Ninguém ensina ninguém
Reproduzo neste blog educacional, o artigo de opinião, intitulado Ninguém ensina ninguém, de autoria da colega e amiga Vilmabel Soares, originalmente publicado no Jornal Agora, de Rio Grande -RS - Brasil, em 12/05/2009.
Como também acredito na máxima de Paulo Freire (“… ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”.), que serviu de mote ao artigo de Vilmabel, de que o ato de ensinar é uma via de mão dupla, em que o educador do futuro, usando ou não os multimeios e a tecnologia em geral, precisará ser um mediador, motivador e um arte educador, resolvi, com a autorização de sua autora, reproduzir na íntegra o referido artigo, logo abaixo.
Aliás, em função de notícias variadas envolvendo a educação, a escola e os educadores, nunca foi tão necessária uma leitura e releitura da obra de Paulo Freire e, em especial, o livro Pedagogia do Oprimido.
NINGUÉM ENSINA NINGUÉM
Por Vilmabel Soares
"Ninguém ensina ninguém. O professor é um mero facilitador do processo ensino aprendizagem. O aprendizado é de dentro pra fora".
O significado etimológico do verbo "ensinar" (do latim popular insignare) é indicar, fazer sinal (signum facere) ou apontar numa direção. Portanto só é possível "ensinar", ou seja, apontar uma direção a partir do trabalho de Orientação Vocacional, o qual leva o indivíduo a se encontrar consigo mesmo, a se autoconhecer e despertar para a sua vocação. Para que isso aconteça é necessário que nos trabalhos exercidos pelos orientadores vocacionais exista arte e entretenimento. Se até Jesus fazia (arte - construir, divulgar suas obras) por épocas (meditava - entretenimento). Arte é o momento criativo, do construir do ser e entretenimento é o momento de repouso do ser (meditação e relaxamento).
Para trabalhar com o ser humano tem que ter elo de casamento em todas as saúdes: espiritual, social, pessoal, profissional, familiar, ecológico e intelectual. O dinheiro é uma consequência do fazer bem, do exercer nossa vocação de coração. E quando exercemos nossa vocação? Quando trabalhamos com nossas habilidades inatas. E quando trabalhamos com nossas habilidades inatas? Quando nos permitimos brincar sem nos rotularmos ridículos, o que vem a nos libertar nossa criança interior, despertar nossas habilidades latentes que estão adormecidas. E vejo o TEATRO como a melhor ferramenta para a EDUCAÇÃO, o qual liberta o ser humano para sua maior liberdade de expressão. Claro que tem que ver até onde vai essa liberdade. Usar liberdade com limites, responsabilidades... e aí entra a questão dos valores que se pode ser trabalhado com exercícios em dinâmica de Grupo e textos reflexivos como contos, fábulas, os clássicos, poesias, textos reflexivos quanto aos valores morais e éticos.
Eu acredito plenamente na educação, numa nova caminhada educacional, na mudança a partir da criança, do pré-adolescente, porque a criança tem o futuro todo nas mãos e se investirmos num futuro promissor desta, com certeza teremos um futuro feliz, com profissionais eficazes, competentes realizadores de suas missões. Isso porque quem se encontra a si mesmo, encontra sua essência, encontra a sua vocação, e passa a ser líder por sua natureza em si só. Todos temos a capacidade de liderança, o que difere é estarmos fazendo, construindo para o que realmente viemos fazer nesse mundo!
Não existe profissão mais importante nem saberes mais importante, o mais importante mesmo é fazer o que se ama, o que vem do coração - vocação. Como julgar que um profissional de Direito, um psicólogo ou professor é mais importante que um pescador? O pescador fará seu trabalho com liderança se este fizer com o coração, através de sua vocação, será tão brilhantina e líder em seu trabalho quanto o professor e profissional de Direito e professor que o fizer com vocação também. Não existe saber mais importante, existem saberes diferentes. O resto é apenas rótulos, classificações, status que a sociedade foi atribuindo ao longo dos tempos, mitos... E que o ser humano a longo tempo vem se deixando levar pela influência agregada. E cada vez mais se afastando de si mesmo, da sua própria natureza humana se vestindo de máscaras, atuando em papéis divergentes de sua missão, exercendo seu profissional em funções não condizentes com sua missão, suas habilidades inatas, com o seu coração. Se tornado seres frustrados e doentes.
O teatro é uma bela ferramenta, um construir belíssimo, onde se faz brincando, se descobre a si mesmo, levando ao autoconhecimento, consequentemente à liderança, a talentos, a competências, à realização pessoal e profissional.
Vilmabel Soares
*Professora e educadora vocacional
editora do blog Studio Cultural Prática Pedagógicas Vivenciais
Fonte: Jornal Agora, de Rio Grande - RS
http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=27
Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://llborges.wordpress.com/
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