do real, quando marcado ideologicamente pela seleção que tanto o historiador quanto o romancista realizam no que se refere aos fatos presentes na realidade.” Afinal, todo documento, por mais fidedigno e autêntico, carrega nas entrelinhas a carga ideológica e discursiva de sua época, que a lingüística e, mais precisamente, a terminologia podem explicitar, pelo uso de chavões, expressões recorrentes ou o próprio desencadear da construção narrativa.
S.H. Butcher (1951) disse: “Não é função do poeta relatar o que aconteceu, mas o que pode acontecer – o que é possível de acordo com a lei da probabilidade ou necessidade. O poeta e o historiador diferem não por escrever em verso ou em prosa. (...) A verdadeira diferença é que um relata o que aconteceu, o outro o que pode acontecer. A poesia é, portanto, algo mais filosófico e mais elevado que a história, pois a poesia tende a expressar o universal, a história o particular”.
A invenção do real, pelo jornalismo literário engajado, através das páginas dos jornais, hoje é exercida pela grande mídia, como evidenciado nas últimas eleições, quando notícias veiculadas, sem a devida checagem de fontes anônimas, lembraram os tempos de exceção. Alguns criticam os sindicatos de trabalhadores de suposta partidarização, como se os sindicatos patronais, os grandes conglomerados e a própria mídia – uma concessão pública – não fizessem concessões à própria realidade, na divulgação de pesquisas eleitorais a previsões meteorológicas imprecisas, diante do poder econômico cada vez mais concreto e manipulador do real.
Rosa Maria Bueno Fischer, jornalista, professora (UFRGS) e Dra. em educação, fez a leitura dos tempos modernos em “Educação, subjetividade e cultura nos espaços midiáticos”. Alguns trechos merecem reflexão: “(...) a mídia é constituída como lugar de verdade e de como, nela, há uma relevância dos temas do corpo, da sexualidade, da infância e da juventude, o elogio ao efêmero e do presente sem história, o excesso de informação multiplicada ao infinito e sem hierarquização, a publicização da vida privada”. Nada mais efêmero do que a tediosa publicização da vida dos queridinhos da mídia, que vendem a exclusividade de fotos e imagens de casamentos fugazes. Fischer continua: “E a TV? Ela narra, ela tece essas histórias, seleciona estratégias de linguagem pelas quais edita vidas, aponta caminhos, ensina modos de ser, espetaculariza o humano, a qualquer preço”. Essa espetacularização é mais do que a definição de programas, como Big Brother Brasil, que lucram milhões com ligações telefônicas pagas, em que pessoas são confinadas, editadas, programadas a ser uma personagem, tudo pela audiência. Fischer diz ainda: “(...) há na cultura uma tendência a nos perdermos no indiferenciado, de vivermos (...) confundidos num coletivo sem nome e sem força social”; “(...) Enquanto a escola ficar no papel tímido de espectadora ressentida de uma sociedade que se pauta pelo mercado e pelas imagens de sucesso individual, de culto narcísico do corpo, de ilusão de felicidade dada pelo consumo real ou imaginário, estará apenas marcando seu lugar como ausente do seu tempo”. A permanência ilusória do saber? Fischer mostra que: “(...) o lugar da liberdade confunde-se com uma marca de cigarro, de carro ou de tênis”; e que “(...) estamos imersos em fábulas perversas criadas pela democracia do mercado e da publicidade (...)”. Por fim, conclui: “(...) presos que ainda somos aos modos cristalizados de perceber e conceber o mundo, os grupos sociais e a nós mesmos, e que a mídia nos devolve, cotidianamente, com todo o sedutor aparato tecnológico de que dispõe, mas que replica uma mesmice tão difícil, para nós, de abandonar”. Então, liguem a consciência, desliguem a TV.
Observação 1: Artigo de opinião, de minha autoria, publicado originalmente no Jornal Agora, de Rio Grande - RS - Brasil, em 24/11/2006.
Observação 2: Imagem acima, intitulada "Chain of Desire", de Mark Kostabi, extraída da internet, do endereço
http://www.adambaumgoldgallery.com
Observação 3: Em tempo de férias e de Reality Show na TV, nada melhor que uma retrospectiva de alguns textos (inéditos neste blog) para uma reflexão sobre as estratégias do cotidiano na mídia brasileira.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Foto digital versus memória no papel


Hoje, chegou a nova câmera digital que encomendei, pois a antiga, depois de "seculares" 3 anos de uso deu pane, e o visor apagou-se de vez. Como a antiga tinha certas limitações, por não possuir flash, acabei entrando na "onda consumista" e comprei uma nova. Mas como gosto de frisar: pela única e inevitável falta de opção. Apesar disso, a máquina ou "mánica", como diz meu filho Allan, foi de muito valia por ter permitido-me tirar milhares (isso mesmo!) de fotos de meu filho (bem pai coruja), desde que nasceu (faz 3 anos em 20 de fevereiro) e poder capturar algumas centenas de imagens aqui da região, que coloco neste e noutros blogs que edito.
Meu aparelho celular que tenho há quase três "seculares" anos, depois de outras peripécias, nesse fim de semana travou a tecla para ler mensagens e entrar no menu do mesmo, o que me forçou a avaliar com urgência a possibilidade de trocá-lo. Inexplicavelmente, hoje, quando não o troquei apenas pelo fato da loja de telefonia celular estar mais lotada do que "barracão de escola de samba em véspera de Carnaval", ele destravou e voltou a funcionar. Como diz Jorge Luis Borges: Não creio em bruxas, mas que elas existem, existem... Brincadeiras à parte, voltando a falar sobre a expressão "secular", utilizo-a, pois em matéria de equipamentos eletroeletrônicos anos são séculos, já que tudo fica cada vez mais obsoleto a cada encarte com novas promoções das lojas, como já comentei em postagem anterior. Esta máquina, quando encomendei era uma oferta imbatível, de 16 MB mais um cartão de memória de 512 MB. Na semana posterior a sua compra, antes de sua entrega, vi outra similar, pelo preço um pouco mais barato e com um cartão de 1 GB adicional. Só não arranquei os cabelos de indignação por 2 motivos: primeiro, por não ser meu estilo fazer isso e pelo fato de não ter mnuitos cabelos para me dar ao luxo de arrancá-los sem garantia de sua volta. Risos...
Mas me reportando ao título desta postagem, venho a me somar àqueles que comentam sobre o uso da câmera digital frente aos antigos álbuns de retratos. A fotografia, até o advento da câmera digital era feita em "doses homeopáticas", e calculada de acordo com a quantidade de poses que o filme permitia tirar; ou seja, 6, 12, 24, 36... Então, cada foto era pensada, avaliada e só clicada quando valesse a pena ser capturada aquela imagem para a posteridade. O fotógrafo tinha que ter aquele olho especial para saber o que deveria ou não ser fotografado. Até pela questão do custo da revelação e tudo mais... Hoje, com a tecnologia digital, banalizou-se o clique, e tudo é passível de captura, tudo é uma questão de ligar a máquina e sair clicando sem parar, tal qual uma metralhadora giratória, até acabar a memória interna do equipamento. Nada é muito pensado, avaliado, tudo é instantâneo, que nem um piscar de olhos, até mesmo a revelação que pode ser feita no visor do aparelho ou em um microcomputador, que armazena uma quantidade absurda de fotografias por este método revolucionário. Atualmente, o que temos é uma "overdose" de fotografias digitais, em sua maior parte aprisionadas em um HD para serem vista de vez em quando. O custo de impressão em papel fotográfico é maior que uma impressão tradicional. Claro, empresas de fotografia e revelação, vendo essa gorda fatia do mercado, também revelam fotos digitais, bastando levar o equipamento, ou um disquete (já em extinção), CD ou DVD. Mas o que me preocupa de fato é com o não cuidado de algumas pessoas com seus valiosos acervos digitais, que caso não façam cópia de segurança, podem ser perdidos para sempre. Nesse caso, a fotografia tradicional, com seu negativo, e exemplar coladinho em album poeirento de fotografias, algumas já amareladas, ainda são de valor histórico e sentimental inestímáveis... Para os que não têm o devido cuidado, as fotos digitais não recuperadas são como parte de um passado apagado para sempre, não apenas do HD mas do próprio círculo familiar. Preservem, enquanto há e dá tempo, suas fotos, não importando o meio de captura, armazenamento e revelação.
Observação: Imagem acima, trata-se de minha primeira foto digital com a nova câmera. O motivo da foto é minha escrivaninha, com pilhas e pilhas de papéis, livros e outras coisas mais.

Paraísos artificiais


Paraísos Artificiais é título de livro de Charles Baudelaire (autor de As Flores do Mal), considerado - junto com Arthur Rimbaud (autor de Uma Estadia no Inferno) - expoente da poesia Romântica francesa e mundial no século 19. Dizem os críticos que ambos tiveram experiências com o haxixe e o ópio – espécie de alucinógenos -, colocando suas impressões no papel. Naquele tempo, esses paraísos artificiais ainda não eram estudados a fundo, nem descoberta sua relação destrutiva com o homem e a sociedade, como atualmente está mais do que comprovado. No início do século 20, a partir de estudos de Sigmund Freud – pai da Psicanálise - com a cocaína, é que essa droga e outras passaram a ser conhecidas e combatidas mundo afora.
Há quem use esse artifício para atingir o Paraíso perdido. Repetitivo e necessário dizer o quanto o uso de drogas, além da dependência física, causa desestruturação emocional e moral, levando, muitas vezes, jovens e adultos, à marginalidade, ao roubo e à prostituição. As portas desses paraísos artificiais, normalmente encontram-se abertas (em frente de escolas e outras aglomerações juvenis), como os portões do Inferno, na literatura de terror, para atrair ingênuos, desajustados ou simplesmente quem procura ilusões baratas, e que ao ultrapassá-los lembram aquele filme: Pague para entrar, reze pra sair. Esses paraísos estão disfarçados em comprimidos, balas, pó, injetáveis e até em insuspeitas figurinhas de álbuns infantis. Essa é a maneira que o tráfico usa para capturar suas vítimas, oferecendo sem custos a primeira passagem, até que João e Maria descubram que o cara bonzinho não passa de uma Bruxa Malvada, aprisionando-os para devorá-los pouco a pouco, caso não paguem a fatura. A partir daí é que os ingênuos descobrem a maldade humana. Os paraísos perdidos estão somente em nós mesmos, disse o escritor francês Marcel Proust, autor de Em Busca do Tempo Perdido.
Confesso: nunca experimentei drogas, salvo a atual programação da TV aberta. Oportunidades não faltaram, apenas “coragem”, devido a exemplos próximos, através de conhecidos, para que nunca quisesse fazer essa “viagem”, muitas vezes sem volta. Meu pequeno paraíso artificial é a literatura, e foi ela que me fez valorizar a lucidez acima de qualquer outra coisa e deu-me o senso crítico para separar o joio do trigo, ainda em tenra idade n’outra viagem ao imaginário. De que vale querer ver cavalos alados e outras bobagens que alguns alegam, se quem usa esse tipo de fuga, acaba tornando-se uma “metamorfose ambulante”? Quando jovem e ingênuo, um sujeito recém apresentado a mim por um “amigo”, disse que ao final da festa iria me mostrar uma loirinha linda que me faria ver o Paraíso. E eu acreditei! Sorte, que um verdadeiro amigo, aproximou-se de mim e cochichou ao meu ouvido: Cuidado! Essa loirinha não é o que tu pensas; é um comprimido apenas. Noutra festa, também duas décadas atrás, numa brincadeira juvenil, um colega, muito tímido, recebeu um lenço com estranho perfume para cheirar. Aquele sujeitinho que tinha medo da própria sombra ficou alucinado, querendo agarrar as meninas à força. Precisou ser contido por cinco “amigos” (que se divertiram muito com sua cara de doidão) e receber literalmente uma ducha de água fria para voltar à normalidade. Exemplos que me fizeram querer estar sempre com os dois pés fincados na realidade.
Hoje, os valores estão invertidos e o normal é não ser normal. Acuados por falsos amigos, muitos jovens acabam induzidos precocemente a perder a virgindade, usar drogas, roubar, prostituir-se, mentir e até matar, para manter esses paraísos, como se isso fosse a coisa mais natural. Depois de estar-se cativo, fugir do vício, é muito pior do que escapar de um campo de concentração ou correr num terreno minado.
Paraísos artificiais (e fiscais) existem em toda parte: ilhas Caymãs, bancos da Suíça e etc., para (sigilosamente) depositarem lá os lucros obtidos com o narcotráfico, o jogo ilegal, a corrupção política, a venda de armas contrabandeadas, a prostituição, etc. Mario Quintana escreveu: “O mais triste de um pássaro engaiolado é que ele parece estar feliz”. Eis a dura realidade, nada virtual.
Observação 1: Artigo de opinião, acima, de minha autoria, publicado no Jornal do Norte, de São José do Norte-RS-Brasil, em 09/06/2005.
Observação 2: A imagem acima, colagem de minha autoria (jan/2008), feita a partir de recorte de revistas, usando tesoura e cola bastão, e o resultado digitalizado para o PC, via scanner.

domingo, janeiro 27, 2008

deus ex machina


A expressão “deus ex machina”, segundo Massaud Moisés: “Designava, no teatro grego, a técnica artificial de precipitar o desenlace das tragédias com o aparecimento súbito de uma divindade em cena, por meio de um mecanismo, que a fazia descer do teto, a elevava do solo ou lhe permitia executar movimentos no ar, como se voasse. (...) Posteriormente, adquirindo sentido figurado, o expediente designava toda intervenção, propositada e incoerente, que visasse resolver o conflito em cena ou no transcorrer da narrativa”. Qualquer semelhança com os efeitos especiais da vida atual, e o poderio de “máquina”, desejando ser deus, que a Mídia tem nesse “espetáculo”, não é mera coincidência. Relativizados estão lógica, bom senso e, acima de tudo, a inteligência do cidadão. E no olho do furacão eleitoral a palavra “novo”: ora dizendo-se a “novidade”, ora pedindo a continuidade (o de novo).
A política brasileira insiste no “efeito bumerangue”: do discurso oposicionista utilizado por candidato voltar-se contra o lançador, quando eleito; ou do ex-situacionista tornar-se intransigente opositor. Então, assiste-se ao que o crítico renascentista Ludovico Castelvetro, a partir da obra de Aristóteles, definiu como “a teoria da probabilidade menos freqüente”. O poeta “deve preferir prováveis impossibilidades a improváveis possibilidades”, tradução de S.H. Butcher do conselho do filósofo grego, autor de Poética. E a tradução livre da máxima aristotélica para a contemporaneidade, poderia ser: “É preferível acreditar que os políticos, em geral, são eleitos visando o bem comum e não a interesses corporativos e pessoais; a ter que acreditar que as primeiras situações cederam de vez às segundas intenções”.
Para Alfredo Leme Coelho de Carvalho: “Aristóteles adverte aos críticos que não devem chegar apressadamente a conclusões falsas, fazendo julgamentos prévios e estranhando depois que o poeta não siga essas pressuposições, ao invés de observar antes a materialidade dos fatos”. Conselho milenar que deveria ser ouvido por manipuladores de opinião, que elegem adversários e polemizam debates, sem verificar fatos e fontes, partidarizando igualmente comentários, com o intuito de fustigar adversários. Estes trágicos comentaristas deveriam adotar a lógica do GPS (equipamento de posicionamento global por satélite) que, graças à triangulação de três ou mais sinais de satélite em órbita da Terra, determinam com precisão a posição de alguém sob o globo terrestre. Na grande mídia basta a posição do diretor-presidente para que a linha editorial da empresa vincule-se a esta, sem contestação. Nem sempre a precisão da verdade das ruas é espelhada na tela da TV, que às vezes idealiza notícias, como faz com o entrevistado submetido à maquilagem para que sua imagem pareça mais natural diante das câmeras. A lógica de maquiar os fatos vem de longa data. Liberdade de imprensa - para alguns veículos de tendência conservadora, que mantém ligações umbilicais com o poder pela conveniência ideológica ou a sobrevivência econômica - é uma improvável possibilidade; pelo fato que, sendo possível, é inacreditável de acontecer. Cada um tem a sua opinião, mas a verdade de uns parece maior que a de outros quando se potencializa aparato midiático a apenas um setor. Três minutos diários de comentário - em rede nacional ou regional de rádio e TV - bastam para que estragos irremovíveis sejam feitos à imagem de alguém. Décadas de vida pública podem ser lançadas à vala comum da dúvida, se o comunicador não tem o devido cuidado de checar às fontes ou se for com “muita sede ao poço” do discurso fácil e vazio, travestido de opinião abalizada e isenta. Comentários precipitados, dos que se dizem defensores da ética (para os outros!), são veiculados, via de regra, desprovidos de fundamentação lógica e impregnados de ideologia inversa a de quem é imprecada a crítica.
A probabilidade menos freqüente, tal qual licença poética, embora possível, é, atualmente, improvável de reversão sem que também o cidadão mude o foco (ou canal) de análise crítica dos fatos (mostrados pelas endeusadas máquinas), buscando sempre segunda opinião, como se faz com diagnósticos médicos.
Observação 1: Artigo acima, publicado originalmente no Jornal Letra Viva, nº 34, março/2007.
Observação 2: Imagem acima, ilustrativa do que seja o mecanismo "deus ex machina" utilizado no antigo teatro grego, extraída da internet, do endereço
www.dkimages.com/discover/previews/905/688772.JPG.
Observação 3: A diferença entre o dispositivo original e seu contemporâneo, utilizado largamente por parte da mídia, é que antes a platéia percebia a sua existência, e hoje é muito bem disfarçado tal equipamento, por alguns manipuladores, digo, formadores de opinião.
Observação 4: A assinatura mensal e gratuita do jornal cultural Letra Viva pode ser solicitada pelo e-mail klaesroig@yahoo.com.br , sendo a partir deste pedido o solicitante incluído na lista de contatos do LV, recebendo seu exemplar via mensagem de correio eletrônico.

sábado, janeiro 26, 2008

Um livro é uma leitura de mundo


Como escreveu Arthur Schopenhauer, filósofo alemão: "Seria bom comprar livros se pudéssemos comprar também o tempo para lê-los (...)" Para todo o aficcionado por livros, como eu, este é um dos grandes paradoxos do bom leitor: muitos livros comprados e pouco tempo de vida útil para lê-los. Sempre brinco com meus amigos que toda vez que entro em uma livraria, sebo ou assemelhado, me endivido, pois gasto com livros (que sei antecipadamente que não terei nesta vida tempo para uma leitura, quiçá, releitura), mais que o bom senso diria a "um rapaz latino-americano, sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo do interior" (verso de famosa canção do cantor e compositor Belchior, um dos ídolos de minha geração).
Toda vez que viajo a trabalho e/ou estudos, lá estou eu, "enforcando" o horário de almoço ou os finais de tarde, entre prateleiras antigas de sebos ou refinadas de livrarias modernas, à caça de minha presa preferida: um bom livro. Não tenho vícios, salvo ser um leitor e comprador compulsivo dos mesmos. Mas, infelizmente, dando razão ao velho "Schopen", toda vida e mais seis meses não adiantariam para ler os que já possuo e os que ainda irei adquirir até o final de meus dias de leitor e escritor...
Somente nós mesmos para entendermos certas paixões que temos em vida. Tenho uma tia que adora colecionar sapatos, e com certeza, sem levar em conta bolsas, colares e demais adereços, tem o suficiente para essa e mais duas ou três "encadernações", aliás, encarnações (desculpem-me a brincadeira, mas livros e leituras fazem isso... Risos). Mas toda vez que ela me vê com diversos livros embaixo do braço ou empilhados em minha escrivaninha em casa, alguns adquiridos, outros emprestados, por amigos ou bibliotecas, fica escandalizada e me pergunta: "Pra que tanto livro?"
Sem conhecer Schopenhauer, deve pensar intuitivamente na assertiva dele, de que uma vida apenas é insuficiente para tantas leituras... Eu, aqui comigo, digo a mesma coisa de seu "arsenal" de sapatos, ou melhor, pequena sapataria particular, rivalizando com algumas dessas estrelas de cinema e TV. E também me pergunto: "Pra quê tanto sapato se não tem uma vida social tão intensa que faça jus a tamanho acervo?" Pois, é... Não adianta querermos julgar os outros por nossos valores nem querer entender os valores dos outros por nossos breves julgamentos. Sapateiros e livros dariam razão a um e outro, além dos próprios clientes. Um amor - seja por livro, sapato, roupas, etc - somente é possível de parcial entendimento vivenciando-o plenamente. Mesmo assim, gostos não se discutem. Alguém já disse que "no mundo existem belos livros que ninguém lê..." E eu complementaria: "Ninguém lê, por desconhecimento, por não gostar, por não ter dinheiro ou, como é o meu caso e de muitos que conheço, pela falta de tempo..."
Sem falar que uma releitura nos abre um outro universo. Quando li, lá pelos anos 1980, na adolescência Solo de Clarineta, autobiografia de Érico Veríssimo, tive um leve entendimento, depois, em 2006, retomando-a para minha monografia sobre a figura do gaúcho típico e seu arquétipo na obra de Veríssimo, descobri mais um pequeno tesouro que a juventude não conseguiu vislumbrar. Este ano, na dissertação de mestrado, mudarei o enfoque, do histórico mais para o literário, e com certeza terei mais gratas surpresas. Assim é a vida, uma repetida leitura de mundo que fazemos sobre os livros que lemos e sobre a vida que tivemos, temos ou ainda teremos...
Observação: Imagem acima, uma colagem digital, feita no Paint, a partir de 4 figuras extraídas dos seguintes endereços na internet:
1 (janela_aberta) http://tijolices.no.sapo.pt/janela_aberta.jpg
2 (bibliochaise) http://www.mikatech.com.br
3 (mondo) http://www.libreria.com.br
4 (img_aquario) http://www.motivus.pt

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Foto de sonda em Marte é ilusão de ótica


Obs.: Ilusão de ótica 1, foto de nuvem em forma de disco voador, extraída da internet, do endereço
http://vicenteadeodato.blogspot.com/2007_02_01_archive.html


Obs.: Ilusão de ótica 2, Foto sonda em Marte (2004), divulgada pela NASA em 2007, imagem capturada por mim da TV.

Ainda sobre a postagem A VOLTA DO FOGO, que bateu ontem o recorde de visitas em um só dia em meu blog (118 visitantes), e dentro do princípio que este diário virtual tem de verificar todos os ângulos de uma informação, cabe salientar a reportagem que assisti hoje na RedeTV!.
Segundo especialistas, cientista e ufólogos, a foto capturada por sonda em Marte (em 2004 e só divulgada esse ano) trata-se na verdade de uma ilusão de ótica sobre imagem composta de rochas e sombras que dão a falsa impressão de ter uma forma humanóide. Um dos especialistas (Alex, da revista Sexto Sentido) disse que trata-se de uma pedra de cerca de 5 cm e que ficou estática durante 3 dias, período que a câmera fez todo o processo de fotografar aquela local, próxima a uma cratera do planeta vermelho. Jorge Neri, ufólogo, concorda com a explicação, dizendo que trata-se mesmo de ilusão de ótica como as que temos quando vemos nuvens no céu tomando a forma de rostos e outras imagens. Enfim, seja rocha ou objeto, ficou estático durante 3 dias e possui cerca de 5 cm de altura.
Pelo fato deste blog não ser de ufologia e sim tratar preferencialmente de tecnologia educacional, educação, arte e cultura, e que a postagem A VOLTA DO FOGO foi motivada, não pela foto em questão e sim, pelo livro EM VOLTA DO FOGO (destacado na postagem abaixo), cabe, em tempo, este esclarecimento. Grato pela visitação.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Leitura: Um Mundo de Magia e Imaginação


O título da postagem acima é o tema da 35ª edição da Feira do Livro, da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG), que ocorrerá, de 25/1/2008 a 3/2/2008, na Praça Dídio Duhá - Cassino - Rio Grande/RS, Brasil, tendo como Patrono: Renato Canini.
As sessões de autógrafos ocorrerão sempre às 21h30min (relação de autografantes pode ser conferida na Programação da Feira).
E olhe só a casualidade, ou como diz o poeta: nada é por acaso, nem mesmo o acaso... Na postagem anterior, logo abaixo desta, comentei sobre a entrevista que ouvi, na Rádio Universidade, e a expressão "à volta do fogo" que proporcionou a minha postagem "a volta do fogo". Lendo a programação da 35ª Feira do Livro, encontrei o nome do entrevistado pelo título do livro que o mesmo irá lançar, dia 27/01, domingo, às 21h30min. Chama-se Luiz Augusto Andreoli de Moraes, e o livro intitula-se EM VOLTA DO FOGO: Pensando na Educação. Um pequeno equívoco quanto ao título, mas um boa postagem que me proporcionou, até este momento (22h25min), de acordo com meu contador de visitas Real Tracker o expressivo número record de 98 visitantes. Algo que, pelo jeito, não foi casual.
Observação 1: Imagem acima, referente a artigo sobre O Livro de Areia, de Jorge Luis Borges, extraído da internet do endereço
http://cienciaecultura.bvs.br/img/revistas/cic/v57n1/a05fig01.gif
Observação 2: Como a Feira do Livro em questão, acontece no balneário do Cassino, bairro de Rio Grande - RS, Brasil, e a praia do Cassino é considerada a maior em extensão do mundo, pelo livro Guiness Book of Records, achei apropriado utilizar a imagem acima, que faz alusão a mar, praia, livro e areia.

A volta do fogo?


Obs.: Foto 1, imagem extraída da internet, intitulada Terra-Marte1b, capturada do endereço http://www.gluon.com.br


Obs.: Foto 2, imagem fotografada por sonda sobrevoando Marte. Fonte: Jornal da BandNews.


Obs.: Foto 3, detalhe do vulto capturado pela sonda sobre Marte.

No início desta semana, estava eu na loja de um amigo, tirando algumas cópias reprográficas de um livro para poder ler com calma e fazer sobre ela algumas anotações e marcações, quando no rádio ligado ouvi parte de entrevista (não pude identificar o entrevistado), na Rádio Universidade (FURG), do Rio Grande - RS - Brasil, falando sobre A VOLTA DO FOGO. O escritor que há em mim, antes mesmo do educador, ligou imediatamente seu "radar" e ficou na escuta. Não se tratava de nenhuma previsão apocalíptica sobre o fim da civilização, no sentido de voltarmos a viver na Idade do Fogo. Pelo contrário, falava de sua vivência familiar, e das lembranças das histórias de seu pai, que fora tropeiro, levando tropa da gado pelo interior do Rio Grande do Sul, quando à noite, esses tropeiros se reuníam à volta do fogo para conversar e contar suas histórias. Destes relatos orais, de tropeiros e visitantes do Sul, sei que constituiu-se grande parte do imaginário coletivo do gaúcho, reunidos e utilizados com maestria por escritores do quilate de Simões Lopes Neto e Érico Verissimo, em seus livros, respectivamente, Lendas do Sul e O Tempo e o Vento.
Vejam bem, o entrevistado falou em à volta do fogo, com um "A" craseado. Eu, nesta postagem, pretendo abordar a volta do fogo, sem crase, com base em casualidades e outras notícias nem tanto casuais, conforme verão abaixo.
Homero, meu amigo, dono da loja que fotoreprodução (tipo xerox) - com um nome apropriadíssimo para ser amigo de um mestrando em História da Literatura, como é o meu caso, que tem justamente em Homero, o original, escritor grego autor de a Odisséia, um referencial -, contou-me que seu pai também fora tropeiro, e a conversa se espichou... Sempre é assim, onde vou faço amigos e tenho boas conversas com eles, que depois acabam sendo a matéria-prima para meus escritos ficcionais ou não. Além de especialista em tecnologia educacional (2007), conclui em 2006, especialização em História, área Rio Grande do Sul: sociedade, política e cultura, e gosto muito de unir em História e Literatura, desde menino. Cursar, a partir de 2007, mestrado em História da Literatura, para mim foi a realização de um sonho, unindo o útil ao agradável.
Hoje, dentro das casualidades, ao acessar meus e-mails, vi notícia no portal Yahoo! Brasil, sobre o desgelo das calotas polares, com dados preocupantes, que merecem ser lidos no link abaixo, que acabou fazendo indiretamente um "link" com o que comentei acima... E a história continua, leiam a notícia e depois sigam em frente.
Degelo na Antártida aumentou 75% em uma década, segundo estudo
Posteriormente, ao assistir noticiário da TV, vi fotos (de número 2 e 3, acima)atribuídas a uma sonda estacionada por Marte, que capturou um estranho objeto em suposta forma humanóide, que pode ser tanto um ser extraterrestre, como uma escultura ou, o mais provável, uma deformação do terreno, ocorrida de forma natural, embora, convenhamos, uma estranhíssima deformação.
Da pesquisa no Google Imagens para descobrir algo sobre a tal foto, encontrei essa outra foto (de número 1, acima) mais curiosa, que mostra dois ambientes muito similares e familiares: do lado esquerdo, deserto na Terra, do lado direito, paisagem desoladora em Marte. Na página onde encontrei a foto havia um atalho para um interessantíssimo artigo do famoso físico brasileiro Marcelo Gleiser, publicado no Jornal da Ciência, veja link abaixo:
Nós, os marcianos, artigo de Marcelo Gleiser
Neste, Gleiser, de forma muito didática fala de ciência e ficção, trazendo seus entrecruzamentos e distanciamentos, de uma forma muito criativa e original, em seu estilo peculiar, que une a erudição e a popularização de temas científicos, tornando-a acessível ao público leigo.
Já discuti, em postagens e em textos de ficção, sobre o futuro que nos aguarda, se nada fizermos para reverter esse quadro de consumismo, tanto de bens manufaturados e industrializados, como dos recursos naturais não-sustentáveis, que a médio ou longo prazo poderão deixar a terra com uma paisagem muito similar a de Marte, que segundo Gleiser e outros cientistas, teve há milhões de anos uma paisagem similar a nossa atual, com rios, mares; e, quem sabe, especulam escritores e cientistas, até vida inteligente. Há quem creia que sejamos marcianos, e, por conseguinte, extraterrestres, pela possibilidade de a vida ter surgido e sido extinta em Marte, vindo bilhões de anos atrás para nossa atual casa. Claro, tudo teoria, ainda esperando comprovação. A ciência, no século XX avançou muito, com o mapeamento genético e tudo mais. No século XXI, se os países nanicos pararem de querer se matar, em guerras fratricidas - já que a genética mostrou que não existem raças, e sim uma única, a humana - , insuflados por gigantes da indústria bélica a quem não interessa um mundo em paz, e sim o lucro fácil às custas de destruição em massa, talvez, num outro estágio evolucionário, possamos reverter esse quadro preocupante. Do contrário, o escritor de ficção que há em mim, pode "prever" uma volta aos tempos bíblicos, primeiro com o dilúvio universal, por causa do degelo das calotas polares, para posteriormente - com o aumento do aquecimento global, a poluição, o lixo e a superpopulação -, acabarmos implodindo com as condições de vida do próprio planeta e a sua sustentabilidade. E, quem sabe, tentando dar uma de Isaac Asimov, grande escritor de ficção científica, num futuro não muito distante, Vênus acabe parecendo com o que hoje é a Terra, que já pareceu com o que ontem fora Marte e assim por diante. Nossa, que licença poética catastrófica. Risos. Marte é deserta, pois se escavássemos sobre a vasta poeira depositada em sua superfície, lá embaixo descobriríamos, quiçá, coisas que nenhuma sonda pode no momento visualizar. Ficção ou realidade, o que importa mesmo é que, sejamos escritores ou educadores, ou ambos, devemos sempre propor à sociedade a reflexão para estes temas da contemporaneidade, que parecem ser cíclicos, e em alguns casos, tanto egípcios, maias e outras civilizações perdidas parecem ter sido mais evoluídas que nós. Então pergunto: Será que nós, passageiros do tempo, não estamos contando-o em sentido inverso? Não seremos nós o passado e eles o futuro? Estaremos viajando na contramão? Nossa! Isto sim, daria um belo argumento para um conto ou livro de FC. Pena que o tempo é curto demais para mim, ultimamente, e as prioridades para 2008, são o trabalho com tecnologia educacional e a dissertação do mestrado em História da Literatura. A ficção científica deixo para os que se interessarem pelo assunto. Por sinal, já escrevi um texto ficional intitulado A REVELAÇÃO (com cerca de 16 páginas, em arquivo word, que pelo tamanho extenso não tenho espaço suficiente no blog para publicação). Um escrito muito parecido com essas teorias, e que está estampado no meu primeiro livro de contos e crônicas, ainda inédito, chamado Aos Jovens do Ano 2000. Quando aceitei o desafio de deixar de ser escritor de gaveta e publicar meu primeiro livro (2004), na verdade, o primeiro publicado, foi o segundo a ser escrito, Realidade Virtual, enquanto o "primogênito", ainda continua na gaveta à espera de publicação. Casualidade ou não...

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Esporte também é cultura!


Contrariando em parte a minha postagem abaixo, em que critico o número excessivo de mensagens de correio eletrônico, que considero na maioria das vezes lixo virtual, essa (e toda regra tem a sua exceção), que recebi merece não apenas ser respondida como repassada ao maior número de interessados, pois trata-se de eleição promovida pelo jornal italiano Corriere della Serra, para a escolha pelos internaturas do maior piloto de Fórmula 1 de todos os tempos. São quatro candidatos: o alemão Michael Schumacher (lemanha); o argentino Juan Manuel Fangio, o francês Alain Prost e o brasileiro Ayrton Senna. Longe de ser uma "patriotada", eu votei em Senna, não apenas no esportista, no cidadão, mas na figura humana e no talentoso e carismático piloto, para mim realmente o melhor piloto de F-1 que já vimos e veremos, pela sua coragem, ousadia e o conhecimento de mecânica inigüaláveis. Um piloto que era bom debaixo de chuva ou com sol escaldante, dirigindo carros de grandes equipes ou carros inferiores e fazendo valer no "braço" seu vigor. Alguém que deixou uma lacuna, e que a mídia depositou noutros pilotos não tão geniais a responsabilidade improvável de sucedê-lo. Como Senna nem clonando teríamos outro igual. Senna para sempre, o melhor entre os melhores.
Para votar, em um dos 4 candidatos, basta clicar no link abaixo e fazer sua escolha.
Segundo o e-mail recebido, "a enquete não estava sendo divulgada no Brasil. O Schumacher estava ganhando, até que um brasileiro descobriu a parada e começou a espalhar o site de votação".
Quando votei, logicamente em Senna, há uns minutos atrás, o resultado já era o seguinte: De 4.401.987 votantes:
Ayton Senna - 70,8%
Michael Schumacher - 25,5%
Juan Manuel Fangio - 2,1%
Alain Prost - 1,6%.
Vote também, visitando o link abaixo:
Enquete Corriere della Serra
http://www.corriere.it/appsSondaggi/pages/corriere/d_96.jsp
Observação: Imagem acima, colagem de minha autoria, feita há cerca de 8 anos atrás, a partir de recortes de revistas antigas, usando apenas tesoura e cola bastão, e digitalizando o resultado, via escâner.

O campo de distorção de realidade


A expressão acima, faz parte da notícia extraída do portal Yahoo! Brasil, seção tecnologia, que trata de mais uma das aguardadas palestras do mago Steve Jobs, sempre inovando no que se trata de tecnologia de ponta. Leia a notícia, no link abaixo:
Palestra de Jobs tem certo clima de culto
Gostei da expressão "campo de distorção de realidade", pois isso sintetiza não apenas a postura de Jobs em suas palestras, mas na própria postura dos internautas quando acessando o ciberespaço, seja jogando on-line , pesquisando, batendo papo, enfim, qualquer coisa... O cibernauta entra literalmente numa outra dimensão em que o tempo e o espaço são outros.
Hoje, se formos levar a sério todas as notícias e ameaças, dentro e fora deste campo, via e-mails ou noticiário impresso, nos tornaremos paranóicos, pois mensagens de correio eletrônico nos avisam de supostos perigos, caso alguma prosaica apresentação de slides for aberta por desavisados, contendo em anexo inúmeros perigos, que podem instalar vírus espiões (para copiar senhas e dados pessoais), vírus letais que destroem tudo, enfim, um verdadeiro apocalipse digital. O fim daquele mundo virtual e do HD onde temos acumulada em gigabytes uma vida de realidade alternativa, com apelidos, logins, senhas, avatares (personagem e personalidade virtual), etc. Tais e-mails que em tese tentam nos proteger podem ser justamente vírus maliciosos para que caiamos em tentação e comecemos uma enorme corrente, repassando a todos os contatos de nossa lista, e assim, sem querer, disseminando o mal ao invés de combatê-los. Tudo é possível, nesse mundo virtual que lembra filmes de espionagem, tipo 007. Mas, tudo deve ter bom senso e cuidado.
Ainda falando sobre o campo de distorção de realidade, lembro-me que muito jovem, na década de 1970/80, assistia no programa Fantástico: O Show da Vida, algumas experiências em universidades dos EUA, em que jovens cientistas e pesquisadores (como deveriam ser na época Bill Gates e Steve Jobs) digitalizavam fotos e mais fotos de casas, ruas e cidades inteiras para simular algo em três dimensões. Parecia algo para um futuro muito distante. Hoje, essa realidade alternativa está presente no dia-a-dia, disponível para crianças, desde jogos eletrônicos simples a outros mais complexos como o Second Life, sem falar em experiências em universidades e em agências de informação e contra-ninformação que nem temos idéias de sua existência, como uma espécia de "Área 51 digital".
Em pouco mais de 20, 30 anos, o que era apenas ficção científica, como o relógio e fone de pulso do Dick Tracy se tornaram realidade e se banalizaram ao ponto de ter quase um aparelho celular por cada habitante de certos países como o Brasil. A maioria dos aparelhos nas mãos de adolescentes, e outra grande parte, nas gavetas, visto a cada vez maior descartabilidade do produto e da vontade de cada jovem ter o celular da moda, assim que é lançado um novo modelo com um recurso ainda inexistente nos demais.
Trabalho com tecnologia educacional, mais com o fazer pedagógico do que com a questão técnica e tecnológica. Mas gosto de me manter a par das novidades, que se mantém "novas" em período cada vez menor. A janela (windows) dos lançamentos vão diminuindo precocemente. Celular, iPod, IPhone, CD, DVD, Mp3, Mp4, Mp,5,6, 7... E o que virá depois? Teremos no futuro, do jeito que os meios eletrônicos se tornam mais e mais populares, energia suficiente para mantê-los em funcionamento? E o lixo digital decorrente dessas trocas? O que fazer com ele sem comprometer os recursos naturais, como rios, matas, mares, etc? E os empregos, que a cada revolução tecnológica são extintos e nenhum outro criado em seu lugar? Como reverter esse quadro?
Mas, o que mais me desconforta nessa era da informação cada vez mais veloz é o fato de não termos mais tempo para conversar olho no olho com ninguém, apenas on-line. E mais: nunca mandamos em nenhum outro tempo tantas mensagens, na maioria de terceiros, mas sequer com uma mensagem nossa inclusa. São dezenas de emails com apresentação de slides que recebo diariamente, e diariamente sigo o ritual de mandar todas àquelas que não vêm junto com um mísero "Oi, como vai?" para a lixeira. Sorte que esse lixo virtual não polui o meio ambiente real, apenas nosso HD e nossa mente. Desculpem os amigos que têm o hábito de repassar tudo que recebem dos outros, sem encaminhar uma frase sequer de mensagem. Para essas mensagens, no meu caso, o destino é o lixo mesmo. Podem até conter belos textos atribuídos a escritores famosos que os desconhecem, lindas imagens e boa intenção, mas o que eu gosto mesmo é de saber novidades por parte dos amigos, seus projetos. Claro que se vier com um recadinho dizendo do que se trata, para esses reservo alguns momentos, na agenda sempre cheia, para dar uma olhada e ver se me interessa o conteúdo, se terá utilidade em minha vida real ou digital.
Para esses que usam o "efeito bumerangue" de ficar repassando adoidado as mensagens que recebem, deixo uma mensagem particular: o trecho final do conto A ESCAVAÇÃO, de minha autoria, incluído no meu livro REALIDADE VIRTUAL, lançado na Bienal Internacional do Livro de São Paulo (17/4/2004), pela Ed. Litteris - RJ, e selecionado (o livro) em outubro do mesmo ano para participar da Feira do Livro de Frankfurt (Alemanha), e que trata de pequenos contos que bem poderiam ser encarados como uma espécie de "campo de distorção da realidade":
"Então, as gerações futuras descobrirão que nós, homens das cavernas para eles, usávamos estranhos aparelhos para nos comunicar uns com os outros. Mesmo assim toda a parafernália, hoje existente, fora insuficiente para nos impedir de continuar guerreando uns com os outros, como desde o início dos tempos, segundo o primeiro livro de Moisés, capítulo 11, versículo 1, que já nos dizia há muitos séculos atrás: “Mas todo o mundo tinha o mesmo idioma e a mesma palavra ...” Tempo distante que não volta mais, quando todos falavam a mesma língua, mas não sabiam se comunicar".
Observação: Imagem acima, colagem recente (janeiro/2007), de minha autoria, a partir de recortes de revistas antigas, usando apenas tesoura e cola bastão, e digitalizado o seu resultado artesanal para meu computador pessoal através de um escâner.

Como vidro em conserva

Todos já ouviram dizer sobre o poder da imagem, que vale por mil palavras.
Recentemente vi estampado numa padaria um desses cartazes elaborados pelo Ministério da Saúde (foto ao lado), que adverte para os males do tabaco, com a seguinte mensagem: “fumar pode causar aborto espontâneo”. Tal mensagem pode ser impressa e distribuída gratuitamente sem causar nenhum efeito no fumante inveterado. Mas, a divulgação da imagem (num maço de cigarros) de feto abortado, mantido dentro de um vidro, que lembra vagamente esses produtos em conserva, é a demolidora constatação dos efeitos negativos do fumo. Tal publicidade impositiva lembra os próprios cartazes distribuídos no início do século XX, pelo médico-sanitarista Oswaldo Cruz, quando de sua campanha pela vacinação maciça da população do Rio de Janeiro e do Brasil, utilizando-se de imagens fortes, pela forma direta, visual e impactante, na busca da conscientização da população dos males à saúde. Talvez, aí a comprovação de que para que campanhas institucionais funcionem, o cinema e as artes visuais são aliados mais contundentes do que a palavra. Na Educação, também, o desafio é saber lidar com a geração da Imagem e do Som.
Desenvolvo projeto de aprendizagem, através de especialização à distância sobre tecnologia educacional, cujo tema que abordo é: “A televisão pode ser uma aliada da educação?”. Tenho coletado vários dados, desde a programação, como a forma de televisão (a cabo, aberta, educativa, comercial, pública e privada) e as maneiras de entretenimento e aprendizagem. Penso que, apesar dos pesares, a TV pode auxiliar ao professor e ao aluno, desde que usada com critérios.
Discuto os avanços tecnológicos (TV digital, etc) sem o acompanhamento equivalente da programação, ainda calcada em índices de audiência, e a exploração do sensacionalismo, da “espetacularização da vida” e da banalização da violência, sem a devida autocrítica. Analiso o papel do jovem e do aluno em geral frente a um modelo consumista, que prioriza o sentido mercadológico, em detrimento do educacional. Disponibilizo diário virtual (http://letravivadoroig.blogspot.com), e lá tenho postado e recebido contribuições de interessados em tecnologia, educação e cultura. Nele estão postados artigos, sugestões bibliográficas, links (atalhos) para outros blogues educacionais, fotos e imagens variadas.
Todo telespectador diante da TV tem duas posturas receptivas: ativa e passiva. O receptor ativo é aquele que observa e compara o noticiário de mais de um canal, que debate com a família, os amigos e no trabalho, sobre os temas veiculados, tendo postura crítica e analítica das artes e fatos mostrados. E não aceita todo “artefato” produzido como sendo informação fidedigna, e a contextualiza. Já o receptor passivo é quem tem na TV e no rádio as únicas formas de informação. Por falta de poder aquisitivo ou alienação, não lê jornais, revistas, nem acessa à internet. Tem como verdade única tudo que é noticiado. Assiste ao telejornal à espera da telenovela. Dá boa noite ao apresentador do noticiário, confunde o ator com a personagem da novela e não separa o falso do verdadeiro, entre a tela envidraçada da TV e o mundo lá fora. Enfim, é aquele que recebe o sinal, mas não reflete sobre este.
Como num vidro em conversa, alguns telespectadores vivem como peixes num aquário, sem a noção de que o local não é mar aberto, e sim espaço limitado. Votam nas personalidades da TV para cargos eletivos, desconhecendo o passado social do candidato e seus projetos. Novela após novela, como vidro em conversa, esses usuários permanecem a assistir aos folhetins eletrônicos, que em determinado horário, o humor torna-se besteirol; pois a trama é feita com o propósito de continuísmo de uma fórmula que deu certo, pela própria repetição continuada. Basta perceber que na Novela das Sete o protagonista, seja qual for o enredo e o ator, vive sem camisa, ainda que a trama não seja sobre índios, selva, etc. Porém, segundo dados atuais, tais novelas, que eram campeãs de audiência aqui e no exterior, em ambos os locais, vêm perdendo receptores passivos, talvez, fruto dessa fórmula vitrificada, que já não convence mais.
Observação 1: Texto acima, de minha autoria, publicado originalmente no Jornal Letra Viva, nº 33, fevereiro/2007. Também publicado, no mesmo período, em jornais da região.
Observação 2: Imagem acima, propaganda antifumo do Ministério da Saúde, escanada de uma carteira de cigarro.
Observação 3: O Jornal Letra Viva é um projeto meu, em funcionamento desde junho/2004, e pode ser solicitado o envio gratuitamente, mandando uma mensagem para a conta de correio eletrônico klaesroig@yahoo.com.br, para ser incluído na lista de contatos do jornal virtual, que já conta com mais de 500 leitores, de várias regiões do Brasil e do exterior, fora outros que repassam aos amigos dos amigos as edições.

terça-feira, janeiro 22, 2008

A "mánica" do tempo


O título desta postagem não é um erro de digitação e sim a forma que as crianças até os três anos - e, em especial, meu filho Allan -, chamam às máquinas, invertendo as sílabas... Trabalhando há 15 anos com educação (e há 4 com informática educativa) e tendo contato direto ou indireto com alunos, ora como educador, ora como amigo, conversando, jogando bola, acompanhando em passeios outras turmas da EEEF Barão de Cêrro Largo, onde está implantado e em funcionamento o Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) Rio Grande/18ª CRE; em toda essa trajetória educacional, não apenas minha, mas de colegas e dos alunos, percebo certas curiosidades que me motivam e motivaram diversas postagens neste blog e projeto diversos, usando a tecnologia educacional.
Confesso que apesar de meus quase dois metros de altura e quase cem quilos, sou no meio de crianças e jovens o mais "crianção" de todos. Adoro música e grupos que qualquer adolescente gosta (Coldplay, Radiohead, The Calling, Simple Plan entre outros), gosto de viodeogame (ainda mais se for simulador de futebol!), ADORO também mp3, além de bolachinha recheada, iogurte, batata frita e refrigerante, entre outras coisas "engordantes". Risos. Considero-me um educador interativo que, por entender gostos e a identidade dos alunos, consegue melhor transitar entre todas as "tribos"... Muitos alunos que conheci ainda no jardim de infância, hoje são adultos, pais ou mães de família, e é com satisfação que vejo seus filhos adentrarem à escola. Alguns não reconheço mais (eles que vêm falar comigo na rua), pois o jovem quando entra na adolescência muda muito física e emocionalmente. Principalmente aqueles que eram mais agitados, e que acabam ficando mais maduros. Uma nova geração que vem e um novo desafio à escola e ao educador, conectado ou não com esse outro universo.
É a tal "mánica" do tempo, que não pára... Vivemos cada vez mais entre máquinas, e não há como não sentir-se de vez em quando surpreso ou quase lesado. Digo isso, pois ontem, enquanto assistia no computador, através da placa da captura de TV, os gols da rodada do final de semana, Allan, meu filho de quase 3 anos de idade (faz aniversário em 20/2) pegou o joystick ao lado e queria jogar, confundindo as imagens reais com algum jogo de realidade virtual, pincipalmente os que seu pai joga no mesmo PC. Não apenas ele, com 3 anos se confunde, seu pai, com 40 anos há mais, já sentiu a mesma sensação, certa feita, ao passear por uma loja e ver um jogo da seleção nacional (virtual), que à primeira vista parecia a original, de carne e osso, e não de bits, bytes e megabytes.
A segunda sensação desconfortável refiro-me a que nos assalta logo que adquirimos um equipamento eletrônico, que une o útil ao agradável: bom preço e funções desejadas. Passadas algumas semanas e ao vermos novas promoções com equipamentos mais baratos e com maior memória de armazenamento de dados, sentimo-nos invariavelmente lesados. E lamentamos a pressa! Mas que nada, se ficarmos esperando nada adquiremos pois esse é o movimento retilíneo e uniforme (MRU) da "Mánica" ou máquina do tempo, dependendo da idade que tivermos... Sei que por mais que tentemos não entrar nesse carrossel consumista, os equipamentos, sem a mesma durabilidade do tempo de nossos avós, nos força a rever nossos conceitos. Meu aparelho celular me deixou ontem na mão, resisti o que pude para não trocá-lo, mas agora uma das teclas essenciais para seu funcionamento travou... Mas já é uma façanha, pois estou com ele há mais de 3 anos. Uma eternidade! Risos. Então, mesmo contrariado, vou procurar um novo, que sei que daqui a seis meses estará ultrapassado, diante da cada vez maior diversidade e capacidade do mercado de se reconstruir para que todos possam usufruir e consumir mais e mais... Conheço pessoas que trocam de celular a cada promoção, mesmo que o aparelho continue em condições regulares de uso, só pelo fato de ter enjoado do modelo ou querer nova função que o antigo não possui. Esse mesmo "consumidor" age com seu(sua) parceiro(a) quando a rotina e outros "equipamentos" de carne e osso passam a ser uma tentação irressistível. Hoje, os relacionamento afetivos são mais descartáveis que alguns equipamentos. Esse modo de vida, tanto a "mánica" como a máquina do tempo não irão me aprisionar. Prefiro valorizar as pessoas, acima das máquinas...
Ah, já ia me esquecendo de outra aflição que toma conta do internauta, que é a "eternidade" de alguns segundos perdidos, quando a página ou as páginas custam a abrir e estamos acostumados que com apenas um clique entremos no Novo Mundo (virtual). E quando conectados, perdemos a noção do tempo, lá fora, ficando horas e mais horas diante da tela de um computador, num labirinto digital, para nenhum Jorge Luis Borges pôr defeito. Portanto, ao adentrar no ciberespaço, antes ligue o despertador...
Observação: Imagem acima, colagem de minha autoria, feita há cerca de 8 anos atrás (como terapia ocupacional), a partir de recortes de revistas antigas, usando tesoura e cola bastão, e depois digitalizando o resultado para o computador, através do escâner. Tudo artesanal.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

A Síndrome do Microfone Aberto

“Quem não se comunica se trumbica”, já dizia o saudoso Abelardo Barbosa (O Chacrinha), criador de diversas pérolas, como: “Terezinha!!!”, e “Eu vim para confundir e não para explicar”. Ex-apresentador de TV (já falecido), Chacrinha, legou-nos várias frases de efeito, além da buzina e do show de calouros - que revelou grandes artistas brasileiros, dentre eles Roberto Carlos. Mas, quanto ao “Quem não se comunica se trumbica”, não me pergunte o significado desse incomum verbo (trumbicar), pois não tenho a menor idéia, pois parece ser alguma analogia com a expressão “se complicar”.
Porém, hoje em dia, sem querer entrar em uma área que não tenho conhecimento, apenas a admiração, que é a da psicologia, denomino (por pura ironia, mais do que ousadia) uma nova síndrome que tem tomado conta daqueles que detém o mais poderoso meio de comunicação de massas. A Síndrome do Microfone Aberto é um mal do século XX, agravado no século XXI, dominado cada vez mais por políticos eleitos, que têm em seu perfil social, apenas o fato de utilizar o microfone e as câmeras de TV em proveito próprio, sedimentando carreira política, amparada em milhares ou milhões de votos. Mas tal síndrome tem pequenas variantes. Pessoas comuns, que jamais terão as câmeras e os holofotes em sua direção, mas que em pequenos grupos monopolizam a atenção, dominando o microfone, mais pelo tempo que ficam com ele em punho, do que pela perícia e dicção. Quem possui essa síndrome, em sua versão menos virulenta, raramente se dá conta de que fala mais do que o entrevistado... Que dá palpite em tudo o que pode e não pode, nem sempre com conhecimento de causa... Que se o vivente tem 15 minutos para falar, mas assunto é para apenas 10, insiste em usar todo o tempo e mais um pouco, ainda que seja para repetir-se enfadonhamente. Tal criatura, que daria um belo personagem de ficção é mais real do que a realidade... Teima em escolher as palavras, e utilizá-las fora de seu sentido usual, para dar a falsa impressão de intelectualidade, normalmente descontextualizando-a. Palavras como “capilaridade” são utilizadas fora de propósito, para dar a conotação de que tal prática possui ou não uma abrangência... “Carecas de saber”, por sinal, estão todos aqueles que ouvem mês após mês esse tipo de discurso vazio e sem nenhuma implicação, a não ser o de expor seu autor aos holofotes de um pequeno grupo ou a mídia...
Aliado a essa síndrome, existe a geração “Tipo Assim...”, expressão repetida ad nauseaum. É um tal de “tipo assim, isso”, “tipo assim,aquilo”, e por ai vai... O que demonstra como a falta do hábito de leitura e a constante exposição a apresentadores “Tipo Assim...”, fazem com que uma geração inteira comece a repetir, que nem “papagaio-de-pirata”, meia dúzia de expressões vagas ou vazias, pela absoluta falta de vocabulário.
Porém, a Síndrome do Microfone Aberto tem a seu favor a democratização do acesso à palavra, mesmo que à duras penas dos ouvintes. Entretanto, tal equipamento, se usado apenas para autopromoção e a divulgação de idéias desarticuladas, contribui, e muito, à desinformação.
Observação 1: Texto acima, de minha autoria, publicado originalmente no Jornal Letra Viva, nº 34, março/2007.
Observação 2: Imagem acima, extraída da internet, do endereço
http://www.jobicudo.com.br/images/microfone_email.gif
Observação 3: O Jornal Letra Viva é um projeto meu, em funcionamento desde junho/2004, e pode ser solicitado o envio gratuitamente, mandando uma mensagem para a conta de correio eletrônico klaesroig@yahoo.com.br, para ser incluído na lista de contatos do jornal virtual, que já conta com mais de 500 leitores, de várias regiões do Brasil e do exterior, fora outros que repassam aos amigos dos amigos as edições.

Tsunami digital


Recentemente a TV Câmara Federal mostrou palestra do jornalista Washington Novaes, sobre a questão ambiental e sua repercussão no mundo atual, levando-se em conta aspectos políticos, econômicos, tecnológicos, sociológicos etc. Sendo cursista de especialização em tecnologias da informação e da comunicação na promoção da aprendizagem (UFRGS), promovida em parceria com o MEC e as Secretarias Estaduais da Educação, para integrantes de núcleos de tecnologia educacional, tenho discutido muito o papel da televisão como possível aliada da educação. Tenho uma visão muito crítica a respeito da programação televisiva, que deixa a desejar, no aspecto educacional. Entretanto, alguns programas que fogem ao lugar-comum e a mesmice da “mercantilização e da espetacularização da vida”, podem ser, além de entretenimento, um bom suporte para abordagem crítica em sala de aula. No caso da palestra acima citada, Novaes brindou ao telespectador com pequeno inventário da questão ambiental, seus desafios e suas implicações, abordando o papel da mídia nesse dilema. Disse ele que as TVs, de modo geral, e, em especial, os noticiários produzidos por estas, aplicam um modelo ”hollywoodiano”, de “comunicação espetáculo”, em que as notícias de grandes catástrofes, levam conseqüentemente a grandes emoções. O que concordo plenamente, pois, se analisarmos atentamente, algumas TVs, em relação ao noticiário veiculado, deixaram estas de se preocupar com a mera divulgação, passando a produção em escala industrial de assuntos, que são editados para levar a um objetivo pré-estabelecido. Basta ver comentários de entrevistados nas ruas, que parecem estar sendo espirituosos demais, quando na verdade são induzidos a dizer coisas, através de perguntas de duplo sentido, que não aparecem na versão final que vai ao ar no telejornal. A matéria integral fica restrita à ilha de edição (local de montagem). A chamada “verdade inconveniente”, segundo Novaes, nem sempre é divulgada, como a questão do lixo, da poluição, do saneamento básico. Exceção do horário político, diga-se de passagem, quando há interesse de um candidato em atingir o adversário, que na réplica e na tréplica fica tentando descobrir o calcanhar de Aquiles do outro, sem apresentar projetos de governo. Apesar disso, foi através de um programa de TV que uma menina salvou a si e aos pais, quando da catástrofe do Tsunami, em 2005, segundo matéria que li num jornal, após o fatídico acontecimento que tirou a vida de mais de 200 mil pessoas. A menina, quando viu a movimentação dos elefantes e outros animais, além do mar recolher-se, lembrou imediatamente de um documentário que vira na TV anteriormente, e que mostrava o fenômeno da formação de uma onda gigante, pedindo aos pais para saírem correndo do local. Graças à informação da menina, sua família sobrevivera. A TV, por si só, não é o mito grego da Caixa de Pandora, receptáculo onde eram aprisionados todos os males do mundo; mas sua grade de programação pode prestar (ou não) um serviço de utilidade pública, dependendo de quem tenha a visão (ou não) de dispor à população da informação adequada e não tão manipulada por interesses vãos...
Observação 1: Texto acima, de minha autoria, publicado originalmente no Jornal Letra Viva, nº 32, janeiro/2007.
Observação 2: Imagem acima, extraída da internet, do endereço
http://br.geocities.com/nuclear_base/
fotos_legais/onda_tubarao.JPG
Observação 3: Essa imagem foi encontrada na internet pelo meu ex -aluno Pablo, do Projeto de Informática na Educação Especial, da turma de Altas Habilidades, cuja parceria é a profª Isabel Veleda, e que fizemos projeto de aprendizagem envolvendo a educação ambiental. Pablo queria saber sobre os tubarões e em seu trabalho, muito criativo, colocando entre as imagens a do tubarão digital.

sábado, janeiro 19, 2008

Vídeo que complementa a postagem anterior...


Para quem leu a postagem anterior, sugiro assistir ao final do filme Planeta dos Macacos (1968), comentado por mim neste blog. Neste pequeno vídeo de 3 minutos e 1 segundo, extraído do YouTube, traz a cena impactante do referido filme que marcou época e que até hoje serve a diversas interpretações. Para quem viu a refilmagem de Tim Burton, em 2001, sugiro também locar em DVD a versão original, de 1968, com direção de Franklin Schaffner, e participação de Charlton Heston, como o comandante Taylor, astronauta norte-americano que cai num planeta desconhecido, habitado por macacos evoluídos e seres humanos primitivos. Um clássico da ficção científica. Leia minha resenha abaixo.
Observação: O vídeo acima pode ser assistido também acessando ao endereço
http://www.youtube.com/watch?v=Cmw6Jne0tAQ&eurl=http://
www.squidoo.com/
statueoflibertyinmovies

Vestígios do dia na sociedade da informação...


A Imagem acima, capturada da internet (endereço abaixo), foi uma das cenas mais impactantes de minha juventude, quando assisti lá pelos anos 1970/80 o filme Planeta dos Macacos, com o ator Charlton Heston fazendo o papel de um astronauta norte-americano (estadounidense), que junto com mais 3 (um deles, uma mulher que morre) caem num planeta aparentemente deserto, até descobrir que o mesmo era habitado por macacos e gorilas que falam, e o mais curioso: em que os humanos estão num estado de evolução atrasado... Macacos civilizados e homens primitivos já por si só é um enredo de ficção científica mais do que original, ainda mais nos anos 1970, no auge da Guerra Fria, em que a metáfora e a ironia dão um tempêro a película. Porém, apesar das cenas de ação, da perseguição dos macacos ao capitão Taylor (Heston), seu contato com a cientista chimpanzé Zira (Kim Hunter) e seu marido Cornelius (Roddy McDowall), o conselho de macacos que o leva a julgamento, o melhor está no final avassalador... Quando o astronauta em fuga, junto com a bela mulher chamada Nova (Linda Harrison), chega perto das ruínas de um monumento antigo, percebe que jamais saiu do mesmo lugar. Caído de joelhos diante do que sobrara da Estátua da Liberdade - soterrada e destrruída -, Taylor percebe que retornou para a Terra, só que num futuro distante onde os seres humanos provavelmente, com guerras e armas de destruição em massa, implodiram a própria civilização...
Sei, tudo é ficção, cinema retrô, que Tim Burton refilmou em 2001 esse clássico da ficção científica, modificando seu final, mais igualmente dando um têmpero também original. Mas nada supera a surpresa e o impacto da primeira versão.
O que me preocupa nessa sociedade da informação, cada vez mais interligadas a uma rede sem fios, é o que deixaremos para as gerações futuras, de herança cultural, já que a programação dos cinemas e TVs, com sua tecnologia cada vez mais sofisticada, já não faz mais histórias como antigamente, que prendiam o espectador e leitor até o final da trama, para nesse ponto ainda surpreendê-la? Hoje, a programação televisiva e doutros meios de comunicação, nada surpreende, pelo contrário: é uma repetição de receita de bolo. Se um filme, livro, música faz sucesso, é copiado a exaustão... Se a moda é um ritmo em especial, é só aquilo que se ouve em toda parte, e por ai vai... Tudo descartável... Assim como toda a produção cultural que guardada em vinil, depois k-7, CD, agora DVD tem seu tempo de duração e perecimento. Nada de bits, bytes, megabytes, kilo, giga ou terrabytes... Só o que fica registrado na pedra ou em relatos orais perdura pelo "infinito e além", parafraseando a personagem Buzz LightYear, do originalissimo filme de animação computadorizada Toy Story. Nossa civilização consumista, utiliza-se dos recursos naturais, nem todos renováveis, com espantosa voracidade. Daqui há 500 ou 1.000 anos, tudo que é feito de plástico e papel sumirá da face a Terra, e o que sobrarão quase intactos serão nossos monumentos e algumas edificações... Tudo o mais será transformado, reciclado para chegar ao amanhã... Os vestígios de nosso tempo, nosso modo de vida e nossa cultura aos passageiros do futuro parecerão estranhos ou desconhecidos. Tudo dependerá da transição que façamos desse modo altamente prejudicial e com dias contados, pois a natureza já demonstra sua inconformidade com o "parasita" do qual ela é o hospedeiro... Superpopulação, superprodução de lixo e devastação, guueras, mi´seria, epidemias, aquecimento, poluição... Que nós, passageiros do presente, consigamos resolver essa equação de difícil solução, para que filmes como Planeta dos Macacos seja mera ficção cientifica... Um interessante filme para se assitir comendo pipoca e tomando refrigerante, e nada mais...
Observação 1: Imagem acima, cena final do filme Planeta dos Macacos (1968), extraída da internet, do endereço
http://www.squidoo.com/statueoflibertyinmovies
Observação 2: Diante do desgelo das calotas polares, do efeito estufa, do aquecimento global, e principalmente do governo do país dos astronautas em assinar qualquer tidpo de tratado de redução dos índices de poluição e tudo mais, a elevação dos mares, e a paisagem da cena final do filme O Planeta dos Macacos, apesar de improvável, não é tão absurda de um dia acontecer. Ainda mais se lembrarmos que um dos livros mais antigos da Humanidade fala de uma elevação assombrosa dos mares, em que um senhor de barbas longas reuniu um casal de cada espécie para enfrentar o tal dilúvio universal. Entre o mito e a história, entre a religião e a ciência "há mais coisas entre o céu e a terra que podem supor nossa vã meteorologia", digo, ironicamente, parafraseando William Shakespeare.

Visitem São José do Norte e a Praia do Mar Grosso, no RS, Brasil


Aos visitantes do Letra Viva do Roig, aqui da região Sul, e aos demais visitantes, conheçam através deste slide show, ou quem tiver interesse ou oportunidade venham visitar São José do Norte, município vizinho a Rio Grande, no extremo sul do Rio Grande do Sul, Brasil. O slide show acima traz fotografias (de minha autoria) da travessia entre os dois municípios, através das lanchas que fazem diariamente esse trajeto (de segunda a sábado, de meia em meia hora; domingos e feriados, de hora em hora). No primeiro slide, foto da barca de veículos (ou balsa), depois fotografias de um barco de pesca, chegada a São José do Norte, algumas fotos das ruas da cidade; especialmente a Rua Gen. Osório (ou Rua Direita), da Estação Rodoviária, onde partem ônibus para a praia do Mar Grosso (pela manhã às 9:30 horas, aguardando a chegada da lancha das 9horas, favor consultar os demais horários no local). Por fim, fotos da beira-mar, capturadas por mim num sábado de sol (12/01/08).
Cresci e vivi em São José do norte até os 18 anos, e lá tive uma sólida formação que trago comigo até hoje. Ali também nasceu o escritor e poeta que há em mim.
No balneário Mar Grosso, mora o artista plástico José Américo Roig (meu pai), mais conhecido pelo apelido e nome artístico de Zeméco, que há quase 30 anos reside naquela praia e nela é que busca inspiração para sua vida e obra. Para conhecerem sua residência e o próprio artista, basta, chegando à praia, descer na primeira parada, dobrar à primeira rua à direita e seguir em frente. Ao chegar ao número 138, verão que é a única casa naquela rua que dá para ver o mar. Zeméco e sua esposa Hildette (minha mãe, professora aposentada e minha incentivadora, desde quando eu era menino do hábito da leitura) adoram receber visitas e mostrar um pouco da arte, cultura e história do município. Sejam todos bem-vindos e aproveitem a viagem.
Para conhecer um pouco do trabalho de Zeméco basta clicar no link abaixo, que leva ao blog que construí para divulgar sua vida e obra.
Blog Olhar Virtual

Observação (em 26/12/2008):

Caros visitantes do blog Letra Viva, atendendo a pedidos, repasso algumas informações sobre a praia do Mar Grosso e o municiípio de São José do Norte - Rio Grande do Sul - Brasil. Cidade histórica, situada a 320km ao sul de Porto Alegre, pode ser encontrados dados históricos nos portais abaixo:
http://www.saojosedonortevirtual.com.br
http://www.riograndeemfotos.fot.br/fotosjn.html
Algumas imagens do passado e presente do município também podem ser vistas através do blog Olhar Virtual, criado por mim, para ser um inventário digital da vida e obra de meu pai, o pintor José Américo Roig, o Zeméco.
http://olharvirtual.blogspot.com
Mais dados podem ser conseguidos, como hospedagem, restaurantes, etc, através dos seguintes fones(constantes da guia telefônica da cidade):
Restaurante Atalaia (praia do Mar Grosso) fone 053-3238-1132;
Rest. Brisamar (São José do Norte) fone: 053-3238-1420;
Rest. Caramujo (Praia Mar Grosso) fones : 053-503-2539 e 53-9977-3167.
Pousada Vieira (junto ao rest. Caramujo) fone: 053-9977-3167 e 503-2539;
Empresas de Turismo:
Az de Espadas - 3238-1133;
RoigTur Transp. Turismo - 3238-2590.
Prefeitura Municipal de ~São José do Norte - fone: 53-3238-1400; 53-3238-1402 e email: gabex@saojosedonorte.rs.gov.br

Abaixo, alguns dados extraídos do folheto distribuído pela prefeitura, com o título de São josé do Norte: Cidade onde as águas se encontram.
Histórico do MUnicípio:
O povoamento teve início em 1725, quando João de Magalhães, comandando 30 lagunenses estabeleceu o 1º posto de vigilância do nosso estado onde é a cidade. A partir de 1750, os casais de açorianos se estabeleceram no Estreito (atual 2º distrito). m 25 de outubro de 1881 ocorreu a emancipação do município e a criação da vila de São José do Norte. Em 16 de julho de 1840 travou-se a mais sangrenta batalha da Revolução Farroupilha. Em 31 de julho de 1841, pelo desempenho da guarnição local nas lutas contra os farrapos, D. Pedro II agraciou São José do Norte com o honroso título de "Mui Heróica Vila" e em 31 de março dde 1938, a vila de São José do Norte foi elevada a categoria de cidade.

Aspectos geográficos e localização:

Localizado na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, em área contígua ao Oceano Atlântico e a Laguna dos Patos, possui uma rica paisagem natural com complexos de dunas, marismas, lagos, banhados e um vasto patrimônio cultural edificado. A população hoje é de aproximadamente 25.079 habitantes, e possui um território de 1.118 km².

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Blog ControlVerso ultrapassa 3.000 visitas


Meu outro blog, chamado ControlVerso, ultrapassou esta semana as 3.000 visitas. Neste, tantos as imagens (colagens feitas a partir de recortes de revistas antigas), como textos (artigos de opinião, crônicas, contos e poemas) são de minha autoria. São textos e imagens de variadas épocas, mas que na maioria das vezes mantém uma irônica atualidade. Um blog provocativo, mas não apelativo, crítico e ao mesmo tempo autocrítico. Visitem, o ControlVerso e deixem lá seu recado.

Da ficção para a realidade: robô humanóide


Parece ficção científica, tipo Eu, Robô, Robocop, Exoman, Matrix e outros filmes que flertam com a tecnologia e a ciência de ponta, mas a notícia (link abaixo), extraída do portal Yahoo! Brasil, secção Tecnologia, informa que já existe protótipo de robô com características humanóides, controlado pelo cérebro humano, para auxiliar a vida de deficientes físicos.
Conforme relata a notícia: "Esta proeza, que alia a robótica com a neurociência, foi anunciada nesta quarta-feira [16/01] pela Agência da Ciência e das Tecnologias japonesas e pela Universidade Duke dos Estados Unidos".
Mais um grande avanço das Tecnologias Assistivas que procuram dar uma alternativa de vida próxima da dita "normalidade" e integração à sociedade a pessoas com algum tipo de deficiência física ou neurológica.
No caso em questão, "A técnica se baseia em converter as informações emitidas pelo animal em instruções compreensíveis para o robô". O animal, trata-se de um macaco que serve de cobaia nesse experimento de altíssima valia tecnológica, científica e social.
Leiam a notícia na íntegra e vejam a foto do robô, no link (atalho) logo abaixo:
Robô controlado pelo cérebro dá esperança a deficientes físicos
Observação: Imagem acima do filme Eu, Robô, inspirado no livro de mesmo nome de Isaac Asimov, extraída da internet, do endereço http://www.planetaeducacao.com.br/novo/imagens/
artigos/cinema/eu_robo_01.jpg

Blog Letra Viva do Roig com quase 7.000 visitas

Pelos meus cálculos, meu blog Letra Viva do Roig se aproxima oficialmente dos 7.000 acessos, desde que foram instalados os primeiros contadores de visita. Na verdade, esse número cabalístico (sete), que tem me acompanhado desde o nascimento, já deve ter sido atingido tempos atrás, pois este blog está ativo desde abril/2006, mas instalei o primeiro contador somente em junho/2007, que no final de dezembro do mesmo ano ficou inexplicavelmente fora do ar, quando tinha mais de 6.300 acessos. Reinstalei o mesmo tipo de contador que no momento que fiz esta postagem marcava 601 visitas (6+1=7). Portanto, oficialmente, estou com 6.901 acessos ao blog... Para quem nasceu em 7/7/1964, que somados todos os algarismos dá o total de 34, ou seja, 3+4=7, chegar aos 7 mil visitantes é mais que uma marca, um marco e um motivo a se comemorar. Ainda mais que tenho uma média de 50 a 70 visitantes diários.
Como gosto de lembrar aos amigos e educadores, o blog (diário virtual) é a nossa imprensa portátil e livre, em que podemos, desde que com citérios e ética, postar ou publicar nossas idéias, projetos e ideais. Ser blogueiro é ser um divulgador de notícias que dificilmente chegariam ao grande público pela mídia tradicional, pela falta de espaço ou de patrocinador. Mas, neste ponto, a internet, recheada de vírus, de mensagens tipo corrente nos correio eletrônicos e outras coisas desagradáveis, tem um papel fundamental na difusão e disseminação de aividades e projetos educacionais e informação diversificada de qualquer grade de programação dos meios de comunicação de massa. Chegar aos 7 mil acessos deve-se, evidentemente, a propaganda boca-a-boca dos visitantes; e a eles é que agradeço por essa marca a ser atingida em breve. Obrigado a todos. E para finalizar esta postagem, informo que instalei semana passada, junto e abaixo do contador anterior, um novo (Geovisite) que traz dados estatísticos e geográficos sobre as visitas realizadas ao Letra Viva do Roig. Contador esse copiado de visita feita por mim ao blog CULTEDUC - Educação e Cultura Digital , da colega e amiga Márcia, de São Paulo. Mais uma colega e amiga, que apesar de conhecer apenas no ciberespaço, sempre me auxilia direta ou indiretamente (através de e-mails ou de suas postagens no próprio blog), como outros tantos, neste desafio de trabalhar com informática educativa.
Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço
http://maniablogs.blogspot.com/2007/06/contadores-geovisite.html

Lançamento na 35ª Feira do Livro, na Praia do Cassino


Recebi ontem o convite (acima) da colega e amiga Dalva Leal Martins, para o lançamento de seu livro infantil na 35ª Edição da Feira do Livro, promovida pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG), na Praça Dídio Duhá, no balneário do Cassino, em Rio Grande - RS - Brasil. Dalva, que autografará seu livro dia 30/01, a partir das 21 horas, além de escritora e poeta é integrante da Academia Rio-Grandina de Letras. A Feira do Livro ocorrerá de 25 de janeiro a 3 de fevereiro/2008.
Notícia sobre a Feira do Livro, extraída da página on-line do Jornal Agora (www.jornalagora.com.br):
Sarau poético musical traz personalidades à 35ª Feira do Livro

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Fernando em Primeira Pessoa


Talvez o poeta mais complexo que já existiu. Seus heterônimos, cada qual com um estilo próprio, uma personalidade definida e uma biografia diversa, são provas de sua genialidade. Nenhum poeta (a não ser Shakespeare) desvendou a alma humana e suas contradições, como Fernando Pessoa, ou também: Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro, entre outros “clones” que ele deu vida poética... Foi um ser enigmático, e um poeta originalíssimo, rivalizando e até superando em terras lusitanas o prestígio do, então insuperável, Luís de Camões, autor do poema épico Os Lusíadas.
Quando o poeta escreveu: “Navegar é preciso/ Viver não é preciso”, inspirado na frase de antigos navegadores, estaria metrificando ou profetizando sobre a importância que teria para uns a Internet e o “navegar” nas salas de bate-papo em que muitas pessoas (Fernandos ou não), passam horas a fio conectados, vivendo num mundo virtual, e, muitas vezes, trocando sua vida real por essa idealizada? “O poeta é um fingidor/ Finge ser dor e dor que deveras sente”, são outros versos imortais de Pessoa, que se prestam a várias interpretações. Sua obra dispensa apresentações. Quem, em algum dia de sua vida, não se deparou com a citação de um poema, um verso, uma frase de Pessoa, em um livro, artigo, filme, música, propaganda?
Vejam só esse fragmento de um de seus poemas, O Mistério do Mundo: “...Nos vastos céus estrelados/Que estão além da razão,/Sob a regência de fados/Que ninguém sabe o que são,/Há sistemas infinitos./Sóis centros de mundos seus,/E cada sol é um Deus./Eternamente excluídos/Uns dos outros, cada um/É universo...” Em seu conto O Banqueiro Anarquista, Pessoa exercita, além da crítica e da fina ironia, um pouco de vidência talvez. Percebam a pérola que o poeta nos legou: “Temos, pois, que uma coisa é evidente... No estado social presente não é possível um grupo de homens, por bem intencionados que sejam todos, por preocupados que estejam todos só em combater as ficções sociais e em trabalhar pela liberdade, trabalharem juntos sem que espontaneamente criem entre si tirania, sem criar entre si uma tirania nova, suplementar à das ficções sociais, sem destruir na prática tudo quanto querem na teoria, sem involuntariamente estorvar o mais possível o próprio intuito que querem promover. O que há a fazer? É muito simples... É trabalharmos todos para o mesmo fim, mas separados.” Mais atual, impossível. Por ficções sociais podemos dizer: fome, miséria, desemprego, violência?
Observação 1: Texto acima, de minha autoria, publicado originalmente no Jornal Letra Viva, nº 13, junho/2005.
Observação 2: Imagem acima, extraída da internet, do endereço
http://alunos.lis.ulusiada.pt/11007401/images/fernandopessoa.jpg
Observação 3: O Jornal Letra Viva é um projeto meu, em funcionamento desde junho/2004, e pode ser solicitado o envio gratuitamente, mandando uma mensagem para a conta de correio eletrônico klaesroig@yahoo.com.br, para ser incluído na lista de contatos do jornal virtual, que já conta com mais de 500 leitores, de várias regiões do Brasil e do exterior, fora outros que repassam aos amigos dos amigos as edições.