sábado, maio 30, 2009

Cinema, Futebol e Educação: a inter e hipertextualidade


Fonte: ww.nfl.com

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=ExxbEw4yigU


Fonte: www.esportes.ig.com


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=7_eaFIwG7qs

CINEMA, FUTEBOL E EDUCAÇÃO: A INTER E HIPERTEXTUALIDADE

Por José Antonio Klaes Roig

O que o cinema, o futebol e a educação têm em comum? Por qual motivo podem ser considerados inter e hipertextuais? Creio que a experiência de vida é o fio condutor de qualquer história que é contada, seja ela real ou imaginária. Não creio que alguma história seja de todo inventada. Tudo é intertextual com a vida que se leva, com a percepção que se tem do mundo e da própria vida a deslizar sobre o tempo...
Um exemplo prático dessa teoria pode ser observado no filme The Express, traduzido no Brasil para No Limite (2008)... Não confundir com o bom filme homônimo, com Anthony Hopkins e Alec Baldwin, cujo titulo original é The Edge.
The Express (No Limite) não é apenas um filme bom, é ótimo, e traz uma lição de vida ao seu final...
É curiosa as formas de denominarem os filmes, tanto no Brasil como nos EUA. Lá, fruto de uma sociedade pragmática e competitiva, cada filme tem um título bem objetivo (The Express, baseado em uma história real, remete a imagem do trem no início do filme, quando o jovem e negro Ernie Davis, veloz como um trem expresso foge a pé e correndo muito de seus perseguidores, por conta do racismo).
Aqui no Brasil, o filme foi traduzido por No Limite (já tendo outro com esse nome o que confunde muito), um cacoete que normalmente entrega já no título o segredo da história, como fizeram recentemente com o Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road, título original, ou Estrada Revolucionária, tradução literal), situação que já de cara mata a surpresa do que será contado... Como se o filme Traídos pelo Desejo (The Crying Game, título original), de Neil Jordan, de repente tivesse o título de "Ou Ele ou Ela?", e já tirasse no princípio todo o mistério da narrativa cinematográfica...
Noutros casos, os tradutores, até melhoram o título, como no clássico Giant (Gigante), que passou a ter no Brasil o poético nome de "Assim Caminha a Humanidade", protagonizado pela lenda James Dean.
Por fim, têm filmes como título muito semelhantes, na maior parte assim feitos para iludir ou confundir os espectadores, fazendo-os ver literalmente "gato por lebre".

A "inter" e hipertextualidade entre cinema, futebol e educação...

Voltando ao filme The Express (No Limite), fui assití-lo primeiro com certa desconfiança, não por ser indicação do amigo e colorado (torcedor do S.C. Internacional) Daniel Sales, dono da videolocadora; mas por ter certo receio em pegar filmes que tenham a temática do futebol americano, um tanto quanto incompreensível para um brasileiro, torcedor do futebol tradicional (Soccer para os EUA). Embora o filme Hardball - O Jogo da Vida, com Keanu Reeves, sobre o mesmo tema foi também fantástico.
Voltemos mais uma vez ao filme No Limite(2008), dirigido por Gary Fleder, com o jovem, talentoso e carismático ator Rob Brown, de Encontrando Forrester, interpretando a vida de Ernie Davis que, segundo o portal Interfilmes (Inter de novo!) foi: "(...) o primeiro negro norte-americano a vencer o Prêmio Heisman e mesmo assim impedido de disputar a liga profissional. Ele superou os mais terríveis obstáculos, econômicos e raciais, para se tornar um dos mais rápidos e habilidosos 'running back' do time Syracuse Orangemen. Sob a orientação do técnico linha dura Bem Schwatzwalter (Dennis Quaid), um pai de família obcecado pelo Título Nacional, Ernie se transforma numa verdadeira lenda do esporte universitário. Em meados de 1960 a América estava dividida e à beira de uma guerra civil, com os negros revoltados com as leis racistas impostas de maneira autoritária e Ernie teria de provar a todos mais uma vez que o esporte pode superar todas as barreiras."
Já nas primeiras cenas do filme, quando mostra "O Expresso" fugindo dos perseguidores implacáveis pela linha de trem, remeteu minha imaginação de forma intertextual a figura do jovem negro Taison Barcellos Freda, atacante velocista do time de futebol (brasileiro) Sport Club Internacional, que literalmente deixa para traz seus marcadores implacáveis! Assim como na tática americana de concentrar jogadores no meio e deixar disparar pelos flancos o "running back", tipo Ernie, Nilmar e Taison, as semelhanças não param por ai, pois o esquema tático utilizado atualmente pelo treinador Tite - que não é tão severo como Schatzwalter -, é de deixa 7 jogadores atrás (mais o goleiro), para a fuga do trio veloz: o argentino D'Alessandro pelo meio, e Nilmar e Taison pelas pontas. Nesse 2009, tal tática - que eu não sou muito simpatizante, pois expõe o time à pressão demais, preferindo mais o toque de bola - tem obtido significativos resultados: time com a maior quantidade de gols feitos (mais de 90) na temporada; como o maior goleador, o Taison, com cerca de 23 gols, até esse momento; com uma das defesas menos vazadas (o goleiro Lauro ficou quase 5 jogos sem tomar gol) etc.
Taison tem seu nome em homenagem a outro ídolo do esporte, o boxeador Myke Tyson.
Ernie e Taison vieram de famílias humildes e conseguiram literal e intertextualmente obter reconhecimento e sucesso graças às suas arrancadas velozes e brilhantes sempre direto ao gol ou touchdown. Ambos driblaram o preconceito, a violência, a criminalidade e tudo mais... Até ai já mostrei parcialmente as ligações entre cinema e futebol, a partir da vida intertextual de dois personagens de cara e osso... Falta falar sobre a educação e o que cinema e futebol têm a ver com isso...
Pois bem, em determinada cena, lá pela parte que antecede o final do filme, Ernie Davis, já de malas prontas para o futebol profissional, encontra-se com o seu provavel sucessor na equipe de Siracuse, um jovem que assim como aconteceu com ele, sucedendo outro ídolo da camisa 44, Jim Brown, tem os planos de superar seu ídolo. Davis, passeando pelos jardins da universidade, de repente se abaixa e pega do chão uma garrafa de vidro, aparentemente de refrigerante sem rótulo. E pergunta ao aspirante, algo mais ou menos assim: "O que você vê aqui? Uma garrafa, não é? Mas essa garrafa não tem rótulo. Não queira ter também um rótulo de melhor jogador negro. Eu nunca quis ser o melhor. Queira apenas ser o melhor jogador independente do rótulo que te queiram dar">. Fantástica, incrível, maravilhosa lição de vida.
Se de fato Ernie Davis deu tal lição ao seu aspirante, ou é apenas licença póetica do roteirista e/ou diretor não importa. Essa mensagem que o filme me deixou é o que basta e quero aqui replicar: "Que a gente precisa ser e fazer o nosso melhor, sem se importar com o que os outros pensam ou dizem sobre nós. Tudo afinal é rótulo. Mas o que fica mesmo, além dos rótulos, é a garrafa, ou melhor, o gênio da garrafa. Ai está a inter e hipertextaulidade entre cinema, futebol e educação".
Hipertextual pelos links e hiperlinks que se coloca num textos, como esste post, mas também com os "links" e "hiperlinks" que se faz, com esses insights com nosso alunos e cursistas, mostrando a eles as ligações entre realidade e ficção, entre vida e arte, história e literatura, individualidade e sociedade. Nós não estamos ós, e nossas ações podem ser "links", exemplos para nossos filhos e alunos...
Podemos, sendo professores ou alunos, treinadores ou atletas, atores ou diretores, pais ou filhos legar aos outros nossos exemplos e lições que a própria vida antes nos deu, além dos rótulos...
A inter e hipertextualidade também em minha vida têm sido assim (crio blogs, projetos, atividades, escrevo e reflito a aprtir dos links que faço com meus colegas e amigos, no mundo real e no virtual), trazendo as experiências e os insights que tenho tanto na vida como na arte...
No mesmo dia em que vi Taison voar para cima das defesas adversárias, deixando caídos ou para trás seus duros marcadores (alguns até desleais, como os racistas do filme), vi horas depois The Express (No Limite) e a internacional, ops, a intertextualidade entre cinema e futebol me fez propor essa análise educacional de um filme. Um filme que ao final, até que em função do que foi dito, o título No Limite não ficou tão mal, pois tanto Ernie Davis como Taison Barcellos Freda superaram não apenas os algozes, mas os próprios limites e limitações que a própria sociedade quis lhes impor. Driblaram o futuro nebuloso a partir do próprio talento natural que todos temos para algo, mas nem todos correm atrás de seus sonhos... Dependendo dos pais, treinadores, professores, patrões que tivermos na vida, poderemos ser apenas rótulos que com o tempo caem das garrafas, jogadas ao chão... Ou ser o que acreditamos e corremos atrás disso. A lição que deixarei para meu filho é a minha lição de vida, tal qual a de Ernie e Taison: "Não querer ser o melhor, mas fazer o seu melhor, independete dos rótulos que nos venham dar!"
E para finalizar esta postagem que pretendia ser breve e não foi (risos, para breves comentários deixo mesmo o Meu Twitter), minhas saudações coloradas a todos! E viva o meu Sport Club Internacional, no ano de seu centenário!!! Que ele seja um Expresso até o final do ano!!!

Observação 1: Aos leitores e visitantes do Letra Viva do Roig, sugiro todo sábado visitar ao blog Caldeirão de Ideias onde consta o Projeto Cinema no Caldeirão, onde seu editor, o colega e amigo Robson Freire, do NTE Itaperuna - RJ - Brasil, indica filmes com a respectiva proposta pedagógica de uso na escola.
Observação 2: Vejam acima, as fotos e vídeos, e percebam a incrível semelhança física e de estilo de correr/jogar de Ernie e Taison. Mais inter e hipertextual que isso, impossível. Talvez, se Ernie Davis fosse brasileiro, seria colorado, e se Taison norte-americano, jogasse em Siracuse. Risos.
Observação 3: Do jeito que está a marcação severa dos adversários contra Nilmar e Taison, em breve talvez eles tenham que se transferir pro futebol norte-americano, pois lá pelo menos pode-se usar capacete e equipamento de proteção contra entradas violentas, como tem acontecido sistematicamente com os dois atacantes do Internacional. Lamentável a falta de critérios de certos árbitros de futebol (tal qual certos juízes de direito), permitindo o revezamento de faltas por parte de alguns em detrimento do verdadeiro futebol-arte de jogadores que entram em campo só pra participar de um esporte, enquanto outros fazem disso uma batalha campal. Quem dera isso fosse apenas rótulos...

sexta-feira, maio 29, 2009

Ainda sobre o Twitter



Dentro desse labirinto virtual que é a internet, descobri o vídeo acima por conta de primeiro acessar ao blog da EMEF Frederico Ernesto Buchholz, da cidade do Rio Grande - RS - Brasil, onde minha esposa (profª. Elisabete) trabalha.
Olhando alguns links indicados no blog da escola, encontrei outro blog, intitulado Fazendo BLOGS, da professora Márcia Sales, de Brasília - DF - Brasil. E lá, adorei a indicação sobre outro portal, chamado DOT SUB, que contém diversos vídeos interessantíssimos, que possuem legendas; dentre eles o vídeo acima, que trata do Twitter, espécie de mini blog, que interessou-me na hora, pois a recém ontem comecei a utilizar o meu (link abaixo):

Twitter do Zé Roig
http://twitter.com/zeroig

Diante da cada vez maior quantidade de atividades e a cada vez menor possibilidade de às vezes poder comentar ou indicar algum blog, texto, link, etc, o twitter para mim será uma boa ferramenta para pequenas indicações a quem me seguir.
Vejam o vídeo acima, e saibam mais sobre o que é e para que serve o Twitter.
Para usar o twitter - e quase todos os recursos tecnológicos que a internet proporciona - é necessário que o usuário possua ou crie uma conta de correio eletrônico (e-mail), e lá faça um cadastro prévio para depois passar a usá-lo.

Twitter'ando...




Já tinha visto alguns colegas e amigos aderirem ao Twitter. Assim como orkut, msn, e outras coisas, no início e a distância, por puro desconhecimento, tinha uma visão, digamos, convencional desses recursos. Ou seja, achava uma bela bobagem. Risos.
Pois não é que bastou mexer nessas coisinhas eletrônicas, tipo "tamagóshis", e virei fã. Mas esclareço: nunca tive um tamagóschi.
Sou blogueiro, e não passo um dia sem entrar no meu blog e de colegas, em orkut pra ver recados, sem MSN sinto-me pela metade, sem celular me sinto quase nu, faltando alguma coisa. Sou o que abordarei noutro post de Homo Web Sapiens. Porém existe vida além da informática, da internet, do mundo virtual. estes são pra mim um complemento, e na minha prática educacional, sempre que posso, incorporo saídas de campo ao meu fazer pedagógico. Não sou apenas um ser tecnológico...
Apesar de trabalhar com tecnologia educacional, tenho algumas reservas sobre o uso indiscriminado e apenas lúdico das parafernálias eletrônicas se estas não tiverem um projeto ou uma proposta pedagógica que lhes façam ter sentido e significado para ambos: professores e alunos.
Se o blog é uma mini página, o twitter parece-me um mini blog que provoca a extrema concisão, pois seu usuário dispõe de reduzidos 140 caracteres para deixar seu recado.
Ainda estou na fase de descobertas, como um menino que ganha um brinquedinho novo e fica colado ao mesmo sem querer se desligar. Iniciei ontem a usá-lo.
Depois de acompanhar as reflexões sobre o uso do Twitter no blog da professora Suzana Gutierrez, acabei me interessando pelo recurso. Fui no link por ela deixado e me cadastrei e já comecei a testar...Eis abaixo meu twitter para quem quiser me acompanhar:

Twitter do Zé Roig
http://twitter.com/zeroig

Curioso: foi Su Gutierrez que diretamente ensinou-me junto com outros colegas da especialização em TIC's na Promoção da Aprendizagem a criar e usar um blog. E agora, indiretamente, me auxiliou sem nem saber em criar e usar o Twitter.
O meu twitter, logicamente, terá uma certa adaptação. Assim como o blog, será menos diário e mais espaço para reflexão, provocação e troca de ideias de forma rápida sem ser apressada. Parece paradoxal mas não é.
Ao invés de ser um canal para dizer o que estou fazendo no momento, utilizarei para, além disso, explorar no reduzido espaço outras possibilidades, tanto as educacionais, como as artísticas e culturais. Principalmente as literárias. Interessei-me pelo desafio de criar algo em um espaço tão reduzido que tenha qualidade e significação...
Já estou pensando em mil e uma possibilidades (tipo BomBril) para o twitter, mas deixo isso pra mais adiante comentar... "Surprise!"
Anos atrás participei, via internet, de um concurso de mini contos, promovido por um portal português. Mas lá o limite era, se não me falha a memória cada vez mais falha, de 150 palavras e não 140 caracteres.
Foi com cerca de 150 palavras que escrevi o mini conto (abaixo) Aprisionados entre o real e o imaginário, que acabou anos depois (2007), tornando-se o embrião para o blog RPG - Role Poetic Games (Jogos Poéticos Virtuais), que iniciou de fato em 2008 uma parceria com alunos da graduação e pós-graduação em Letras da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG) que se conheceram pela internet, apesar de todos viverem na mesma cidade: Rio Grande - RS - Brasil.

Vejam as considerações da professora Su Gutierrez em seu blog e twitter abaixo:

http://www.gutierrez.pro.br/

http://twitter.com/suzzinha

25/5
---- motivos para não cometer twitter ... cídio

24/5
o Twitter, o ruído e a relevância

Então, vejam meu twitter e sejam seguidores, se quiserem:

Twitter do Zé Roig
http://twitter.com/zeroig

Abaixo, minhas três primeiras colocações no meu twitter, adaptando-me ao espaço reduzido de 140 caracteres, logo eu que sou prolixo em minhas análises (hehehehe):

zeroig3: Previsão? Superstição? Casualidade? O sertanejo previu mesmo o aquecimento global quando cantou que "O sertão ia virar mar e o mar, sertão"?

zeroig2: 140 caracteres? Caraca! Ou melhor: Caracas 1 x 1 Grêmio! Hehehe. Melhor foi Inter 3 x 1 Coritiba! hahaha. O menino Taison mais uma vez voou!

zeroig1: Criei meu twitter como forma de fazer pequenas reflexões a quem quiser me seguir. Acho um recurso interessante a ser melhor explorado. T+

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Aprisionados entre o real e o imaginário

Um pescador solitário passeava pela praia deserta.
No meio do caminho ensolarado achou uma pequena bola de cristal com um bonequinho dentro, indo e vindo sem sair do lugar.
Uma mulher alta e bela, toda vestida de branco, vindo do nada, apareceu em sua direção.
Naquele instante o mar silenciou. O vento sumiu. O tempo parou.
O pescador continuou indo e a mulher vindo, sem à distância se alterar.
Quando ele quis voltar, tropeçou nas pernas. O vilarejo em que morava manteve-se distante.
A mulher de branco continuou tranqüilamente em seu encalço.
Ele pensou ser algo sobrenatural, mas o eclipse do sol mudou sua opinião.
Ao olhar para o céu, descobriu um olho escuro e gigante de um menino que brincava com sua bola de cristal, correndo pela praia deserta, feliz por ter encontrado aquele presente caído do céu, enquanto uma mulher de branco, vinha caminhando em sua direção...

José Antonio Klaes Roig

Fonte:
http://rapido-olhar.blogspot.com (REM - Rápido Movimento do Olhar).

Observação: Imagem acima, do rapaz surfando em um controle remeto, zapeando, extraída da internet.

quinta-feira, maio 28, 2009

Educa Tube: um canal voltado à educação, no Jornal Agora


O blog Educa Tube foi divulgado no Jornal Agora, de Rio Grande - RS - Brasil, na coluna Acontece (26/06/09), com o título "Um canal voltado à educação", conforme endereço abaixo.

Realmente a palavra "Tube" significa, entre outras coisas, canal. You Tube pode ser traduzido livremente por "Seu Canal" ou literalmente por "Canal Você", e é o maior portal de armazenamento de vídeos do mundo.
O Educa Tube nasceu da ideia de reunir num blog todos os vídeos que eu utilizo com professores e alunos, também indico em meus blogs, como sugestão de uso na prática educacional.
A ideia surgiu após conversa (on-line, via msn e e-mails) com a colega e amiga Elis Zampieri, de Curitibanos - SC - Brasil, educadora e editora do blog Sobre Educação.
Elis tinha me pedido a indicação de um vídeo educacional ou que pudesse ser usada na educação para a abertura de um evento. Daí tive essa ideia de criar um canal específico para reunir todos esses vídeos dispersos que utilizava e utilizo.
A receptividade foi melhor do que o esperado pois em menos de 2 meses (fará 2 dia 08/06/09) já ultrapassou os mail de 2.000 acessos, tem cerca de 100 vídeos disponibilizados, 13 educadores que seguem o que é postado; enfim, o objetivo de servir de canal educacional já foi alcançado em curto prazo.
Continuo a receber indicações de vídeos diversos, de colegas e amigos e fazendo minhas pesquisas no mundo virtual, sempre que possível.

Abaixo a íntegra da notícia, publicada na coluna Acontece, do Jornal Agora, de Rio Grande - RS - Brasil:

Um canal voltado à educação

Com a intenção de servir de canal para indicar vídeos e recursos tecnológicos à educação e aos educadores acaba de ser criado pelo educador Antonio Klaes Roig, o blog Educa Tube (http://educa-tube.blogspot.com).
Ele partiu da ideia de reunir todos os vídeos que já usava em sua prática educacional com professores e alunos da rede pública estadual e/ou indicados por colegas num só local.
No Educa Tube são encontrados desde vídeos do You Tube (www.youtube.com.br), que tenham enfoque educacional, a vídeos diversos que possam auxiliar na prática escolar.
O Educa Tube também é parceiro exibidor do projeto Porta Curta Petrobras, tendo autorização deste para publicar no blog vídeos, documentários, curta-metragens do acervo do referido portal. Entre eles, o premiado “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado, etc.
O blog também recebe indicações de diversos educadores do país e divulga a produção destes.
Com pouco menos de 2 meses de criação, já possui em seu acervo mais de 100 vídeos que tratam de educação, tecnologia, arte, cultura, linguagem, motivação; bem como documentários, animações, curta-metragens e vídeos diversos.
José Antonio Klaes Roig atua como formador de professores da rede pública estadual no Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE), da 18ª Coordenadoria de Educação (CRE), em Rio Grande.


Fonte:
http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=47

quarta-feira, maio 27, 2009

O Outro Fenômeno Boyle...


Fonte:
Cecília Meireles escreveu em um belo poema que "a vida só é possível reinventada".
Realidade e ficção, não raras vezes, têm suas fronteiras aparentemente entrecruzadas por essa dialética do cotidiano em que a arte imita a vida e vice-versa...
Para uns, a vida parece um filme. Para outros, a vida é mesmo quase um filme. A história de cada um, dependendo do ponto de vista de quem narra, pode dar mesmo um belo filme... E fenomenal!!! Que o digam os Boyle: Susan, a cantora do concurso Britain's Got Talent, que destaquei na postagem anterior e Danny, o cineasta, que venceu o Oscar de melhor filme com "Quem quer ser um milionário?".
Em 23/02/09, escrevi o texto O Oscar e o efeito Obama que falava desse fenômeno da globalização política, econômica, artística e cultural, mundo afora, mais evidenciada com a eleição do próprio Barack Hussein Obama: o presidente globalizado, filho de negro com branca, com nome de origem árabe, nascido nos EUA.
Naquela época, tratei de passagem sobre o filme de Danny Boyle, pois não tinha assistido. Por absoluta falta de tempo, ainda não pude ver. Sei por comentários de amigos que viram que é ótimo.
De acordo com a Folha Online: "O filme levou oito estatuetas das dez às quais concorria. Uma produção do Reino Unido ambientada na Índia, com elenco e grande parte da equipe indianos, o filme levou os prêmios de melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor canção original, melhor trilha sonora, melhor edição, melhor mixagem de som e melhor fotografia".
Um filme que entrou para a história do Oscar, ao meu ver, por ser o mais globalizado de todos a vencer a premiação, no mesmo ano em que foi eleito nos EUA o presidente mais globalizado do mundo... Pode até ser leviano o que vou dizer, mas acredito que em parte sua premiação foi contagiada pelo efeito Obama... mas quando assisit-lo poderei confirmar ou refutar essa impressão.
Alguns dados precisam ser colocados. Conforme a Folha On line (em 23/02/09): "Desde seu lançamento, 'Quem Quer Ser um Milionário?' arrecadou US$ 150 milhões nas bilheterias. O filme também enfrentou críticas e protestos devido a um retrato considerado ruim das pessoas que vivem nas favelas de Mumbai." Segundo ouvi dizer, já arrecadou mais de 300 milhões nas bilheterias mundo afora.
E eis que a vida imita a arte! E acontece um estranho fenômeno com alguns dos atores mirins do filme, que vivem em Mubai, que acabaram sendo despejados da favela, apesar de serem conhecidos no mundo inteiro, por conta do filme que faturou milhões. Afinal, quem quer ser um milionário? O filme e a vida entrecruzados por si só já dariam enredo para um outro filme sobre a vida que virou filme e o filme que replicou a vida... Porém, não sei se Danny Boyle seria de novo o diretor. Nem sei se ele teria interesse nisso, apesar do sucesso, prestígio e riqueza alcançada com o "Quem quer ser um milionário? - o filme". Nem creio que seria a pessoa mais adequada para filmar algo que esteve diretamente envolvido...
Criticado pela omissão diante dos fatos ocorridos com os atores, eis que o diretor Boyle acaba enfim comprando uma casa para o ator mirim despejado. The End? E foram felizes para sempre?
"Quem quer ser milionário? - a vida", é de fato curiosa... Um fenômeno de bilheteria, de premiações no Oscar, mas que não dá independência aos atores que participaram nele, sequer em sua cidade.
Boyle anteriormente alegara que tinham aberto uma poupança para as crianças que atuarem no filme, pensando em seu futuro. Mas que futuo é esse que compremente o presente?
Por que será que essas coisas não me surpreendem mais? Será que é pelo fato de não querer ser um milionário, pois como diz uma piada "o trabalho enobrece o homem e enriquece o patrão"? Ou por sempre analisar os fatos além das fotos, dos flashes, da emoção momentânea? Ou de querer dar aos fenômenos o devido tempo para mostrarem seu valor?
Assim como Susan Boyle é um fenômeno, com milhões de acessos no You Tube, sei que existem outras tantas e tantos mundo afora, em Mubai, Dubai e outros ais, que precisam de outros Danny Boyle para que seu talento fenomenal saia da penumbra dos bastidores e venha para a luz dos holofotes...
Como já disse outras vezes neste blog: conheço educadores que fazem um trabalho fenomenal, mas que nunca viraram tema de filme, sequer de algum minuto milionário de algum programa dominical... Sei que nenhum professor, ainda que deseje e tenha talento pra isso, jamais será apenas com o seu trabalho um dia milionário... Muito pelo contrário! Cada vez mais os defensores da educação bancária querem cortar gastos, fundir áreas do conhecimento em um só profissional, sem aumentar a sua remuneração. Leve dois, três e pague um??? É o que já batizei tempos atrás de "Professores Transformers", que vira e mexe, precisam se transformar, não em carro, caminhão ou avião, como no filme de Spielberg, mas se desdobrar em duas, três, várias atividades na escola e fora dela, tendo a consciência que mesmo assim jamais serão milionários. E muitas vezes precisam conviver com os pobres de espírito.
Se alguém de fato quer e parece que consegue ser milionário neste país são alguns políticos que se elegem humildemente e logo já têm patrimônio incompatpivel com seu cargo, com concessão de rádio, TV, jornal, mansões, até palácios milionários, como o caso daquele deputado, que daria um bom argumento para um filme. Quem sabe um dia Spike Lee venha ao Brasil para filmar a continuação de seu filme "Faça a Coisa Certa!"; talvez, filmando nas Torres Gêmeas do Congresso Nacional, onde já existem muitos milionários posando de franciscanos, até que alguma denúncia traga alguma mansão, palácio, castelo etc à tona.
Se a vida não é um filme, para alguns passa até um filme na cabeça quando se vê de repente entre o glamour e o nada, como foi o caso do menino do filme que foi despejado e agora recebeu do diretor uma casa para viver... Luz, câmera, ação!
Em tempos de gripe suína e espíritos suínos como o ditador da Coreia do Norte, como eu gostaria de acreditar que os fenômenos que causam comoção, emoção, e abalos sísmicos são apenas e tão somente fenômenos naturais, sendo descobertos sem nenhuma artificialidade...

Observação: Vídeo acima, trailer do filme "Quem quer ser um milionário?", extraído do You Tube, do endereço abaixo
http://www.youtube.com/watch?v=gZBCzzvHD4c

terça-feira, maio 26, 2009

O Fenômeno + Susan Boyle = ao fenômeno Boyle/Potts (a sociedade do espetáculo?)


Fonte: http://futibabrasileiro.blogspot.com


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=xRbYtxHayXo

Susan Boyle Versão Completa Legendado PT BR (ano 2009)


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=SF7yuRylYd0
Paul Potts - Nessun Dorma - Legendado (ano 2007)

Antes que me perguntem, eu mesmo me fiz esta pergunta: O que Ronaldo Nazário, vulgo o Fenômeno, e a cantora Susan Boyle têm em comum, além do fato de terem sido um dia pessoas comuns e hoje atingiram ao mega-hiper-superestrelato?
Meu eu-lírico e crítico que estavam direcionados para a dissertação de mestrado em letras, com seu prazo se afunilando cada vez mais, ontem (25/5), no intervalo para o almoço deparou-se com a imagem, agora recauchutada, de Boyle na TV, e ai meu eu digital (e blogueiro) começou a entrecruzar instantaneamente as linhas de raciocínio para comentar neste espaço virtual sobre esse curioso "fenômeno", elevado e replicado pelos meios de comunicação de massa, primeiro pelo You Tube, depois por e-mails, jornais, TVs, rádios, etc.
Sob pena de a minha consciência inquisidora não me deixar em paz, caso silenciasse, tive que elaborar esta publicação para o blog Letra Viva, a respeito do assunto.
Pois bem, diz o dicionário digital Michaelis que Fenômeno entende-se por: "s. m. 1. Toda modificação que se processa nos corpos pela ação de agentes físicos ou químicos. 2. Tudo o que pode ser percebido pelos sentidos ou pela consciência. 3. Fato de natureza moral ou social. 4. Maravilha. 5. Pessoa ou coisa que tem algo de anormal ou extraordinário."
Tecnicamente, o talento natural que Ronaldo Nazário e Susan Boyle possuem é fenomenal e indiscutível. Ele, com a bola entre os pés faz magia, ela com um microfone à boca eleva o canto às alturas, tem uma voz angelical.
Ambos vieram de classes sociais modestas, pessoas simples (não são modelos de beleza) e foram descobertas e atingiram o estrelato e a fama de forma meteórica. Ronaldo, um fenômeno há mais tempo que Boyle, é multimilionário.
Susan Boyle, que virou mania mundial, após participar pela primeira vez do concurso de calouros do Britain's Got Talent, mudou radicalmente a sua vida, inclusive o visual, atendendo aos apelos de marketing. Vejam o link acima, de sua primeira participação no programa.
Ronaldo é fenomenal por conta de seus dribles, jogadas, gols, maior artilheiro da História de Todas as Copas do Mundo... Mas o que torna mais impressionante, dando jus ao apelido de Fenômeno, é ter conseguido superar gravíssimas lesões (uma delas que chocou o mundo inteiro com um músculo, tendão ou coisa parecida que saltara sob a pele). Tido naqueles tempos como acabado para o futebol por muitos especialistas, por jogadores, jornalistas, comentaristas e comentaristas de resultado, ele voltou, e não só voltou a jogar bola como participou da Copa de 2002, sagrando-se campeão. Depois, já na Itália, outra contusão que o afastou dos gramados. Novamente um filme passou na cabeça de muita gente. Porém, ele, fenomenal como sempre, driblou a todos (parafraseando certo comercial da TV) e retornou ao esporte. E esta aí afrontando quem não acreditava em seu retornou... Eu, confesso que, como a maioria dos mortais, apesar de admirar ao atleta, era um tanto quando receoso de sua volta. Queimou a minha língua e de milhões sob a face da Terra. Sorte dele e do futebol...
Já Susan Boyle, com sua voz e jeito peculiares, encantou ao mundo e a mim também. Porém não me emocionou tanto como a maioria dos que viram milhões de vezes o vídeo (link acima no You Tube), quando de sua primeira apresentação.
Esperem! Deixem eu explicar primeiro...
Encantou-me, mas não me emocionou pois aquele fenômeno eu já conhecia pelo menos um ano antes, e não se chamava Susan Boyle e sim Paul Potts (vejam link lá em cima, bem abaixo do de Boyle).
Calma!!! Não estou falando de mudança de sexo e nada tão espetacular ou fenomenal para o notíciário das TVs repercutir por semanas e horas a fio...
Refiro-me a não ter sentido a mesma sensação proporcionada por Susan Boyle com sua apresentação, em um vídeo no mesmo show de calouros, com os mesmos jurados e talvez a mesma platéia, pois um ano antes (2008) assisti a outro calouro, chamado Paul Potts, um vendedor de celulares que tinha o sonho de ser cantor de ópera e cantar a ária Nessun Dorma, imortalizada pela voz de Luciano Pavarotti (vídeo de 2007, dois anos antes do de Susan). Vejam os dois links, de Boyle e Potts, vice-versa, tanto faz, para perceberem as semelhanças...
Susan tem uma voz e uma interpretação brihante, emocionou-me por isso e não como muitos, pela forma que deram ao espetáculo, de ter sido tratado com desdém por juri e platéia, pois esse filme eu já tinha visto antes, bem antes...
Foi minha colega de NTE, Janaina Martins quem me apresentou o vídeo de Paul Potts, o vendendor de celulares que tinha o sonho de ser cantor, e eu, confesso, à primeira vista pensei tratar-se de uma dessas inúmeras pegadinhas que assolam às TVs mundo afora. Fui à época preconceituoso, como todos, achando que aquele rapaz gordo, estrábido, fora dos padrões de beleza, deveria ser um dublador de Pavarotti em algum show desses de TV. E qual foi minha surpresa naquele momento (tal qual aconteceu tempos depois com Susan Boyle) que o rapaz era talentoso mesmo, e tinha uma voz maravilhosa. No vídeo, o mesmo juri faz a mesma cara de desdém. E ao final, a redenção de um ilustre desconhecido ungido ao estrelato. Por isso, e tão somente por isso que a sensação de dejá vú eu senti ao ver a performance de Boyle diante de um juri que portu-se do mesmo jeito que com Potts.
Ai o jovem ingênuo que eu fui (e que usou o vídeo de Potts como motivador de cursistas na formação em informática educativa) saiu para passear e o homem crítico, que sempre procura analisar o discurso das pessoas, tomou seu lugar.
Fiquei pensando e repensando. Um raio não cai duas vezes sobre o mesmo lugar, diz a crendice popular, mas o Fenômeno Nazário, por duas vezes surgiu das cinzas. Mas na questão de Boyle e Potts as semelhanças são fenomenais, e não apenas no talento natural para o canto que ambos demonstram e a empatia com o público, mas no fato de serem em tese "ilustres desconhecidos" do juri, desprovidos de beleza estética exigida pela TV atual. Mesmo sabendo-se que em televisão nada vai ao ar gratuitamente, que tudo passa por um produção, testes, e que quem apresenta um show deve no mínimo estar alertado do que poderá acontecer, dou o benefício da dúvida, de que o juri é mantido às escuras, justamente para produzir situações como essas (tipo, "sem querer querendo", usando jargão da personagem Chaves).
Duvido que se eu quisesse mostar algo na TV poderia fazer isso sem passar por algum tipo de triagem... E arcando com o risco dessa opinião nada fenomenal, de que o programa utilizou-se de uma receita de bolo que deu certo com Potts e foi ao ápice com Boyle para atingir os dividendos da audiência mundial, faço minha as palavras de Abelardo Barbosa, o Chacrinha, que nos anos 1970/80 já dizia: "Na TV nada se cria, tudo se copia". Programas de calouros, reality shows, pegadinhas, videocassetadas, etc. são a prova disso... E hoje mais do que nunca a audiência, ou melhor, a briga pela audiência, é o que mais se leva em conta pra levar ao ar certo tido de espetáculo, nem sempre fenomenal...
Então, perdoem-me aqueles que ainda acredita em contos de fadas, de gatas borralheiras serem no fundo cinderelas, pois a vida real é mais seletiva, e na TV tudo que se vê tem uma segunda intenção... Há muitas vezes uma jogada de marketing, de driblar o cotidiano e a normalidade e propor o espetáculo, o fenomenal. No caso de Boyle, Potts e Ronaldo eles são de fato fenômenos naturais que a mídia amplifica...
Ronaldo em sua volta ao futebol, enquanto não fez o primeiro gol, que logicamente foi considerado o melhor da rodada, não teve sossego das câmeras e dos repórteres. No seu jogo de estreia teve um momento que parecia aquele filme-espetáculo "O dia em que a Terra parou", já que o jogo e o mundo televisivo parou quando a bola entrou, e naquele dia quase não teve mais espaço para a crise mundial e tudo mais nos noticiários...
Tudo isso veio de encontro a resenha que li e reli anteontem, de autoria de José Aloise Bahia, integrante do portal Arte e Literatura - Cronópios, sobre o livro de Guy Lebord => A Sociedade do Espetáculo...
Vejam fragmento do texto de José Aloise Bahia, a respeito do livro acima citado, que quis destacar neste post:
"Debord, enfaticamente, observa que esta imagem manipulada da realidade pelos meios de comunicação de massa faz o reino das emoções (raiva, felicidade, etc.), assim como a democracia, justiça, paz, ecologia e a solidariedade sejam apresentadas como espetáculos. Os meios de comunicação de massa criam a partir daí uma realidade própria para que a sociedade se solidarize e crie novos critérios de julgamento e justiça conforme os seus conceitos manipuladores.
Estas novas tecnologias no campo da informação intentam na capacidade de percepção dos indivíduos e dificultam a representação do mundo pelas atuais categorias mentais. A sociedade transforma-se numa Sociedade do Espetáculo, onde a contínua reprodução da cultura é feita pela proliferação de imagens e mensagens dos mais variados tipos. A conseqüência é uma vida contemporânea superexposta e invadida pelas imagens, operacionalizando um novo tipo de experiência humana, caracterizada por um modo de percepção, no qual é cada vez mais difícil separar a ficção da realidade. A mídia passa a atuar de maneira decisiva - assim analisa o professor e pensador Renato Janine Ribeiro nas crônicas do excepcional O Afeto Autoritário: televisão, ética e democracia (Ateliê Editorial, Cotia, SP, 2005) -, na invenção das modas e definição das agendas, pautas e temas do cotidiano, que norteiam todo o processo cultural e social relevantes. Sobre isto Debord atina, 'O conceito de espetáculo unifica e explica uma grande diversidade de fenômenos aparentes. Sua diversidade e contrastes são as aparências dessa aparência organizada socialmente, que deve ser reconhecida em sua verdade geral. Considerado de acordo com seus próprios termos, o espetáculo é a afirmação da aparência e a afirmação de toda a vida - isto é, social - como simples aparência. Mas a crítica que atinge a verdade do espetáculo o descobre como a negação visível da vida; como negação da vida que se tornou visível'.
O ambiente é o da manipulação, onde o homem acaba sendo governado por algo que ele próprio criou. Relembrando MacLuhan, 'Os homens criam as ferramentas, as ferramentas recriam os homens',(...)"
.

Ferramentas como a TV e a internet hoje recriam o homem a partir do próprio homem. Já dizia velha canção de que "o homem é o lobo do homem". É o fenômeno que mais adiante José Aloise Bahia aborda no tópico Total desinformação da sociedade:

"Uma conseqüência séria, segundo Debord, é a total desinformação da sociedade. Não a desinformação como negação da realidade, e sim um novo tipo de informação que contém uma certa parcela de verdade, a qual será usada de forma manipulatória. 'Em suma, a desinformação seria o mau uso da verdade'. E, o mundo da desinformação é o espaço onde já não existe mais o tempo necessário para qualquer verificação dos fatos.
Assim analisa Debord, 'Ao contrário do que seu conceito espetacular invertido afirma, a prática da desinformação só pode servir o Estado aqui e agora, sob a sua direção direta, ou por iniciativa dos que defendem os mesmos valores. De fato, a desinformação reside em toda a informação existente; e como seu caráter principal. Ela só é nomeada quando é preciso manter pela intimidação, a passividade. Quando a desinformação é nomeada, ela não existe. Quando existe, não é nomeada'.


Quando se mostra com amplitude o talento de Susan Boyle, mas não se comenta paralelamente ou simultaneamente sobre o de Paul Potts, que é tão talentoso e fenomenal como sua sucessora, a televisão e a mídia em geral está prestando um serviço de desinformação, dando a falsa impressão de primeira vez a algo que já não é original. É inegável o talento fenomenal de Boyle, mas é inadmissível não vincular sua participação no mesmo programa, com os mesmos jurados, a uma experiência semelhante, como demonstrei nesta publicação...
Recentemente participei de assembleia geral do CPERS - Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre - RS - Brasil, saindo depois em passeata pelas ruas do centro da cidade e a mídia pouco mostrou além de breves linhas e breves imagens. Para o grande público e a grande mídia tal situação parece não ter existido...
Mas, em contrapartida, o horário nobre da TV abre espaço cada vez maior a pessoas que nada têm a mostrar senão caras e bocas... Desinformação?
Certa vez, li o artigo de um jornalista, não me recordo o nome, dizendo que blogueiro não era jornalista. Evidentemente que não. Blogueiro é produtor de conteúdo informal, particular, sem dar ao que publica o mesmo tratamento jornalístico, até pelo fato de não ter a devida formação. Eu sou blogueiro educacional e uso o meu blog com intuito de refletir sobre a tecnologia e a educação, a arte e cultura, a história e a literatura pois são várias facetas de uma mesma pessoa: eu mesmo, logicamente.
Um blog pra mim é um ambiente virtual de interação coletiva. Blogueiro não é jornalista, assim como jornalista que escreve ou faz reportagens sobre educação não é professor. Utilizar certo meio não o torna um profissional da área... Senão, todo pintor de paredes seria artista plástico. Alguns até podem ser, mas não é a regra e sim a exceção...
Todavia, todos aqueles que utilizam ferramentas de informação, ou utilizam-se desse meio para falar de algo, devem ter a consciência de que devem prestar um serviço a informação e não de desinformação... E que devem arcar com as próprias ideias e palavras, pois na internet tudo toma uma dimensão maior, já que as ideias em forma de bytes vagam pelo labirinto da informação...
Quando se valoriza algo ao extremo e nega-se a fatos similares a devida divulgação, de certa forma, ao meu ver, presta-se um serviço à desinformação. No caso específico deste post, o que faço é uma reflexão crítica sobre os costumes da sociedade em que vivo e sobre a qual encontro a matéria-prima para minha prática educacional e social... Por trás de todo fenômeno natural como Nazário, Boyle e Potts há de forma visível ou subliminar interesses maiores, alguns deles causando fenômenos artificiais, seja no mundo real como no virtual...

Observação 1: Casualmente, depois de escrever esse post, folheando a revista Veja de 29/abril/2009, na parte Arte e Cultura, eis que vejo a foto de Susan Boyle e na página ao lado, na mesma matéria, a de Simon Cowell, um dos jurados do American Idol (dos EUA) e do Britain's Got Talent (da Grã-Bretanha), e descubro que além de Cowell ganhar cerca de 36 milhões de dólares ao ano nesses programas, ainda é o empresário de Susan Boyle. A Sociedade do Espetáculo fica melhor evidenciada nesses detalhes que nem sempre são mostrados no conjunto da obra...
Observação 2: Para saber mais detalhes da trajetória de Susan Boyle, acesse o endereço abaixo
http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/090421/entretenimento/
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segunda-feira, maio 25, 2009

"Nós que aqui estamos, por vós esperamos" - quando as imagens falam por si mesmas


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Lwl_CdjW3sw


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=1zHSqCv6vVI


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=1gX5s-LE5u8


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=U-2q7l2c8xY


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=sopz0RBKMlk


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=F9O9pw3pICs


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=aC3MInxKCns


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=O9NfEZ8dRVw

Descobri indiretamente, através da internet, o fabuloso documentário Nós que aqui estamos, por vós esperamos (publicado acima em oito partes, totalizando 64 min. e 10 segundos), de Marcelo Masagão (Brasil, 1998), extraído por mim do You Tube, a partir de mensagem de correio eletrônico de José Aloise Bahia, que é jornalista, escritor, pesquisador, ensaísta e colecionador de artes plásticas. Autor de Pavios Curtos (Anomelivros, BH, MG, 2004).
Bahia remeteu à sua lista de contatos, da qual faço parte, a indicação do livro de Guy Debord => A Sociedade do Espetáculo, segundo ele "livro clássico em estética e cultura de massa".
José Aloise tem uma coluna no portal de Literatura e Arte - Cronópios, chamada UM OUTRO EXERCÍCIO ESTÉTICO, São Paulo, SP, Brasil.
Os assuntos abordados por ele são relevantes, não apenas para professores de português e de literatura.
Indico o documentário acima, não apenas a professores de história, mas a todos os educadores, pois ele abrange diversas áreas do conhecimento humano. As imagens falam por si mesmas...

Dados do filme:
Título: Nós que aqui estamos, por vós esperamos
(Agência Observatório, Diretor: Marcelo Masagão, Música: Wim Mertens, Efeitos Sonoros: André Abujanra, 72 minutos, 1999).

Abaixo, apresentação do documentário de Masagão no You Tube:

"Com imagens de arquivos, extratos de documentários e de algumas obras clássicas do cinema, o filme faz uma retrospectiva das principais mudanças que marcaram o século XX, retratando tanto os personagens que entraram para história, como homens comuns que em seu cotidiano também fizeram a história desse século".

Grato mais uma vez a José Aloise Bahia pela indicação que reproduzi originalmente no meu outro blog Educa Tube, que foi criado para abrigar vídeos educacionais e material diversos, com fins pedagógico e tecnológicos, como sugestão aos educadores que utilizam-se ou pretendem utilizar-se da tecnologia no ambiente escolar.

domingo, maio 24, 2009

A última aula: uma lição de vida


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=CohJR40-BhM


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=_Lrqg7FBkiI


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=oLVF392WL8I


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Y3hm2ViGiVY

A ULTIMA AULA (acima, em 3 partes, extraída do You Tube), refere-se justamente a última aula de Randy Pausch, professor de ciência da computação que sabia que estava morrendo (câncer no pâncreas) e legou ao mundo uma lição de vida (um mês após o diagnóstico da doença). Incrível e motivador. Para ser visto e revisto entre professores e alunos, pais e filhos, juntos...
Conheço educadores que fazem de cada aula, a cada dia como se essa fosse a sua última aula, no sentido que Pausch deu a sua: isso se chama vocação.
Conheço outros que um, dois, três, cinco anos antes da aposentadoria já sequer querem dar aula, por sentirem-se cansados, desmotivados, e outros motivos mais...
Sem entrar no mérito da questão de baixos salários, falta de reconhecimento, de incentivo, carga horária elevada, violência, etc que existe dentro e fora da escola, penso que educar é algo que ao educador de fato e não apenas de direito é algo além do tempo e do espaço. Não está restrito a um local específico (escola, sala de aula), um horário determinado, apenas alguns dias da semana, e concluído o ano letivo e chegada a profissão isso tudo se encerra. Educar é algo muito além dos 200 dias letivos e as 800 horas aula previstas na legislação.
Quando se estabelece uma comunicação entre professores e alunos; educadores e cursistas, o próprio tempo e espaço se transformam e todos se beneficiam desse diálogo mágico... Dar significado à profissão é dar sentido à própria vida, saibamos ou não do dia de nossa morte. Tecnicamente sabemos que basta nascer para a cada dia estarmos envelhecendo e de certa forma morrendo... Talvez, de todas as grandes dúvidas que carrega a humanidade, desde o princípio dos tempos, a morte seja a única certeza que todos têm, por conta de sua inevitabilidade...
A eternidade que pais, professores, escritores, artísiticas, pessoas comuns ou famosas podem alcançar é justamente por suas ações enquanto vivas, que ficarão registradas para sempre após sua partida. Pausch tinha essa consciência e é essa lição que ele nos deixou para sempre...
Ensinar cabe ao professor, educar é obrigação de todos, inclusive e principalmente dos pais e/ou responsáveis, antes mesmo da criança adentrar aos bancos escolares (por sinal, essa expressão não me agrada, lembra educação bancária, burocrática que só visa a educação para o trabalho e não para a vida).
Como gosto de frisar: quando conhecemos a família da criança ou do jovem e sabemos de seu estilo de vida compreendemos o motivo daquele aluno ser considerado justamente um aluno-problema. Por ação ou omissão todos os pais são responsáveis pelo futuro de seu filho... Essa é uma das maiores lições que a educação me proporcionou...

A seguir, apresentação do 4º vídeo acima (reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo), no You Tube:

"A aula era para meus filhos, mas se outros estão achando valor nisso, é maravilhoso", escreveu ele antes de morrer. O professor chegou a ser considerado uma das cem pessoas mais influentes do mundo pela revista "Time", e suas mensagens, colocadas na internet, tiveram 10 milhões de acessos, além de terem aumentado as vendas de seu livro, "A Última Aula", escrito pelo jornalista do "Washington Post" Jeffrey Zaslow.

Observação: Esta postagem foi preparada inicialmente para ser publicada no meu outro blog Educa Tube, que trata de indicações minhas e de terceiros (colegas, amigos, etc) sobre vídeos e recursos tecnológicos e pedagógicos.

sábado, maio 23, 2009

Blogagem coletiva em defesa da infância


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=WS2DlLLm8wQ

O vídeo acima, descobri visitando o diário virtual Blogosfera da colega Marli Fiorentin, de Nova Bassano - RS - Brasil. E já aproveitei para publicar no meu blog Educa Tube que trata de vídeos educacionais e outras indicações pedagógicas e tecnológicas aos educadores.

O vídeo indicado por Marli tem o objetivo de resgatar as brincadeiras esquecidas e/ou desconhecidas pelas crianças de agora.
Apesar de trabalhar com tecnologia e valorizar as possibilidades educacionais dos jogos eletrônicos, da informática, da internet etc, sempre que posso lembro aos meus leitores, alunos e cursistas da importância das crianças aprenderem a como se faz, monta e desmonta um brinquedo; e não ficarem dependentes do brinquedo já pronto que é só apertar botões num joystick.


Aproveito a oportunidade para me integrar, como fez a colega Marli à "Blogagem Coletiva em Defesa da Infância" (imagem acima), proposta pela professora Márcia do blog Espaço da Criança.

Como escreveu Marli em seu blog:

"São muitas as formas de agressão à criança que precisam ser denunciadas, mas quero aqui destacar um princípio da Declaração dos Direitos da Criança: que muitas vezes é negado a elas:

'Toda criança tem direito de receber educação primária gratuita, e também de qualidade, para que possa ter oportunidades iguais para desenvolver suas habilidades. E como brincar também é um jeito gostoso de aprender, as crianças também têm todo o direito de brincar e se divertir!'

Penso que hoje a criança está sendo induzida a um amadurecimento precoce, exposta a situações que não são próprias de sua faixa etária, com a erotização que a mídia veicula. Vemos crianças com postura de gente grande, consumindo coisas de gente grande, desde o vestuário, a programação de TV, as músicas, danças, sem falar na internet, frequentando espaços sem nenhuma proteção. Tudo isso em detrimento do que é essencial para uma criança: brincar. Muitas vezes a escola também rouba dela esse direito, querendo enfiar goela abaixo informações e informações que poderiam ser aprendidas brincando. Brincadeira de criança é a coisa mais séria que pode existir. Por isso eu faço esse apelo e chamo atenção: vamos deixar nossas crianças brincar e brinquemos também com elas, deixando aflorar em nós a criança que ainda vive. Para lembrar das muitas brincadeiras saudáveis, garimpei esse vídeo".


Endosso acima as palavras de Marli e a iniciativa de Márcia, em defesa da criança, e da necessidade que a criança seja tratada como tal e não como adulto em miniatura; da criança poder ser vista como criança pelos adultos, sem exposição desnecessária, com direito a educação, saúde, família, lazer, mas acima de tudo, o direito de ser enquanto criança apenas criança.



Sugiro também aos pais e professores, a leitura do livro O Pai Invisível, de Kledir Ramil (vídeo acima) - já destacado em 3 posts neste blog -, que trata de uma forma poética, crítica e bem humorada essa visão de um pai sobre seus filhos e o choque de gerações. Kledir não é professor, é músico, compositor e agora um grande escritor, mas tem um olhar sobre a educação como se fosse um educador... Merece leitura e releitura.
Muitos dos problemas da atual geração decorrem da postura de "pais invisíveis" não tão conectados ao mundo de seus filhos como Kledir Ramil.
Observação: Clique no "play" para assitir ao vídeo com Kledir Ramil.

segunda-feira, maio 18, 2009

E se o mundo tivesse apenas 100 pessoas?



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=pYgfD8t9Y4I


O pequeno vídeo acima, premiado no Festival de Cannes em 2001, descoberto por mim no You Tube e postado no meu blog Educa Tube, serve para entendermos de forma didática um pouco do mundo em que vivemos.
Uma reflexão que deve ser feita diariamente, pois mais do que trabalhar com números, cálculos, fórmulas matemáticas, proporções e dados estatísticos, o filme trabalha com a emoção e com o lado humano das coisas...
Reparem a desproporção entre os gastos com educação e armamentos. Talvez esteja ai a resposta para o mundo em que vivemos...
Os gastos (investimentos) com educação são irrisórios diante do que é gasto com a criação e manutenção da grande "máquina" de destruição em massa que move o mundo...
Se não mudar essa lógica nem o modelo civilizatório, de nada adiantará belos discursos e a manutenção de prisões secretas, tribunais de exceção e tudo mais que sabemos que existem pelo mundo.
Cessou a invasão da Palestina, mas o povo ainda continua confinado em guetos e parte da mídia virou os holofotes para o outro lado.
Não se discute transporte coletivo de qualidade e sim ajuda a motadores de automóveis que quebraram... Não seria mais lógico investir no transporte coletivo, como trens que poluem menos, que são mais baratos de manutenção e conservação? Que não dependem tanto de combustíveis fósseis, como os elétricos e outros mais?
Não seria mais prático, para evitar a quantidade de lixo eletrônico obrigar aos fabricantes de PCs e equipamentos, que não os tornem obsoletos em menos de 6 meses por conta apenas de um componente básico, como o processador, que torna impede a atualização do mesmo, por conta da incompatibilidade entre as peças, como já visto no vídeo A História das Coisas (links abaixo)?
Sem mudar nosso estilo de vida e nosso modelo civilizatório, pouca coisa mudará na "história das pessoas e suas coisas descartáveis"...

Apresentação do vídeo acima no You Tube:

Progapaganda, "Se o mundo tivesse 100 pessoas...", Prêmio no Festival de Cannes 2001.


Outras indicações relacionadas ao tema:

A História das Coisas - parte 1

A História das Coisas - parte 2

domingo, maio 17, 2009

O Livro dos Dias e a Consciência do Incabamento


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=zi_ZE7tn5Wo

Neste dia (17/5) em que se comemora o Dia da Internet, da Sociedade da Informação e coincidentemente o aniversário da cantora Enya, encontrei por acaso, o clip acima, Book of Days (Livro dos Dias).
Na verdade, estava procurando o vídeoclip Now Were Are Free, da trilha sonora do filme Gladiador, de Ridley Scott, em que a cantora Enya interpretara a referida canção. Ao ver o título Book of Days, lembrei-me de poema e texto de minha autoria, de igual nome, feitos para o projeto RPG - Literário (links abaixo), cuja primeira história colaborativa, ainda em curso, chama-se Reino de Estranhos, e dentro do ambiente virtual e literário criado por mim e 5 amigos virtuais das letras, trabalhamos com a estratégia do jogo RPG, adaptado para o mundo literário.

RPG - Role Poetic Games (Jogos Poéticos Virtuais)

Projeto este que já tem escolas se inspirando e adaptando à realidade local...
Atualmente, a internet tem sido o "Livro dos Dias" de muita gente, mundo afora, que passam mais conectados ao computador do que ao mundo real...
Tranformar a Sociedade da Informação na Sociedade do Conhecimento é o grande desafio deste século para professores e alunos...
Trabalhar colaborativamente é um dos caminhos, estabelecendo uma rede social dentro e fora da escola, dentro e fora da própria rede mundial de computadores...
De vez em quando, cada educador é meio que um gladiador, enfrentando seus leões e adversidades, mas como no filme citado, alguém assume a liderança de um grupo e reúne em torno de si pessoas que comungam com as mesmas ideias e ideais, e aí a educação libertária é possível, frente à educação burocrática, autocrática, estática, que não levam a lugar algum...
A espada do educador é a palavra, através da qual estabelece a sua prática. O seu escudo é a teoria que usa, o planejamento que faz, as parcerias que estabelece com a equipe diretiva, os colegas, o aluno e a comunidade escolar como um todo.

Como disse Paulo Freire em sua Pedagogia da Autonomia:

"Não há docência sem discência.
Ensinar exige pesquisa, respeito aos saberes dos educandos; criticidade, estética e ética.
Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática; risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação.
Ensinar não é transferir conhecimento.
Exige consciência do inacabamento, bom senso, alegria e esperança.
Ensinar exige apreensão da realidade, curiosidade e a convicção de que a mudança é possível.
Ensinar é uma específicidade humana.
Exige segurança, competência profissional e generosidade.
Exige comprometimento, liberdade e autenticidade.
Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica.
Exige querer bem os educandos.
E compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo".


Se a vida é uma experiência dialógica entre nós e o mundo em que vivemos, a educação e o ato de educar devem ter uma intertextualidade e um diálogo constante com a vida ao nosso redor. Para intervirmos eficientemente como educadores no mundo dos educandos precisamos conhecer sua vida, seu cotidiano. Não é preciso sair em pesquisa de campo, visitando e entrevistando a família para isso. Se pudesse, seria ótimo. Mas nem sempre o ideal é o possível. Mas pode-se estabelecer a comunicação dentro da própria sala de aula, na escola, não apenas no local, dia e hora marcados para isso.
Alguns professores não se dão conta dessa máxima de Freire que não existe docência sem discência (de que não existe escola sem aluno), levando em conta que não é apenas o aluno que deve vir de encontro ao que o educador fala, mas o processo deve ser dialógico e não monológico, de um falar para os outros ouvirem. Estabelecer a rede de informação que gera conhecimento é levar em conta o que o aluno já traz de casa em sua babagem emocional e modulá-lo aos conteúdos propostos pela disciplina.
A consciência do inacabamento do ato de educar deve ser vista como uma analogia com a própria literatura em que um autor repassa ao leitor através de uma obra em aberto, que apesar de ter um final não se encerra em si mesma, necessita desse diálogo com quem lê. Um diálogo feito no tempo e no espaço... O professor do século XXI deverá ter essa consciência do incabamento de seu fazer pedagógico, em que ele também é autor e leitor, e que o alunado poderá também, com a utilização da própria informação que existe por aí, gerar conhecimento mútuo, usando ou não a tecnologia educacional.
Todos somos leitores de mundo! Mas alguns são leitores ingênuos que leem apenas a história horizontal, enquanto que outros são leitores críticos que percebem que sob a linha do horizonte existe uma linha vertical, onde se pode contar e descobrir uma outra história...
E esse processo só pode ser bem explorado se houver uma pedagogia da autonomia entre docentes e discentes, em que o diálogo gera comunicação e está de informação gera conhecimento mútuo para a vida em sociedade.
Um outro mundo é possível, a partir da transformação da realidade local...
Quanto mais autônomos forem os seres ensinantes e ensinados, mais eles aprendem a pensar de forma crítica por si mesmos...
Os alunos autômatos, robotizados, que não incomodam, que tudo concordam, que não contestam, que não expressam suas opiniões, sentimentos, dúvidas e certezas não terão autonomia sequer para gerenciar a própria vida, pois lhes faltará a iniciativa.
O aluno-problema para a escola tradicional, aquele inquieto, pode ser numa escola mais abrangente, que disponibiliza outras formas de expressar seus talentos e aptidões, um aluno-modelo. Tudo depende da autonomia que a escola, o educador e o aluno tem em relação ao próprio mundo ao redor.
Alunos autônomos serão cidadãos empreendedores; alunos autômatos, serão pessoas limitadas e sem iniciativa.
Quanto mais leio e releio os escritos de Paulo Freire, mais tenho consciência da modernidade de suas ideias, construtivas e libertárias.
Dentro da tecnologia educacional, o pensamento e o método Paulo Freire, entre outros, proporcionam-me uma maior autonomia diante de professores e alunos.
Pois como o próprio Freire indicou: "Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática; risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação".
A consciência do inacabamento pressupõe justamente isso: a educação é um processo de formação, de construção mútua e não de acabamento...

Abaixo meus dois textos para o projeto RPG - Literário, integrantes do blog RPG - Role Poetic Games (Jogos Poéticos Virtuais)

O Livro dos Dias - poema

O Livro dos Dias - conto

sábado, maio 16, 2009

Indicação: A Educação na Sociedade da Informação


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=A0T9xOAcDMw

O vídeo acima (poema de Paulo Freire) é ilustrativo do meu comentário e do texto que indico logo a seguir, da colega Flávia Sampaio - pedagoga, orientadora pedagógica e professora -, de Barra Mansa - RJ, editora do blog Educação Sem Fronteiras, que vem plenamente de encontro ao que penso e vivencio no cotidiano escolar, tanto com alunos como com professores. Se a vida é um processo dialógico entre nós e o mundo que nos cerca, a educação é (ou deveria ser!) o local privilegiado onde esse diálogo deveria ser melhor concretizado. Entretanto, penso que grande parte desse choque de gerações, evidenciado pelo uso das TICs, está justamente em que professores e alunos falam línguas diferentes e vivem em mundos opostos. A grande maioria dos educadores continua atrelada a um mundo em 2 dimensões (o professor a frente da turma e os alunos enfileirados ouvindo apenas); porém, seus alunos vivem em um mundo em 3D (são multifocais e multifuncionais, fazendo várias atividades ao mesmo tempo, o que pode parecer desatenção).
Há que se proporcionar o diálogo entre os dois pólos, e cabe ao mais "maduro" nessa relação quebrar esse gelo e propor uma conversa aberta... Nada de proibir por proibir, proibir orkut, msn, celular sem dar-se conta das potencialidades que o uso desses recursos podem trazer à comunicação dentro de uma escola. E não somente dentro dela mas fora, criando vínculos com outras escolas, a distância. O uso de blogs, fotologs, de câmeras digitais e celulares com câmeras podem gerar uma espécie de "reality show" (em que a informação que gera conhecimento seja a personagem principal) para outros educadores que pesquisem no ciberespaço experiências exitosas possam também adaptar tais situações à sua realidade local.
O maior problema é fazer essa transição entre os dois mundos... Os alunos são suscetíveis às mudanças; a maioria dos professores, nem sempre. Há os que já se integraram aos poucos e contam com o apoio de outros colegas; há os que estão iniciando e, por fim, aqueles totalmente refratários a qualquer mudança, seja com o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) ou não.
Como falei recentemente às professoras da Escola Estadual Marques de Souza (São José do Norte - S - Brasil), onde cursei o ensino fundamental: "De nada adianta introduzir as TICs se a metodologia não acompanhar as transformações do mundo". E citei justamente a frase de Barack Obama, que pra mim é a essência desse momento que vivemos: "O mundo mudou e nós precisamos mudar".
Indico, então, o texto abaixo (publicado em sua íntegra), pois mais uma vez me vi contemplado pelas preciosas observações que Flávia Sampaio coloca em seu blog Educação Sem Fronteiras, que sugiro aos educadores e visitantes do Letra Viva do Roig uma visita, pois é um de meus blogs educacionais preferidos, por conta de seus temas relevantes para o educador e a educação.

A EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

Por Flávia Sampaio

“No meu tempo não era assim.”
“Esta juventude está perdida.”
“Todos sentados e em silêncio.”
“Já não sei o que fazer para chamar a atenção deles.”
Estas são falas de professores ao longo do tempo ao se depararem com suas respectivas salas de aula e encontrarem seus alunos de uma maneira que não era esperada: falantes, agitados, andando, movimentando...
O alunado mudou, lógico, pois o mundo mudou.
A sociedade de informação ampliou sua abrangência tão rapidamente quanto a velocidade da veiculação das notícias. Atualmente, um acontecimento no Japão, Rússia, Turquia e até na Lua chega até nós em milésimos de segundos!
Estamos num novo tempo, o tempo do Orkut, do MSN, dos Blogs, dos e-mails, da banda larga...
Com toda certeza, a docência de tempos atrás não é a mesma de hoje, o acesso à informática e aos meios de comunicação de massa não acontecia com tanta facilidade.
A todo momento, os alunos são seduzidos com os apelos da mídia: modo de vestir, andar, falar, costumes, gírias, comportamentos e tiques; e o papel da educação não é ( e nem tem como ) impedir o acesso a tudo isto, mas fornecer ao aluno subsídios para que ele possa filtrar o que é realmente relevante para seu crescimento. E, neste quesito, a escola perde, pois esta cobra memorização e “decoreba” e, procura formar um sujeito “reprodutivo” totalmente descontextualizado da realidade.
A escola se apresenta atada à metodologias que não promovem a motivação, ao querer saber mais, ao gosto pela descoberta; esquecendo-se de ajudar na formação de sujeitos críticos, atuantes e autônomos que selecionam o que querem assistir e falar.
A escola preza os conteúdos culturalmente pré-determinados, e não recebe nem valoriza o conhecimento de mundo que o aluno traz, para, a partir dele, ajudar este aluno em seu processo de aprendizagem, interagindo e mediando a construção de seu conhecimento.
Entretanto, para que a escola tenha êxito nesta nova época, os alunos devem ser estimulados a “aprender a aprender”, a analisar o que é recebido e avaliar sua relevância. Neste enfoque, o papel do professor é de estimular a busca da informação, tratá-la e orientar sobre onde e como utilizá-la. E, quando há na relação um vínculo afetivo estabelecido entre os atores participantes, professor e aluno, este recebe sentimentos de segurança, confiança e coragem e se arrisca a socializar suas descobertas e dúvidas com o professor e os demais membros do grupo, para juntos, decidirem o que é relevante em sua formação.


Fonte:
Educação Sem Fronteiras
http://flaviasampaiosilva.blogspot.com

Observação 1:
Apresentação de slides acima, em formato de vídeo (produção de Leila Amaral e Rodrigo Barbosa), foi descoberta por mim no You Tube ao anexar um vídeo ao meu outro blog chamado Educa Tube. A Escola, poema atribuído a Paulo Freire traz uma mensagem de reflexão sobre o papel social de cada segmento escolar: direção, professores, pais, alunos, funcionários... Para refletir se a nossa Escola é a como a Escola proposta por Paulo Freire. Em tempos de introdução das TICs no ambiente escolar, nunca os ensinamentos do mestre Freire e sua metodologia construtivista estiveram ao meu ver tão bem adaptadas ao momento atual. Paulo Freire continua moderno, libertário e atual.
Aproveitei o vídeo para fazer um link para o texto de Flávia, e creio que estabeleci uma intertextualidade e comunicação.

Observação 2: Sugiro também a leitura para professores e alunos do texto O mito do aluno digital, com curiosos dados sobre pesquisa, reproduzidos no blog Caldeirão de Ideias, que tem como editor o colega Robson Freire, de Itaperuna - RJ - Brasil.

sexta-feira, maio 15, 2009

O Modelo ACTION


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=_k9rwPyH3NI

A indicação do vídeo acima foi feita pela colega e amiga Elisângela Zampieri Panisson, de Curitibanos - SC - Brasil, educadora e editora do blog Sobre Educação e parceira literária (e virtual, só nos conhecemos pela internet) no blog REM - Rápido Movimento do Olhar.
O referido vídeo traz conselhos e conceitos que considero fundamentais para os educadores que desejem se integrar ao mundo da tecnologia educacional e as possibilidades de seu uso na escola e a distância.

Apresentação do vídeo acima, feita no You Tube:
Definição dos critérios a considerar na avaliação de tecnologia educativa utilizada na educação à distância recorrendo ao modelo ACTIONS, de Tony Bates.
Gravação, mistura e processamento de som efectuados com o software Apple Soundtrack Pro.
Vídeo realizado utilizando os softwares Final Cut Pro e Motion, da Apple.


Observação: Também postado no blog Educa Tube que trata de indicaçãoes de vídeos e outros recursos que envolvam tecnologia e educação.

quarta-feira, maio 13, 2009

XXIX Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC-2009)


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=r3vjf8MfZBE

O vídeo promocional acima, extraído do You Tube, foi indicação feita pelo colega Robson Freire, editor do blog Caldeirão de Ideias, a respeito do XXIX Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC - 2009), que realizar-se-á de 20 a 24/07/09, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha.
Uma boa oportunidade para quem atua com a tecnologia educacional de participar e trocar informações com pessoas que atuam na área da computação.

Maiores informações pelo portal abaixo:

CSBC 2009
http://csbc2009.inf.ufrgs.br/

terça-feira, maio 12, 2009

Ninguém ensina ninguém


Reproduzo neste blog educacional, o artigo de opinião, intitulado Ninguém ensina ninguém, de autoria da colega e amiga Vilmabel Soares, originalmente publicado no Jornal Agora, de Rio Grande -RS - Brasil, em 12/05/2009.
Como também acredito na máxima de Paulo Freire (“… ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”.), que serviu de mote ao artigo de Vilmabel, de que o ato de ensinar é uma via de mão dupla, em que o educador do futuro, usando ou não os multimeios e a tecnologia em geral, precisará ser um mediador, motivador e um arte educador, resolvi, com a autorização de sua autora, reproduzir na íntegra o referido artigo, logo abaixo.
Aliás, em função de notícias variadas envolvendo a educação, a escola e os educadores, nunca foi tão necessária uma leitura e releitura da obra de Paulo Freire e, em especial, o livro Pedagogia do Oprimido.

NINGUÉM ENSINA NINGUÉM

Por Vilmabel Soares

"Ninguém ensina ninguém. O professor é um mero facilitador do processo ensino aprendizagem. O aprendizado é de dentro pra fora".
O significado etimológico do verbo "ensinar" (do latim popular insignare) é indicar, fazer sinal (signum facere) ou apontar numa direção. Portanto só é possível "ensinar", ou seja, apontar uma direção a partir do trabalho de Orientação Vocacional, o qual leva o indivíduo a se encontrar consigo mesmo, a se autoconhecer e despertar para a sua vocação. Para que isso aconteça é necessário que nos trabalhos exercidos pelos orientadores vocacionais exista arte e entretenimento. Se até Jesus fazia (arte - construir, divulgar suas obras) por épocas (meditava - entretenimento). Arte é o momento criativo, do construir do ser e entretenimento é o momento de repouso do ser (meditação e relaxamento).
Para trabalhar com o ser humano tem que ter elo de casamento em todas as saúdes: espiritual, social, pessoal, profissional, familiar, ecológico e intelectual. O dinheiro é uma consequência do fazer bem, do exercer nossa vocação de coração. E quando exercemos nossa vocação? Quando trabalhamos com nossas habilidades inatas. E quando trabalhamos com nossas habilidades inatas? Quando nos permitimos brincar sem nos rotularmos ridículos, o que vem a nos libertar nossa criança interior, despertar nossas habilidades latentes que estão adormecidas. E vejo o TEATRO como a melhor ferramenta para a EDUCAÇÃO, o qual liberta o ser humano para sua maior liberdade de expressão. Claro que tem que ver até onde vai essa liberdade. Usar liberdade com limites, responsabilidades... e aí entra a questão dos valores que se pode ser trabalhado com exercícios em dinâmica de Grupo e textos reflexivos como contos, fábulas, os clássicos, poesias, textos reflexivos quanto aos valores morais e éticos.
Eu acredito plenamente na educação, numa nova caminhada educacional, na mudança a partir da criança, do pré-adolescente, porque a criança tem o futuro todo nas mãos e se investirmos num futuro promissor desta, com certeza teremos um futuro feliz, com profissionais eficazes, competentes realizadores de suas missões. Isso porque quem se encontra a si mesmo, encontra sua essência, encontra a sua vocação, e passa a ser líder por sua natureza em si só. Todos temos a capacidade de liderança, o que difere é estarmos fazendo, construindo para o que realmente viemos fazer nesse mundo!
Não existe profissão mais importante nem saberes mais importante, o mais importante mesmo é fazer o que se ama, o que vem do coração - vocação. Como julgar que um profissional de Direito, um psicólogo ou professor é mais importante que um pescador? O pescador fará seu trabalho com liderança se este fizer com o coração, através de sua vocação, será tão brilhantina e líder em seu trabalho quanto o professor e profissional de Direito e professor que o fizer com vocação também. Não existe saber mais importante, existem saberes diferentes. O resto é apenas rótulos, classificações, status que a sociedade foi atribuindo ao longo dos tempos, mitos... E que o ser humano a longo tempo vem se deixando levar pela influência agregada. E cada vez mais se afastando de si mesmo, da sua própria natureza humana se vestindo de máscaras, atuando em papéis divergentes de sua missão, exercendo seu profissional em funções não condizentes com sua missão, suas habilidades inatas, com o seu coração. Se tornado seres frustrados e doentes.
O teatro é uma bela ferramenta, um construir belíssimo, onde se faz brincando, se descobre a si mesmo, levando ao autoconhecimento, consequentemente à liderança, a talentos, a competências, à realização pessoal e profissional.

Vilmabel Soares
*Professora e educadora vocacional
editora do blog Studio Cultural Prática Pedagógicas Vivenciais

Fonte: Jornal Agora, de Rio Grande - RS
http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=27

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://llborges.wordpress.com/

segunda-feira, maio 11, 2009

Blog Educa Tube é parceiro exibidor do Porta Curtas Petrobras




É com grande satisfação que publiquei no blog Educa Tube, na qualidade de Parceiro Exibidor do Porta Curtas Petrobrás, o primeiro curta metragem, o premiadíssimo Ilha das Flores, de Jorge Furtado.
O Educa Tube é um blog educacional, do qual sou editor, que visa divulgar vídeos e material diverso que possam ser utilizados por educadores no meio escolar, bem como divulgar a produção de educadores e alunos.
Ilha das Flores é um curta metragem de 13 minutos, premiadíssimo mundo afora, que dispensa maiores apresentações e que merece ser visto e revisto sempre, por conta da mensagem nele contida. Sua linguagem visual é incrível, a associação de ideias, conceitos e a própria história são criativas, originais e atualíssimas.
Aproveito para agradecer ao Porta Curta Petrobrás a possibilidade de divulgar, como Parceiro Exibidor, os 650 filmes disponíveis no acervo do Porta Curtas e as novidades que toda semana surgem lá.
Evidentemente que o Educa Tube privilegiará primeiramente os curta metragens que possam ser melhor utilizados pelos educadores com seus alunos.
Outros blogueiros educacionais que desejem seguir o exemplo do Educa Tube podem solicitar no portal o cadastro de Parceiro Exibidor.

Alguns dados do curta metragem:
Documentário, Experimental | De Jorge Furtado | 1989 | 13 min
Com Ciça Reckziegel

Ficha Técnica
Produção Mônica Schmiedt, Giba Assis Brasil, Nôra Gulart Fotografia Roberto Henkin, Sérgio Amon Roteiro Jorge Furtado Edição Giba Assis Brasil Direção de Arte Fiapo Barth Trilha original Geraldo Flach Narração Paulo José

Prêmios
Urso de Prata no Festival de Berlim 1990
Prêmio Crítica e Público no Festival de Clermont-Ferrand 1991
Melhor Curta no Festival de Gramado 1989
Melhor Edição no Festival de Gramado 1989
Melhor Roteiro no Festival de Gramado 1989
Prêmio da Crítica no Festival de Gramado 1989
Prêmio do Público na Competição "No Budget" no Festival de Hamburgo 1991
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Aplicabilidades sugeridas pelo Porta Curtas (com links para arquivos em pdf, lá no portal e blog):

Disciplinas/Temas transversais: Biologia, Filosofia, Geografia, História, Língua Portuguesa, Meio ambiente, Saúde, Sociologia
Faixa Etária: Todas as idades
Nivel de Ensino: Educação de Jovens e Adultos, Educação Superior, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II, Ensino Médio

Pareceres Pedagógicos: sugestões de sequências de atividades consonantes com os Parâmetros Curriculares Nacionais

Pareceres Pedagógicos: sugestões de sequências de atividades consonantes com os Parâmetros Curriculares Nacionais
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Criação de documentários pelos próprios alunos
Disciplinas: Geografia, História, Sociologia
Nível de Ensino: Ensino Fundamental II
Autor: José Manuel Moran

Possibilidades de aplicabilidades pedagógicas
Disciplinas: Biologia, Filosofia, Meio ambiente, Sociologia
Nível de Ensino: Ensino Médio, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II, Educação Superior, Educação de Jovens e Adultos
Autor: Eliane Candida Pereira

Reduzindo o lixo, o planeta agradece
Disciplinas: Meio ambiente, Saúde
Nível de Ensino: Ensino Médio, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II, Educação de Jovens e Adultos
Autor: Josete Maria Zimmer

Estratégia argumentativa que seduz e engana o telespectador
Disciplinas: Língua Portuguesa
Nível de Ensino: Ensino Médio, Ensino Fundamental II
Autor: Maria Salete Prado Soares

Visitem o Educa Tube e vejam outros vídeos educacionais, e façam também suas indicações.

http://educa-tube.blogspot.com

sexta-feira, maio 08, 2009

Com... ciência tecnológica requer consciência pedagógica


Na educação não existe mágica e sim planejamento e execução de como passar o conteúdo programático pelo professor, através de metodologia, estrutura e didática adequadas, definindo objetivos gerais e específicos de cada disciplina. O aluno é ou deveria ser considerado o centro da escola e da educação...
Na educação, não existe (ou não deveria existir) a consciência tecnológica sem antes surgir a consciência pedagógica do uso da tecnologia no ambiente escolar. Ou seja, se o professor não planejar antes a atividade, não tiver um projeto com amparo teórico que sustente a sua prática, a tecnologia por si só será (praticamente) mais um complicador do que um facilitador... O jovem se dispersa se não há um fio condutor na atividade que lhe seja significativa. Há que, portanto, se delimitar antes e projetar depois a melhor forma de estebelecer uma comunicação entre a informação e o conhecimento no espaço informatizado.
Comparando a matemática com a informática, podemos dizer que as fórmulas matemáticas se comparam aos equipamentos tecnológicos, todavia a sua utilização adequada é que poderá gerar o conhecimento, pela manipulação eficiente dos dados que são processados pela memória para posteriormente gerarem uma resposta a uma indagação...
Mal comparando: é a luz no fim do túnel. Entretanto, o túnel é o próprio processo educacional que deve possibilitar a saída da escuridão (da desinformação) e a chegada à luz (do conhecimento)...
Na educação, a consciência do uso da ciência e da tecnologia de forma adequada, e não apenas por questões de modismo, deve ser estimulada pelo gestor, que deveria ser o primeiro a se integrar ao processo de inovação tecnológica e pedagógica; primeiro como cursista, depois como incentivador do corpo docente de seu estabelecimento de ensino, favorecendo os horários para que o colega possa se qualificar, dentro das possibilidades da escola, sem prejuízo do calendário escolar... O exemplo deve vir sempre de cima...
Digo isso, pois percebo que alguns usam o projetor multimídia (o famoso datashow) apenas para dar uma falsa modernidade à sua prática conservadora. Usam o equipamento para mostrar uma apresentação de slides de terceiro, como introdução, dinâmica de grupo, mas depois voltam a prática tradicional. Ao invés da folha mimeografada, da transparência no retroprojetor, agora muitos adotam uma apresentação de slides. E o curioso e paradoxal para quem espera ver algo inovador é que na maioria dos casos aparece apenas um show datado em um datashow... As mesmas frases feitas sem maior provocação ou reflexão sobre o contexto educacional...
O próprio video Metodologia e Tecnologia, que é uma bem humorada crítica ao uso banal da tecnologia no ambiente escolar, é reproduzido por muitos que não têm consciência de que são eles próprios o objeto da irônica crítica.
Pior é quando alguns que fogem de um microcomputador - como se estivessem diante de uma bomba-relógio prestes a explodir - acreditam que o computador, a informática e a internet resolvem tudo com um simples apertar de botões, de teclas, como num passe de mágica. Alguns chegam às pressas para pedir a um colega mais experiente algo para "ontem", como se a informática, que equivale a "informação + automática" fosse sinônimo de magia, de um piscar de olhos e tudo se resolverá... Dependendo da situação ou do recursos a ser utilizado, tudo poderá ser mais complexo que o meio convencional. Não importa o veículo e sim ea mensagem a ser passada.
A base da informática é mateMÁTICA e não a mateMÁGICA... No antigo teatro grego o deus ex machina era um recursos tecnológico da época para erguer os atores no palco para cenas de elevação espiritual, voos etc. No palco escolar há que se desmistificar o papel das TICs para aqueles que não querem usá-las por acreditarem piamente que é algo sobrenatural... É complexo? É! Viver também é muito mais complexo que usar um sistema operacional, pois requer que convivamos com pessoas com algoritmos diversos do nosso e nem por isso deixamos de conviver... Só aqueles com desvios em seus algoritmo é que saem por aí a querer "deletar" seus semelhantes.
A informática não faz mágicas, requer um conhecimento mínimo para a sua manipulação. Contudo, faz-se mais necessário ainda a plena consciência de qual significado terá aquela prática ao conteúdo a ser dado. Para usar algo de maneira superficial, melhor o método convencional mas bem elaborado... Conheço alguns educadores que conseguem até fazer mateMÁGICAS para e com seus alunos, usando ou não a tecnologia no ambiente escolar... Esses com certeza têm consciência do que são e do que fazem no ambiente escolar... Para essas pessoas a tecnologia é uma ferramenta de apoio, e como tal, precisa ser manipulada pelo usuário de forma consistente e consciente... Nem sempre "com ciência" pressupõe a consciência da metodologia e da didática a serem aplicadas em determinada ocasião.
A ideia deste post surgiu depois de assistir o vídeoclipe da banda Muse, intitulado Con-Science, um trocadilho com a palavra Science (ciência em inglês)... A partir daí, comecei a ter minha própria consciência a respeito da ciência e da tecnologia no ambiente educacional, juntando algumas impressões que eu já venho armazenando ou discutindo via blog, msn, orkut etc e também ao vivo com colegas e amigos...
Como especialista em tecnologias da informação e da comunicação na aprendizagem, cada vez que entro em blogs de amigos, colegas, leio novidades em curso ou em fase de implantação, chego a conclusão de que "eu sei que nada sei". Essa talvez seja a primeira fase que o educador deve ter (da consciência de suas limitações) caso pretenda usar às TICs, pois deverá ter isso em conta... De que precisa trocar informações que gerem conhecimento com outros colegas e até com os alunos, pois a cada dia outras parafernálias tecnológicas estão sendo inventadas ou em fase de elaboração... O aluno manipula bem os equipamentos, sem consciência de suas possibilidades além do trivial, do jogo, da brincadeira, do lazer...
Precisamos ter a consciência de que não dá pra querer dominar tudo, pois tudo está sempre em transformação, mas que se deve ter a sensibilidade (e consciência) do que melhor utilizar em sua prática escolar, não somente por ser novidade, e sim por ser significante para o educador e seus alunos dentro dos conteúdos e competencias daquela disciplina...
Alguns professores precisam deixar de ser ilhas isoladas e interagir como um arquipélago, conectando-se a outros colegas, dentro da escola e fora dela... As chamadas redes sociais e educacionais. Muitos estão tendo essa consciência. Sei que com a carga horária fechada, trabalhando muitas vezes em duas ou mais escolas, em dois ou mais turnos, com afazeres domésticos e familiares (se mulher, mãe, esposa...), há que se ter muita mais do que consciência. Requer tempo e espaço para estabelecer essas trocas. O gestor escolar e o público precisam ter a consciência de que o currículo escolar deve ser flexibilizado, que o diálogo deve ser incentivado, que é preciso criar um banco de dados de experiências existosas para estimular essas e novas práticas.
Sempre gosto de frisar que hoje tenho uma consciência do uso da informática e do uso dos multimeios, graças a essas trocas com colegas no mundo real e virtual. Que estou sempre aprendendo e que a atualização constante é uma necessidade.
Porém, mais do que se especializar em algo, há que o educador primeiro se conscientizar de que a ciência e a tecnologia no ambiente escolar é meio e não fim... É um meio de atingir uma finalidade. Que um laboratório de informática/sala de aula digital não mudará em nada a realidade de uma escola se ele não for utilizado de forma adequada, como centro de produção de conhecimento e não como reprodução de prática conservadoras travestidas de modernas por causa do ambiente em si. O educador precisa se conscientizar-se que nesse espaço diferenciado a aprendizagem ocorre igualmente de forma diferenciada, e que o professor deve mudar em parte a sua postura, permitindo que os alunos possam interagir não apenas com a máquina, mas com o próprio educador e com os colegas ao lado, levantando e sentando a todo instante, uns ajudando aos outros... Que o professor não precisa ser um tecnólogo, mas um mediador, orientando as atividades ou projetos sem a necessidade de tornar-se um expert. Que delegue aos alunos as tarefas de monitoria com os colegas.
Todos devem estar conectados a um mesmo objetivo: o processo de ensino-aprendizagem. Eis aí a rede lógica de uma lógica de ensino-aprendizagem em rede... Quando temos a consciência de nosso papel na sociedade o próprio ato de viver em rede fica melhor estruturado, do ponto de vista educacional, tecnológico e social...

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://www.neuronbrasil.com.br/news1/pg03.html