quarta-feira, outubro 27, 2010

Autobiografia de Erico Veríssimo: a consciência do fazer literário (dissertação)


Acima, a íntegra de minha dissertação de mestrado em Letras (FURG -2010), área História da Literatura, em que analisei a autobiografia de Erico Veríssimo, Solo de clarineta, com enfoque literário.
Através da dissertação, demonstro como o autor, que também é o narrador e a personagem da própria história de vida, utiliza-se dos mesmos recursos da ficção, dividindo a autobiografia em capítulos e subcapítulos, semelhantes a contos e crônicas, deixando um efeito de estranhamento para o final de cada pequeno texto, ora com tiradas bem humoradas, ora com confidências comoventes.
Seu relato é autêntico, mas a estrutura usada pra contar a história de sua existência é literária. E o autor cruz-altense tem consciência disso.
Esta foi a terceira vez que me debrucei sobre Solo de clarineta. Em 1982, ainda no ensino médio, como um leitor ingênuo, descobrindo o universo literário do autor de Clarissa, Música ao Longe, Caminhos Cruzados e outros clássicos; em 1986, na especialização em História do Rio Grande do Sul: sociedade, política e cultura (FURG), em que analisei a figura do gaúcho típico e seu arquétipo através da obra de Erico Veríssimo (sua autobiografia e a trilogia O Tempo e o Vento); e, por fim, em 2010, pelo mestrado em Letras(FURG).
Não descarto, no futuro, uma quarta expedição, tornando a reler com outros olhos o mesmo texto autobiográfico deste autor que fecundou em mim o gosto pela arte, cultura e literatura.
Veríssimo diz em Solo... que Monteiro Lobato era um desses autores fecundantes que inspiravam outros autores. Erico também foi pra mim um desses autores, que influenciou uma geração de escritores, não apenas do Rio Grande do Sul. Se tornei-me também escritor e poeta, devo, em parte, ao pai de Clarissa...

Borboletas de Zagorsk (documentário da BBC - 1992)


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=bA_GMtqUGeQ&feature=player_embedded


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=cTvvzBwhwvs&feature=related


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=NfkBsj2w0uA&feature=related


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=vLDROI206lw&feature=related


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=aLQ1wSbc_xY&feature=related


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Snn6YixcU4U&feature=related

Reproduzo abaixo, na íntegra, indicação do video acima BORBOLETAS DE ZAGORSK, feita pela coleg'amiga Elis Zampieri, professora da educação especial, em Curitibanos - SC - Brasil, editora dos blogs Sobre Educação e Et Cetera; e colunista do portal INCLUSIVE.

BORBOLETAS DE ZAGORSK, por Elis Zampieri:

Borboletas de Zagorsk é um documentário produzido pela BBC em 1992 que trata do trabalho desenvolvido em uma escola russa com crianças surdas e cegas inspirado nos estudos de Lev Vygotsky. A obra tem 40 minutos de duração e se passa na cidade de Zagorsk, a 80 km de Moscou.
Em seus estudos sobre a defectologia, Vygotski traz a ideia da compensação segundo a qual as pessoas com deficiência utilizam seus sentidos sadios para compreenderem o mundo, isto é, desenvolver seus sentidos normais para compensarem seus sentidos perdidos ( visão, audição, etc. )

Segundo a prof. Elisângela Zampieri:

O documentário reforça a importância da mediação e a crença de que todas as pessoas, independente da idade e da condição física ou intelectual, são capazes de aprender. Concepção esta também retratada na teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural do educador Romeno Reuven Feuerstein. Com a conhecida frase: "Não me aceite como eu sou", Feuerstein desafia o educador a planejar e propor ações que possibilitem ao sujeito relacionar-se com seus pares, sem que esta relação seja permeada pelo atributo da incompetência por acreditar que não se pode prever, nunca limites para o desenvolvimento humano.
Borboletas de Zagorsk é a evidência disso.


Observação do editor do Educa Tube:

Sou testemunha do que o documentário mostra e a Elis comenta, pois de 2005 a 2007, coordenei Projeto do Informática na Educação Especial, quando foi coordenadora também do Núlceo de Tecnologia Educacional (NTE) Rio Grande, da 18ª CRE, desenvolvendo o referido projeto em parceria com as professoras da educação especial da EEEF Barão de Cêrro Largo, de Rio Grande - RS - Brasil.
Na época, o projeto cooperativo e colaborativo, entre professores e alunos da ecucação especial e os multiplicadores do NTE, demonstrou as inúmeras possibilidades de aprendizagem de alunos portadores de deficiência nas áreas visual, mental, física e auditiva, tendo as tecnologias como uma aliada nesse processo de ensino-aprendizagem. Além desse projeto, participei em parceria com professoras dao ensino regular em turmas inclusivas.
Destaco alguns situações que vem de encontro ao que o documentário apresenta:

Na deficiência visual, atendi certa vez um aluno cego que recebi atendimento em sala de recursos da professora especialista nessa área, e o ensinei a usar o programa dosvox, que permite o uso do computador por alguém com deficiência visiual, seja o editor de texto, jogos e até mesmo a internet. Na questão desta, não sabia como configurar a mesma, e o o aluno H. me repassou o telefone de um amigo dele D., que também cego, era técnico em informática e morava no estado de São Paulo. Por telefone, e depois por MSN, D. ensinou-me a configurar a internet no dosvox, que pode ser baixado gratuitamente, no link abaixo.

DOSVOX

Na deficiência mental e auditiva, em projeto em turma inclusiva de 4ª série do ensino fundamental, eu a a professora regente de turma, percebemos como a aprendizagem funcionava de forma surpreendente, pois a aluna J., com deficiência mental, aprendera rapidamente Língua Brasileira de Sinais (Libras), para se comunicar com seus colegas surdos, enquanto tinha dificuldade na questão do raciocínio matemático. E os alunos ouvintes também aprenderam facilmente a língua de sinais para se comunicar. Que a aprendizagem funciona de forma muito similar entre alunos portadores de deficiência ou não, e que as tecnologias são um grande aliado para ambos.

Não importa se somos professores ou alunos, se temos deficiência ou limitações, todos temos nosso tempo particular de aprendizagem, e muito desta depende da dedicação e profissionalismo do educador e da dedicação e persistência do educando.

Observação: Posatagem acima, publicada originalmente no blog Educa Tube.

domingo, outubro 24, 2010

Aprendendo História com o jogo Age of Empires



Reproduzo abaixo, a íntegra de mais uma criativa e original iniciativa do coleg'amigo Michel Goulart, de Criciúma - SC - Brasil, editor dos blogs História Digital, Games Históricos e Filmes Históricos.
Michel, além de educador é músico e utiliza-se de diversos games em seu fazer pedagógico. Um exemplo de educador do século XXI.
Vejam abaixo a atividade feita com alunos e visitem o História Digital; um dos ambientes de aprendizagem em rede, que sempre indico aos meus cursistas, pela relevância, criatividade e originalidade de suas propostas pedagógicas, utilizando-se das tecnologias em geral.
As modernas estratégias de uso das tecnologias e das mídias no processo de ensino-aprendizagem requerem que o educador conheça e replique em parte o mundo do alunado, em que música, jogos, dança etc fazem parte visceral, umbilical...

APRENDENDO HISTÓRIA COM AGE OF EMPIRES, por Michel Goulart

Desde que me conheço como professor de História, sempre gostei de usar diferentes recursos no processo de ensino-aprendizagem. Por isso criei este blog, para explorar novas possibilidades, dentro do conceito de história para ler, ver, ouvir e até jogar.

Neste sentido, há algumas semanas atrás, pedi para meus alunos reconstruírem batalhas ou civilizações da antiguidade, utilizando o mais famoso game de estratégia de todos os tempos: o Age of Empires. Para isso, os alunos deveriam utilizar o sistema de criação de cenário (scenario builder) e montar uma apresentação no powerpoint com informações históricas e imagens do game.

Aqui está um exemplo da utilização do game. Os alunos do Colégio Energia, reconstruíram de forma muito bacana a Guerra de Teutoburgo, que ocorreu na Germânia em 9 d.C.



É claro que o sistema de criação de cenários tem limitações, o que impede a inserção de elementos importantes, como as tribos germânicas, por exemplo. Mas isso não compromete o resultado final e ainda estimula a pesquisa.

Fonte:
http://www.historiadigital.org/2010/10/aprendendo-historia-com-age-of-empires.html