segunda-feira, setembro 27, 2010

A menina gigante e o trabalho em rede


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=qBXr15K2uSc&feature=player_embedded#!

O vídeo acima, descobri, via Twitter, visitando o The Bê Neviani Daily, da amiga Be Neviani, e achei um material incrível para falar e demonstrar sobre o trabalho das redes, seja a social, seja a lógica de informática, como uma imensa metáfora do trabalho coletivo em uma comunidade.
Diversas pessoas, manipulando o imenso boneco em forma de menina, munidas de cabos e roldanas deram literalmente vida a esse pequeno conto, conforme apresentação abaixo, no You Tube:

"Na manhã do domingo, 07 maio, a menina gigante acordou, em Londres, tomou um banho do elefante que viaja no tempo e andou a brincar no parque..."

A música chama-se 'Decollage', de Les Balayeurs du Désert.

Numa comunidade, podemos dar vida a projetos que iniciam pequenos, como uma criança, e podem se tornar gigantes, se todos se unirem em uma imensa rede social, ligada ao mundo virtual ou ao real...

Observação: Postagem publicada originalmente no meu outro blog educacional, Educa Tube.

quarta-feira, setembro 15, 2010

Blog (diário virtual) como ambiente de aprendizagem em rede: do tecnológico ao educacional



Acima, a íntegra de minha monografia para conclusão da pós-graduação em Mídias na Educação, defendida em 31/07/2010, no IFRS, da Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande - RS.
O tema é justamente o uso do blog como um ambiente de aprendizagem em rede, a partir da permissão de leitura e co-autoria entre professores e alunos, simulando um pequeno ambiente de EaD.
Durante o projeto de aprendizagem (PA) com 2 turmas de 4ª série do ensino fundamental, foi possível analisar a aprendizagem em quatro ambientes distintos de interação: sala de aula, laboratório de informática, biblioteca escolar e saídas de campo, transitando entre a teoria e a prática, entre o ensino formal e a verificação in loco.
A professora parceria do PA, Simone Zogbi Einsfeld, dentro da disciplian de História, abordava em sala de aula os conteúdos referentes à História do Rio Grande do Sul, construindo uma linha do tempo, através de recortes de revistas, e publicando em mural na parede da sala de aula. Posteriormente, nas saídas de campo, os alunos puderam visitar um jornal da cidade (Agora), já que estávamos construindo um diário virtual, semelhante a um pequeno jornal; visitamos também a Biblioteca Rio-Grandense e seu rico acervo; a Museu Militar, onde puderam ver outra linha do tempo, trajes de época, maquetes etc; fomos em excurssão à Charqueada São João, onde o guia também foi um educador, falando sobre aspectos históricos e culturais do local e outros eventos.
Do PA surgiram os dois blogs educacionais, em que os alunos tiveram papel destacado na escolha do layout, título, e conteúdos a serem publicados, contribuindo com comentários, fotografias, desenhos etc.
Além disso, a turma possuía alunos portadores de necessidades educativas especiais (PNEEs) incluídos (cego, cadeirante e DM), o que proporcionou também a inclusão tecnológica, educacional e social.
Abaixo, link para os referidos blogs:

Turma 41/2009 - Do Barão para o Mundo

Turma 42/2009 - Chimarrão no Barão

A referida monografia pode ser também acessada, via Google Docs, link abaixo:

Monografia: Blog(diário virtual) como ambiente de aprendizagem em rede: entre o tecnológico e o social

domingo, setembro 12, 2010

Curta na Escola: educação, cinema e tecnologia


Curta na Escola
http://www.curtanaescola.org.br/

Indico acima, o portal CURTA NA ESCOLA, um portal que considero essencial ao professor que deseje dinamizar seu fazer pedagógico, utilizando um curta-metragem em sala de aula.
Meu outro blog educacional Educa Tube é parceiro exibidor do Porta Curtas Petrobras e também tem divulgado diversos documentários e curtas do Curta na Escola.
Através de contato no Twitter com o Prof. João Luis Machado, consultor do Curta na Escola, fiz uma pequena entrevista por e-mail, que me foi por demais agradável e inspiradora, pois veio de encontro ao que mais acredito, como educacor e ator social.
Lembrei de fragmento da minha dissertação de mestrado em Letras, cujo tema foi a análise da "Autobiografia de Érico Veríssimo: a consciência do fazer literário" , onde o escritor cruz-altense dizia que sua memória era cinematográfica e que escrevia como se dirigisse um filme.
De fato, sua consciência literária era cinematográfica e não raras vezes, em Solo de clarineta, compara pessoas reais com personagens de filmes e livros, e vice-versa.
A vida é intertextual (nome inclusive de uma série de posts que produzi para o meu outro blog educacional, chamado Letra Viva do Roig, em que analisei a educação sob os mais diferentes enfoques do uso das mídias em geral: cinema, televisão, fotografia, música etc). E se é intertextual, essa vida passa por nós como um filme, principalmente quando perdemos um ente querido (quem já teve uma perda dessas sabe bem do que eu digo).
Existem filmes, de longa ou curta-metragem, que servem para diversas interpretações e usos pedagógicos no ambiente escolar.
No Curta na Escola (http://www.curtanaescola.org.br/) há uma diversidade e variedade à disposição dos educadores.
Os blogs Letra Viva do Roig e Educa Tube recomendam visita, cadastro e divulgação deste rico acervo por e para professores.

Abaixo, reproduzo na íntegra a entrevista concedida pelo Prof. João Luis Machado, que venho acompanhando seu trabalho desde o Planeta Educação.
Primeiro, um breve currículo de vida, depois a entrevista propriamente dita, que por sua relevância e amplitude, valoriza por demais o acervo do Educa Tube:

João Luís de Almeida Machado. Casado, tenho um casal de filhos adolescentes, natural de Caçapava (SP), me formei em História pela Univap e depois fiz mestrado em Educação, Arte e História da Cultura pelo Mackenzie (SP) e doutorado pela PUC-SP em Educação:Currículo. Atuei como editor do Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br) entre os anos de 2002 e 2009 e atualmente respondo pelos sites Escolhendo a Pílula Vermelha (www.escolhendoapilulavermelha.com.br) e Cinema de Primeira (www.cinemadeprimeira.com.br), além de ser consultor e redator do Curta na Escola (www.curtanaescola.org.br). Publiquei em 2008 o livro "Na Sala de Aula com a Sétima Arte: Aprendendo com o Cinema" (Editora Intersubjetiva/SP) e agora em 2010 o livro "O prazer de aprender a aprender" (Editora Multifoco/RJ). Entrei para a Academia Caçapavense de Letras em Julho de 2010, onde ocupo a cadeira de nº 40. Sou professor e atualmente estou trabalhando no Colégio Poliedro e na Faculdade Bilac, ambos em São José dos Campos (SP).

ENTREVISTA COM O PROF. JOÃO LUIS MACHADO SOBRE O PORTAL CURTA NA ESCOLA:

1. O que é o portal Curta na Escola, qual seu objetivo e como funciona (acesso, etc)?

JOÃO LUIS - O Curta na Escola é um projeto surgido em 2007, a partir do Porta Curtas Petrobras, que tem o intuito de apresentar filmes nacionais em curta-metragem como recursos pedagógicos de alto potencial. Para que isso aconteça, todos os meses são adicionadas novas produções ao acervo pedagógico que contam com uma análise criteriosa realizada por especialistas quanto a possibilidades de utilização dos filmes em sala de aula. Os filmes são classificados de acordo com critérios como faixa etária a qual se destinam, anos escolares com os quais podem ser trabalhados e, ainda, disciplinas e temas transversais aos quais podem ser associados. Quando um professor acessa o Curta na Escola, pode assistir ao filme, verificar os pareceres pedagógicos elaborados pelos especialistas, socializar para sua rede de Twitter ou Facebook as produções que visualizou, criar estratégias de trabalho em sala de aula relacionadas aos pareceres ou inéditas, enviar relatos de uso dos curtas na escola, manter-se informado sobre novidades na área e, de quebra, ainda pode participar de concursos e campanhas do site que dão prêmios. Já são aproximadamente 300 os curtas disponíveis para uso pelos professores e escolas.

2. Quais as possibilidades de uso de seu conteúdo na educação?

JL - Os filmes são, por natureza, instrumentos lúdicos que, em vista da característica marcante da atual geração, tão ligada a imagem e as produções fílmicas, podem e devem contribuir muito com a educação. No caso dos curtas, há várias qualidades inerentes, como por exemplo o fato de terem entre 1 e 30 minutos de duração, o que faz com que seja possível utilizá-los dentro do tempo de uma hora-aula. Além disso, o Porta Curtas e o Curta na Escola reforçam seu acervo anualmente com os melhores exemplares de curta-metragem do país, o que garante materiais de qualidade e a possibilidade de conhecer a diversidade e a riqueza cultural do Brasil. Como o acervo é bastante rico desde já, há títulos para todos os gostos e necessidades, abordando desde datas comemorativas até eventos históricos e fatos recentes. Dá para dinamizar as aulas, causar mais interesse, motivar o surgimento de debates, promover novas ideias e argumentos...

3. Como e quando surgiu a ideia de unir cinema, tecnologia e educação (tanto no Curta na Escola,como em tua carreira também)?

JL - Comecei a lecionar bem cedo, aos 16 anos já dava aulas de inglês e no início do 2º ano da faculdade de história já entrava em sala de aula para lecionar história, filosofia... Percebi já naquela época que a utilização de filmes, trechos ou íntegra, causava um bom efeito entre os alunos - que ia desde o interesse maior pelas aulas e disciplinas até uma melhor argumentação e desempenho em exercícios, discussões, avaliações... Fui inserindo pouco a pouco, acertando muitas vezes e errando em tantas outras, bastante intuitivo. Sempre associava o uso dos filmes e de seus trechos a produções dos alunos, para que entendessem que aquele material tinha valor educacional. Procurava diversificar as atividades propostas a partir dos filmes, pedindo muito mais que relatórios ou sínteses, buscando fazê-los pensar as sequências assistidas e associar, comparar, analisar e compreender sempre em paralelo a leituras, aulas e outros meios. Fizemos muitos trabalhos, desenvolvemos projetos, os alunos sempre acreditaram, sua participação e empenho me auxiliaram muito. Tenho trabalhos realizados por eles há 10 ou 12 anos que guardo até hoje pela qualidade, desprendimento, resultado que demonstra aprendizagem, engajamento nas ações. O encantamento dos filmes, as imagens, os diálogos, tudo o que as produções traziam, passou a ser percebido e utilizado por eles, em diferentes turmas, gerações (já dou aulas há 25 anos!) e lhes permitiu crescer... Não tenho palavras para descrever como foi gratificante e enriquecedor. Quando fui para o mestrado no Mackenzie (em SP) e comecei a trabalhar no Planeta Educação, fui sistematizando, organizando, documentando estas ações, medindo seu impacto e validade e foi tudo isso que me impulsionou para o livro, a produção na internet, meus sites pessoais (o Escolhendo a Pílula Vermelha e o Cinema de Primeira)...

4. Quais estratégias para unir mídia e educação num contexto escolar?

JL - Sempre ter claros seus objetivos quanto a utilização dos filmes, ou seja, não utilizá-los em vão, para matar o tempo. Associar a finalidades pedagógicas, como elementos de aprofundamento, debate, introdução, comparação ou mesmo para fazer a contrapartida, a oposição de ideias. Isso vale para filmes tanto quanto para outros elementos culturais ou de comunicação que venham a ser integrados ao trabalho educacional. Se usar músicas, pinturas, dança, teatro, quadrinhos, literatura, não importa qual recurso seja, que tal uso seja focado e tenha como resultado final a ser atingido o crescimento, a maturação, a altivez, a ética, a cidadania. Outro aspecto que considero importante é deixar sempre claro para os alunos desde o princípio como irão se desenvolver as ações com filmes, internet e outros meios. Isso requer planejamento, conhecimento do recurso e pede alguns minutos no início de sua aula. Não ter medo de errar e saber que isso irá acontecer em alguns momentos é também algo a ser considerado. No uso de filmes, nunca deixe de atentar para a faixa etária para a qual tal produção é indicada, é outro fator simples muitas vezes ignorado pelos professores e que pode dar dores de cabeça... Os curtas, como aqueles do acervo Curta na Escola, pelo seu tempo reduzido, tem a metragem ideal para usar na escola, mas se for utilizar longas, dê preferência para o uso de trechos selecionados. Use o filme na íntegra apenas em casos esporádicos por conta do tempo restrito que temos com nossos alunos. Como recomendação final diria que não podemos perder de vista o fato dos filmes constituírem forma de lazer, e que esta característica lúdica deve permanecer até mesmo em sala de aula, permitindo-se aos alunos rir e chorar, sentir medo e alegria, vivendo o que as sequências apresentadas lhes trazem, sem constrangimento ou embaraço.

5. Se a vida, às vezes, passa como um filme, um filme pode dar conta da realidade da vida? De que forma?

JL - As melhores histórias são, normalmente, aquelas que descrevem acontecimentos da vida real. Todos temos grandes histórias para contar, não seria possível inserir cada uma delas numa única produção, ainda que durasse 3 horas ou que fosse uma minissérie televisiva. Mas filmes são realizações artísticas, onde além da vida, se colocam elementos que a tornam um pouco diferente do que acontece aqui, fora das telas. A realidade do cinema pode ser mais doce ou dura, alegre ou assustadora, de acordo com o olhar de quem a realiza, produz, dirige... É preciso ter discernimento e criticidade para compreender que por mais verossímil que o cinema tente ser, sempre existirão diferenças, ainda que sutis em muitos casos, e que, além disso, não é possível resumir existências e fatos complexos e longos em apenas alguns minutos ou horas de projeção. Ainda assim, não há melhor diversão e é possível, sim, aprender muito com o cinema, os filmes, os curtas...

Observação 1:

Abaixo, um exemplo de curta-metragem (de animação) à disposição no Curta na Escola, chamado A Rosa, que possui uma bela proposta pedagógica, cabendo ao educador meclar arte, cultura e educação. Assistam, divulguem e utilizem no ambiente escolar.



Fonte: Porta Curtas Petrobras
http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=1554&Exib=1

A ROSA

Animação | De Gordeeff | 2005 | 3 min

Argumento:
De um ambiente totalmente hostil, a vida brota e floresce. Uma homenagem ao Mestre Cartola nos seus 25 anos de ausência.

Ficha Técnica

Fotografia Gordeeff Roteiro Gordeeff Edição CLÁUDIO ROBERTO & GORDEEFF Direção de Arte Gordeeff Animação Gordeeff Trilha Sonora Leandro Lima, MARQUINHO EDDIE MURPHY

Prêmios

Melhor Trilha Sonora Original no Festival Latino Americano de Curtas de Canoa Quebrada 2005
Menção Honrosa no Festival Guaçuano de Vídeo 2005

Festivais

Festival de Cine e Video Latinoamericano de Buenos Aires 2005
Festival de Cinema de Maringá 2005
Festival Internacional de Animação de Espinho 2005
Brazilian View Film Festival 2005
Jornada Internacional de Cinema da Bahia 2005

Aplicabilidades:

Disciplinas/Temas transversais: Língua Portuguesa

Faixa Etária: de 10 a 14 anos, de 14 a 18 anos, de 3 a 7 anos, de 7 a 10 anos, Todas as idades

Nivel de Ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II, Ensino Médio

Observação 2: postagem acima, publicada originalmente no blog Educa Tube.