sexta-feira, julho 21, 2006

Quero ser um televisor


Recebi essa mensagem por e-mail da colega Juraci de Almeida Matos (curso especialização em tecnologia educacional-UFRGS), que pelo conteúdo, vinculado à televisão, resolvi colocar em meu blog. Vale a pena ler. A colagem (na verdade um micro) é de minha autoria, e feita há mais de 5 anos atrás, mas achei apropriada para ilustrar o texto abaixo.


QUERO SER UM TELEVISOR
A professora Ana Maria pediu aos alunos que fizessem uma redação e nessa redação o que eles gostariam que Deus fizesse por eles. À noite, corrigindo as redações, ela se depara com uma que a deixa muito emocionada. O marido, nesse momento, acaba de entrar, a vê chorando e diz:"O que aconteceu?" Ela respondeu: "Leia". Era a redação de um menino."Senhor, esta noite te peço algo especial: me transforme em um televisor. Quero ocupar o seu lugar.
Viver como vive a TV de minha casa.
Ter um lugar especial para mim, e reunir minha família ao redor...
Ser levado a sério quando falo...
Quero ser o centro das atenções e ser escutado sem interrupções nem questionamentos.Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona.
E ter a companhia do meu pai quando ele chega em casa, mesmo que esteja cansado.
E que minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de ignorar-me.
E ainda que meus irmãos "briguem" para estar comigo.
Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo.
E, por fim, que eu possa divertir a todos.
Senhor, não te peço muito...
Só quero viver o que vive qualquer televisor!"Naquele momento, o marido de Ana Maria disse:
"Meu Deus, coitado desse menino.
Nossa, que coisa esses pais".E ela olha: "Essa redação é do nosso filho".

quinta-feira, julho 20, 2006

Feliz Dia do Amigo!!!

Aos meus amigos, um Feliz Dia do Amigo! Esse carinha ai do lado é meu amigão Allan Brasil Roig, meu filhote, que hoje completa um ano e cinco meses.
Nesse dia também comemora-se a descida do homem à Lua (1969), e os aniversários de Alberto Santos-Dumont (pai da aviação), da poetisa e amiga Leinecy Pereira Dorneles e de meu pai, José Américo Roig, artista plástico autodidata, mais conhecido pelo nome artístico/apelido de Zeméco. Pois, não é que Zeméco, lá pelos seus 14 anos criou um "par de asas voadoras" e se arremessou do telhado de uma casa, querendo voar? Isso, muito antes de Dias Gomes e sua Saramandaia ir ao ar, na televisão brasileira. Moral da história: meu pai quebrou perna, braço e cabeça, e descobriu que apesar dos tombos, não passamos do chão. Risos. Acabou tornando-se pintor... E a maioria dos casarios históricos da região sul do Rio Grande do Sul, que tombaram pela força de O tempo e o vento, encontram-se preservados na memória visual de meu pai. Com um pequeno detalhe: é cego da vista esquerda há quase 40 anos, e do olho esquerdo cada vez enxerga menos... Mas parece que está pintando melhor... Ironias da vida... Breve estarei colocando no ar um blog com fotos de seus quadros e se histórico de vida. Aguardem. Abraços a todos! E faço um brinde, que em casa sempre fazemos com vinho: "Àqueles que a gente gosta e que gostam da gente". Tim-tim.

quarta-feira, julho 19, 2006

Meu projeto particular de aprendizagem














Meu filho Allan, que dia 20/07/2006, completa 1 ano e 5 meses. Estou aprendendo muito com ele, a cada dia. Este gurizão é meu projeto particular de aprendizagem. Hoje mais do que nunca o dilema dos pais é educar os filhos para o mundo ou para a sobrevivência nesse mundo? Sei que se passar a ele meus valores, de ética, humanismo, respeito e cidadania poderá filho de peixe viver em conflito como o pai, mas pelo menos, poderá como eu faço, deitar a cabeça no travesseiro todas as noites e ter a certeza que apesar dos pesares, fizemos a nossa parte. Somos sobreviventes. Cecília Meirelles já dizia: "A vida só é possível, reinventada". Quem sabe não foi para reinventar alguns sonhos que escrevi Realidade Virtual...

Alguns textos sobre o papel da televisão na educação

Educadores dividem-se entre "apocalípticos" e "integrados";
http://novaescola.abril.uol.com.br/ed/118_dez98/html/repcapa2.htm

História do professor interfere no uso que faz da tecnologia
http://www.adorofisica.com.br/tecnologia.html

Televisão-educação ou deseducação?
http://www.eselx.ipl.pt/curso_bibliotecas/Recursos/recursos_televisao.htm

Programa UM SALTO PARA O FUTURO - TVE Brasil:
Debate: televisão e educação
http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/dte/index.htm
PGM 1 – A TV QUE VEMOS E A TV QUE NOS OLHA
http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/dte/pgm1.htm
PGM 2 – A TV E A TRANSFORMAÇÃO DO PÚBLICO E DO PRIVADO
http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/dte/pgm2.htm
PGM 3 – COM QUE LINGUAGENS SE FAZ A TV?
http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/dte/pgm3.htm
PGM 4 – A QUEM SE ENDEREÇA A TV? O CASO DO PÚBLICO INFANTIL
http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/dte/pgm4.htm
PGM 5 – É POSSÍVEL EDUCAR PARA E COM A TV?
http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/dte/pgm5.htm

Comunicação e Educação
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/com_l.php?t=001

Televisão e educação: um canal aberto
http://pedagogia.incubadora.fapesp.br/portal/DISCIPLINAS%20-%20Elie%20Ghanem/
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O professor e a metodologia de ensino

Pátio - Revista Pedagógica, mês maio/julho 2006, nº 38, págs. 40 a 43, traz na coluna Ponto de Vista o artigo "O professor deve ter autonomia para decidir que metodologia de ensino usar?", assinado por Jaqueline Moll e Claudio de Moura Castro. Os educadores, cuja escola assina esta revista, deveriam ler o referido artigo. Abaixo alguns destaques do texto:
Jaqueline Moll, professora do programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS e diretora de Políticas e Articulação Institucional da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC: "O professor deve decidir acerca de que processos orientarão sua prática docentes"; "A liberdade de cátedra constitui o elemento fundamental de um sistema educativo apoiado em pressupostos democráticos".
Claudio de Moura Castro, Presidente do Conselho Consultivo das Faculdades Pitagóricas: "O material estruturado protege o aluno de um ensino descuidado ou mal orientado"; "Não há um só país educacionalmente maduro onde não haja bons livros-texto e sua utilização não seja praticamente universalizada".
Na mesma revista, às páginas 59 - 61, o artigo "Recursos e oportunidades para o desenvolvimento da inteligência", de autoria de Léa da Cruz Fagundes, Doutora em Psicologia do Desenvolvimento Cognitivo e coordenadora científica do Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC) da UFRGS, destacando que "Os recursos tecnológicos estão mais disponíveis do que há dez anos, mas as inovações institucionais em educação estão acontecendo muito lentamente", e que "As mudanças ocorrem, mas não na medida das necessidades, e, sobretudo, das possibilidades".
Por fim, às páginas 56 a 58, na coluna Quadro Negro, o artigo "O desafio de atender a todos na sala de aula", de autoria de Beatriz Vargas Dorneles, professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS, que destacamos: "Demoramos milênios parar chegar a incluir (quase) todas as crianças na escola e não podemos demorar muito para saber o que fazer com essa diversidade toda na sala de aula"; "A diversidade está presente em todos os aspectos da aprendizagem", e que "Precisamos aceitar a diversidade de tempos na aprendizagem".
Textos que servem de subsídios, não apenas a elaboração de um projeto de aprendizagem, bem como discussão sobre o papel do educador, da escola e da própria Educação.

terça-feira, julho 18, 2006

Causa e efeito

Essa reportagem, descoberta ao acaso, na internet, incluída em junho na revista Viver Mente & Cérebro, achei interessante colocar no blog por tratar de pesquisas de ponta sobre os mecanismos do conhecimento humano. Diz a notícia:

Crianças pequenas já sabem a relação entre causa e efeito

Após um experimento, os cientistas cognitivos Laura E. Schulz, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), e Jessica Sommerville, da Universidade de Washington, concluíram que crianças em idade pré-escolar podem ser consideradas "deterministas causais". Mesmo com pouca idade, elas já sabem que tudo o que acontece tem uma razão.

Schulz e Sommerville mostraram a elas luzes e interruptores de brinquedo que funcionavam o tempo todo ou apenas durante parte dele. Então, os pequenos foram solicitados a acender as luzes ou impedir que isso acontecesse. As crianças se comportaram adequadamente e demonstraram aceitar que as luzes e os interruptores funcionavam de forma coerente. Ou seja, os efeitos ocorriam como conseqüência de determinadas razões. Quando as engenhocas eram manipuladas para acender só ocasionalmente, as crianças procuravam interruptores escondidos que poderiam ter bloqueado os brinquedos, em vez de aceitar que tinham passado a funcionar ao acaso. Segundo os pesquisadores, essas deduções são importantes porque as estruturas teóricas das crianças afetam o processo de aprendizado e saber que as crianças procuram causas e as observam pode ajudar professores a achar formas mais eficientes de lhes transmitir conhecimento.



Game over - fora de jogo: A geração vídeogame


Ao ler no forum do curso de especialização algumas dúvidas de colegas, de como num projeto de aprendizagem motivar o aluno, pensei em contribuir com o debate e a reflexão, através da postagem em meu blog, do artigo abaixo, intitulado GAME OVER, publicado em 14/04/06, no Jornal do Norte (São José do Norte-RS), e em 21/04/2006, no Jornal Agora (Rio Grande-RS).
A imagem acima, ilustra outra matéria da Revista Viver Mente & Cérebro (www.vivermentecerebro.com.br), tratando de neurociência e alunos autistas.

GAME OVER - FORA DE JOGO

Além de escritor, sou servidor público, técnico em informática, coordenador de núcleo de tecnologia educacional, secretário de escola, ex-assessor jurídico (área educação), dentre outras atividades; e convivendo com jovens e adultos, entre a educação formal e a popular, aliada à informática educativa, passei a notar um contra-senso, envolvendo a informática e a Educação.
Através de projetos, conversando com educadores de diversas áreas, e, em especial, os de matemática, tive a impressão reforçada. Os professores comentavam que hoje alguns alunos tinham dificuldade de se concentrar para responder simples questões matemáticas, desconhecem a tabuada, evitando usar a lógica, o bom senso e a proporcionalidade, quando avaliados por métodos tradicionais. Um exemplo foi o da potenciação - que é uma operação que facilita a escrita da multiplicação -, quando alunos de turma X resolveram questões, relativamente fáceis, sem maior complexidade. Vejamos: 7² = 14 (quando deveria ser 49); 1² = 2 (e o correto é 1); 5² = 25 (certo!); 8² = 64 (certo!); 10² = 20 (o correto é 100) e 9² = 81 (certo!). Resultado: 50% das questões, certas; e a outra metade, erradas. Onde se percebe que a falta de critério e o “chute” são formas usuais de resposta, quando não há concentração do alunado.
Mas, se levarmos em conta que tais alunos, se colocados à frente de sofisticados aparelhos celulares, com mil e uma funções; diante de microcomputadores com variados programas e recursos ilimitados; ou disputando jogos eletrônicos (videogames), que envolvem raciocínio lógico, rapidez de ação, visão espacial, organização para passar de fases, enfrentando cada vez maiores desafios, e superando-os com facilidade, há que se questionar: o que de fato está mal explicado? O aluno, o professor, a escola, a sociedade, os gestores públicos não estão conectados à mesma realidade? Vivem em mundos diversos, apesar de conviverem no mesmo espaço físico, sem falar o mesmo idioma? O choque de gerações coloca cada um desses personagens reais em lados opostos do tabuleiro? A virtualidade está vencendo o jogo, simulando ganhos que não existem na realidade? Todas as questões “acima” indicadas estão certas ou erradas? As escolhas são múltiplas, os desafios e as indagações, idem.
Além disso, o jovem que domina os multimeios, não têm o mesmo interesse pela educação tradicional, preferindo: chat, orkut, blog... O professor, sem tempo ou condições de se qualificar, vê a informática como um Cavalo de Tróia – não o vírus letal de computador -, mas o mito do presente de grego. Fala-se em informatizar as escolas, de capacitar educadores, de todos se conectarem a rede mundial de computadores, mas o mundo real ainda espera pela superação de muitas fases perdidas, pois o password (a senha) que a geração passada buscou, foi sempre considerado inválido por alguns governos e gestores. O imediatismo de resultados, e as propostas sem continuidade, criaram o continuísmo de projetos “natimortos” que não servem mais nem ao aluno, ao educador, a escola, a comunidade e muito menos à própria sociedade como um todo.
Como avançarmos sem queimar etapas? Talvez, investindo em máquinas, programas, mas acima de tudo na formação continuada de educadores e da própria comunidade escolar. Estimular o uso dos multimeios (computador, internet, escâneres, etc.), sem perder o foco para o que de fato deve ser ensinado: arte, cultura, filosofia, história, ética, cidadania, e todas as demais disciplinas do currículo escolar. Evidentemente, de forma que traga o aluno para o mundo real da educação, utilizando os meios eletrônicos como ferramentas de auxílio no processo de ensino-aprendizagem. Nunca confundir o uso da informática, com a tentativa equivocada de tornar a escola “lan house” ou “cyber café”, onde os jogos (e não o Conhecimento) passam a ser o show. Feito isso, poderemos enfim unir o útil ao agradável, promovendo a conexão de gerações. Do contrário, todos estaremos simulando conquistas inexistentes, sem vidas reservas nem senhas secretas a descobrir. A vida real é mais sensacional que o mais realista dos jogos eletrônicos. Reinicializemos a máquina e a discussão.

segunda-feira, julho 17, 2006

Manipulação de imagens digitais pelo cinema e televisão


Está imagem achei na internet, e não pude identificar o autor, mas achei interessante para ilustrar um breve comentário sobre o uso e a manipulação de imagens digitais no cinema e na televisão.
O cinema talvez tenha sido um dos setores que mais utilizaram os avanços tecnológicos em seu proveito, muitas vezes de forma experimental.
No final anos 80, início anos 90, diretor Sam Raimi introduziu a standy-cam, ou seja, uma câmera portátil, passível de ser levada a tiracolo, pelos mais acidenteados terrenos, sem que as imagens ficassem tremidas. Em tomadas alucinantes no meio da floresta, tinha um efeito incrível. O filme era por sinal Uma Noite Alucinante.
Os filmes, superproduções, ficaram mais baratos pelo uso da computação gráfica, com cenas maquiadas no computador. O filme Tron, da Disney, foi um precursor desses recursos eletrônicos, até que com a tecnologia introduzida na série Matrix, fizesse uma nova revolução. Gollum, da série O Senhor dos Anéis, um personagem totalmente digitalizado, e também um marco do cinema atual.
Na televisão a manipulação de imagens, ainda não é bem estudada. Percebesse mais nos anúncios comerciais e em algumas séries inovadoras, mas efeitos não tão acachapantes como os do cinema - tendo como referência Hollywood, evidentemente.
Mas pode-se perceber, através dos telejornais, em sua maioria, uma espécie de edição feita não em tom jornalísitco, mas mais cinematográfico, numa sucessão de cenas e notícias, com o intuito de prender a atenção do telespectador. Notícia é show? Ou deveria ser tratada como tal? Uma questão a ser pesquisada e problematizada futuramente...
Evidentemente que meu projeto de aprendizagem não irá se aprofundar em tais níveis, mas, de forma simples, procurará traçar o perfil da televisão, e como utilizá-la como aliada à educação.

Tecnologia e inclusão social II

Foto do Jornal Agora, de Rio Grande-RS-Brasil, sobre a instalação do telefone parar surdos na EEEF Barão de Cêrro Largo, onde está implantado e funcionando o NTE/18ªCRE; e onde o núcleo de tecnologia educacional mantém projeto de informática na educação especial, em parceria com as professoras da própria Educação Especial da Escola.

quinta-feira, julho 13, 2006

Tecnologia e inclusão social

Abaixo matéria na íntegra, publicada no Jornal Agora, da cidade do Rio Grande-RS-Brasil, no ia 12/06/2006, na página 3, assinada pela jornalista Carmem Ziebell, tratando da doação e instalação pela BrasilTelecom de um aparelho na EEEF Barão de Cerro Largo, onde está implantado e em funcionamento o NTE-Rio Grande/18ªCRE:

Escola Barão de Cerro Largo ganha telefone para surdos
Os estudantes das classes especiais para surdos da Escola Fundamental Barão de Cerro Largo passaram a contar com mais uma forma de comunicação. A escola recebeu, em doação, da empresa BrasilTelecom, um telefone para surdos. Trata-se de um aparelho especial, por meio do qual uma pessoa surda pode se comunicar com qualquer outra pessoa, usando a Central de Atendimento ao Surdo da empresa.
Conforme explicou a professora Graciema Lindner, por esse aparelho, digitando o número 142, é feito contato com a central, onde há uma atendente que recebe as mensagens e repassa para o ouvinte. Depois, transmite a resposta à pessoa surda, que a poderá ler no visor de seu aparelho. A Barão de Cerro Largo é a primeira escola de Rio Grande contemplada com essa doação, segundo a direção da instituição.
Os estudantes Fábio Borges da Costa, 22 anos, da 7ª série, e Robson José Melo Marques, 16 anos, da mesma série, dizem que é fácil usar o aparelho. E consideram um equipamento importante porque lhes possibilita comunicar-se com outros amigos, tanto surdos quanto ouvintes. A professora Daina Soares, que atua nas classes de educação de surdos, observou que esse telefone é uma conquista em termos de acessibilidade e mais uma oportunidade para os alunos surdos se comunicarem.
Essa escola é a única do Ensino Fundamental que atende surdos em Rio Grande, trabalho que desenvolve há aproximadamente 20 anos. Tem em torno de 50 alunos que não ouvem. E conta com quatro professoras capacitadas para atuarem nas classes de educação de surdos – 1ª, 2ª e 3ª séries, mais duas facilitadoras e uma intérprete para trabalhar na inclusão destes nas demais séries. A língua utilizada é a de sinais (Libras).
A maior necessidade da escola no momento, parar o trabalho com os surdos, é um instrutor, um professor especializado para ensinar a língua de sinais aos surdos e ouvintes. A escola tem projeto neste sentindo e este ano solicitou um instrutor à 18ª Coordenadoria Regional de Educação (18ª CRE), por meio do Conselho Escolar, mais ainda aguarda resposta. O Barão de Cerro Largo presta atendimento do Jardim à 8ª série. Ao todo, hoje tem 476 alunos.

Pay-per-view (pague para ver): exclusividade ou exclusão?



Pay-per-view ou pague para ver é um tipo de pacote para quem já possui TV a cabo, e mesmo assim, pela simples utilização do serviço e o pagamento da (nada módica) taxa mensal, não adquire por si só o direito de poder acessar programas complementares, de jogos a shows e eventos diversos, precisa literalmente pagar a mais para ver o “filé mignon” da programação.
Por causa da baixa qualidade da TV aberta, o telespectador mais exigente e com maior poder aquisitivo, forçosamente obriga-se a pagar para ver algo diverso do lugar-comum e da mesmice da TV tradicional, sempre ancorada em índices de audiências que vinculam a programação à concorrência. Talvez, por isso mesmo, que até mesmo aquelas emissoras que diziam antes prezar pelo padrão de qualidade, hoje, em função do índice de audiência, que representa também uma cota maior de patrocinadores e o valor do espaço publicitário comercializado em horário nobre, especialmente, tenham que adotar práticas que antes criticavam nas emissoras concorrentes... Tal situação já foi debatida no Observatório da Imprensa, um interessante programa televisivo da TVE-Brasil, a TV Educativa, que via de regra é retransmitida por canais a cabo ou antena parabólica, num país continental como o nosso que necessita, que emissoras desse tipo sejam fraqueadas a maioria da população. Mais que um contra-senso, é a constatação de uma dura realidade: Não tão-somente a televisão a cabo e sua programação é exclusividade para uns e excludente para muitos; outras situações do dia-a-dia refletem esse paradoxo social.
No dia 11/7, casualmente estava assistindo a TVE-Brasil, o programa Observatório da Imprensa (apresentado pelo jornalista Alberto Dines), que analisa sempre o papel da própria imprensa brasileira. Nessa noite a discussão temática era sobre às concessão de rádio e televisões no país. A jornalista Elvira Lobato dizia que essas concessões sempre foram moeda de troca política entre os governos. Um pouco pelo pragmatismo, cinismo e pressão dos deputados. Disse ainda haver um conflito de interesses de alguns deputados que sendo concessionários de rádio e TV, participam de conselhos que tratam dessa matéria. E alguns dados que Elvira apresentou são surpreendentes: “em determinado momento, das quarenta e nove (49) concessões disputadas por uma empresa, esta obteve seis (06) de TV e três (03) de rádio, e em investigação posterior foi possível determinar que os donos desse conglomerado eram assessores de políticos, ganhando em tese cerca de dois mil reais, valor incompatível com tal patrimônio”. São os tais laranjas, tão comuns em todas as áreas, do futebol à política. Elvira ainda comentou que as comissões da Câmara dos deputados e do Senado que tratam de política de rádio e difusão no país, e que deve fiscalizar as concessões, são constituídas por vários deputados e senadores donos destas concessões. Alguns são políticos eminentes que têm espécie de monopólio de rádio e difusão em seus estados (capitanias hereditárias?), servindo de braço político e de poder, alguns com a concessão expirada e mesmo assim integrantes das tais comissões. Existem cerca de 225 TVs sem renovação da concessão, funcionando irregularmente, muitas delas pertencentes a políticos. Entretanto, apesar dos inúmeros laranjas, que escondem-se atrás de outros laranjas e por ai vai, não tem como esconder a linha de apoio político que aquele meio de comunicação de massa possui. Basta que percebamos sua linha crítica contra A, B ou C... Que a rádios e TVs comunitárias podem ser um contraponto, se refletirem a visão de sua comunidade. Mas que esse tipo de empresa sofre uma rigorosa fiscalização.
Diante de fatos desse tipo, chega-se a conclusão: Eu sei que nada sei, e isso tudo é apenas a ponta de um iceberg. Quanto mais se vai atrás da informação, mais chegamos a conclusão de que nada é como primeiramente parece.
Observatório da Imprensa e outros são exemplos de programas sérios, esclarecedores e por isso mesmo, jamais farão parte da grade de programação da TV aberta, enquanto persistir esse modelo televisivo que é um grande comercial com uma programação no meio, preferindo investir em programas de faz-de-conta, tipo Big Brother e assemelhados, para lucrar com milhões de telefonemas, tendo como roteiro básico, ficar jovens e belos aspirantes a modelos e atrizes, presos sem fazer nada três meses numa casa, tramando e fofocando para ganhar um milhão... Que lição esses programas podem dar ao jovem, senão um estereótipo preocupante, tipo os fins justificam os meios?
Soube que a RBS TV apresentará uma série de especiais sobre a vida e a obra de Mário Quintana, como parte comemorativa de seu centenário de nascimento. Pela chamada deve ser um material de ótima qualidade, sem falar na magistral obra de Quintana. Mas com um pequeno detalhe: será apresentado aos domingos, após o programa Tele-Domingo; ou seja, após a uma hora da madrugada. Para o trabalhador e o povo em geral, que precisam levantar-se às seis da manhã para iniciar uma nova semana, será uma exclusividade para poucos e a exclusão para muitos... Assim é a lógica da TV aberta: programas de qualidade, no “madrugadão”, e os de qualidade duvidosa, de apelação barata e sensacionalistas, em “horário nobre”. “Hoje é dia de Maria”, uma mini-série revolucionária, mesclando teatro, musica, cinema, arte e cultura popular foi também colocada no limbo da programação. Diante dessa realidade televisiva, os insones, os desocupados e os alienados é que são felizes e não sabem!

Observação: a foto que ilustra esse texto é uma colagem de recortes de revistas, elaborada uns 5 ou 6 anos atrás, entre as várias terapias ocupacionais que tenho, para desestressar.

terça-feira, julho 11, 2006

Aprendizagem: Projeto de trabalho e/ou de vida?

Sempre falo, quando me perguntam como é possível conciliar educação, tecnologia, arte, literatura e cultura, dentre outras atividades que desenvolvo, sempre paralelas uma às outras, e às vezes ainda obter o reconhecimento... Tudo depende essencialmente de nosso projeto de trabalho estar vinculado ao projeto de vida que desejamos! Unir o útil ao agradável, mais do que ditado da sabedoria popular, pode ser uma forma de superar as limitações do dia-a-dia. Quando se faz o que se gosta por vocação, e não apenas por obrigação de sobrevivência, tudo passa a ter outra dimensão. E quem trabalha no serviço público bem sabe que limitações de recursos financeiros, humanos, etc. fazem parte do cotidiano. Mesmo assim, se esperarmos as condições ideais de infra-estrutura, salário adequado a nossa qualificação, equipamento de ponta “y otras cositas más”, aí sim daremos razão ao aforismo do Barão de Itararé: “De onde menos se espera é que nada acontece mesmo”. (Risos.) No meu caso particular, muitas vezes pelo desprendimento pessoal, pude levar adiante projetos que em tese tinham tudo para fracassar... Mas com ética, correção e acima de tudo dedicação e autocrítica, pude conseguir aliados a um objetivo em comum...
Há que se valorizar sempre a "pedagógia do exemplo", sejamos educadores ou cidadãos, pois o jovem forma a sua personalidade amparado nos ícones do dia-a-dia. Infelizmente quando a família é omissa (no seu remoto controle), os parâmetros são ditados pela televisão sem controle remoto...
Tive muitos bons exemplos de meus professores, que me influenciaram pro resto da vida. Noutro texto os abordarei especificamente...
Mas voltando a falar de projeto de vida agregado ao projeto de trabalho, penso que toda vez que nos despimos de pré-conceitos e idéias feitas, além de receios infundados, e ousamos pôr em prática os discursos que fazemos, podemos sim ter gratas surpresas. Um exemplo disso foi o projeto de aprendizagem que meu ex-colega Nerocy Miranda Filho, ex-coordenador do NTE-Rio Grande tinha desenvolvido com a profª. Jane Degani, professora da educação especial na EEEF Barão de Cerro Largo, onde o núcleo de tecnologia educacional está instalado, desde meados de 2004. Naquele ano eu era o responsável técnico, acumulando funções administrativas na escola e no NTE.
Em 2004, ainda em fase de adequação do espaço cedido pela escola à 18ª CRE, para a implantação do NTE, foi feita parceria com o CTI – Colégio Técnico Industrial – Prof. Mário Alquati, pertencente a FURG – Fundação Universidade Federal do Rio Grande, para a capacitação de professores da rede pública estadual, através de curso básico de informática. Um ano após, Nerocy, um grande amigo e um excelente profissional, teve seu trabalho reconhecido, recebendo uma irrecusável proposta da iniciativa privada, do ramo da tecnologia e telecomunicações, indo residir desde então em Maringá, no Paraná.
Então, sozinho no núcleo, tive que acumular a função técnica, administrativa e mais a de coordenador. Resgatei o projeto inicial que Nerocy e Jane haviam elaborado e iniciado, adaptando à nova situação. Nesse meio tempo já era final de 2005, e com 07 turmas de educação especial (03 de alunos surdos, 02 de deficientes mentais e visuais e 02 de altas habilidades/superdotados), reiniciei o Projeto de Informática na Educação Especial, reestruturado. No mesmo período 2004/2005 a EEEF Barão de Cerro Largo iniciou o projeto-piloto de inclusão de alunos surdos em classes regulares, como já havia comentado em texto anterior. O projeto de informática educativa oferecido a toda a educação especial da escola foi a singela contrapartida voluntária do NTE pela cedência do espaço para a sua instalação e funcionamento. E como conselheiro escolar, participando de curso de extensão a distância, oferecido pelo MEC, através da UnB, para capacitação continuada de Conselhos Escolares, pude, em atividade final do referido curso, elaborar breve relato de uma experiência exitosa da escola e do conselho escolar (justamente a inclusão de alunos surdos em classes regulares e os desafios de execução), que acabou sendo selecionada pelo Ministério da Educação, e que em abril de 2006 proporcionou o convite para minha participação no Seminário Internacional de Educação, promovido pelo MEC, de 24 a 28 de abril, em Brasília, com mais de 10 países participantes.
Para esse segundo semestre de 2006, agora com a chegada da colega Janaína Martins, professora de Geografia, o NTE adaptou o Projeto de Informática na Educação Especial, direcionando-o à educação ambiental. Janaína é uma dedicada professora, que se integrou rapidamente ao NTE, pois também comunga com algumas idéias e ideais. Dentre eles, de cumprir com as nossas atribuições de capacitação continuada de professores e servidores da rede pública estadual, sem deixar de estabelecer uma conexão com a comunidade onde está inserido o núcleo, através de projetos de inclusão digital e social.
Para nossa satisfação, ao que tudo indica, receberemos o apoio de uma ex-aluna da rede pública, que atuará como voluntária em nosso projeto de Informática na Educação Especial. Dia 5/7 ela e seu pai vieram conversar conosco. Ela chama-se Luise, tem aparentemente uns 18 anos, e um pequeno detalhe e um imenso diferencial para nós: é cega. Sua experiência de vida será essencial para que possamos incorporar alunos cegos da rede de ensino a esse projeto. E apenas um cochicho, para que ninguém escute: “Parece-me que ela sabe, na área de informática, um pouco mais que o coordenador do núcleo, pois já conversaram pelo MSN, sendo que Luise ensinou a ele algumas funções básicas do programa de conversação a distância, que ele deconhecia...”. Risos. Ela utiliza um software chamado Virtua, que possibilita a utilização do computador em sua plenitude. Literalmente o PC fala. Acredito que a distância entre o projeto de trabalho e o de vida seja o que mais dificulte a implantação de projetos de aprendizagem, sejam eles públicos ou privados. Quanto mais nos distanciamos de nossos sonhos e ideais, mais difícil fica de os realizarmos no futuro.
Como coloquei no título: “Aprendizagem: Projeto de Vida e/ou de Trabalho?”. Acho que necessitamos dos dois, e parafraseando Paulo Freire: “ninguém ensina ninguém, aprendemos juntos, irmanados”. Quem afinal ensina a quem o quê? Estamos sempre aprendendo uns com os outros... Como educadores devemos ser mais mediadores do conhecimento do que detentores. E até os pequenos erros nos fazem corrigir rotas e roteiros. Eis o grande desafio da Sociedade da Aprendizagem, que sucede às sociedade da Informação e do Conhecimento: aprender a aprender!

domingo, julho 09, 2006

A vida é bela




Essas fotos tirei semana passada, numa bela tarde ensolarada, quando saía de férias. Sempre carrego na minha mochila a minha câmera digital (tec pix), para fotografar alguns flagrantes de paisagens. Num projeto à parte que tenho, chamado Poesia Ilustrada, sobreponho imagens e fotografias a textos literários, em sua maior parte de minha autoria. Por enquanto, só os amigos, conhecidos e ativistas culturais que tenho em lista de emails recebem e repassam adiante. Já recebi respostas, comentários e elogios de pessoas de vários estados do Brasil, de Portugal e Uruguai, para verem como tudo que é postado na internet corre o mundo. Daí, sempre termos cuidado redobrado. Somos responsáveis pelo que dizemos e postamos.
Mas, voltando a foto... É de um recanto, chamado Rincão da Cebola, aqui em Rio Grande, próximo a um cais semi-destruído. Na verdade comecei a seguir aquela pequena garça, desde uns 500 metros atrás, e ela voava, e eu ía adiante. Quando ela pousou naquele local, havia um despacho (piadinha infame, que li num jornal, diz que tem pai-de-santo instalando "Umbanda Larga" pra poder baixar o santo mais rápido, fazer um "download" veloz! Risos.) e muitos mosquitos e moscas. Um questão ambiental a ser pensada. Fiquei todo mordido e tenho alergia. Logo, fiquei embolotado, mas continuei a seguir a garça. Minha câmera quando uso o zoom, perde um pouco da resolução e da qualidade da imagem. Valeu a pena a insistência. Ficaram cenas de cartão postal, e uma com a cidade ao fundo.

Dicas de leitura sobre Mídias e Educação

Aviso aos navegantes: Pesquisar é preciso!
Estava eu procurando alguns livros para a minha monografia da especialização em História do Rio Grande do Sul – com o título provisório de História, Literatura e Identidade: Erico Veríssimo entre o mítico e a realidade -, e passeando pelas prateleiras da editora da FURG, em Rio Grande, em busca de livros que tratem da questão do Romance de Trinta (do qual Erico foi um precursor) e sobre a Revolução de 1930 (que modernizou o país), para traçar paralelos e divergências histórico-literárias; e eis que encontro algumas preciosidades para essa especialização em Tecnologias na Educação.
Tratam-se de três livros interessantíssimos, não apenas para meu Projeto de Aprendizagem, que trata da Televisão como possível aliado da Educação, mas para todos os que militam na educação, como professores em sala de aula, multiplicadores em núcleos de tecnologia educacional, gestores educacionais, e outros profissionais que desejem maiores subsídios para a abordagem das mídias na educação.
Os três livros, (todos lançados pela editora Autores Associados, de Campinas-SP – e-mail: editora@autoresassociados.com.br e site: www.autoresassociados.com.br), fazem parte da coleção “Polêmicas do Nosso Tempo”, em formato de bolso, que ainda não li, apenas “passei os olhos”, mas que muito me interessaram, principalmente pela leitura breve dos títulos de seus capítulos, que procurarei resumir logo abaixo:

O QUE É MÍDIA-EDUCAÇÃO, de Maria Luiza Belloni – 2005, 100 páginas.
Cap.1: Mídia-Educação: a mediação escolar indispensável parar a cidadania;
Cap.2: Da tecnologia à comunicação educacional;
Cap.3: Mídia-Educação: Ética e Estética;
Cap.4: Reflexões sobre a mídia, e
Cap.5: Programa formação do telespectador: os desafios da inovação educacional.

INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ESCOLAR, de Kenia Kodel Cox – 2003, 125p.
Cap.1: Computadores em sala de aula;
Cap.2: A educação escolar e a informática;
Cap.3: Formas de uso dos computadores em sala de aula;
Cap.4: Possíveis vantagens do uso da informática na escola;
Cap.5: Requisitos parar o uso da informática na educação escolar;
Cap.6: Relatos de experiências;
Cap.7: Capacitação docente, e Conclusão.

SOCIEDADE O CONHECIMENTO OU SOCIEDADE DAS ILUSÕES, de Newton Duarte – 2003 – 107 páginas.
Cap.1: As pedagogias do “aprender a aprender” e algumas ilusões da assim chamada Sociedade do Conhecimento;
Cap.2: Relações entre ontologia e epistemologia e a reflexão filosófica sobre o trabalho educativo;
Cap.3: “A anatomia do homem é a chave da anatomia do macaco”: A dialética em Vigotski e em Marx e a questão do saber objetivo na educação escolar;
Cap.4: Ideal e idealidade em Ilyenkov: contribuições para a reflexão filosófico-educacional-contemporânea.

quarta-feira, julho 05, 2006

Projeto de aprendizagem sobre a televisão na educação

PALAVRAS-CHAVES PARA O MAPA CONCEITUAL DO GRUPO 12/Turma I -RS:

MODERNIDADE - Interação - Adolescente - Educação - Tecnologia - Moda - Escola - Recursos - Comportamento - Aluno - Professor.

Meu tema é:

A TELEVISÃO PODE SER UMA ALIADA DA EDUCAÇÃO?
- Como é a programação da TV aberta e da TV paga no Brasil?
- Como é a utilização da TV e doutros recursos tecnológicos na escola?
- A televisão influencia o comportamento do adolescente em sala de aula?
- Existe vida além da televisão?

CERTEZAS PROVISÓRIAS:
- Apesar dos avanços tecnológicos a programação da televisão não acompanha essa evolução;
- Temos vários recursos tecnológicos pouco explorados no ambiente escolar, utilizados mais como passatempo do que o fazer pedagógico;
- A TV direciona o comportamento adolescente em sala de aula, às vezes involuntariamente, outras com um sentido mercadológico;
- As pessoas estão condicionadas a ligar a TV, ainda que não prestem atenção ao que é mostrado, e noutras vezes a interagir com o apresentador, mesmo que não tenha a reciprocidade do mesmo.

Dá um bom tema para problematização, pesquisa e investigação. Aceito contribuições.

Leitura labial & Linguagem de sinais

Como tudo que aparece em horário nobre na TV vira moda, a leitura labial do que Carlos Alberto Parreira e Luis Felipe Scolari disseram durante os jogos da Copa do Mundo 2006, não poderia ser diferente. Parreira protestou contra o Fantástico, o Show da Vida (invasão de privacidade?) pela divulgação de suas falas. Contudo, depois da eliminação da seleção brasileira para a França, de forma melancólica e surpreendente, quem protestou veementemente foi a torcida brasileira de mais de 180 milhões de técnicos de futebol, sem que fosse preciso leitura labial alguma!
TV, imagem, moda, modernidade, influências e desdobramentos. Temas inter-relacionados, conectados aos novos tempos. O uso da programação e das imagens de figuras públicas é uma coisa ainda a se pensar e discutir. Todos querem ser famosos, quando ilustres desconhecidos. Após virarem celebridades, fogem dos ditos “paparazzis” (fotógrafos e repórteres inconvenientes, que procuram estar nos lugares mais inesperados para obter um furo jornalístico, uma foto escandalosa, uma fofoca de primeira mão).
Hoje, diante da sucessão de assaltos nos centros das grandes cidades e o sentimento geral de insegurança, algumas prefeituras estudam, outras já se anteciparam, em formas de dotar o centro de suas cidades com equipamentos tecnológicos de última geração em matéria de segurança. São câmeras inteligentes que vasculham as ruas à procura de situações suspeitas, filmando e fotografando placas de carros que ultrapassam o sinal fechado, assaltantes de bancos e de lojas, fazendo uma verdadeira varredura na cidade.
Entretanto, há ainda dúvidas da utilização dessas imagens captadas e capturadas pelo olho digital. “Os olhos e ouvidos do Rei”, referência histórica a rede de espionagem do rei Dario, da Pérsia, pode, com as imagens gravadas, serem utilizá-las como chantagem política, barganha e outros fins inglórios. Já imaginaram um prosaico bate-papo entre dois cidadãos sendo filmado e gravado? Só que esses dois personagens (ou apenas um deles) podem ser personalidades políticas ou artísticas e daqui a pouco esse troféu venha a estar no mercado negro, vendido a peso de ouro! Há que se criar uma legislação para isso, antes que alguém se intitule um Big Brother, tal qual na literatura de George Orwell, e seu livro 1984. Apesar do escritor inglês ter centrado sua história num futuro longínquo, quando a escreveu na primeira metade do século passado, Orwell não fazia um exercício de futurologia, e sim uma ácida e sutil crítica aos regimes totalitários que se instalavam na Europa em sua época – Hitler e Stálin, principalmente.
Realidade e ficção, duas formas hoje pouco discerníveis na programação da televisão aberta, sempre em busca de índices maiores de audiência. Não sabemos se os programas de “pegadinhas” são reais ou tudo armação. Nem sabemos se aqueles outros que exploram as desgraças alheias, de brigas de casais ao vivo, a cores e via satélite são de fato naturais ou pura invenção.
Voltando a leitura labial, lembro-me do Curso de Informática na Educação Especial, com 07 turmas de classes especiais da EEEF Barão de Cerro Largo, no município do Rio Grande-RS-Brasil. Projeto esse elaborado pelo NTE-Rio Grande, pertencente à 18ª CRE – Coordenadoria Regional da Educação, em parceria com as professoras da Educação Especial, do referido estabelecimento de ensino, no ano de 2005. Essas sete turmas (03 de alunos surdos, 02 de deficientes mentais e visuais e 02 de altas habilidades/superdotados) tiveram de setembro a dezembro de 2005, 20 horas/aula cada. Eu, como instrutor e coordenador do núcleo de tecnologia educacional passava, de forma simples e direta, as noções básicas sobre informática e utilização do microcomputador e as professoras direcionavam para atividades educacionais. Cada turma tinha sua percepção própria, tanto de mundo, como de aprendizagem. Mas as turmas de surdos foram as que mais exigiram uma troca entre instrutor, professoras alunos, pois esse instrutor não conhecia a LIBRAS – Linguagem Brasileira de Sinais, e as professoras tinham pouca ou quase nenhuma noção de informática. O que parecia ter tudo para fracassar, foi justamente o que nos uniu e exigiu o apoio mútuo para a superação desse desafio. Muitas vezes, além da tradução das professoras para Libras, do que eu passava sobre informática, tive que usar de mímica, linguagem pausada, facilitando a leitura labial por parte de alguns alunos das turmas. Esse projeto do NTE foi um desdobramento da projeto da escola, de inclusão de alunos surdos em classes regulares, selecionado pelo MEC com um dos relatos de experiências exitosas de Conselhos Escolares no país, já que sou também conselheiro escolar.
Quando chegamos com as sete turmas na parte sobre noções de Internet, com os surdos foi o momento de hesitação. De que forma explicar que Internet é a “rede mundial de computadores”, já que rede lembra pesca, mundial lembra globo e computador remete a figura de uma máquina?... Daí surgiu o escritor e poeta que há em mim e improvisei: "uma janela para o mundo", eis a definição básica para a Internet! E deu certo... Pois, cada aluno, ao abrir as páginas da net, as mais variadas possíveis (games, fotografias, carros, esportes, novelas, etc), sentia que estava abrindo uma janela de fato para o mundo, oras virtual, oras real.
Meu desafio futuro é aprender a Libras para não depender de um interlocutor para conversar com os alunos fora do espaço de aprendizagem, com dia e hora marcados. Enquanto isso, assim como Parreira, cuido bem do que digo no pátio ou em qualquer lugar onde possa ter uma câmera ligada... Risos... Essa leitura labial pode virar moda, depois da Copa do Mundo! Risos...
Parafraseando Jefferson, não o Roberto, mas o Thomas, ex-presidente norte-americano: "Sempre que você fizer algo, ainda que simples, faça como se o mundo estivesse olhando para você!" Premonição sobre as câmeras e a invasão de privacidade? Risos...

segunda-feira, julho 03, 2006

E o teu futuro espelha essa grandeza


Aproveitando o comentário anterior que fiz sobre a TV digital, utilizo a imagem acima (uma colagem de minha autoria, já que filho de peixe, peixinho é... pois meu pai é artista plástico autodidata, e breve, com os conhecimentos sobre blog, farei um especialmente pra ele).
Hoje, procurando justamente uma imagem pra ilustrar esse texto, sob o título de E O TEU FUTURO ESPELHA ESSA GRANDEZA (verso de nosso hino nacional), não pude de deixar de relacionar aos fatos ocorridos no dia 1º de julho, na Copa do Mundo 2006, na Alemanha, entre Brasil 0x1 França. Mais uma vez nadamos e morremos na praia, mais por desorganização e badalação do que por "salto alto". Olhem só, Modernidade, o tema de meu grupo 12. Moda (tema da colega Grede Brasillllll) desde camisetas, bandanas pro cabelo, chuteiras personalizadas a colares de ouro com a inicial do nome, enfim, modismos que influenciam a adolescência (tema da colega Gelsi). Atualmente o futebol incorporou o uso de recursos tecnológicos (tema da colega Aline Oliveira), como o ponto eletrônico facilitando a comunicação entre o árbitro e os juízes, para errarem em conjunto, pelo menos... Risos. E a televisão como aliada à educação (meu tema) é um formador de opiniões e personalidades. Como disse o artista plástico Andy Warhol: no futuro todos teriam seus 15 minutos de fama! Estaria ele prevendo os Big Brothers Brasis ou assemelhados?
Olhando essa colagem que fiz há mais de 6 anos atrás, impossível não achar o simbolismo com a época atual, e o momento delicado de nosso futebol. O jogador Bebeto (seleção de 1994), chorando na beira da praia, é um reflexo dessa geração vitoriosa em seus clubes, multimilionários, mas que num esporte que é coletivo, não souberam dar o show de bola esperado, sequer jogar o "arroz com o feijão".
Li numa revista semanal, dessas de grande circulação, que o valor de nossa seleção de futebol é calculado em torno de 1 bilhão de reais (não recordo se em valor de passe ou de salários). Nossa, nem sei quantas mega-senas (ou megassenas?) acumuladas dá isso tudo! É uma cifra astronômica e incalculável pra quem vive de salário-mínimo! E pra maioria da população brasileira é um luxo salário-minimo, carteira de trabalho assinada, férias, etc. Só pra terem idéia, o condomínio que moro, com 48 unidades habitacionais, teve seu custo orçado em 1 milhão de reais. Imaginem, quantas casas populares, quantas cestas básicas e frentes de trabalho são possíveis com UM BILHÃO. Quanto disperdício pra apenas um esporte que, não sejamos ingênuos, gira com muitos interesses excusos, dentre eles a lavagem de dinheiro de diversas origens, através de negociatas entre grandes clubes e grandes jogadores...
Futebol é esporte apenas!?! Mas alguns jogadores, fenômenos ou não, têm pinta de superstars. Mas, passada a derrota, parte da imprensa esportiva que os colocou no Olimpo, agora os coloca no Inferno de Dante. Nem 8 nem 80! Lembremos que C.A. Parreira venceu o tetra, graças a valentia de Dunga, Branco fazendo um belo gol de falta contra a Holanda, e Taffarel defendendo pênaltis. Ah, e sem falar no erro de Baggio!!! Mas parte da imprensa jura que foi Romário sozinho que ganhou a Copa pra nós. Esquecem também que Parreira, apesar de seu defensivismo exacerbante, foi vencedor e jogando relativamente bem a Copa das Confederações e a Copa América, em 2005, só que com o time B, sem os medalhões...
Que lições tiramos de mais um desastre (de uma "Crônica de uma morte anunciada"), quando parecíamos futuros campões? Que o jogo é pra ser jogado em 90 minutos e prorrogação, se tiver, e ninguém ganha nada antecipadamente sem esforço, salvo alguns políticos profissionais, é óbvio, e suas negociatas em licitações. Que Cafu, Ronaldo Nazário e Roberto Carlos, jogaram só na griffé (moda). Que o tal Quarteto Mágico era formado por Dida, Lúcio, Juan e Zé Roberto. Que só no futebol um time com grandes individualidades pode perder pra um time mediano, com o grande organizador: Zinedine Zidane. Que, como dizia minha avó, caldo de galinha e humildade não fazem mal a ninguém, em é preciso utilizá-los com moderação. Por fim, que apesar da "terra arrasada" por parte de uns, o nosso futuro ainda espelha a nossa grandeza. Pentacampões, único país que ganhou em 3 continentes, mas que perdeu na própria casa, quando organizou a Copa em 1950. Relatos da época - não sei se li em O Anjo das Pernas Tortas, biografia de Mané Garrincha, escrita por Ruy Castro, ou em O Anjo Pornográfico, biografia de Nelson Rodrigues, do mesmo autor -, diziam que a cartolagem e a politicagem daqueles tempos invadiu a concentração canarinho às vesperas da final, todo mundo querendo tirar foto ao lado dos futuros campeões. Aquela história do "já ganhou", pelo jeito é mais antiga e recorrente que nossa avó e bisavó. E que nem naquele ditado: tudo acontece, primeiro como tragédia, e depois como farsa.
Futebol e política fazem o casamento mais duradouro de que tenho notícia. Se olharmos bem, lá estão eles, políticos como dirigentes esportivos e vice-versa. Taí a explicação para a nossa ancestral desorganização tanto na sociedade como entre as quatro linhas de um gramado.
Mas uma coisa é certa: essa derrota mostrou-nos que já foi a época que um Mané ou um Pelé resolviam sozinhos as coisas que os demais bagunçavam nos bastidores.
Qual papel da televisão nisso tudo? O clima de oba-oba, tanto dos comentaristas como narradores-torcedores, as propagandas ufanistas de cerveja a refrigerante, tudo isso acaba refletindo em campo. O futuro espelha tanto a grandeza como a soberba!
Se olhamos a maioria dos jogadores brasileiros, exceto Kaká, talvez, sejam egressos da periferia das grandes e pequenas cidades brasileiras, que driblaram com o grande talento um futuro de miserabilidade e quiçá criminalidade. Já por si só são os vitoriosos...
Se avaliarmos o que a sociedade fez por eles (quase nada), ou por outros menos dotados futebolisticamente, fica impossível querer que esse craques que prezam seus contratos multimilionários com grabndes clubes europeus tenham amor à camisa, como tiveram outras gerações. O romantismo no futebol já passou e pelo jeito não volta mais...
O jogador francês Thierry Henry, declarou antes do jogo que "os brasileiros jogavam bem pois não gostavam de estudar, preferindo jogar bola" e que eles, os franceses não tinham esse tempo todo, segundo ouvi comentáros de terceiros e "quartos-zagueiros"... Não sei se ele agiu com preconceito ou desinformação. Muitas pessoas falam muito no e do futebol, poucas dizem algo que possa se aproveitar às gerações futuras.
Ronaldinho Gaúcho, o melhor jogador de futebol do mundo, por 2 anos seguidos, também dizem é fera no futebol virtual, seja no videogame como no computador. Pena que a sua passagem pela Alemanha, bem como de toda a seleção brasileira tenha sido quase virtual. Outras chances terão de buscar o hexa, desde que aprendam a lição - eis ai, quem sabe, o grande papel da educação: além de dar instrução e cidadania, criar uma identidade nacional... O macrocosmos é reflexo do micro... cosmos e do computador... Reinicializemos urgentemente a discussão! Ctrl+alt+del.

O futuro na sua tela

Dentro da proposta de pesquisa do Projeto de Aprendizagem do Grupo 12 - turma 2 - PROARS, que trata do tema básico MODERNIDADE, em que minha idéia é pesquisar sobre o papel da televisão como aliada da educação, em encontrei uma reportagem especial na Zero Hora, do dia 29/06/06, págs. 4 e 5, sob o título de O FUTURO NA SUA TELA.
No texto, encontrei subsídios interessantes e alguns desmistificadores. Resumindo, já que pretendo abordar isso mais detalhadamente no projeto em si, posso adiantar o seguinte:
Primeiro, os telespectadores que têm TV convencional e não podem adquirir uma digital, nem tampouco um conversor para recepção da nova tecnologia que entrará em funcionamento daqui um ano, terão mais 10 anos para captar o sinal analógico (atual). Portanto, os menos favorecidos poderão ainda continuar assistindo a sua TV básica e sem muitas alternativas de entretenimento (com muitas pegadinhas, videocassetadas e cópias baratas do programas doutros países), sem precisar desembolsar de R$ 150 a R$ 500, que é o preço de um conversor que decodifica o sinal analógico para digital. Aberlardo Barbosa, o Chacrinha já dizia: "Na TV nada se cria, tudo se copia", parafraseando Lavoisier, se não me falha a memória.
Segundo, mesmo quem já possui Tv de plasma ou LCD precisará do conversor.
Terceiro, TV digital não é mesma coisa que TV de alta definição, também chamada de HDTV, que melhora a resolução da imagem (hoje a TV analógica possui 480 linhas horizontais e âgulo da visão de 10 graus; a TV digital terá até 1080 linhas horizontais e ângulo de visão de 30 graus).
Terceiro, a TV digital proporcionará maior interação com o telespectador; maior qualidade de vídeo e áudio; possibilidade de transmissão da programação parar terminais móveis e portáteis, como laptops, PDAs (ainda não sei o que é, risos...) ou celulares; possibilitará ainda a transmissão de um programa em alta definição ou quatro em definição padrão (ainda que a programação da tv continue a mesma, com a exploração das misérias humanas, o sensacionalismo e o consumismo, isso é comentário meu!).
Quarto: em relação a interatividade as TVs poderão oferecer: guia de programação eletrônico (como já é feito pelas TVs a cabo); escolha de câmeras alternativas em eventos como jogos de futebol (aiii, nem lembra de futebol, seleção canarinho, Zinedine Zidane dando show... risos); informações sobre produtos na tela, tipo: como comprar carro usado pelo personagem da novela (ou seja, um merchandising mais direto, e não subliminar, como nas novela fazem, comentário meu também!); e, por fim, notícias, dados sobre artistas e filmes, previsão do tempo em formato de texto.
Quinto, os DVDs e videocassetes não sofrem nenhuma alteração quanto a mudança de sistema; e que nenhum aparelho celular brasileiro atulamente no mercado é capaz de sintonizar a TV digital. Imaginem só a corrida pra troca de aparelhos daqui um ano!!! Hoje celular é usado pra quase tudo (ouvir música, mandar torpedo, emails, jogar...), e inclusive falar com alguém, mas não necessária nem obrigatoriamente (risos).
Concluo, ainda de forma preliminar, que pro público em geral, que não tem acesso a TV a cabo, deverá ser uma, não digo ainda revolução, mas uma sensível melhoria. Mas, se a busca pela qualidade da grade de programação, de pouco adiantará avanços tecnológicos para assistir as mesmas coisas de sempre, de novo, novamente, outra vez...
O jeito é aguardar pra ver o resultado dessa novidade, que espero seja de fato inovadora.
Que entre o controle remoto e o remoto controle que fazemos sobre essa programação, saibamos que existe vida além da televisão! Saber discernir entre o virtual e o real...