sábado, maio 31, 2008

O comportamento espelhado e a sociedade


Caros visitantes, gostaria de refletir com vocês sobre um tema que já escrevi um artigo de opinião, publicado em jornal impresso aqui da região, em 17/03/2006. Mas o artigo intitulado "Comportamento espelhado", tinha como enfoque o esporte, e, em especial, o futebol, em que os astros da bola impõem um padrão de comportamento visivelmente refletido nos jovens, e a importância dos bons exemplos do esporte serem incentivados e os maus exemplos criticados, sempre.
Refletir é justamente sinônimo de espelhar... Toda a crítica é uma tomada de posição, não necessariamente contra algo ou alguém. A verdadeira crítica de costumes, além de analítica, deveria ser propositiva. Afinal, atirar somente pedra já é um comportamento espelhado por si só, desde os tempos bíblicos...
Tomando como base a própria pintura de Norman Rockwell (imagem acima), em que retrata uma menina observando-se no espelho, posso dizer (é afirmação minha, e não opinião catedrática), que a sociedade moderna tem a aparência de uma Velha Senhora, que julga-se uma Adolescente diante do espelho do tempo. A sociedade é como O Retrato de Dorian Gray: faz um pacto para não demonstrar seu envelhecimento, e todos que leram esse clássico da literatura mundial sabe bem o custo desse trato. Dependendo da concepção de tempo que tivermos (Santo Agostinho, Bakhtin, Einstein), teremos uma concepção (religiosa, literária, científica, etc.) de mundo também.
Os jovens, sejam filhos, alunos, colegas, se inspiram nos mais velhos - desde que o mundo é mundo. E estes dão exemplos que podem ser benéficos ou prejudiciais a uma criança em formação identitária. Nossa personalidade, desenvolvida até os 7 anos, segundo estudiosos, é fruto normalmente do meio em que vivemos e convivemos, em grande parte do tempo, antes de entrarmos para uma escola regular. Como sempre friso, os primeiros educadores que uma criança tem são seus pais ou responsáveis. Se o perfil da família contemporânea está fragmentado, fruto de uniões instáveis, o relacionamento e o reflexo desse jovem na escola e na própria sociedade será instável também. Não há como fugir à essa regra perversa, salvo quando a escola e os educadores - acima de suas atribuições profissionais - "adotam" esses filhos de ninguém, ainda que de pais presentes no espaço, mas ausentes no tempo de crescimento e desenvolvimento escolar e identitário. E essa ausência pode ser de corpo presente sim. Não precisa ser concreta, quanto ao espaço, mas sim quanto ao tempo dispendido por pais, responsáveis e educadores aos filhos/alunos. Um bom aluno, normalmente, espelha-se em um bom pai ou em um bom educador. É a lógica de um mundo mercantil, competitivo e individualismo ao extremo, em que a descartabilidade de coisas e gentes é vista a olho nu (até de Marte, se houvesse vida inteligente lá, como desconfio que até aqui não se possa afirmar com certeza tal situação, vide a destruição contínua do meio ambiente, nossa casa, nosso lar, nossa nave-mãe Terra!).
Sabemos de antemão que não apenas jovens são suscetíveis do espelhamento social. Basta perceber a quantidade de nomes de crianças, escolhidos por pais por conta de protagonistas de telenovelas (Jade, Dara, Sol, etc.); modas de saias de cigana, brincos de tal forma, calças de tal jeitos, sapats de tal tipo, e outros merchadising embutidos na programação televisiva. Grupos musicais se reproduzem mais que o ciclo de reprodução dos coelhos, fruto desse espelhamento buscando a fama, o sucesso e o dinheiro fácil, que é realidade para poucos. E por aí, vai o imenso espelho da sociedade, e seu comprtamento reflexo.
Se assistirmos ao noticiário ou lermos os jornais impressos, veremos na maioria deles, cópias uns dos outros, e páginas e mais páginas de um mundo caótico, que apesar de crimes violentos, bárbaros, cruéis e inexplicáveis; nesse ponto, não creio ser o espelho da sociedade, pois do contrário nem eu, nem você nem ninguém mais existiria para ler essa postagem. Não tenho tais dados oficiais, mas suponho que se utilizarmos como parâmetro a proporcionalidade entre a população a a taxa de crimes, evidentemente que a cada ano aumentam mais, comoa própria população. Mas se analisarmos percentualmente o que isso representa no universo da população, os psicóticos, os criminosos são minoria barulhenta, que a mídia em geral reflete em escala maior, muitas vezes para aumentar a própria audiência. Não é mostrado o outro lado da Lua na programação. Se calcularmos a quantidade de pessoas presas e outras tantas com mandado de prisão expedido, e vermos o que isso representa, por exemplo, no Brasil, no universo demográfico de mais de 180 milhões de habitantes; ou em escala menor, ver o que representa a quantidade de presos de uma cidade no levantamento populacional, perceberemos as distorções que todo espelho que se propõe a ser a imagem fiel do seu reflexo - mas não o é -, nos mostra como a verdade única e cabal.
Mas que há um comportamento espelhado em escala menor, isso há. Vejam só: quando a menina Isabella foi jogada do 8º andar (e que me desculpe o perito pago pela defesa do casal acusado e preso: tanto faz se a menina foi jogada de cabeça ou pelas mãos, pois existiu o crime hediondo e a morte brutal), dias depois outra menina caiu ou foi jogada de um prédio por seu pai; quando noticiam bebês jogados ao lixo, ou abandonados em lugar ermo, aparecem 2, 3 casos similares. Recentemente o condutor de um veículo foi preso por dirigir por mais de 3 km numa avenida de uma grande cidade brasileira e dias depois outro caso muito similar aconteceu. Não sou psicólogo nem psiquiátra, mas empíricamente posso creditar essas situações a pessoas desequilibradas e pouco originais, que no desespero ou no uso de substâncias ilícitas procuram de forma inversa chamar a atenção para si (ou estão realmente fora de si). Nesse caso, esse comportamento espelhado não é um reflexo da própria sociedade, mas de indivíduos desajustados emocional e socialmente.
Ah, como era bom meu tempo de infância e das Histórias de Faz-de-Conta, em que os espelhos, as bruxas e as madrastas não eram mais que personagens de pura ficção, e que seus equivalentes no mundo real não cometiam atos muito mais tresloucados e cruéis, que nem a mais pervertida das mentes poderia conceber. Nunca sei, na questão do comportamento espelhado, quem imita quem: se a vida à arte, ou se é tudo um trágico espelho inverso...
Observação: Imagem acima, quadro de Norman Rockwell, intitulado "Girl in mirror" (tradução livre minha: Menina no espelho), extraída da internet, do endereço
www.ithaca.edu/.../rockwell_girlatmirror_640.jpg

sexta-feira, maio 30, 2008

Avaliar por quê?


Estranhei o teor do artigo “Avaliar o quê? A professora, ora!” do professor e empresário Lírio Zanchet, publicado na ZH, de 25/5 - crítica áspera ao texto “Avaliar para quê?”, da profª. Sonia Veríssimo. Professar é exercer uma profissão e alguns confundem vocação de professor (magistério) com o sacerdócio (ministério); em que pese a última ser melhor remunerada.
Como educador, discordo de Lírio, que compara a escrita de Sônia ao “linguajar granítico de Rui Barbosa” e a “verborréia de Os Sertões, de Euclides da Cunha”. O primeiro foi jurista e exemplo de ética na política; o segundo, jornalista e literato, autor de obra monumental, unindo História e Literatura. Para se avaliar ou criticar, requer primeiro o exercício da autocrítica.
A educação do RS é destacada, em relação à maioria dos estados brasileiros - índice que perdura há décadas, não sendo fruto de governos e sim do próprio magistério gaúcho. Tal histórico, ao invés de críticas, necessita de reconhecimento do papel de profissionais que, sem condições ideais de trabalho nem o merecido salário, exercem suas funções dentro de limites e possibilidades.
Óbvio que o ideal do educador não é o mesmo do empresário, que se diz professor. No mundo competitivo e individualista, a concepção libertária provoca duras críticas daqueles que vêem a escola como extensão da empresa, formando mão-de-obra barata. Num sistema mecanicista, a informática e a tecnologia ainda não repuseram as vagas que eliminaram; por isso, contra-senso é criticar empregados de lojas que usam a calculadora, supostamente por desconhecimento da tabuada. No mundo venal, qual patrão aceita apenas cálculo mental?
A educação é o espelho da sociedade e não o contrário. Avalie-se, então, não apenas professores, mas gestores públicos e escolares, e também pais omissos. Afinal, o professor é o segundo educador que a criança tem. Educação bancária não resolve a crise ética da sociedade. Escola pública não deve se confundir com empresa. Já existe o ensino profissionalizante.
Se todo professor cumprisse apenas com o que rege o estatuto da profissão, nenhuma escola pública funcionaria a contento, pois, além de educadores, todos são meio psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, pais adotivos, de 30 ou mais alunos por turma, enquanto a própria família se diz impotente diante dos próprios filhos.
O magistério, como qualquer profissão, possui bons e maus servidores. Entretanto, dados indicam que os bons são maioria, sem a devida valorização, tanto de pais, gestores ou de professores com a visão empresarial, acima da professoral. A escola é o local da incorporação de saberes e do preparo para a vida, e não da mera execução de ofícios. A verdadeira ignorância, às vezes, não é desconhecer a tabuada, mas não calcular a medida das próprias palavras.

Observação 1: Imagem acima, extraída da internet, do endereço
http://www2.eb23-avintes.rcts.pt/avintes/cr/imagens/avaliacao7.jpg
Observação 2: O texto acima, de minha autoria, em versão adaptada (2.400 caracteres) para publicação em jornal impresso, foi publicado em sua versão original (4.800 caracteres), em 29/05/2008, no portal do CPERS - Sindicato , podendo ser lido pelo link abaixo:

Avaliar por quê?

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quarta-feira, maio 28, 2008

Premiação na Olimpíada de Matemática, em Passo Fundo (RS)


Ocorreu, dia 23/5, na cidade de Passo Fundo - RS - Brasil, a cerimônia de entrega de certificados e medalhas aos alunos premiados na 3ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática 2007, conforme apresentação em slideshow acima. Dentre eles, o ex-aluno da EEEF Barão de Cêrro Largo, de Rio Grande-RS e aluno-monitor do Projeto de Informática na Educação Especial, coordenado por mim, numa parceria entre o Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) Rio Grande/18ªCRE e as professoras da Educação Especial da referida escola. Marcelo Langhinrichs Cunha, que foi acompanhado no evento pela profª. Isabel Veleda, da classe de alunos portadores de altas habilidade/superdotação, atualmente é aluno do curso de Desenvolvimento de Softwares, do CTI-FURG, em Rio Grande, recebeu a medalha de bronze e certificado de participação, além de bolsa de iniciação científica do CNPq Jr. Abaixo, link (atalho) para reportagem do Jornal Agora, da cidade de Rio Grande, destacando a merecida conquista de Marcelo e da Escola Barão de Cêrro Largo. Marcelo esteve visitando, semana retrasada, a escola e o NTE, e conversando conosco, se prontificou - na medida do possível e de sua agenda cheia - em continuar como voluntário do projeto de inclusão tecnológica e social. Parabéns, mais uma vez ao Marcelo, pela conquista e pelo despreendimento educacional e social. Poder contar com a sua colaboração é um estímulo para todos, principalmente para seus ex-colegas e alunos-monitores da Escola Barão, parceiros nossos no Projeto de Informática na Educação Especial, como Eduardo, Pablo, Dilton, Jéssica, Felipe, entre outros, o que comprova o garimpo de talentos feito pela escola, e, especialmente, pela profª de classe de altas habilidades, a colega e amiga Isabel Cristina Rodrigues Veleda.
As inscrições para a 4ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática podem ser feitas através do portal (segundo link abaixo).

Raciocínio premiado

OBMEP

terça-feira, maio 27, 2008

Uma bagunça organizada...


Hoje, pela manhã, ouvi de um colega uma expressão que tive que anotar pra depois comentar no blog: "Uma bagunça organizada". Estávamos com um grupo de 30 educadores discutindo tópicos sobre um projeto envolvendo educação ambiental, que no momento oportuno tecerei mais detalhes, e Igor comentou da necessidade de, diante de muitas idéias interessantes, estabelecermos critérios de sistematização da dita "bagunça organizada". Aquela expressão me remeteu instantaneamente à imagem que alguém pode ter de minha prática educacional, se estiver fora do contexto que utilizo, junto com minha colega Janaina, no NTE Rio Grande/18ªCRE, para desenvolver projetos de aprendizagem com alunos do ensino regular e da educação especial. Se fosse num ambiente de Reality Show, e alguém de fora da educação ou mesmo dela, que não utilizasse como referencial teórico e prática escolar, bases do construtivismo, principalmente quanto aos princípios da flexibilidade cognitiva e da aprendizagem significativa, estranharia o fato dos alunos levantarem-se constantemente, indo sentar ao lado do colega que encontra dificuldades ou desconhece a sistemática de um jogo educacional, de algum software pedagógico ou não, de algum recurso tecnológico que usamos na prática escolar. Tal situação ocorre quando no segundo semestre de cada ano estabelecemos, além dos cursos de capacitação continuada em informática educativa com professores da rede pública estadual, também parcerias com professores de algumas escolas (em especial a EEEF Barãod e Cêrro Largo onde está implantado o NTE) e suas turmas, no uso do laboratório de informática.
Aqueles professores mais conservadores que não gostam que falem em aula, sem antes levantar a mão, que o aluno fique estático, em fila, quase robotizado, antes mesmo do advento da informática no ambiente escolar, não concordará com nossa postura. Mas, logicamente, nossa prática encontra suporte teórico, além de planejamento e adequação dos recursos tecnológicos para uma atividade específica. A aparente bagunça tem uma boa organização. Tudo depende da articulação, não apenas de saberes, mas de educadores e seus alunos, que interagem de forma colaborativa, tanto na pesquisa como na produção de conteúdos, que podem ser uma história em quadrinhos, uma apresentação de slides, o uso do Google Earth, etc. Para quem está de fora, pode parecer uma bagunça mesmo, mas afirmo que é uma bagunça organizada, em que todos interagem e atuam como sujeitos e agentes da aprendizagem.
Observação: Foto acima, eu e meu filho Allan (3 aninhos), e a bagunça organizada de minha escrinhaninha e estante em casa, com pilhas de livros do mestrado em Letras, outros livros, papéis, revistas, jornais sobre tecnologia, história, etc. Enfim, uma quantidade de coisas que se alguém tirar do lugar eu não me acho mais. Ou levo uma eternidade pra reencontrar. Mas nessa bagunça, por incrível que pareça, eu sempre me encontro, desde que o Allan (nome dado em homenagem ao escritor Edgar Allan Poe) não resolva brincar, rabiscando e recortando (aiaiaiai) o meu material. Por isso a pilha sobre a estante (do outro lado, fora do foco) está quase atingindo o teto do apartamento. Risos.

segunda-feira, maio 26, 2008

O corte transversal da sociedade


O título desta postagem, é uma expressão cunhada por Érico Veríssimo, o maior escritor gaúcho, que a utilizou, segundo o prof. Flávio Loureiro Chaves, em nota introdutória de uma das reedições do livro Caminhos Cruzados, escrito em 1934.
Essa mesma expressão utilizei em ensaio da especialização em História do Rio Grande do Sul - sociedade, política e cultura, ao analisar justamente as figuras históricas de Érico e Getúlio Vargas, dois gaúchos interioranos, o primeiro de Cruz Alta e o segundo de São Borja, que nos anos 1930 irão cada qual, em suas respectivas áreas, literatura e política, desempenhar papel na vida, história e cultura do Estado e do país. Tracei na referido ensaio os antecendetes da revolução de 1930 e do Romace de Trinta, que coincidentemente, ou nem tanto assim, serão atores e personagens reais dos episódios de 1922. A Semana de Arte Moderna e o levante do Forte de Copacabana, que participaram os tenentes que apoiaram Getúlio em 1930, bem como o Romance de Trinta tem certo embrião na referida semana de 1922.
A vida tem seus caminhos cruzados, que o tempo e o vento vão nos mostrando pouco a pouco... E esta postagem, por incrível que pareça, não é pra discutir política nem literatura, pelo menos de forma direta, e sim cultura e futebol. Isso mesmo.
Ontem a tarde, larguei de mão as leituras do mestrado em Letras, e deixei de lado Gastón Bachelard e suas poéticas do espaço e do devaneio, e fui a um estádio de futebol - o Aldo Dapuzzo, em Rio Grande - assistir ao clássico da cidade, chamado de Rio-Rita: Rio Grande versus São Paulo. Faziam mais de 3 anos que eu não ía na cidade a um jogo de futebol, primeiro por conta das campanhas sofríveis dos clubes citadinos, depois pela questão da violência nos estádios, e por fim pela estrita falta de tempo. A partir de comentário de amigos, de notícias nos jornais, comecei a me interessar. Como o primo de minha esposa ía, acabei indo também pra me encontrar com ele lá. Chegando ao estádio, fila imensa, estádio lotado, mas consegui ingresso e me pus no local que acho mais aconselhável num campo de futebol pra ter uma visão panorâmica. Numa das extremidades, bem no alto, onde posso ter um "corte transversal" , diagonal do jogo, e também da sociedade, vendo os dois times se deslocarem, com suas estratégias de jogo. Na política também tal colocação dá ao pesquisador uma visão privilegiada do espetáculo... Ali no estádio estavam famílias inteiras presentes, fruto de uma campanha dos clubes para angariar sócios e público aos seus jogos. Mulheres e crianças não pagam.
Antes de iniciar o jogo tentei ver se encontrava o Paulo, primo da minha esposa, mas a multidão de rostos não permitiu. Preferi garantir o local privilegiado. Ali sentando, aguardando a bolar rolar, de celular em punho, mandava e recebia mensagens msm (torpedos) de Bete (esposa), contando detalhes; trocando idéias sobre educação com colega e conversando sobre futebol com um vizinho que tava do outro lado do estádio. O que seria de mim sem o celular, a famílai, os amigos e os livros... Risos.
Com a bola em jogo, outra grata surpresa: o bom nível do espetáculo. E não é que eu, lá do alto da arquibancada, com o corte tranversal da sociedade me pus e analisar o jogol em campo e a torcida nas arquibancadas. Era uma festa com direito a charanga, hino de guerra, provocações, mas tudo na maiori alegria e civilidade. E eu, um adepto da fusão dos 3 clubes (Rio Grande São Paulo e Rio-Grandense) num único, de preferência o que leva o nome do município e o mais antigo do país, fundado em 1900, mudei meu foco. Percebi que é aquela doce rivalidade de músicas adaptadas, recheadas de palavrões e provocações ingênuas (se é que pode-se dizer isso, em se tratando de futebol). Mas é isso o que mantém vivo o espírito esportivo, o esporte e os próprios clubes: a rivalidade. Fusão, que nada! Os dois times se equipararam, sendo o resultado um justo 2x2. E eu, lá do alto, em minha "poética do devaneio", passei a olhar alguns jogadores com físico aparentemente acima do peso, e lembrei-me da reprotagem que li sobre a compleição física dos antigos gladiadores, que nada tinha a ver com o perfil atlético de um Russelll Crowe, do filme Gladiador, de Ridley Scott. Pesquisas arqueológicas em milenar cemitério de gladiadores apontaram que o perfil desses lutadores era estatura baixa, corpo atarracado, com bastante gordura pra suportar os excessos dos jogos e os machucados decorrentes de espadas, lanças, rede e tudo mais. Estava eu diante da história viva de gladiadores modernos, dadas às devidas proporções. Um estádio de futebol, ora se assemelha a um teatro ao vivo, em que nenhuma tecnologia bate a emoção de assistir a um espetáculo único, apesar de não ter telão, replay, nem tira-teima. Fui me abaixar pra comprar uma porção de fritas e perdi o segundo gol do Rio Grande. Cada detalhe é visto num ângulo aberto e não no enquadramento do câmera da televisão. 90 minutos num estádio voam perto dos mesmo diante de uma TV. No final, o empate agradou a gregos e romanos, rio-grandinos, nortenses e demais torcedores presentes ao coliseu, digo, estádio de futebol. Voltarei outras vezes, e trarei da próxima vez a família, principalmente a esposa e filho Allan de 3 anos, pra ir se adaptando ao esporte e ao corte transversal da sociedade.
Quanto ao ensaio de mesmo nome, assim que der, publicarei o mesmo na íntegra, através do programa Scribd, que permite que se insira no blog textos longos, como artigos, ensaios, monografias, livros, etc. E que já comentei esse recurso em postagem anterior.
Observação: Imagem acima, fragmento de colagem de minha autoria, feita há mais de 8 anos atrás, a partir de recortes de revistas antigas, usando apenas tesoura e cola bastão e digitalizando para o computador o resultado final.

domingo, maio 25, 2008

Meu blog e Meu Flickr no Arte Brasilis


Agradeço a colega e amiga, Vera Guidi, arte-educadora e editora do blog Arte Brasilis , de São Paulo-SP, pela indicação de 2 postagens minhas tratando de cinema, em uma de suas postagens tratando da vida e obra de Steven Spielberg, além da colocação de 3 fotos que tirei no verão passado, na praia do Mar Grosso, em São José do Norte - RS - Brasil, no quintal da casa de meus pais (imagens acima), a partir de um prosaico porta-chocolates, de uma embalagem plástica e transparente que tinha dado (logicamente recheado de bombons) para minha mãe. Ao observar o reflexo do sol sobre o mesmo, e colocando-o no ar, achei a incrível semelhança com um UFO, chamado pelos brasileiros de OVNI (objeto voador não-identificado). Ai, com a mão esquerda segurei em direção ao céu, bem alto, o objeto e com a mão direita, segurando uma câmera tecpix fiz, uma série de "contatos imediatos", ou melhor, fotográficos. As fotos não contém nenhuma manipulação, apenas criatividade mesmo. Agradeço mais uma vez à amiga paulista Vera Guidi, pela indicação dos meus post (links abaixo) e pela divulgação das imagens constantes em Meu Flickr (album fotográfico digital, dentro do Yahoo), na página 4 do meu álbum virtual, denominado Olhar Digital.

Cinematerapia
Vida Intertextual: cinema e realidade

sábado, maio 24, 2008

feriado.com


Dia 22/05, quinta-feira, aqui no Brasil, comemorou-se o feriado católico de Corpus Christi (corpo de Cristo), e, para variar, no feriado o que menos faço é relaxar. Continuo meu turbilhão de atividades, sem falar que nessas ditas folgas, tenho que dar a merecida atenção à família (meu suporte de vida), que durante a semana tolera minhas ausências físicas e outras de corpo presente, conectado a um computador ou lendo livros e mais livros para o mestrado em Letras (área História da Literatura), em que estou na fase de leituras e mais leituras para escrever em breve a dissertação sobre a a análise literária da autobiografia de Érico Veríssimo. Já li A poética do espaço , de Gastón Bachelard, iniciei A poética do devaneio, do mesmo autor, cumulativamente às leituras sobre a questão do tempo, em Santo Agostinho e em Mikhail Bakhtin. Breve iniciarei a ler sobre o imaginário em livro esgotado de Gilbert Durand, que nem em sebo virtual localizei, mas graças ao apoio de prima bilbiotecária, consegui no acervo de universidade, para digitalização. Além disso, no feriado, aproveitei para colocar em dia algumas atividades em atraso do curso de extensão Mídias Integradas na Educação (UnB), que participo desde 2005, coincidentemente ou não, no mesmo período em que comecei a trabalhar diretamente com informática educativa no NTE/Rio Grande/18ªCRE.
Como naquele brinquedo de criança "palavra-puxa-palavra", digo que leituras puxam leituras, atividades puxam mais atividades, e assim vou, nessa interdisciplinaridade e multidisciplinaridade, ora tratando de literatura e história, ora de educação e tecnologia, ora de arte e cultura. Enriqueço minha vida com projetos de trabalho e de estudos que são extensões de meu projeto maior de vida, que é estar sempre aprendendo, vivendo e convivendo com os livros, as pessoas e o mundo...
E foi neste, que denominei de feriado.com - já que mesmo de folga não me desconectei nem da internet nem das leituras e demais atividades de trabalho e estudo -, que loquei e assisti um filme daqueles que fazem refletir sobre a vida além da própria vida cotidiana. Chama-se Minha Vida na Outra Vida , que é, segundo a sinopse, "Baseado em fatos reais relatados no livro autobiográfico de Jenny Cockell, Yesterday's Children, que conta a história de Jenny, uma mulher do interior dos Estados Unidos, que tem visões, sonhos e lembranças de sua última encarnação, como Mary, uma mulher irlandesa que faleceu na década de 30. Intrigada, Jenny sai em busca de seus filhos da vida passada".
É um tema intrigante e ao mesmo tempo instigante para mim, que embora vá em desencontro com a visão católica, principalmente num Corpus Christi, já que o catolicismo acredita apenas na ressurreição (mesma vida) e não na reencarnação (como o filme e a doutrina espírita propõem, de outras vidas), confesso que como cristão e leitor de diversos livros sobre essa temática, faço minhas as palavras de Shakespeare: "Há mais coisas entre o céu e a terra, que possa supor nossa vã filosofia", e complementaria incluindo nossa vã tecnologia também, que apesar de todos os avanços tecnológicos, ainda não proporcionou à Humanidade uma forma mais "civilizada" de se relacionar, apesar da prória ciência (através da engenharia genética) comprovar que só existe uma raça: a Humana.
Para este sábado, após as leituras do mestrado (feitas religiosamente dentro de um cronograma que estabeleço com certa flexibilidade para a família), a noitinha verei outro belo filme (que infelizmente ainda não li o livro, que todos dizem ser espetacular), que é O caçador de Pipas. Noutra oportunidade comentarei o referido, aqui no LV. Mais do que ensinar, prefiro aprender... a viver nesta vida, através das experiências dos outros, que fazem parte de meu círculo familiar, afetivo e profissional.
Observação: Colagem digital acima, feita a partir de imagens capturadas na internet (endereços abaixo), e agrupadas no paint para criar minha versão do mundo mágico da leitura, em que nos conectamos a mundos imaginários quando lemos um livro ou acessamos o ciberespaço, via computador.
http://www.fulbrighter.org/page/71949/;jsessionid=1b... (DVD)
http://releitura.files.wordpress.com/2007/07/livros.jpg (Livros)
http://www.aletria.com.br/.../Image/leitor.gif (Leitor)
http://www.trc-design.com/images/jpg/develw.jpg (Mundo digital)
http://www.tomtom.com (cabo USB).

quinta-feira, maio 22, 2008

Cinematerapia


Uma notícia que li ontem no portal Yahoo! Brasil comprova em parte o que tinha tratado na postagem intitulada "A vida intertextual: cinema e realidade", postada em 18/05/2008 (domingo), neste blog - mas com um enfoque mais psicológico do que literário. Trata do que especialistas estão chamando de Cinematerapia, ou seja, uma forma de terapia através das obras cinematográficas. Uma outra forma de intertextualidade, de comunicação entre o cinema e o cinéfilo. Lola Félix, que assina o texto Aprenda a lidar melhor com seus dramas, através do cinema, escreveu: "Cheia de dramas, situações pitorescas e momentos de suspense, a vida daria um filme. Mas, muitas vezes, a sensação é de que ela já foi filmada - e é a nossa história que está sendo representada na tela. Por meio das lágrimas derramadas pelo mocinho ou dos risos causados pelo comediante, o telespectador revisita experiências, liberta-se dos medos, tem o ânimo revigorado. A história serve como pano de fundo para a representação de sentimentos ou situações parecidas".
De acordo com o psicólogo Jacob Goldberg: "O cinema tem uma função catártica, purificadora", recomendando, segundo a referida matéria, a cinematerapia a muitos de seus pacientes. "Assistindo a um filme, a pessoa vive realidades que o cotidiano não permite", declara Goldberg.
Como cinéfilo e educador, acredito muito nessa relação entre a sétima arte e a vida cotidiana, e no poder terapêutico que um bom filme pode causar no espectador. Tanto que já sugeri neste blog e já analisei alguns filmes sob o enfoque literário e educacional, em artigos de opinião. Segue abaixo, links de alguns filmes que considero uma cineterapia para educadores e alunos.

Filhos do paraíso
A cor do paraíso
Energia Pura
A educação de Pequena Árvore
Pequena Miss Sunshine

Observação: Imagem acima, do filme Filhos do paraíso, extraída da internet, do endereço
http://www.adorocinema.com.br/filmes/filhos-do-paraiso/
filhos-do-paraiso.asp

quarta-feira, maio 21, 2008

Cadastrei o Letra Viva no BlogBlogs


Por indicação da colega e amiga Bernardete Motter, cadastrei meu blog Letra Viva do Roig no portal BlogBlogs.Com.Br . Depois comento a respeito deste interessante portal para quem é blogueiro.

A vida intertextual: literatura e sociedade

Ainda tratando da intertextualidade das formas de arte com a vida, abordarei neste post a questão da literatura e sociedade. Tendo como intertextualidade a comunicação entre textos nas suas diversas formas, escrita, falada, visualizada, etc., pode-se dizer que tanto a vida imita a arte, como a situação inversa também procede. Quantas vezes já tive a impressão ao assistir um filme, ler um livro, ver uma telenovela de reconhecer em algum personagem traços fiéis ou caricatos de pessoas da vida real... Se procurar a intertextualidade com a política e a literatura então, mais personagens ganharão vida no horário político eleitoral, muitos deles fruto do meio em que vivem, outros querendo se passar por caricaturas, com o objetivo de angariar votos daqueles descontentes com os políticos tradicionais, que votam sob forma de protesto em candidatos caricatos. Parafraseando um verso de Cecília Meireles, de seu célebre poema Reinvenção: "A vida só é possível reinventada", e para alguns, sejam políticos, personalidades ou outra área, essa máxima da poeta é sua essência de vida, pois só se reinventando, desde o penteado, o corpo em inúmeras operações plásticas, o visual como um todo, e até os dados biográficos idealizados para serem divulgadas à imprensa, quando acabam tornando-se reinventores da própria existência.
Quando li recentemente o livro Como Proust pode mudar sua vida (1997), do filósofo e escritor Alain de Botton, pude comprovar através de seus argumentos algumas antigas convicções leigas qu'eu tinha sobre a intertextualidade entre a literatura e a sociedade. Através de alguns fragmentos do livro, esgotado nas livrarias, e que adquiri (pasmem!) num sebo em Porto Alegre-RS-Brasil, pude me deliciar com uma escrita erudita e ao mesmo tempo coloquial de De Botton, que conduz o leitor ao universo mágico e quase real da Literatura de Marcel Proust, autor de Em busca do tempo perdido.
Citando Proust, De Botton escreve: "(...)esteticamente, o número de tipos humanos é tão restrito que com freqüência acontece, onde quer que estejamos, termos o prazer de encontrar pessoas conhecidas". Essa sensação de dejàvú quem não sentiu ao ler um clássico da literatura, como Romeu e Julieta, que acaba tornando-se pela repetição dos autores ou do tema na vida real, da não-aceitação da família ao amor proibido de dois jovens? Quem já não conheceu algum Cirano de Bergerác, que poeta feio se esconde do seu grande amor, por receio de não ser aceito? Ou de algum Robinson Crusoé, que vive isolado em uma ilha imaginária, seja num condomínio ou numa praia deserta? Ou o ícone e clichê de todo sonhador, Dom Quixote, que avança contra moinhos ideológicos, econômicos ou reais? Ou algum Fileas Fogg, de A Volta ao Mundo em Oitenta Dias, de Júlio Verne, querendo bater recordes atrás de recordes para ter seu nome e façanha impressa no Guiness Book? Enfim, existem pessoas de nossas relações familiares, sociais, profissionais que bem poderiam ser personagens heróicos ou caricatos d'alguma ficção. Basta olhar em volta e perceber os tipos humanos e literários que convivem de forma ambígua, dentro e fora dos livros, filmes, histórias em quadrinhos, telenovelas...
Como escreveu De Botton, situações desse mote têm implicações dentro e fora da literatura: "Um prazer assim não apenas visual: o número restrito de tipos humanos também implica que, repetidas vezes, nós leiamos algo sobre pessoas que conhecemos, em lugares onde jamais poderíamos esperar que isso acontecesse".
Segundo De Botton, "Proust nos ajuda muito ao observar: 'Não se pode ler um romance sem atribuir à heroína os traços da mulher amada'". Essa tranferência da ficção para a realidade é mais visível nas crianças e jovens que se identificam com seus super-heróis, dizendo abertamente, ao assistirem os seriados e filmes: Eu sou o Batman, e eu a Mulher Maravilha, etc. Alguns incorporam tão bem certos traços literários na vida real que acabam tornando-se personagens e não personalidades. Mas isso já é um distúrbio que a psicologia e a psiquiatria (áreas que não tenho conhecimento, poderão melhor definir). Refiro-me neste post ao leitor leigo e ao escritor que se inspira (e qual deles não faz isso?) no seu cotidiano para escrever peças de ficção. Pra mim, essa relação entre literatura e sociedade se pudesse ser expressa em imagem, lembraria muito a representação gráfica do yin e yang - dentro do lado preto há um ponto branco, dentro do lado branco uma pinta preta, ambos como reflexos um do outro. Acredito que a literatura carrega um si uma pitada de realidade, e a vida em sociedade contém também traços diretos e/ou indiretos de literariedade (qualidade daquilo que é literal, que remete à literatura).
Afinal, como escreveu Proust: "Na verdade, todo leitor é, quando está lendo, um leitor de si mesmo. O trabalho do escritor é meramente uma espécie de instrumento óptico, que ele oferece ao leitor para capacitá-lo a discernir aquilo que, sem o seu livro, ele talvez jamais experimentaria sozinho. E, o reconhecimento de si mesmo naquilo que o livro diz é, para o leitor, uma prova da veracidade de seu conteúdo".
Penso que há distinções a serem feitas nessa intertextualidade. Por exemplo, na questão jornalística mesmo: pensar que a verdade de um tempo está expressa e contida nos jornais é não reconhecer a linha editorial do mesmo, quase sempre a favor de algo e contra alguém. Muitos jornais impressos, televisivos, virtuais trazem um componente literário em sua elaboração. Da mesma forma, a literatura ainda que incorpore muitos traços da chamada realidade exterior ao texto, não deve ser lida como retrato fiel de uma época. Parafraseando o Carlos Alexandre Baumgarten, meu professor de Teoria da História da Literatura, no mestrado em Letras (área História da Literatura): "Não se pode querer ler Machado de Assis como se ali estivesse registrada a história da sociedade brasileira do final do século XIX e início do XX. Até pelo fato que se fosse cópia da realidade, deixaria de ser literatura".
Literatura não deve ter o compromisso com a realidade, é um exercício ficcional que utiliza-se nas entrelinhas da crítica social à realidade extratextual. A História sim, busca desvendar os mistérios do passado, embora, através de uma narrativa similar a literária, que aproxima o leitor do texto científico, que mesmo assim, apesar do rigor de seu pesquisador, é uma versão dos fatos e não a verdade única. Ambas as formas de expressão convivem na fronteira entre o real e o imaginário, numa prova de sua intertextualidade. Até mesmo a tradução pode ser encarada como uma nova versão de uma obra, dependendo da perícia ou inaptidão do tradutor. Sabe-se de autores que obtém maior sucesso fora de sua terra natal e de seu idioma nativo, supostamente, por conta da competência do tradutor. Tudo na vida é intertextual, fruto de leituras e vivências daqueles que viveram antes de nós. Todo conhecimento humano é fruto da intertextualidade entre o sonho e a razão.
Afinal, como o próprio Marcel Proust disse um dia: "Para tornar a realidade suportável, todos temos de cultivar em nós certas pequenas loucuras".
Observação: Imagem acima, intitulada "The Big Draw", grafite de Mark Kostabi, extraída da internet, do endereço
http://www.adambaumgoldgallery.com

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terça-feira, maio 20, 2008

Publique seu livro, monografia ou texto longo no blog


Aprendi, graças a amigos virtuais, a publicar um documento (vide acima, que pode ser projeto, livro, monografia, texto longo, etc.) no blog, a partir de uma indagação de um visitante do blog Letra Viva, o xará José Antonio Milanez, metafísico, filósofo e blogueiro de Natal-RN (esposo de outra amiga digital, Amarilis, que só conheço através do ciberespaço), que gostaria de publicar um livro seu em um dos blogs que possui: http://terapeutagaurav.blogspot.com e http://gauraveaarte.blogspot.com.
Como brinquei com ele, através de e-mail, e como costumo brincar com meus colegas e cursistas: quando não sei, faço que nem aquele jogo de perguntas & respostas da TV, pedindo ajuda às placas, cartas e aos universitários, no caso, meus colegas de pós em tecnologia educacional. Minha colega que tornou-se uma grande amiga virtual, Bernardete Motter, de Caxias do Sul, editora do blog Caminhos para Chegar , também por e-mail, respondeu ao meu chamado e me indicou, primeiro o blog Uso de Blogs e Flogs e depois o portal Scribd , que por lá talvez pudesse converter o texto em arquivo PDF e trazer para o blog. Dito e feito. Em cerca de 15 minutos, seguindo algumas indicações de Berna, e mexendo por minha conta, consegui anexar o texto acima, de apenas 2 páginas, como teste, para poder gerar um endereço (embed) para copiar e colar no blog.
Para quem já sabe usar os álbuns virtuais BubbleShare e SlideShow, e sabe colocar vídeos no YouTube, o processo é semelhante. Basta cadastrar um login, senha e indicar e-mail válido. A partir daí, entra na área de edição do Scribd, e anexa o arquivo desejado, que pode ser convertido para PDF. Depois é só clicar na opção EMBED (no alto da tela do portal) e copiar o endereço que é gerado, para colá-lo no blog. Pronto.
Desconhecia esse recurso, que pode auxiliar na produção, reprodução e divulgação de conteúdos pedagógicos, artísticos e culturais.
Não fosse por José Milanez, que descobriu meu blog, por indicação de sua esposa Amarilis, e mais que isso, por conta de sua indagação, se não tivesse o apoio qualificado e imediato da amiga e colega Berna Motter, continuaria sem conhecer tal recurso tecnológico que pode ser inestimável para a questão pedagógica. Como diz o poeta: "Nada é por acaso, nem mesmo o acaso". Aprendi que compartilhar experiências é essencial, seja na vida profissional como na social.
Num mundo cada vez mais dominado pela competitividade exacerbada no ambiente de trabalho e nas relações humanas, poder contar com a amizade e o coleguismo de pessoas despojadas de vaidade, que não se importam em ajudar o próximo (ainda que a distância), me faz recordar versos do escritor e poeta Mário de Andrade, no seu poema Ode Ao Burguês : "Fora os que algarismam os amanhãs". Sinto-me, portanto, um felizardo, e, em contrapartida, não faço mais do que minha obrigação em disponibilizar esse conhecimento, socializando-o, via blog Letra Viva do Roig, que tem um caráter reflexivo, provocador, mas também de divulgador das inúmeras possibilidades da tecnologia no ambiente escolar e social.
Observação: Todos os recursos citados nessa postagem precisam de um cadastro com email, login e sennha para ativá-los e usá-los. Mas aprendendo a usar um, os demais são muito similares, apesar de terem funções e objetivos diversos. É o que chamo de unidade na diversidade. Ou também a famosa convergência tecnológica.

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segunda-feira, maio 19, 2008

Computador: nem herói nem vilão - uma ferramenta de interação


Tenho acompanhado as discussões sobre a questão do uso do computador no ambiente escolar e familiar, e, apesar de suspeito, já que o uso em ambos, creio que o enfoque não é esse... Para mim tanto o microcomputador, como o videogame, os jogos, a tecnologia em geral não são nem heróis (que podem revolucionar o mundo e seu usuário) tampouco vilões (que vão trazer o caos e a decadência). Como disse certa vez o Dalai Lama, o melhor caminho é o do meio, sem extremismos. Isso não quer dizer que tenhamos que ficar em cima do muro, longe disso. Mas também às vezes tomar partido e ter opinião própria é ficar alheio às disputas de interesses conflitantes com o bom-senso, a lógica e a razão. Não basta boa teoria e intenções, tem que haver uma prática eficiente e condizente com os objetivos propostos.
Li, em revista especializada que determinada instituição, através de pesquisa, informou que o uso do computador pelos alunos provoca notas baixas. Na mesma notícia, o contraponto de outra instituição, dizendo justamente o contrário.
Por conta de mais de 15 anos na educação, de um pouco menos que isso usando a tecnologia para fins particulares, e cerca de 6 anos, com fins profissionais e educativos, posso ousar dar minha opinião parcial (pois somos indivíduos) sobre o tema, que envolve certa complexidade e polarização.
Acredito que o computador possa ser tão nocivo ao alunado, como a faca de cortar pão e passar manteiga no mesmo o é, em certas circunstâncias fora da previsão do fabricante. Não é a máquina que difunde, por exemplo, pornografia, e sim seu usuário. Tudo depende das intenções (boas ou más) do manipulador do equipamento ou da ferramenta. Agora, por experiência própria, posso afirmar com todas as letras, e garrafais, que a informática, a internet, o microcomputador, os jogos, a TV, o rádio, o mp3 e qualquer outro meio eletroeletrônico podem ser um desserviço à educação, se não tiver por parte do educador e escola um comprometimento e planejamento de seu uso eficiente (além do meramente decorativo e propagandista aos pais) no ambiente escolar. Franquear um laboratório de informática para uso irrestrito e sem controle por alunos é uma temeridade, pois todos que já fomos um dia jovens sabemos que falta maturidade pra discernir entre coisas úteis e inúteis no ciberespaço.
Observação: Imagem extraída da internet, do endereço
http://blog.dvdsp.com.br/page/2/

Novo layout do blog Olhar Virtual


Depois de mais de 2 meses sem atualizar o acervo digital do blog Olhar Virtual -, criado por mim para divulgar vida e obra de meu pai, José Américo Roig, artista plástico autodidata, natural de São José do Norte - RS - Brasil, e mais conhecido pelo nome artístico de Zeméco - coloquei algumas fotos tiradas de duas de suas pinturas (painéis estampados em uma parede), destacando alguns detalhes das mesmas. Também troquei a imagem do banner (foto acima) do blog (diário virtual), que neste final de semana ultrapassou a marca de 1.000 visitas.
O nome do blog é uma alusão ao fato de meu pai pintar, apesar da cegueira em um de seus olhos, e a virtualidade em decorrência da possibilidade da informática e da internet proporcionarem a divulgação de sua obra artística.
Para acessar ao blog, basta clicar no link (atalho) abaixo:
Olhar Virtual

domingo, maio 18, 2008

A vida intertextual: cinema e realidade


Segundo a enciclopédia virtual Wikipédia, o termo Intertextualidade significa "um 'diálogo' entre textos. Esse diálogo pressupõe um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica na identificação e no reconhecimento de remissões a obras ou a trechos mais ou menos conhecidos. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos textos/ contextos em que ela é inserida. Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao 'conhecimento de mundo', que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos".
E como tal, na vida intertextualidade "O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,não se restringindo única e exclusivamente a textos literários" (Wikipédia). E esse diálogo pode ocorrer através das variadas manifestações comunicativas entre os seres humanos, como o cinema, a literatura, a pintura, a publicidade, as artes em geral.
Assim sendo, a intertextualidade é "um fenômeno constitutivo da produção do sentido e pode-se dar entre textos expressos por diferentes linguagens” (Silva, 2002). In: SILVA, Maurício da. Repensando a leitura na escola: um mosaico. Niterói: EdUFF, 2002. Citado por Renata da Silva de Barcellos(C.E.Ten. Otavio Pinheiro), no texto A intertextualidade e o ensino de Língua Portuguesa.

Aproveitei essa introdução teórica, para poder embasar o conteúdo desta postagem, intitulada por mim de A vida intertextual: cinema e realidade. Há muito tempo que tenho observado essas influências da realidade na ficção e vice-versa. No cinema mesmo, em 2008, comemora-se os 40 anos de um dos filmes mais impactantes e revolucionários produzidos pela sétima arte, chamado 2001 - Uma odisséia no espaço, com direção intertextual de Stanley Kubrick, já que a película é inspirada no livro homônimo de Arthur Clark. Com trilha sonora perfeita, efeitos visuais impressionantes para a época, e tratando de temas que seriam a tônica, 40 anos depois: supercomputador controlando tudo, viagens espaciais, cooperação entre americanos e russos no espaço (algo futurista e improvável há 40, 30, 20, anos atrás...). A vida foi intertextual com o cinema, nesse caso...
A série Lost , um dos maiores fenômenos da TV, na atualidade, é nitidamente intertextual com o filme Planeta dos Macacos (1968), no que tange a um grupo de pessoas numa nave (avião, no primeiro caso, e nave espacial, no segundo), que após acidente caem num local, em princípio, desabitado (em Lost, uma ilha, no Planeta dos Macacos, um planeta remoto), mas que pouco a pouco vão descobrindo que existem Os Outros naquele mundo desconhecido, o que provoca a cada cena o estranhamento nos personagens e principalmente nos espectadores. O final de O Planeta dos Macacos é impactante, e pra mim uma das cenas mais poderosas do cinema, que explica em minutos o grande argumento do filme. O final de Lost, tudo indica, pelo intricado da trama, também será inesperado. Vale a pena conferir no YouTube o final do filme de 40 anos atrás, mas ainda intertextual com o presente, clicando no link abaixo.
Cena final de O Planeta dos Macacos (1968).

Mas o que me motivou esta postagem foi a leitura da Revista Planeta , edição maio/2008, emprestada por minha mãe (professora aposentada, e minha incetivadora do hábito da leitura, desde a tenra idade), tratando de notícia (p.10), na coluna Volta ao mundo, que reproduzo abaixo:
GAROTO MAGNÉTICO: Joseph Falciatano, de 12 anos, de Richland, Estados Unidos, consegue travar computadores devido ao excesso de energia estátic do seu corpo. A solução encontrada para que o garoto pudesse usar os equipamentos eletrônicos sem problemas foi colocar um forro embaixo do computador e uma pulseira antiestática no braço de Joseph. O menino também apresentava problemas ao jogar videogame. Agora, ele brinca normalmente utilizando controles remotos sem fio. De acordo com especialistas, uma série de fatores pode deixar o corpo eletrizado, como o tipo de roupa utilizada, calçados com solas isolantes, a maneira de andar - arrastando ou não os pés no tapete ou carpete - ou a permanência constante em salas com pouca umidade.
O seu equivalente intertextual na ficção é a minha indicação do belo filme que assisti anos atrás, chamado ENERGIA PURA (Powder), de 1995, com o ator Sean Patrick Flanery fazendo o papel de um jovem que por causa da aparência estranha, vive escondido, entre livros, até que seu avô, com quem vivia isolado, morre. A partir daí precisa conviver com outros, que percebem que o rapaz tem estranhos poderes envolvendo a energia, mudando a vida de quem está ao seu redor. Um filme daqueles para ser visto entre pais e filhos, professores e alunos, pois trata de questões como inteligência, preconceito, convivência, educação. Fica aí minha indicação intertextual entre o cinema e a vida real.
Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço
http://lifeisaloop.weblogger.com.br/img/powder.jpg

Dicionário de tecnologia


Para os iniciantes que estão entrando no mundo da informática e desejam se ambientar com alguns dos termos usados no meio, este Dicionário de tecnologia é uma boa ferramenta de auxílio.
Esse dicionário tem como objetivo ser referência para os termos utilizados na Informática, Tecnologia e Internet. E ainda aceita contribuições do internautas no sentido de envio de outras palavras ou termos para o dicionário.
Para acessá-lo, basta clicar no link abaixo.
Dicionário de tecnologia

sexta-feira, maio 16, 2008

Dia Mundial da Internet


Vocês sabiam que 17/05 é o Dia Mundial da Internet? E também Dia da Sociedade da Informação e das Telecomunicações?
Pois é, soube através de mensagem da Comunidade NTE, no portal TelEduc, da Seduc-RS.
Esta data foi estabelecida pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 2006, em Madri, a ser comemorada a cada 17 de maio ficando também para a mesma data a comemoração dos dias da Sociedade da Informação e das Telecomunicações, ambos comemorados no Dia Mundial da Sociedade da Informação.
Hoje, para muitos, o computador sem a internet é algo incompleto. Através da internet é possível que o educador estabeleca uma rede de contatos (por correio eletrônico, lista de contatos, MSN, orkut, blog, páginas, etc.), desde a divulgação a troca de idéais e ideais. Na era da Informação, o grande desafio da educação é tornar todo esse imenso banco de dados virtual armazenado pela internet, em conhecimento significante professores e alunos - e não um mero recurso de entretenimento. Então, um feliz Dia da Internet a todos os que fazem desse recurso um diferencial em seu fazer pedagógico.
Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço
http://blog.sindpd.org.br/.../img/.resized_Internet.jpg

quinta-feira, maio 15, 2008

Há 7 anos atrás...


Descobri recentemente o Flickr, o portal do Yahoo para a criação de álbuns de fotografia on line, e lá tenho postado algumas fotos de minha autoria (que podem ser visitadas ao clicar no link abaixo dessa postagem), um passatempo e uma de minhas terapias para relaxar de uma carga de atividades que envolvem educação, tecnologia, arte, cultura, história, literatura. Através do Flickr, tenho feito amigos, de fotógrafos amadores como eu, outros até profissionais, de conterrâneos a outros do exterior.
Quando eu era jovem, comecei a ouvir a expressão "aldeia global", referindo-se mais a questão da participação da TV e dos meios de comunicação, daquela época (anos 1970), aproximando cada vez mais as pessoas. Naquele tempo distante, o jovem que fui e que morava na cidade de São José do Norte (vizinha a Rio Grande-RS-Brasil), o ano 2000 era uma expectativa de um futuro vagando entre a família Jetsons (desenhos futurista) e o filme Blade Runner (lançado na década seguinte, 1982, mostrando o ano de 2019, em que um policial caça replicantes, espécie de andróides em forma humana. Hoje a clonagem e a inteligência artificial se aproximam da ficção). Em alguns casos, atingimos o futurismo de Os Jetsons, no que tange a ciência e a tecnologia (internet, informática, fibra ótica, celular, TV digital, cirurgias a distância, e tantos outros avanços) e noutros o visual caótico de um futuro em desequilíbrio (e vejam o efeito estufa, o aumento da camada de ozônio, o aquecimento global, as drásticas mudanças climáticas, a violência, etc). O futuro dirá qual futuro teremos, com base no que decidimos no presente.
Com a globalização e o mundo virtual, onde tudo é traduzido em bits, bytes, etc., a aldeia global promove a integração de culturas (sempre a mais forte prevalecendo sobre a menor, tento como parâmetro a questão econômica e militar). Hoje, literalmente, um indígena pode comunicar-se com o mundo de sua aldeia, no coração da Amazônia, por exemplo, desde que tenha um laptop com a tecnologia wireless (sem fio), o celular favorece a localização e contato entre as pessoas em qualquer parte do mundo, o sistema GPS pode auxiliar na localização de bens e pessoas, etc.
Muitos falam do efeito nocivo que a globalização causa, principalmente na área econômica, com os países em desenvolvimento. Para tudo na vida há prós e contras. E os efeitos da globalização no espaço individual e informatizado também têm seus prós e contras. Sabemos dos perigos da invasão do micromputador e de sistemas informatizados por hackers, vírus e tudo mais. De pessoas que se passam por quem não são e outras situações comprometedoras. Mas há casos da troca de informações entre educadores, colegas, amigos, graças a tecnologia. Ou da simples amizade, e troca de fotografias, como é o caso do Flickr.
Neste novo ambiente, entre os novos amigos que fiz, através de uma foto que coloquei lá, recebi o comentário de uma jovem romena, que fala bulgáro mas que pudemos nos comunicar e ficar amigos por e-mails e comentários no próprio Flickr, através da língua inglesa, favorecido em parte (no meu caso) pela Ferramenta de idiomas do Google. Algo impensável, mesmo no mundo globalizado, não fosse a tecnologia, hoje à disposição de qualquer um, desde que tenha o mínimo de conhecimento em informática. Os jovens dominam esses recursos com facilidade, e nós adultos, ainda que educadores e, na minha situação, especialista em tecnologia educacional, estamos que nem alguns pilotos da Fórmula 1, como retardatários das novidades de última geração, com no mínimo uma volta de atraso dos carros mais velozes... Mas sempre é bom lembrar que juventude e maturidade não são irmãs siamesas. Que tudo vem ao seu tempo. E é na convivência entre jovens e adultos que se consegue o equilíbrio entre os arroubos juvenis e a serenidade da maturidade, ou também entre a acomodação do adulto e a impassividade do jovem. Como já comentei antes neste blog, eu recarrego minha energia muito graças ao convívio com a juventude, e bebo na mesma fonte deles, seja como meus alunos (no núcleo de tecnologia educacional, onde sou multiplicador de informática educativa) ou como colegas (no mestrado, pós e cursos de extensão).
O título "Há sete anos atrás...", e o comentário desta postagem é em decorrência de uma foto da minha nova amiga virtual, a romena Leylla, colocou no Flickr, em que fez uma composição de dois momentos de sua vida. O atual e o de a sete anos atrás, quando era uma adolescente. Se cada um de nós "rebobinasse" a sua memória, o que estaríamos fazendo há exatos sete anos atrás?
Fiz esse exercício de recordação. Não lembro exatamente o que estava fazendo no dia 16/06/2001... Todavia, há sete anos atrás eu desempenhava uma função totalmente diversa da que hoje exerço. Era assessor jurídico na área da Educação, na 18ª Coordenadoria Regional de Educação, dando suporte ao gabinete (coordenadora e coordenador adjunto), aos demais setores da casa (recursos humanos, patrimônio, pedagógico, supletivo, financeiro, etc.), e também às escolas, CPMs, grêmios estudantis, conselhos escolares, etc. Foi uma experiência e uma aprendizagem de vida. Extremamente desgastante (em que lamento algumas atitudes tomadas em função das exigências naturais do cargo, mas não me arrependo de nenhuma, pois sempre foram tomadas na estrita observância do cumprimento legal). Em 2002, interessei-me pela área de informática educacional, e comecei nesse ano simultaneamente curso na área técnica, que me levou no anos seguintes ao NTE/18ªCRE, e depois a retomada dos estudos formais e acadêmicos. Uma espécie de efeito dominó...
Se fizermos essa terapia de "vidas passadas", veremos que a cada 7 ou 10 anos atrás, éramos outra pessoa, e que vamos aprendendo com erros e acertos. Assim é a vida. Eu, particularmente, nesse exercício de "viagem no tempo", percebi uma mudança de rota a cada ciclo de sete anos (o sete é um número recorrente em minha vida, já que nasci em 7/7/1964, que somados dá 34, e 3+4=7). Vejam só: 2008, multiplicador de informática educativa (NTE)/mestrando em Letras (FURG); 2001, assessor jurídico na educação (18ªCRE); 1994, secretário de escola (EEEF Barão de Cêrro Largo), 1987, auxiliar de contabilidade (empresa de pescados) e em 1980 (melhor parar por aqui, risos), estudante.
Caros visitantes do blog Le tra Viva do Roig, façam também esse exercício e lembrem do que eram e faziam há 7 anos atrás, para perceberem as surpresas que terão... Essa regressão, embora não seja hipnótica, nos traz imagens e recordações de alguém que, em parte, deixamos de ser e por outro ponto de vista, nos conduz a pessoa que nos tornamos, graças a vivência e convivência com aqueles de nosso entorno social... Abaixo algumas fotos deste fotógrafo amador.

Meu Flickr

Observação: Vídeo acima, do YouTube, a canção Eu nasci há dez mil anos atrás (de Raul Seixas e Paulo Coelho); mais uma "letra viva" da década de 1970, que resolvi buscar para ilustrar uma postagem. Letra e música que continuam atuais, enquanto outras, embora saturadas pela reprodução maciça no rádio, TV, etc. não durarão mais que o período breve de exposição...

quarta-feira, maio 14, 2008

O paradoxo tecnológico e o comportamento espelhado


A tecnologia, quando bem planejada e executada, tem proporcionado novas possibilidades do fazer pedagógico tornar-se atrativo para uma geração que parece entediada com tudo que não seja expresso em bits, bytes, MB, KB, GB... Porém, a banalização da tecnologia ou o simples fraqueamento do laboratório de informática sem um contexto educacional, é ao meu ver mais um grande dilema ao educador que não domina, mesmo que a nível básico, a informática e suas possibilidades.
Tenho assistido a palestras (ou tomado conhecimento através de amigos e colegas) sobre o fenômeno da moda do chamado Professor(a) PowerPoint ou Professor(a) Datashow, que não usa mais o quadro negro, giz e apagador, dependente demais da tecnologia. Se faltar energia elétrica no dia da apresentação, quero ver só... Evidentemente que uma apresentação de slides e um datashow, se bem utilizados, pode causar uma boa impressão. Mas a simples leitura de slides atrás de slides, e o desconhecimento do uso de PC e projetor multimídia, dependendo de um "piloto" pra inserir o CD, até a simples troca de slides, causa-me, sinceramente, um desconforto. Afinal, se o autor da palestra não sabe manipular o teclado de um PC pra trocar os slides, terá feito a referida apresentação? Parece paradoxal! Mais: parece-me que atualmente, não é apenas aquelas numerosas correntes que circulam pelo ciberespaço. Apresentações de slides repassadas ad infinitum acabam sendo utilizadas por educadores, às vezes, até fora do devido contexto. Ah, parece bonitinha a mensagem, e lá vão em frente, pra abertura de uma palestra, seminário, reunião com pais, etc. Convenhamos: para quem, como eu, que discute a questão autoral e a produção de conteúdo pedagógico, na própria escola, ver reproduções de conteúdos de terceiros, fora da realidade a ser discutida, PC e datashow, sem um conteúdo de fato reflexivo, parece-me banalizar o que pode ser relevante. É um comportamento espelhado...
A tecnologia tem-me proporcionado possibilidades diversas. De conversar a distância, via e-mail, MSN, orkut e outros recursos com colegas, distantes do ponto de vista físico, estabelecendo troca de idéias e parcerias; e também com alunos e amigos cegos e surdos tenho podido conversar on line (MSN, orkut, e-mail, etc.). Através deste blog tenho feito amizade com pessoas que em situação sem o envolvimento da tecnologia seria impensável. A tecnologia - e a informátiva em especial - é acusada por alguns pais e/ou responsáveis de fazer o aluno/filho ficar absorto defronte um monitor de TV, de computador por horas a fio... Mas essa, digamos, concentração e fidelidade, poderia ser canalizada pra atividades escolares e extra-classe, com ou sem o uso da tecnologia. Falta o intercâmbio entre a família e a escola. A família vive um processo de desestruturação. Nele a tecnologia, como a televisão, é considerada a grande vilã. Evidentemente, sem entrar neste momento nem nesta postagem no mérito, cabe salientar que o jovem é o reflexo da família e da escola. Seus heróis (lideranças positivas) e vilãos (exemplos negativos) podem ser tanto os pais como os professores. Há que se discutir o pacto educacional, refletindo sobre o verdadeiro papel de cada um nessa questão: pais - professores - alunos - comunidade.
Sempre gosto de frisar que, para mim, a escola é o reflexo da sociedade, e não o contrário. Aproveitando a oportunidade, publico abaixo alguns versos atribuídos ao escritor uruguaio Eduardo Galeano, para ilustrar meu comentário:
Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos nos recordam.
Quando nos vemos, nós os vemos.
Quando nos vamos, eles se vão?
.
Fonte: Fragmento extraído da internet, do endereço
http://www.cartamaior.com.br/templates/
postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=179
Extraído do Blog do Emir (Sader).
Observação: Imagem acima, extraída do endereço
http://www.jucinews.com/wp-content/uploads/2007/12/espelho.jpg

segunda-feira, maio 12, 2008

Passeio pelo ProEA/PRG na página do Porto do Rio Grande


Publicada na página do Porto do Rio Grande notícia sobre o passeio marítimo, dentro do ProEA/PRG, com educadores da rede pública de Rio Grande - RS - Brasil, do qual sou um dos participantes.
Conforme Alan Bastos, da Assessoria de Comunicação Social
Superintendência Porto do Rio Grande:
"O êxito do ProEA-PRG, lançado em 2005 como atividade piloto de uma proposta nacional e pioneira, vem rendendo ao porto rio-grandino grato reconhecimento. Um deles foi o prêmio Responsabilidade Ambiental/RS 2007, considerado o Oscar do Meio Ambiente, concedido ao porto, o qual vem sendo citado como modelo de gestão portuária pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). A experiência do ProEA-PRG vem sendo apresentada e discutida em outros portos brasileiros, constituindo-se em referência nacional.
Inicialmente o ProEA-PRG foi concebido através da parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a 18ª Coordenadoria Regional de Educação (18ª CRE), a FURG e mais recentemente com o Plano de Auxilio Mútuo da Cidade do Rio Grande (PAM/Rio Grande) e a Unesco".

Já fiz passeio similar a esse noutras oportunidades:
- Primeiro, na escuna Bucanero, com a esposa e cunhada, durante a Festa do Mar, promovida pelo município do Rio Grande;
- Depois, de barco, pelo curso de extensão Projeto Sítio Escola em arqueologia náutica, como cursista, promovido pelo LEPA (laboratório de pesquisas arqueológicas)-FURG, com o apoio do Museu Náutico;
- Ano passado, na corveta Babitonga, da Marinha do Brasil, dentro do ProEA/PRG.
A cada saída, um novo olhar sobre o mesmo ambiente, em constante mutação. Atualmente o entorno do Porto recebe investimentos como a construção da plataforma P-53 da Petrobrás; a obra do Dique Seco/Estaleiro Rio Grande, para construção e reparos de navios; os terminais de exportação de grãos e contâineres, etc.
Observação: SlideShow acima, feito por mim, a partir das fotografias que tirei no referido passeio.

sábado, maio 10, 2008

Homenagem às mães de maio e do mundo...


Esse vídeo do YouTube, escolhi para prestar minha homenagem às mães, e seu dia (11/05), comemorado no Brasil, no segundo domingo do mês de maio. A música Mulheres de Atenas, letra de Chico Buarque de Hollanda é uma de minhas preferidas, e é uma pequena homenagem àquelas mulheres que são mães, companheiras, primeiras educadoras que toda criança têm em vida. Assim como as de Atenas, retratadas na bela canção de Chico, são pessoas que conciliam o fazer doméstico com o profissional, e que são multifuncionais, como digo, antes mesmo desse conceito existir. Mulheres que nem sempre têm reconhecido seu valor, seja no meio profissional como no seio familiar, e que precisam de leis como a que leva o nome de Maria da Penha, para defesa de seus direitos e sua integridade física e psicológica, dos "valentes soldados" de Atenas ou não. Então, um Feliz Dia das Mães, a todas as mães de maio e do mundo, morem em Atenas ou em outro local.

Letras de música no tempo de os Secos & Molhados


Vídeo do YouTube: Sangue Latino e O Vira.

Vídeo do You Tube: Rosa de Hiroxima.

Secos & Molhados, Brasil, 1973, capa do primeiro disco.

Kiss, EUA, surgidos em 1973.

Esta postagem é fruto de troca de comentários e emails com meu colega e amigo Robson Freire, editor do blog Caldeirão de Idéias, atuando no NTE Itaperuna - RJ, enquanto eu atuo no NTE Rio Grande/18ª CRE. Além da tecnologia e educação, e de trabalharmos em núcleos de tecnologia educacional, eu e Robson somos da mesma geração, que nasceu e cresceu durante o regime de exceção, que impôs além da ditadura uma ferrenha censura a tudo que achava que poderia ser "subversivo", ou em muitos casos, que não entendia, já que censores supunham conter mensagens cifradas, subliminares em letras de música, textos teatrais, livros, artigos de opinião e toda uma produção artística e cultural. Algumas até tinham mesmo. Cálice de Chico Buarque é o exemplo mais cristalino.
Meu blog tem o nome de Letra Viva do Roig, pois quando estava em curso e tive que criar um pra interagir com tutores e colegas, na especialização em tecnologia educacional, foi o primeiro nome que me ocorreu, pois já tinha um jornal de mesmo nome. Letra Viva é uma forma de dar contexto aos textos aqui postados.
Quando escrevi a postagem "É proibido proibir" em dois tempos, destacando a música e letra de Caetano Veloso e as manobras de setores conservadores de, nas entrelinhas e de forma subliminar, de ir restaurando aos poucos a censura à imprensa e ao MP, voltei no túnel do tempo. Além da música citada, passei a ouvir um conjunto que teve carreira meteórica, chamado Secos & Molhados, formado em 1971, mas que iniciou carreira artística em 1973, vindo a se dissolver um ano após. Os integrantes - e principalmente o vocalista Ney Matogrosso -, passaram a ter carreira individual. Curiosamente, em 1973, nos EUA, surgiu a banda heavy metal Kiss, com visual muito similar ao conjunto brasileiro. Ainda hoje há polêmica sobre quem imitou quem... Vi tempos atrás, entrevista de um produtor norte-americano que disse ter convidado ao grupo brasileiro para fazer uma turnê nos EUA, querendo empresariá-los, desde que eles passassem a cantar em inglês e alterar algumas outras coisas; o que foi recusado. Não posso afirmar se tal versão é correta, pois não consegui localizar a entrevista. Independente disso, o que importa é que apesar da pintura no rosto ser semelhante aos dois casos, ambos os conjuntos musicais seguiram caminhos diversos, no início dos anos 1970, pois tinham público alvo diverso. Secos & Molhados cantavam a legítima MPB, e o Kiss o hard rock. Ambos, hoje, podem ser baixados pela internet suas canções e ouvidas em MP3, MP4, etc. Ambos tornaram-se lendas. Se analisarmos as letras do grupo brasileiro, como Sangue Latino, Flores Astrais, Rosa de Hiroxima (versão de uma poeta de Vinícius de Moraes) e outras, e compararmos com o que atualmente toca nas rádios, ipods, mp3, etc., oh que diferença! Eram poemas musicados. Hoje são ritmos dançantes, hipnóticos, com letras de uma aridez total, se comparadas aos clássicos da MPB. Eu, Robson, e todos aqueles que cresceram sob uma ferrenha ditadura, tivemos o privilégio de ter sobrevivido e adquirido um gosto e uma cultura que a maioria dos jovens da Geração MP3 desconhece. Desconhece tanto as músicas como a história do tempo que seus pais eram jovens que amavam os Beatles e os Rolling Stones. Já ouvi e li a tradução de músicas do rapper 50 cent e outros cantores do momento, dos mais variados gêneros musicais, que prefiro nem comentar... Mas tudo bem, sorte que a tecnologia e a própria educação podem fazer esse resgate histórico, artístico e cultural, trazendo do limbo letras e músicas como as acima destacadas. Viva a internet, o YouTube, e todos aqueles que compartilham mais do que arquivos de vídeo e som, mas emoções e recordações de um passado não tão distante assim... "É proibido proibir" foi o lema de uma geração. Qual o lema da atual?
Observação 1: Os vídeos acima, principalmente o primeiro Sangue Latino, nos primórdios dos anos 1970 são musicais gravados, que podemos dizer que se aproximam do que hoje chamamos de videoclipes.
Observação 2: As imagems abaixo dos vídeos, foram extraídas da internet, dos seguintes endereços:
http://www.mpbnet.com.br/musicos/secos.e.molhados/index.html (Secos & Molhados);
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kiss (Kiss).

ProEA/PRG: Passeio de escuna no entorno do Porto de Rio Grande


Ontem pela manhã, dentro do Programa de Educação Ambiental do Porto do Rio Grande(ProEA/PRG), disponibilizado a educadores da rede pública estadual e municipal do Rio Grande - RS - Brasil, ocorreu o passeio marítimo, na escuna Minuano, pelo entorno do Porto, saindo dos fundos do Mercado Público, passando pelo Porto Velho, Porto Novo e Super Porto, para conhecermos as condições ambientais. Pelo caminho pudemos ver a imensa plataforma P-53 da Petrobrás, as obras do Dique Seco (local para construção e reparos de navios) e o Pórtico para o Dique. Foi uma manhã fria, mas muito produtiva. Tirei muitas fotos e fiz pequenos vídeos com minha câmera digital. Em breve estarei postando ambos, através de recursos como Slide Show e YouTube, e fazendo alguns comentários sobre a questão ambiental nas áreas visitadas.
O nome da escuna Minuano, foi bem apropriado pelo frio que fez durante o trajeto. Segundo a Wikipédia: "Vento minuano ou simplesmente minuano é o nome dado à corrente de ar que tipicamente acomete os estados brasileiros do Rio Grande do Sul e região sul de Santa Catarina. É um vento frio de origem polar (massa de ar polar atlântica), de orientação sudoeste, algumas vezes também classificado como cortante. Ocorre após a passagem das frentes frias de outono e inverno. Seu nome devira dos Minuanos, um grupo indígena que habitava os campos no sul do estado brasileiro do Rio Grande do Sul".
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Minuano_(vento)
Para ter acesso a íntegra da matéria feita pelo Jornal Agora, que teve jornalista e fotógrafo participando do passeio, basta clicar no link da notícia abaixo.
De olho no futuro
Observação: Imagem acima, capa digitalizada do Jornal Agora, edição nº 9019, de sábado, 10/05/2008. No detalhe, seta vermelha que coloquei para indicar minha presença na foto. Ao meu lado, à direita, a profª parceira Jane Degani.

sexta-feira, maio 09, 2008

Entre a ficção jurídica e a literária...

Como escritor, ora de ficção, ora como articulista e poeta, sempre tenho me debruçado sobre tópicos que envolvam texto, contexto e pretexto de escritas e a abordagem jornalísticas, no sentido amplo do termo (mídias impressa, radiofônica, televisiva, internet, etc.).
Como mestrando em Letras, a questão do imaginário é algo que estudo e tenho me aprofundado. Como bacharel em Direito, ex-assessor jurídico na área da Educação, tenho certa experiência. E com base nessa, e nas incessantes matérias veiculadas 24 horas por dia, desde o lamentável incidente, em que são acusados o pai e a madrasta pela morte violenta e injustificável da menina Isabella Nardoni, procuro analisar os dados sob os enfoques jurídico, jornalístico e literário.
Existem escritores de ficção (como é o meu caso) e outros, com denomino ironicamente de escribas de "fricção" (não no sentido sensual, mas no de escrituras sem concordância verbo-nominal e nem sempre ética e moral entre o texto e o contexto descritos). Existem muitos escritores de "fricção" na literatura, no jornalismo, no meio jurídico e outros mais, dando sua versão dos fatos, fazendo sua narrativa com base na opinião particular, como se fosse ela a única e real, sem levar em conta todo o panorama. No mundo pós-moderno, cada vez mais temos consciência de que não existe a Realidade Absoluta, mas a individual e a coletiva, fruto da tomada de posição do maior número de pessoas em torno de uma situação. Assim ocorrem os julgamentos em júri popular. Nunca obteremos com a sentença, pró ou contra, a certeza da Justiça integral. Sempre será a Justiça da maioria dos jurados. Ou seja, sem a perspectiva ampla, tudo pode ser exercício de ficção. Por conta dessas investidas de não-escritores dentro da "literatura" jornalística, política ou jurídica é que muitas vezes são cometidos abusos, que incidem direito de defesa. E nem sempre a retratação é na mesma proporção da exposição diária dos fatos. Ao deslocar o foco da imprensa para a questão jurídica, também veremos construções literárias na maioria das defesas, quando evidências são contra a mesma. Faz parte do jogo jurídico do defensor. Do ponto de vista legal é permitido.
No caso Nardoni, apesar dos exageros de parte da imprensa - que dá mais valor a audiência do que a informação -, há componente de ficção científica, ao levantarem a hipótese de possível terceira pessoa na cena do crime - que segundo os advogados de defesa do casal, poderia ser o verdadeiro criminoso.
A tática da defesa, às vezes, é a de desacreditar os indícios ou acusadores e quando isso não é possível, alegar insanidade dos acusados. Em determinados casos jurídicos, se analisados sob o enfoque da teoria literária, podemos dizer que existe um mundo diegético (imaginário), criado pelo autor/defensor que só existe no papel. Há nesse mundo a idealização da personagem. Cria-se cenário, adicionam-se dados, ficcionaliza-se a realidade, em prol da ampla defesa, e de que o acusado não produza provas contra si mesmo.
Os Srs. Alexandre e Antonio, respectivamente, pais de Anna Jatobá e Alexandre Nardoni, são progenitores dedicados, imbuídos da defesa de uma idealização que todo pai que se preze faz de seus filhos, apesar das avassaladoras evidências, indícios contra os mesmos. Em entrevista a TV, o pai de Anna Jatobá repetiu 4 vezes ao apresentador que tinha convicção da inocência da filha e do genro - embora como seus advogados, e os próprios acusados - não apresentou provas da suposta inocência. Convicção pessoal não se sobrepõe a indícios cabais. Pais dedicados - incapazes de jogar filhos pela janela nem de abusar sexualmente dos mesmos como fez o Sr. Fritzl, na Áustria, ou de deixar os filhos sozinhos pra jantar fora, como o casal McCainn, em Portugal -, fazem o seu papel de pais, que é o de acreditar piamente em seus filhos e no que eles alegam. É o instinto natural. Entrementes, motivos existem para compreensão de um crime injustificável: questões econômicas do pai (veiculado pela imprensa: pretenso pedido da mãe de Isabella de aumento da pensão alimentícia) e suposto ciúmes da madrasta, tanto da menina como de sua mãe.
Há motivos, evidências, contradições. Houve recusa de participar da reconstituição, onde poderiam ser mostradas as convicções. Enfim, entre a ficção literária (e científica) e a jurídica apresentada por defensores, tentando contestar posicionamento da polícia, dos laudos periciais, do inquérito policial, da denúncia do MP e da acolhida do pedido de prisão preventiva pela Justiça, sobra a retórica jurídico-literária que carece de fundamentação e provas mais consistentes ao seu favor. Tanto MP quanto Justiça usaram termos "fortes", segundo defesa e alguns advogados ouvidos pela imprensa, evidentemente, pois diante de fato gravíssimo, sustenta-se o pedido e a acolhida da prisão preventiva (medida drástica) de forma contundente. Não havia outra escrita, que não a realista. Aos ficcionistas e juristas de plantão dos meios de comunicação cabe a contestação. Se houve falhas, pode-se dizer de não ter sido lacrado o local do crime de imediato para evitar a “contaminação” das provas, que tudo indica provocou a distorção da realidade.
Como autor de ficção, com os dois pés bem fincados na realidade, acredito que o escritor, de fato, ao escrever sua ficção crítica da sociedade fala mais verdades que qualquer jornalista, político, jurista, advogado e historiador. Há mais verdade na ficção de Machado de Assis do que qualquer jornal de sua época. É opinião pessoal, sujeita a contestações e retratações, caso me provem o contrário. Gostaria de estar errado no meu julgamento pessoal do caso, porém a menos que o tempo mostre a todos, com provas e não convicções pessoais, a intervenção sobrenatural, ou suposto terceiro agressor, não passam de ficção. E entre a ficção jurídica e a literária, prefiro o segundo caso, com base no acima exposto.
Observação: Imagem acima, intitulada "Everything You Learn Burn" (algo como "Saiba tudo o que você queimar", tradução livre), de 2005, óleo sobre tela, extraída da internet do endereço
Http://www.adambaumgolggallery.com

quarta-feira, maio 07, 2008

"É proibido proibir" em dois tempos




Resolvi postar dois vídeos da música "É proibido proibir" , de Caetano Veloso, apresentada no Festival da Canção, em 1968 (o 1º vídeo com a música na íntegra, e o 2º com um desabafo de Caetano). Postei os referidos vídeos por causa de duas notícias que li on line (links abaixo), que a meu ver caracterizam "mordaça" e "censura" à imprensa e ao Ministério Público, que têm muitas vezes antecipado investigações policiais sobre escândalos, envolvendo figuras ilustres da vida brasileira, e alguns acima de qualquer suspeita ou nem tanto assim... Da forma como consta nas notícias, parece que há mais o intuito de legislar em causa própria; ainda mais que se analisarmos a autoria do projeto de cerceamento do MP, em que o autor do mesmo é o conhecidíssimo, tanto da imprensa política e justiça, Sr. Paulo Salim Maluf, que por seu passado ilustre dispensa maiores apresentações...
O blog Letra Viva do Roig é um diário e jornal virtual, que se dispõe a discutir educação e tecnologia, mas também arte, cultura e, eventualmente, quando determinadas notícias causam implicações sociais, até mesmo temas políticos, pois somos todos seres políticos, ainda que nem todos tenham bandeira política. Tenho, acima de tudo, 3 bandeiras: ética, justiça social e moralidade. E convenhamos que nem toda lei é ética e moralmente correta, ainda mais quando visa não auxiliar ao elucidamento de questões de interesse público e social, mas pelo contrário - propõe o truncamento de investigações...
Para os abusos - tanto da imprensa como do MP, se houverem -, há meios jurídicos para o exercício do direito de resposta, da ampla defesa e do contraditório, sem que seja necessário a intervenção de nobres políticos com intenções nem sempre tão nobres assim. Não fosse o trabalho investigativo do MP e às vezes da imprensa, apesar de possíveis exageros que possam ocorrer, e ainda muitos dos investigados estariam aí posando de "mocinhos" quando seu verdadeiro papel nesse Teatro do Absurdo é de vilão. Escrevo desde jovem, em parte, por causa dessas contradições sociais (éticas e morais), que vem de antes de 1968 e continuam em 2008. Se pararmos para analisar Fatos & Fotos (alusão indireta a antiga revista, similar a atual Caras) de ambas as épocas, encontraremos muitas "figurinhas" desse álbum colecionável de escândalos, presente nos dois momentos históricos, muitas vezes, como suspeitos, mas que em "tempos de chumbo", de imprensa e MP amordaçados, puderam chegar incólumes até o presente. Entre "Em Algum Lugar do Passado" e "De volta para o futuro", a canção "É proibido proibir" continua atualíssima e inesquecível. Vale a pena ouvi-la antes que alguém resolva também censurá-la... Leiam também, se for de interesse, as duas notícias abaixo, que motivaram esta postagem.

CCJ da Câmara aprova espécie de 'mordaça' para MP

Liberdade de imprensa e democracia

Produção textual e registro autoral


Há tempos estou devendo essa postagem, a pedido de amigos, principalmente jovens escritores e poetas, que me perguntam como fazer para proteger sua produção textual, e invariavelmente aconselho o registro da obra no EDA - Escritório de Direitos Autorais, da FBN - Fundação Biblioteca Nacional , no Rio de Janeiro - RJ.
Na página da FBN, tem riquíssimo acervo impresso e digital, e um link para o EDA, onde constam todos os procedimentos para registro de obra, e emissão de certificado de anterioridade da mesma. Na página principal, dirijam-se ao menu, opção Serviços a Profissionais, em seguida clique em Escritório de Direitos Autorais, e pronto.
Vivemos, atualmente, a cultura do Control C (copia) e Control V (cola), em que nem sempre esses recursos são usados pra difundir a obra alheia, e muitas vezes é feito justamente o oposto: o uso indevido de obra de terceiro como se sua fosse. Sem o cuidado do registro autoral, podemos acabar sendo acusados num futuro não muito distante de plagiar a nós mesmos, caso não possamos comprovar a autoria do trabalho.
Quem tem blog, página, ou divulga seus trabalhos no ciberespaço deve ter esse cuidado, para proteger a sua produção literária, acadêmica, etc.
No site pode-se obter maiores informações e baixar o modelo de formulário, preenchendo com os dados necessários, e gerando uma GRU para pagamento da taxa no Banco do Brasil, se pessoa física, atualmente no valor de R$ 20,00 (vinte reais) por cópia remetida, que deverá estar espiralada, numerada e rubricada cada página pelo(s) autor(es), juntamente com uma cópia reprográfica da carteira de identidade e CPF, remetendo tudo para o seguinte endereço:
Rio de Janeiro - RJ (SEDE)
Escritório de Direitos Autorais
Rua da Imprensa, 16/12º andar - sala 1205
Castelo - Rio de Janeiro - 20030-120

Tel (21) 2220-0039, 2262-0017
Fax (21) 2240-9179
Observação 1: Imagem acima, extraída do próprio portal da FBN.
Observação 2:
II Congresso de Direito de Autor e Interesse Público/ Fórum Nacional de Direito Autoral

terça-feira, maio 06, 2008

Refletir é preciso...


Imagem acima, traz uma mensagem já antiga do Dalai Lama (que tenho uma reprodução em meu trabalho há mais de 3 anos), e que continua, infelizmente, atualíssima e se presta a diversas interpretações sobre o sentido da vida e o caminho da Humanidade. Para ler melhor, basta clicar duas vezes sobre a imagem, ou 1 vez sobre o título desta postagem.
Observação: Imagem extraída da internet, do endereço
http://dme.uma.pt/people/faculty/herlander.lima/
images/Lesson_dalai_lama.jpg