sexta-feira, agosto 25, 2006

O Tempo somos nós

O título desse texto é inspirado na foto ao lado de Virgílio Amorim, que tem exatamente esse nome "O Tempo somos nós", e ao achá-la no site 1000 imagens, não pude deixar de copiá-la pra anexar no meu blog, pois a mesma representa muito a educação atual: o novo e o velho. O jovem e o adulto. E a transição entre as gerações, através da tecnologia educacional...
Ao lidar, tanto com jovens como adultos, percebo como a intercomunicação entre as gerações hoje é tão difícil, muito devido justamente ao TEMPO, ou melhor, a falta dele...
Vive-se em função do relógio - tipo aquele quadro do Domingão do Faustão: "Se Vira nos 30"... O jovem não entende o velho, que não entende o jovem, que não entende o velho, feito uma dízima periódica. Noutro dia assisti uma cena emblemática: "Senhora bem idosa, andando com muletas, vindo do supermercado, sendo acompanhada a distância por um jovem entregador do estabelecimento comercial, empurrando um carrinho cheio de sacolas. Os dois sem se falar, sequer se olhar... Cada um, quiçá, pensando consigo, que assunto eu posso falar com esse guri, com essa senhora??? Uma cena que me deixou pensativo e melancólico." A educação, muitas vezes está nesse estágio também: O professor não integrado aos novos meios de tecnologia, sente-se meio que distante da geração videogame, orkut, RPG, MSN, chat e tudo mais... O jovem, por sua vez, cada vez mais "plugado" ao mundo virtual (com fones de ouvido, muitas vezes cego, surdo e mudo ao que se passa ao redor), em comunidades de jogos e bate-papo, não tem a paciência pra ensinar ao pais, mãe, tio, avós como se mexe no computador pessoal... E ai continua a briga, tipo cabo-de-guerra entre as gerações. Sem um ceder um pouco em função do outro, e da convivência harmoniosa em sociedade (e isso serve também pros políticos, os casais, e todos mais), nunca poderemos explorar as possibilidades científicas, tecnológicas e sociológicas que a vida em sociedade pode oferecer.
Assim também acontece em salas de aula, nas escolas e outros locais. O eterno choque de gerações... Duas citações de grandes escritores nos ajudam a refletir sobre a educação. Dois autores um estrangeiro, e da era Vitoriana (séc.XIX) e a outra citação atribuída a um brasileiro, do séc. XX.
"A educação é uma coisa admirável. Mas é sempre bom lembrar, de tempos em tempos, que nada daquilo que realmente vale a pena saber pode ser ensinado", Oscar Wilde (dramaturgo irlandês).
"Brincar com criança não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor a formação do homem". Carlos Drummond de Andrade (poeta brasileiro).
Dois pontos de vista de quem está fora da educação, mas tão avassaladores e atuais, se observarmos com cuidado determinados locais. Para refletir e aprofundar o debate.
Ah, enquanto há Tempo, arranjem um tempinho pra conversar com os amigos, os parentes, os vizinhos, os conhecidos e até os ilustres desconhecidos nas filas de banco, supermercado, etc, pois, pode não parecer, mas dentro de cada ser humano há um pequeno universo desconhecido à espera de uma descoberta... Bom fim de semana a todos!

Revista Nova Escola



Colegas, a revista Nova Escola de janeiro/fevereiro 2006 traz na capa matéria intitulada LIGUE A TV: ela prende a atenção e desenvolve a memória e a imaginação da garotada.
Trata justamente de meu Projeto de Aprendizagem sobre a Televisão na Sala de Aula (como uma aliada da educação).
Na chamada interna tem o subtítulo: "Liguem a TV: vamos estudar! Novelas, seriados, noticiários e desenhos animados para introduzir ou aprofundar conteúdos curriculares".
Diz ainda que "qualquer programa de televisão pode ser usado na sala de aula para introduzir ou aprofundar conteúdos e para discutir valores e comportamento".
Uma interessante matéria que todo professor que assine ou tenha na biblioteca escolar um exemplar deve ler, pois traz experiências de vários educadores, dentre eles: Keila, professora de EJA (Educação de Jovens e Adultos) da Escola Trajano Chacon, no Recife-PE, que utiliza "propagandas para motivar os alunos a aprender conceitos matemáticos"; Carlos Nascimento Júnior, do Colégio Pentágono, em São Paulo, usa "desenhos animados como tema de jornal interno da escola" e a professora Simone, da 4ª série da Escola Egon Schaden, em Francisco Morato (SP), que "no final do projeto sobre o trabalho infantil, com seus alunos interpreta apresentadores de telejornal e de comerciais, repórteres e cinegrafiastas e que os alunos aprendem como a televisão é feita".
Uma matéria imperdível. Revista Nova Escola: www.novaescola.org.br

sexta-feira, agosto 18, 2006


Colegas, estive com problemas para acessar meu blog. Mas agora consegui resolver a questão, mas "não me perguntem aonde fica o Alegrete" nem como consegui. Foi mexendo e remexendo. Risos. Muito experimental mesmo. Às vezes na tecnologia como na ciência as descobertas ocorrem por acaso. Existem casos e casos famosos sobre isso. Mas o importante é que nessa sétima semana de curso, temos podido ler relatos de colegas, suas experiências de vida e profissional, seus projetos e suas visões de mundo, aliado ao material disponibilizado pelo curso. Saber como lidar com toda essa informação é o grande desafio. Um abraço forte e parabéns aos colorados de Norte a Sul do Rio Grande do Sul, do Brasil, da América e breve, do mundo (risos). E aos gremistas fanáticos, só peço que desliguem a secadora de roupas... Abraços.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Control & Verso


Informo aos navegantes que criei outro blog, batizado de CONTROL VERSO, justamente pra dar vazão ao meu lado literário, fazendo uma "controvérsia" e uma provocação construtiva do cotidiano, com artigos e poemas de minha autoria, aliados a imagens, fotografias e colagens. O control também é influência não apenas da tecnologia, mas também uma referência a esse curso de especialização que participo e que muito tem me auxiliado, inclusive na possibilidade de ter podido criar esses dois blogs. Portanto, estejam convidados a visitar o http://controlverso.blogspot.com e postar lá suas contribuições e comentários. Obrigado. E hoje, VIVA O COLORADO!A Maré Vermelha vai conquistar a América!

segunda-feira, agosto 14, 2006

Televisão e habitação

Televisão e habitação: 50 anos depois. Sem dados estatísticos para estabelecer conexões, depende-se muito da intuição. Mas público e notório são dois fatos geradores, surgidos na década de 1950, que acabaram refletindo, não só no comportamento dos indivíduos, mas na própria sociedade brasileira atual.
Não me reporto ao Brasil, enfim, campeão mundial de futebol (1958), mas a fatos sintomáticos: o surgimento da televisão e o êxodo rural rumo às cidades, com a crescente industrialização do país, decorrente da Revolução de 1930. A partir do governo JK (1956-1961), implantam-se grandes montadoras de automóveis; ocorre o sucateamento da via ferroviária, em detrimento da malha rodoviária, que no futuro, sem a devida manutenção, acabará em buracos, crateras quase lunares (sic), acidentes, custos de frete, pedágios etc. Imita-se o que não dá certo no Primeiro Mundo, porém experiências proveitosas - ferrovia utilizada como meio de transporte de cargas e de passageiros, além do turismo -, não são discutidas. Reforma agrícola (fixando o homem no campo, subsidiando prejuízos com seca, temporais etc), antes da agrária, poucos abordam. Reforma penitenciária, seguindo modelos eficientes, não dá voto. Vale mais dotar o inseguro centro das cidades com câmeras espiãs, a título de proteger o cidadão.
Questão existencial ou estrutural? Com o imenso êxodo rural em direção às grandes e médias cidades, estas acabaram, sem planejamento nem infra-estrutura, não crescendo, apenas inchando. Explosão demográfica e bolsões de miséria na periferia surgiram do dia pra noite. Nas zonas centrais, prédios antigos (sem conscientização do valor histórico por seus donos) ruíram ou foram colocados abaixo, para serem levantados os chamados “espigões”, frutos da especulação imobiliária. E os condomínios horizontais (vilas arborizadas de casas padronizadas) acabaram dando lugar a prédios e mais prédios onde os vizinhos se “engavetam” sem se ver nem conviver. Alguns condomínios verticais possuem mais apartamentos e inquilinos do que cidades interioranas têm de casas e habitantes.
Ao final da II Guerra Mundial (1945), quando os soldados voltaram pra casa, encontram suas mulheres e namoradas trabalhando nas indústrias e no comércio. Mudou o perfil da família brasileira. Antes ao marido cabia o provimento da casa. A mulher era a dona do lar; e os filhos, se homem, estudava para ser doutor, se mulher, pra ser prendada. Depois da ruptura desse modelo (anos 1960, com a revolução sexual) todos, por causa do aumento custo de vida e da baixa renda familiar, precisaram trabalhar. A mulher passa a competir no mercado de igual pra igual. Mecanização e informatização diminuem vagas; trabalhadores, marginalidade e violência crescem em progressão geométrica e aritmética.
A construção de Brasília; depois, no regime militar, hidrelétrica de Itaipu, usina atômica de Angra dos Reis, estrada Transamazônica, e outras obras, entre essenciais e faraônicas, tornaram eterna a dívida externa. Em 1970, a televisão brasileira censurada passa a invadir a rotina da família, com desenhos e seriados americanos (hoje sabemos mais dos EUA do que dos desunidos estados brasileiros e suas guerras fiscais). Percebe-se a força da TV na vida das pessoas, quando do capítulo final da Novela das Oito (o mais valioso produto interno bruto, padrão exportação!), que catapulta o jogo de futebol televisionado pras 22 horas. A volta pra casa ocorre na insegura “Sessão Coruja”. O próprio futebol torna dia útil em feriado, se a seleção brasileira ultrapassa fases na Copa do Mundo.
Para contextualizar-se a mudança do estilo de moradia na vida das pessoas, precisa-se buscar no fundo do baú (da Felicidade!) origens, fatos e imagens dessas mudanças. Radiografia social faz-se necessária. Crianças em condomínios fechados de apartamentos reduzidos e nas escolas também sem espaço, são o trágico reflexo no espelho do dia-a-dia, na educação e na sociedade. Não há mais praças nem espaços pra jogar bola ou tempo pra conversar diante da TV ligada. As moradias mudaram: pais, filhos e a sociedade também. Muitas vezes, a televisão substitui “sem querer querendo” pais e professores.

quinta-feira, agosto 10, 2006

A qualidade social da educação

A educação brasileira e seus desafios. Segundo Horácio F.dos Reis Filho, do Ministério da Educação (MEC), os principais são: garantir a ampliação e o acesso de todas as etapas da Educação Básica às crianças, jovens e adultos, aprendendo a consolidar políticas em busca da qualidade social da educação; contribuir com o fortalecimento dos sistemas de ensino, que têm dificuldades na organização e no enfrentamento das demandas educacionais; funções docentes exercidas por alguns professores não habilitados; baixos salários; analfabetismo e analfabetismo funcional, entre outros.
Em painel sobre Política Nacional de Gestão da Educação (Seminário Internacional de Educação - Brasília, abril/2006), assisti exposição do embaixador da Finlândia Hannu Uusi-Videnoja, sobre a escola abrangente (ensino fundamental), instalada em 1970 em seu país. A Finlândia possui 52 milhões de habitantes, área equivalente ao estado de Goiás e 5,8% do PIB destinados à Educação. O ano escolar possui 190 dias letivos. É garantido o acesso à educação, e o ensino é obrigatório até os 16 anos. 20% da hora/aula são dedicados a estudos opcionais para o aluno. Não há sinais (sineta, buzina, chamamento) para entrar em aula, tanto para o aluno, como o professor. Não há utilização de Nota e sim auto-avaliação. 95% de cada faixa etária iniciam estudos superiores, sendo enfatizado o estudo de idiomas estrangeiros (idiomas oficiais são o finlandês e o sueco, esse 6% da população). No 3º ano da escola é oferecido o primeiro idioma estrangeiro, no 7º ano o segundo. São 24 alunos por faixa de idade, no máximo, em sala de aula. 70% dos professores são mulheres. Alunos com necessidades especiais são abrangidos pelo ensino comum, há a inclusão de alunos deficientes mentais. O treinamento de turmas especiais leva ao Mestrado em Educação – Pedagogia Principal, como requisito. Enfim, a carreira do professor é atraente, motivada e excelente, nas palavras de Hannu, e não poderia ser diferente, em vista desses dados de Primeiro Mundo.
Dadas as devidas proporções, levando em conta aspectos geográficos, políticos, econômicos, históricos e culturais, esse pode ser o modelo ideal de escola de qualidade, mas para o povo finlandês que vive num dos países mais ricos do mundo, sem crises econômicas, políticas, éticas ou morais, sem problemas estruturais ou de gerenciamento da “coisa pública”. Comparar povos e situações diversas não é o ideal, mas apenas um parâmetro. Devemos nos comparar com os iguais e não os desiguais, mesmo que a “desigualdade”, no caso finlandês, seja paradoxal.
Ao vermos a realidade do Terceiro Mundo, em que a avaliação escolar ainda é uma das formas de exclusão, reprovação e evasão; que os transportes coletivos caóticos, mal fiscalizados (alguns parcialmente monopolizados, em cidades do interior) impõem uma série de restrições ao uso da carteira de estudante, dificultando a aquisição do passe escolar (além do atestado da escola, entidade com fé pública, é preciso relação de alunos matriculados, atrelando o poder público a mero “informante” do serviço concedido); como então compararmo-nos com um local onde não é preciso chamar tanto alunos como docentes para a sala de aula, que não há infra-estrutura e planejamento a longo prazo? É questão cultural. E que deve vir da família, ser reforçada pela escola, e dado o exemplo diário pelos gestores e governantes.
Inexiste, abaixo da linha do Equador, projeto de Estado (com a participação popular), e sim de governo (com tentativas de democratizar o espaço público), e os governos mudam periodicamente (nos discursos, pré e pós-eleições), sem dar continuidade às mudanças necessárias, enquanto os agentes políticos se interessam via de regra mais pelo continuísmo no Poder. Dilema de difícil solução. Mudar para a Finlândia não resolve. Precisamos comparar experiências exitosas e adaptá-las, no que tange à nossa realidade social, em constante transformação.
Portugal, integrado à comunidade européia, rompeu com um modelo educacional similar ao nosso. Mutatis mutandis – mudar o que deve ser mudado, e não trocar seis por meia-dúzia, como usualmente é feito nesse país-continente ainda a ser “descoberto” pelo próprio povo. A Educação participativa é um dos caminhos.

quarta-feira, agosto 09, 2006

A Sociedade do Conhecimento

Ladislau Dowbor (www.dowbor.org), professor da PUC-SP, comentando sobre “Educação e desenvolvimento local”, em Seminário Internacional de Educação (Brasília, abril/2006), disse da necessidade de efetuar mudanças na dinâmica do processo educacional, definindo a educação como “o trabalho com o conhecimento, e o conhecimento o centro das mudanças”; e que o educador hoje está no centro do furacão. E todos aqueles que militam na educação, sabem como. Que “o problema central é a desigualdade e a pobreza”; e que “não se enfrenta a pobreza sem desenvolvimento”; que “não há desenvolvimento sem a participação da sociedade” e que “não há participação sem a população estar informada”; que a “Educação não se resolve de dentro da educação”. Há que se ter planejamento e participação popular. Hoje “evoluímos rapidamente para a Sociedade do Conhecimento” e “a telefonia celular se espraiou como fogo”. Falou de reportagem da revista New Scientific, sobre cidades pelo planeta que através de sistemas públicos de acesso a Internet, instalaram pequenas antenas retransmissoras em postes de luz, irradiando sinal ADSL (banda larga) no espaço urbano, via tecnologia wireless (sem fio), a preços populares, subsidiados por prefeituras em Washington, na China, no estado da Pensilvânia, em Piraí, etc.

Porém, ainda “falta em muitas escolas brasileiras o ‘Aurélio’”, nome popular do dicionário. A “Educação é luxo para um segmento da população”; “não há inserção da massa de jovens no mercado, muitos deles partindo para a verdadeira tragédia nas áreas como segurança, saúde e educação”; “a Educação tem papel de informador, emancipador”; “o analfabetismo é hoje medido pela capacidade de ler frases simples, e não o nível de conhecimento que a pessoa precisa ter para não se sentir excluído”. E quem percebe, por exemplo, o movimento nos caixas eletrônicos sabe bem do que Dowbor fala.

Diz ainda: “o conceito de gestão do conhecimento parte da visão de que a Escola não apenas leciona, mas articula o conhecimento onde está inserida”; que o “Brasil possui cerca de 5.500 municípios, e que há que se olhar para a base para que se crie efetivamente um nível de formação de recursos humanos para o desenvolvimento na região, através de parcerias entre escolas com empresas e instituições”. Falta, para Dowbor, “a apropriação do processo do Conhecimento, através da dinâmica da construção a partir do conhecimento local, para a mudança pedagógica e da realidade regional”, pois “sabemos muito sobre D. Pedro e nada de nossa cidade”. E o mais irônico: “Só se aprende sobre a realidade social a cada eleição, nos discursos dos políticos”. E pergunta: “Quando não se entende a nossa realidade, como se faz planejamento? Sobre qual realidade planejar?” A compreensão dos problemas locais inseridos na análise curricular, reconstruindo-o, é necessária, diz ainda.

E que “vivemos o reflexo da urbanização das cidades, iniciado entre 1950/60, quando 2/3 da população era rural. Atualmente no Brasil, 82% da população é urbana e as cidades não possuem sistemas eficientes da água e esgoto, infra-estrutura, sendo o espaço urbano de consumo coletivo. Na Suécia, 72% dos recursos públicos são gastos localmente, decididos pela comunidade. No Brasil, apenas 13%”. E o mais emblemático: “o prefeito está na linha de frente do problema, mas no último escalão do recurso”; que “a cidade exige processos colaborativos de cidadãos que não a conhecem”. Diz: “Em Porto Alegre, a prefeitura informa, através do mapeamento dos alvarás, sobre a quantidade de farmácias, padarias, etc em cada bairro onde alguém quer instalar um estabelecimento comercial”. Esse conhecimento ajuda ao comerciante escolher a localização, em função da concorrência acirrada ou não.

Por fim: “há o conhecimento disperso e fragmentado”; “a Biblioteca deve ter o conjunto de sistemas da região como base para os professores trabalharem de outra maneira, pois sabemos sobre o cálculo do PIB, e nada se o município evoluiu em qualidade de vida”. Em Jacksonville (EUA), “há relatório anual de qualidade de vida, com 22 indicadores definidos. Vota-se segundo resultados e não clientelismo. Deve-se sempre socializar as experiências bem sucedidas. E quem deve viajar é a informação e não as pessoas.

Observação: Foto-promocional da Universidade Ritter dos Reis, extraída de revista semanal.

sexta-feira, agosto 04, 2006

A rede lógica e a lógica da rede de computadores

Diz o bom senso que para todo empreendimento ser satisfatório e atingir os objetivos propostos, necessário faz-se a utilização de certa logística.
Na informática, a rede lógica refere-se a instalação técnica de fios e equipamentos que possibilitem o acesso de vários computadores entre si (intranet) num mesmo espaço físico, ou a distância, através da internet (a verdadeira janela virtual para o mundo moderno).
Entretanto, parafraseando Léa Fagundes: "laboratório de informática nas escolas impressiona mais a família", se não acompanhado de uma certa logística. Eis, às vezes, a rede "lógica" na distribuição de computadores, sem a devida capacitação, manutenção e atualização dos equipamentos (a logística) e dos recursos humanos envolvidos. E para que essa capacitação seja contínua, há que se estabelecer conexões lógicas entre os núcleos de tecnologia educacional, as cordenadorias e as secretarias de educação e o ministério da educação. É com esse objetivo de integração que existe o e-proinfo (MEC), ambiente virtual para capacitação a distância de educadores e servidores para posterior atuação com a tecnologia educacional nas escolas e NTEs.
A mudança dos paradigmas no processo de ensino-aprendizagem só ocorre, se houver uma conexão (banda larga ou discada, tanto faz, desde que veloz) entre a rede lógica de computadores e a lógica da rede pública de ensino.
Para que isso ocorra, depende-se essencialmente do multiplicador do conhecimento adquirido (gestor, professor, técnico, monitor, etc), não dependendo apenas de assinatura em termo de compromisso para retribuir o investimento sem ônus feito naquele servidor, mas que o seu compromisso seja voluntário, pois só assim romperemos com essa lógica, mal comparando, mas utilizando uma expressão popular de que "a carroça vem antes dos bois". Carro e condutor devem estar juntos à linha de chegada. Não se trata de competição, mas de mudança de paradigmas. Não há como se dar o carro e tempos depois exigir a carteira de habilitação. A habilitação e a qualificação devem estar conectadas a capacitação continuada. Devemos diminuir a distância entre a educação formal e a tecnologia (que deve ser apenas e tão somente encarada como uma ferramenta de apoio e nunca a receita para todos os problemas), ainda que seja pela educação a distância. A distância menor entre dois pontos é a educação de qualidade, seja pública ou privada, com lógica, planejamento e manutenção a longo prazo.

TV Educativa e a educação via televisão



Vive-se num país tropical e paradoxal. Por exemplo: A TV Educativa, de caráter público, com programação eminentemente cultural e como o próprio nome indica, educativa, é veículada para recepção por antenas parabólicas e TVs a cabo. A população desassistida e desprovida de recursos financeiros não pode adquirir antena ou arcar com a mensalidade de TV a cabo (variando entre pacotes de 30 a mais de 100 reais, dependendo do número de canais oferecidos). Quem pode assistir a TV Educativa é justamente aquele possuidor de acesso à educação de qualidade ou que pode aperfeiçoar-se às próprias custas. O cidadão, carente, do ponto de vista sócio-econômico, carente do ponto de vista educacional e cultural também está. Então, como muitas coisas públicas nesse país, criadas para (em tese) uma destinação ampla e irrestrita, acaba tornando-se restrita, justamente para quem não precisa de tal incentivo.

Mas, ironicamente, algumas TVs privadas, com fins lucrativos, possuem programas educacionais de boa qualidade, tipo Telecurso, em sinal aberto, veiculados a partir das 6 horas. A TV privada, se pago assinatura mensal, oferece também canais educacionais de ótima qualidade, como o Futura, com a sua recepção restringida aos assinantes. Ou, então, através de projetos e convênios, oferecidos às escolas públicas, via assinatura gratuita de sua TV a cabo.

Essas "inversões de polaridade", não apenas nas antenas parabólicas (para recepção dos sinais do satélite), servem-nos, não apenas como parábolas, mas paródias de uma realidade que quase sempre coloca a educação, a escola e o educador em xeque perante a sociedade. Quem educa quem? A quem deve competir, preferencialmente, o estímulo às práticas de ensino e aprendizagem? Televisão é educativa? As TVs Educativas não deveriam ter sempre abertos seus sinais? A televisão pode ser uma aliada da educação? Eis a pergunta que é a síntese de minha pesquisa atual nesta especilização em Tecnologia Educacional.

Aguardo manifestações, contrapontos ou justaposições de colegas ou interessados no tema.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Aviso aos navegantes!



Caros colegas, amigos e conhecidos, essa semana minha produção textual teve que ser direcionada para a outra especialização em História, Rio Grande do Sul: sociedade, política e cultura. Apesar de estar voltando de férias, não tive tempo pra ficar que nem a imagem ao lado, mas pelo trabalho acumulado e acumulando, estou numa briga de gato e rato (mouse) com o tempo. Semana que vem coloco em dia a produção textual sobre tecnologia educacional. Abraços.