quinta-feira, janeiro 29, 2009

Educação cinematográfica


Quando se passa a ler e reler um livro que teve papel importante em três fases de sua vida, como é Solo de Clarineta, a autobiografia de Erico Veríssimo, as palavras e as ideias começam a se descolar do texto, como se fossem adesivos multicoloridos, que podemos colar noutras ideias e refletir inúmeras vezes sobre elas.
Como comentei noutro post, a cada leitura o livro é o mesmo, mas o leitor é que muda. Em 1982, eu era um leitor ingênuo, no sentido de ler sem ter o conhecimento crítico e teórico; em 2006, com alguns anos de leituras variadas, passei a ser um leitor se especializando, cursando pós-graduação em História do Rio Grande do Sul: sociedade, políca e cultura (FURG); em 2007/2009, um leitor crítico e teórico, fazendo mestrado em Letras, área: História da Literatura (FURG).
A cada leitura, o "Código Veríssimo" passei a decifrar, primeiro com o olhar do jovem que descobre um autor que o encanta e o inspira; depois, como alguém que analisa o livro pelo enfoque histórico, por fim, mas não será, com certeza, a última nem a definitiva leitura, já lendo as memórias de Erico, com o prisma literário, unindo o imaginário, o mito e o devaneio...
O "código Veríssimo", é, evidentemente, uma alusão a dois outros códigos famosos: o Código da Bíblia, suposto criptograma que estaria escondido nas Escrituras Sagradas (descoberto graças ao usa da matemática e de poderosos computadores) e o Código Da Vinci, de Dan Brown, best seller que dispensa apresentações. Li os três "códigos", e adorei a ambos...
Embora polêmicos, tanto o da Bíblia como o de Da Vinci, por serem bem escritos, provocam no leitor diversas reflexões. E nos críticos, duras farpas. O Código Veríssimo, ou a formar de contar a história da própria vida, de uma forma especial e particular, é um tipo de código narrativo que todos nós temos... Entre o dito, o escrito e o subentendido, pela análise do discurso de alguém é possível ler nas entrelinhas, ou como diria Gaston Bachelard, entre o "nominado" e o "inominável" uma outra história de claros e escuros, de vazios e preenchimentos... Mas isso são coisas que não pretendo adiantar neste blog, antes de concluir a dissertação por motivos óbvios: o caráter da inediticidade da pesquisa, da ética na não-divulgação antes da devida apresentação e da ainda incipiente especulação aguardando comprovação, para futura defesa...
Por enquanto, para fins meramente tecnológicos e educacionais, além de artísticos e culturais (objetivos desse blog), fico com a questão levantada por Erico Veríssimo, em sua autobiografia, publicada em 1973 (há 36 anos atrás! E como era outro o nosso mundo em 1973!) :

“Os filmes americanos nos conquistaram com facilidade pela rapidez de suas cenas, pelas suas novidades em matéria de mobilidade da câmara cinematográfica (não se tratava mais de teatro filmado) e pela preferência pelos enredos novelescos”, p.108.

Técnicas que o jovem iria incorporar à sua obra literária aos poucos, de forma consciente. Nessa sua retrospectiva de vida, Veríssimo declara:

“Olhando para trás, desta distância no tempo, e examinando a minha 'educação cinematográfica', concluo que foi lá por 1915 que começou o nosso – pelo menos o meu – processo de americanização naquela escola que era o Biógrafo Ideal”, p.110.

Biógrafo Ideal era o nome do cinema de Cruz Alta, onde nasceu Erico. Depois dessa citação, Erico segue por mais algumas páginas, comentando filmes, atores, fazendo reflexões...

“Entrei nesta digressão um tanto longa sobre os filmes de cinema americanos porque eles foram em grande parte responsáveis pelos meus amores de menino, adolescente e homem feito pelos Estados Unidos, bem como por minhas desilusões com relação a esse país, as quais se foram acentuando principalmente depois da Segunda Grande Guerra, quando comecei a conhecê-lo mais de perto”, p.113.

Relendo esses fragmentos, passei também a dar-me conta de que Erico e meu pai, e toda uma geração nascida do início a metade do século XX, de fato, tiveram uma educação cinematográfica; já na segunda metade do século passado, a outra geração (a qual me incluo), passou a ser "educada" pela televisão, a partir dos anos 50, e, em especial, nos anos 1970, quando iniciei minha educação televisiva. A geração do século XXI, é "educada" pela internet, como meu filho e toda a juventude, que adora estar mais conectada ao ciberespaço do que ao mundo real...
Fico às vezes pensando: Qual será a nova mídia a ser criada, para a geração pós-2050?
E nesse processo de substituição de uma por outra, vemos que o cinema, enquanto sala de espetáculos, com tela grande, onde pessoas se reuniam para ver im filme, comendo pipoca e tomando refrigerante é algo em fase de extinção, até pelo fato de que a violência espantou o público desses ambientes, ficando tais espaços restritos agora a servirem para abrigar igrejas.
Meu pai, quando garoto, atuou como ajudante de projecionista, no pequeno cinema do Seu Cataldo, em São José do Norte - RS - Brasil, lembrando-me em parte o belo filme Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore. Quando, algum tempo atrás, dei a ele de presente um DVD deste filme, fiz meu pai voltar no tempo...
O cinema e a televisão têm um direcionamento, por conta dos interesses públicos e privados dos grandes estúdios e das redes de TV, respectivamente, que possuem uma linha editorial-empresarial-político-ideológica... A internet, que parece ser um espaço livre, também tem seus mecanismos de controle e direcionamento, embora nem todos deem-se conta disso.
Recentemente, o Google, que é o maior banco de dados no mundo digital foi acusado de ter uma espécie de parceria com a Wikipédia, pois mais de 70% das consultas feitas a ele remetiam a ela... O que não deixa de ser curioso mesmo, pois a educação, em sentido amplo, hoje utiliza-se por demais desses dois recursos, digamos, siameses, Buscador e Enciclopédia Virtual. O que, para "teóricos da conspiração" - que não é o meu caso, pois sou, quando muito, nas horas vagas, um escritor de ficção -, pode-se criar um mundo alternativo... E, segundo pesquisas, já destacadas no LV e outros blos, para a maioria dos jovens pesquisados, o que não está no Google não existe! Sério! Pelo sim, pelo não, sempre é bom recorrer a mais de uma fonte de dados, quando se tratar de pesquisa escolar ou acadêmica. A digital tem seu valor, mas não podemos menosprezar o livro impresso, a revista, o jornal, o relato oral, etc.
Também prefiro, ao falar de Educação Cinematográfica, lembrar e divulgar um projeto educacional, promovido pelo blog Caldeirão de Ideias, blog que recentemente foi premiado pelo Best Blogs Brasil, como o melhor blog corporativo do país, por eleição do público internauta. O referido projeto chama-se Cinema no Caldeirão, e consiste em publicar, todos os sábados, no blog, a indicação de um filme, com resenha, imagens, vídeo e sugestões de como utilizá-lo em sala de aula ou sala de vídeo pelos professores com seus alunos. Esse tipo de "educação cinematográfica", pela sua criatividade, originalidade e praticidade educacional, vai além de apenas passar um filme, com enfoque meramente recreativo, mas sim, eminentemente pedagógico. Uma saudável iniciativa que, quem sabe, agradaria muito a Erico Verissimo e a sua geração; bem como agradar a nossa e a atual geração...
São iniciativas como essa do Caldeirão e doutros educadores que promovem o verdadeiro intercâmbio entre a teoria e a prática, entre o artístico e o cultural, entre o pedagógico e o social. Viva, então, a Educação Cinematográfica e os bons filmes que promovem essa reflexão...

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://euseimaisesqueci.blogspot.com

quarta-feira, janeiro 28, 2009

De perto ninguém é normal...



Em tempos de "Eguinha Pocotó" e assemelhadas, eu que tive o privilégio de adolescer num tempo em que as letras das canções eram verdadeiras poesias - daí quem sabe ter despertado aos 17 anos em mim um poeta -, confesso que, vira e mexe, como já brinquei com amigos e colegas: entre o MP3 e o MPB4, não raras vezes, prefiro o segundo... Vaca Profana, por exemplo (vídeo acima extraído do YouTube), canção de Caetano Veloso, interpretada por Gal Costa, tem uma letra reflexiva, de onde tirei o verso que serve de título para esse post...
Isso mesmo, haviam intérpretes e não apenas dubladores de si mesmos...
Noutro dia estava fazendo a cópia de um "tijolo" em forma de livro (ou seria o contrário), justo no estabelecimento de meu amigo Homero (diga-se de passagem, nome mais apropriado para quem é escritor e faz uma pequena odisséia de mestrado), que tinha TV ligada, assistindo um musical do grupo Roupa Nova. Na verdade, um DVD, pois certo tipo de música que não esteja na pauta ou no "jabá", por melhor que seja, não toca. E aí, se a geração atual não conhece, que culpa tem de adorar apenas a "vaca profana" que lhe é oferecida?
Eu, Homero e um cliente, todos da mesma geração, ficamos comentando sobre como antigamente (nem tanto assim também, risos), quem cantava sabia mesmo cantar e não apenas gritar, pular e fazer mímicas e macaquices diante de uma câmera ligada. Os grupos tinham harmonia vocal, e não usavam tanto playback, acompanhados de uma britadeira...
Nada contra a esse tipo de música, adoro rock, desde que tenha canção. Sou do tempo que Pink Floyd introduziu relógios, sirenes, sobrevoo de helicópteros em suas músicas, mas isso tudo tinha sentido e razão.
Hoje, salvo raríssimas exceções, a maioria dos vídeoclipes são obras-primas da computação gráfica desperdiçada, pra mostrar mais seios e bundas, pra aumentar a audiência e as vendas de seus sucessos, que na minha juventude jamais sairiam da garagem.
E isso que nem falo da temida e banida censura, que jamais volte!!!
Falo daquele consenso de qualidade que cedeu, como tudo nessa vida a questão da quantidade. Hoje, o famoso "Sem Noção" é que está nas paradas e na hora da decisão do que devemos ver, ouvir, ler, acreditar, sonhar...
De perto, com os fones de ouvido, cantarolando estranhas músicas pelas ruas, quase ninguém parece normal. Àqueles garotões exibicionistas, nas praias, com seus carrões turbinados por imensos alto-falantes; esses então estão totalmente "Sem Noção", do 1º ao 5º, na cabeça e invertido, para usar uma expressão "lotérico-zoológica".
Então, já que de perto ninguém parece normal, parfraseando os versos da canção Vaca Profana, de Caetano Veloso, volto para meus devaneios dissertativos, ouvindo no MP3, de tudo um pouco (menos Eguinha Pocotó! me poupem!), desde que tenha melodia, harmonia, belo arranjo e uma letra que me chame a atenção...
Aprendi a duras penas na vida, que de fato, "De perto ninguém é normal", pois só o tempo, e às vezes nem ele, para nos mostrar quem são de fato as pessoas ao nosso redor. Nem sempre as que simpatizamos à primeira vista serão nossos amigos eternos; muitas vezes, quase sempre, os verdadeiros amigos nos surpreendem, quando mais precisamos e menos esperamos. E, afinal, o que é ser de fato normal? Sei não...
"Prefiro ser aquela metamorfose ambulante/ Do que ter a mesma opinião formada sobre tudo...", como diria o "maluco beleza" do Raul Seixas. Longe daqueles "comentaristas de resultado" da TV e do jornal, que dependendo de quem esteja no poder são sempre contra ou a favor... Contradição ou "com tradição"? Seja como for, isso não é normal... Ih, e o que é mesmo normal? Bom, deixa pra lá...

Observação: Abaixo, endereço do vídeo acima incorporado a este blog
http://br.youtube.com/watch?v=Cei1HUf1wHY

terça-feira, janeiro 27, 2009

Meme literário


Visitando o blog Etc e tal: entre o caos e o cósmico, da colega e amiga Elis Zampieri, achei esse interessante Meme, com enfoque literário.

1-Agarrar o livro mais próximo;
2-Abrir na página 161;
3-Procurar 5ª frase completa;
4-Colocar a frase no blog;
5-Repassar pra 5 pessoas;

Pois, era final do dia de ontem, estava debruçado sobre o notebook, fazendo o fichamento do livro Solo de Clarineta, volume I, das memórias de Erico Veríssimo, o qual é objeto de minha dissertação de mestrado em Letras. Porém, como faço, dentro de minhas multifunções, lia de fato e aos poucos, ao lado, o livro A Água e os Sonhos, de Gaston Bachelard, emprestado por minha prima Sara, colega de mestrado.
Nele, Bachelard trata, dentre outras coisas, das "condições objetivas do narcisismo", um dos temas que abordo, através da análise da autobiografia de Veríssimo, com o enfoque literário.
E lá na página 161 (que ainda não cheguei a ler), procurei a 5ª frase completa, para, conforme o meme, colocar no blog. Eis ela, logo abaixo:

"Em certas horas, o ser humano é uma planta que deseja a água do céu".
Gaston Bachelard, in: A Água e os Sonhos (Martins Fontes, 2002).

Feito isso, deixo, como Elis fez, a indicação para que os primeiros 5 ou mais visitantes do blog Letra Viva, interessados em repassar esse meme, assim o façam, por conta da absoluta falta de tempo de ir de blog em blog, convidando amigos e colegas para isso.
O meme é, em certas situações - como este ou como naquelas que indica blogs premiados -, uma forma de corrente do bem, valorizando e divulgando ações e pessoas.
Para saber mais de Meme, em sentido amplo (comportamentos replicados), basta visitar o link abaixo, extraído da wikipédia.

Meme - wikipédia

Observação 1: Como estava lendo Bachelard e não Veríssimo, optei em seguir a intenção do meme. Entretanto, cabe o comentário de que a cada leitura que faço de Solo de Clarineta (volume I), novas surpresas encontro, como quem vê um filme pela segunda ou terceira vez e percebe cenas que antes não tinha dado-se conta em sua plenitude.
Li pela primeira vez Solo de Clarineta, em 1982, quando tinha dezessete para dezoito anos; depois, em 2006, para a especialização em História do Rio Grande do Sul, quando abordei a questão da identidade, entre o arquétipo e gaúcho típico, na obra de Veríssimo (tanto na sua autobiografia como em O Tempo e o Vento); por fim, agora no mestrado, com um caráter mais literário do que histórico, torno a reler um de meus autores preferidos, que despertou em mim a vontade de ser escritor.
A cada leitura, o livro é o mesmo, mas o leitor é outro. Novas vivências e bagagem cultural se assomam em mim. E a cada releitura, coisas que passaram despercebidas, surgem das entrelinhas do texto. Assim é a vida, como na frase extraída do livro de Bachelard...
Observação 2: Curiosamente, foi nessa época em que li Solo de Clarineta pela primeira vez que minha prima Sara Pinho, hoje minha colega de mestrado, nasceu.
Observação 3: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
www.outubro.blogger.com.br/09_sonhar.jpg

sexta-feira, janeiro 23, 2009

A arte da política (Yes We Can)



Yes We Can (Sim, Nós Podemos) é um incrível vídeoclip, produzido Will.I.Am, do grupo Black Eyed Peas, a partir de fragmentos de discurso do então senador Barack Obama, tornando-se música durante a sua vitoriosa campanha presidencial, nos EUA.
O vídeo, recheado da participação de astros da música e do cinema (apoiadores da candidatura Obama), é uma das provas do que chamo de "a vida intertextual", no caso em questão, a curiosa união entre a arte e a política, em que frases de discurso tornam-se versos de uma bela e poética canção.
"Sim, nós podemos" podemos quase tudo, quando conseguimos unir esforços de pessoas de várias áreas para uma causa em comum. Que Obama possa realizar os sonhos dos seus e dos nossos, e que suas belas palavras tornem-se realidade, daqui por diante.
"Sim, nós podemos" sonhar, desde que o sonho se torne realidade...
Na arte da política, parece que Barack Obama tem o mesmo dom de grandes oradores e políticos como seus ídolos Abraham Lincoln e John F. Kennedy.

O referido vídeo foi extraído do portal YouTube, em sua versão legendada, conforme endereço abaixo:
http://br.youtube.com/watch?v=uMO5r6H8lHM

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Leitores de imagens


Recentemente criei mais um projeto literário, chamado R.E.M. - Rapid Eye Movement ou Rápido Movimento do Olhar, já destacado no Letra Viva. Dessa feita, em parceria com a colega Elis Zampieri, também educadora, poeta e escritora, moradora de Curitibanos - SC, e editora dos blogs Sobre Educação e Etc e tal.
O blog R.E.M. se propõe a ser um ambiente virtual, literário e colaborativo, entre eu e Elis, a partir de pequenos contos e breves poemas, em que possamos exercitar a concisão e a criatividade.
Já foram alguns textos publicados lá, e de algumas conversas on-line, por e-mail e MSN, já que eu e Elis não nos conhecemos pessoalmente, surgiu a ideia de convidar um terceiro elemento para ser o(a) ilustrador(a) das postagens.
Curiosamente o R combina com Roig; o E, de Elis; sobrou o M, que não precisa ser necessariamente de alguém que tenha algum nome ou sobrenome com tal letra... Se for, será mais do que casualidade. Mas já disse o poeta que "Nada é por acaso na vida, nem mesmo o acaso".
Só que, enquanto não conseguimos alguém para ilustrar nossas postagens, sugeri a Elis, que aceitou, um plano B (sempre temos que ter um na manga): nós, como leitores um do outro, buscarmos na internet alguma imagem, que dentro de nossa leitura e ótica representasse para o outro a essência do texto do colega. Dito e feito. Já estão lá no blog as imagens que eu e Elis publicamos um na postagem do outro, como leitores de imagens literárias.
Até termos uma pessoa para ilustrar nossos textos, iremos sendo leitores um do outro, e ilustrando da nossa maneira o que entendemos da escrita alheia.
Por sinal, em período de férias, sugiro a leitura de um livro fantástico, que já indiquei aqui, muito tempo atrás, chamado justamente LENDO IMAGENS, de Alberto Manguel, escritor argentino, naturalizado canadense. É um livro fantástico, pela erudição, mesclando literatura, filosofia, história da arte, sociologia, cultura, etc. O livro vem com ilustrações de telas de grandes mestres da pintura, esculturas, etc. Quando puder, relerei o referido, pois a cada leitura de livros essenciais, redescobrimos coisas que antes não percebemos nas entrelinhas. Quando revemos um filme, quase sempre vislumbramos detalhes que na primeira vez passaram despercebidos, e assim por diante. Quase sempre, lemos nosso cotidiano pela ótica de algum (de)formador de opinião, e desaprendemos a ler a vida real por nossa própria visão. Somente aprendendo a ler imagens do mundo que nos rodeia é que podemos tentar entender um pouco o mundo em que vivemos...
Mas isso é algo profundo demais, melhor debatê-lo profundamente num breve conto de ficção. Risos. Num rápido movimento do olhar...

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://onaviodeespelhos-livraria.blogspot.com/2006_05_01_archive.html

quarta-feira, janeiro 21, 2009

O presidente globalizado e o sonho americano


"O mundo mudou e nós precisamos mudar com ele", uma das belas frases que o 44º presidente dos EUA, Barack Obama pronunciou em seu discurso inaugural.
Obama é um grande orador e a partir de agora poderá mostrar ao mundo a que veio.
Sou meio prudente nessas personificações do bem contra o mal, que a grande imprensa e o cinema passam ao público em geral, às vezes, tirando o foco para os verdadeiros atores, nos bastidores da História Universal da Infâmia (parafraseando o livro de Jorge Luis Borges). Assim como o W.Bush não é a face humana do mal e sim, quando muito, seu testa-de-ferro, como comentei em post's anteriores, não creio que Obama, por mais bem intencionado que possa estar, poderá solitariamente resolver os grandes problemas dos EUA e do mundo. Sua equipe terá muito trabalho. O papel de Obama será importantíssimo na tomada de consciência do próprio povo norte-americano e europeu, de que o mundo não é apenas o que seus interesses determinam, tão subliminarmente mostrado pelo cinema fast food e outros enlatados. Que o mundo está globalizado todos sabem, e a teoria do caos, pensada a partir da economia, hoje é na própria economia mais visível, pois o bater de uma borboleta financeira no Japão, pode convulsionar todo o resto do planeta sim.
Barack Hussein Obama (filho) é a prova visível de que realmente "o mundo mudou e nós precisamos mudar com ele", pois o novo presidente do EUA incorpora em si o branco, o negro, o africano, o árabe, a questão multiracial e multicultural. Muito já foi dito a respeito de sua vida, de sua oratória, de sua trajetória política, da inteligência, da classe, elegância, etc.
Com sua consciência ecológica, caberá mudar a consciência de seu povo, mas acima de tudo das empresas multi e trans-nacionais, que com seus métodos agressivos e poluidores põem em risco a sustentabilidade da vida no próprio planeta.
Obama terá um imenso desafio pela frente, mudando o modelo do sonho americano, que sempre incorporou o individualismo e certo esbanjamento, com supercarrões, poluidores e consumidores de combustíveis. Mudar o cifrão do peito do Superman é um imenso desafio. Mas tem outros maiores ainda: País que é o maior poluidor, e que se recusa a assinar o protocolo de Kyoto; que Bush chegou a dizer que não assinaria, pois tal situação colocaria em risco os empregos dos americanos. Em sua ótica desfocada, Bush preferiu arriscar a sobrevivência da humanidade, desde que não prejudicasse os empregos em sua terra, umbigo do mundo. Além disso, procurou o terrorista Osama e não achou até hoje; buscou armas de destruição em massa, no Iraque, mas ele próprio promoveu a destruição em massa no Afeganistão e Iraque, e apoiou a destruição de Gaza por Israel...
O mundo mudou há tempos, principalmentge após a Segunda Guerra Mundial, quando o padrão americano e seu sonho invadiu o resto do planeta, e muito do que estamos nos lamentando hoje é fruto dessa avalanche econômico-político-cultural. Muito da degradação política e econômica dos países do chamado Terceiro Mundo, iniciou com a Guerra Fria, a partir do final da II Guerra. Países tiveram seus governos democraticamente eleitos, derrubados por intervenções e abduções "alienígenas" que a história demonstrou.
O comunismo implodiu, com a queda do muro de Berlim e o fim da URSS. O capitalismo também implodiu, mas é mantido por aparelhos, graças as ações dos países mais ricos, para manter o dólar como modelo de troca internacional.
Obama propõe o voluntariado para uma cultura que é competitiva e individualista. Se conseguir mudar algo que faz parte da identidade de seu povo, conseguirá qualquer outra coisa. Como grande parte de seu eleitorado é composta de jovens (que acreditam que podem com seus atos mudar o mundo!), e sobre esses é possível ainda que "belas palavras" consigam obter resultados, tudo então é possível.
Obama personifica o sonho que Martin Luther King teve, mas ainda de forma tímida. Não podemos perder o foco que Obama foi eleito, não por ser negro, mas por personificar muito bem a mudança, o novo, o contraponto a Bush, que personificou em contrapartida o velho, o arcaico, o intransigente... Nessa luta do Bem contra o Mal, o mérito de Obama é, sendo um político novo, bom orador, inteligente e elegante, saber capitalizar para si a aura do bom moço, quase um superman. Mas só o tempo dirá a que veio...
Já dizia um poeta que "de boas intenções está calçado o caminho para o inferno".
Entre o novo e a novidade, ou melhor, entre a novidade e o de fato novo, há um bom caminho a ser percorrido. No Brasil, sabemos bem que políticos que se apresentam como o novo, não passam de novidades, pois nada de novo ou quase novo trazem ao ambiente político, salvo belos slogans, jogadas de marketing, muito discurso e pouca ação. A novidade traz boas intenções; o novo, boas ações...
Obama pertence ao mundo em que, por exemplo, no futebol e na economia, está mais claro, e que na política ainda está se descortinando: o mundo globalizado! Tendo como exemplo o futebol europeu, vemos clubes ingleses tendo como proprietários, milionários russos, sheikes árabes, etc., em que os jogadores nativos são minoria, enquanto a escalação dos mesmos é um verdadeiro selecionado mundial, com jogadores dos 5 continentes. Chelsea é clube inglês, de propriedade de milionário russo, com treinador brasileiro, e jogadores de várias nacionalidades.
A questão identitária (ou a também chamada identidade em trânsito) num mundo globalizado é algo também complexo, para ser analisada noutra postagem...
Enfim, nada melhor para um presidente globalizado, iniciar seu discurso e seu mandato com essa consciência de que "O mundo mudou e nós também precisamos mudar".
Que Obama possa ser de fato e de direito o novo e não apenas mais uma novidade, que a política, vira e mexe nos oferta, depois de uma experiência desastrosa.
Obama tem a seu favor essa tomada de consciência do povo de que a crise bateu à sua porta, e de que, paradoxal e redundantemente, sem mudanças nada mudará...
Se o mundo mudou, ter essa consciência da mudança e da necessidade de mudar já é um bom caminho a seguir. Que as belas palavras de Obama tornem-se belas ações, não apenas para sua terra mas para o mundo como um todo...

Primeiro discurso de Barack Obama

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://pensaremburrece.wordpress.com/

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Caldeirão de ideias, o melhor blog do Brasil


Em tempos de repetitivos "reality shows", que de realidade pouca coisa parecem ter, nada como saber que um amigo e colega, Robson Freire, editor do blog Caldeirão de Ideias, do NTE Itaperuna - RJ, venceu o BBB - Best Blogs Brasil, na categoria Corporativo.
Um blog editado por Robson, mas que pertence a equipe do Núcleo de Tecnologia Educacional, de Itaperuna (RJ), é um de meus blogs preferidos e um dos que sempre indico aos professores da rede pública estadual, sob abrangência do NTE de Rio Grande - RS - Brasil (pertencente a 18ª Coordenadoria Regional de Educação, da Secretaria Estadual da Educação). Sempre indico aos meus cursistas nos cursos de introdução à informática educativa e às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC's).
É com orgulho que divulgo essa merecida premiação. Parabéns Robson e a turma do NTE Itaperuna. Continuem sempre assim, sendo criativos, originais e socializando o conhecimento referente à tecnologia educacional, utilizando a arte, a cultura e a educação.
Como comento aos amigos e colegas: "Precisamos humanizar as máquinas e não robotizar as pessoas".

Vejam a íntegra da notícia, no link (atalho) abaixo:

Confirmado: Caldeirão de ideais o melhor blog do Brasil

http://nteitaperuna.blogspot.com/2009/01/confirmado-caldeiro-de-idias-o-melhor.html

Na categoria Educação, foi premiado o blog de Miriam Salles, chamado Informática Educacional e Meio Ambiente.

Parabéns também a Miriam. Ser destacada numa categoria em que vários educadores desenvolvem trabalhos interessantíssimos e criativos é uma valirosa premiação que serve de incentivo a continuar nesse caminho das pedras aos que estão se integrando pouco a pouco às TIC's e a Informática Educacional, no ambiente escolar.
Parafraseando o poeta (Pessoa? Não lembro! A memória RAM está cada vez mais falha...):
"Não importa o caminho e sim o caminhar" (ou algo parecido).
O importante é a trajetória de vida e de vocação, mais que o trajeto em si".

Conheça o mundo dos neopets


Mais uma indicação de portal de jogos, que poderá ser utilizado entre pais e filhos, professores e alunos. O portal Neopets, no caso, necessita de o preenchimento de um cadastro prévio, com dados do jogador como: nome de usuário, senha, e-mail, além da criação de uma espécie de perfil do jogador, tipo avatar, em que pode-se escolher tipo de pet (animal), cor, tamanho, etc. Nesse portal, o jogador tem diversos tipos de jogos, de fáceis a complexos, alguns no estilo RPG. É mais aconselhável para alunos das séries finais, ou das iniciais com acompanhamento (ajuda) de um irmão mais velho ou adulto, para que ele descubra a sistemática do jogo, depois é como a criança mesmo. Elas aprendem rapidamente.
O endereço do portal Neopets é:
http://www.neopets.com.br

Observação: Essa indicação foi de minha sobrinha Nataliê, que estuda no ensino médio.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

A política do avestruz: entre o legal e o moral


Ainda sobre o conflito em Gaza, mais alguns dados para reflexão.
Primeiro, em paralelo a ofensiva israelense a Política do Avestruz dos países do tal G-8 (os mais ricos), e, em especial, o governo dos EUA. Acho curioso esse "limbo" político entre um governo em fase terminal (que apóia a intervenção) e um eleito que aguarda silencioso pela posse. Que me desculpe o futuro presidente Barack Obama (que com certeza não é leitor deste blog), que tem depositado em si as esperanças de boa parte do mundo (e a minha também!) em nome de uma mudança radical da política até então adotada por seu país. Espera-se muito: mudanças climáticas, matriz energética, combate à fome, à violência, não-intervenção na soberania das nações, etc.
Porém, Obama, que é um ótimo advogado, prefere também, como bom político, diante de um quadro devastador e humanamente deplorável (que é o massacre em Gaza), fazer como a imagem acima: a "Política do Avestruz", e enfiar a cabeça no buraco e esperar até o dia de sua estreia no cargo mais importante do planeta...
Precisaremos vivenciar na realidade o que o filme O Dia em que a Terra Parou, traz na ficção científica? A descida de algum extraterrestre pra nos puxar as orelhas, pelo jeito...
Esperava-se, ou pelo menos eu esperava, de Obama, uma posição mais contundente.
Sei que legalmente ele só será de fato e de direito o presidente da maior potência do mundo, após sua posse, daqui há mais alguns dias. Jurídica e infelizmente, o presidente é ainda W. Bush, o que significa que em mais 3 ou 4 dias, dezenas, centenas de civis podem morrer na Palestina. Em 21 dias já foram 1.100 mortos, do lado palestino e cerca de uma dúzia do outro lado. O que comprova a desproporção da ação militar.
E o paradoxo de tudo isso é que as 3 mil vítimas do WTC foram fruto de um ataque terrorista covarde, feito por extremistas, que fizeram tudo de forma deliberada mas camuflada. As impactantes cenas das torres gêmeas sendo atingidas, depois caindo, a memória das vítimas emocionou o mundo inteiro.
Por que será que não tem o mesmo tratamento por parte da grande mídia, as cenas atrozes de um país e exército regular, covardemente atingindo locais em se algomeram milhares de pessoas civis e inocentes? Mulheres, velhos, crianças... Força desproporcional, limpeza étnica, queda-de-braço geo-política, enfim, parece que a vida de centenas equivale a de um simples mortal. Uma vida e uma morte deveriam ter sempre o mesmo peso (independente do local que se nasça), assim como a postura discursiva das autoridades, que relativizam seus atos e maximizam as do agressor. Mas quando são o agressor, tudo vem com a desculpa vazia da legítima defesa. Mas, juridicamente falando, até mesmo a legítima defesa, quando é feita de forma mais contundente do que a agressão própriamente dita, configura-se em crime. Crimes contra a Humanidade são os atos do Estado de Israel, juridicamente falando, mas isso, parece que os avestruzes não querem ver...
Sabemos que nem tudo que é legal é moralmente correto. Por sinal, se analisarmos a avalanche de tentativas de criar leis e mais leis em benefício próprio pela maioria dos políticos - e, em especial, os brasileiros -, veremos que nem todo ato moral discutível deveria ter amparo legal (mas acaba tendo). E que o legal, e quase imoral, é vigente e na maioria das vezes de forma retroativa, por conta daqueles que detém o poder das leis e das armas, com todas as vantagens do cargo aos mesmos de sempre...
Muitos políticos confundem deliberadamente, no preenchimento dos cargos existentes e/ou dos por eles criados "a torto e a direito", confiança com competência, o que é raro; confiança com consanguinidade, o que é praxe!!!
Então, como não sou avestruz, prefiro não silenciar diante de coisas que causam-me revolta, dentre elas, esse insuportável "Silêncio dos Justos".
Justiça, Verdade e Dignidade deveriam ser siamesas, mas infelizmente, quase sempre, são separadas já na "maternidade"...

Observação: Imagem acima (sem título), extraída da internet, do endereço www.openad. net, de Shutter & Mouse/Corbis.

Observação 2: Após a publicação desse post, pela imprensa, soube de dados mis alarmantes. Além do placar sinistro de 1.100 mortos na Palestina versus 13 em Israel; há um levantamento preliminar de um custo de cerca de 2 bilhões de dólares (isso mesmo!!!), com a guerra, envolvendo armamento, cmbustíveis, alimentação do exército israelense; mais: o custo da destruição, do lado de Gaza é de cerca de 1,4 bilhão de dólares. Não é preciso nem dizer quem fará a reconstruçaõ dessa destruição. Se for o mesmo modelo do Afeganistão e do Iraque, empresas do "consórcio" invasor e destruidor, farão outra guerra, dessa feita nos bastidores, para ganhar contratos bilionários! Nada mais me surpreende na vida, exceto se Klaatu e seu robô gigante sairem da tela dos cinemas e pousarem em algum lugar.
Em tempo: Usar esses bilhões para construírem casas e dar alimentação, sapude e educação, retirando do extremismo futuro dezenas de crianças, isso nenhum país "desenvolvido" cogita. Parece com a política de segurança pública na maioria dos países abaixo do Equador, que preferem investir em repressão e nunca em prevenção...

quarta-feira, janeiro 14, 2009

A Canção do Senhor da Guerra: uma eterna repetição


Mudam os exércitos, os soldados, mas o Senhor da Guerra, ora personificado no Bush pai, ora no filho (W. Bush), continua a usar a mesma máscara da desfaçatez, ao comandar ou apoiar invasões à terras estrangeiras. Alguém que chegou ao poder, deixa-o como veio, com um rastro de destruição e interesses nebulosos.
Nesses tempos inglórios, lembro-me de ensinamentos de comandantes do passado:
“Lembra-te que defendes não interesses pessoais, mas os do teu país. Tuas virtudes e teus vícios, tuas qualidades e teus defeitos influem igualmente no ânimo daqueles que representas. Teus menores erros têm sempre nefastas conseqüências. Geralmente, os grandes são irreparáveis e funestos. É difícil sustentar um reino que terás levado à beira da ruína. Depois de destruí-lo, é impossível reerguê-lo. Tampouco se ressuscitam os mortos”.
As palavras acima, não foram proferidas por comentarista político contemporâneo, mas sim por Sun Tzu, militar, filósofo e estrategista chinês, que viveu há quase 2500 anos atrás, e que comandou e venceu muitas batalhas, sendo seus ensinamentos compilados pelo comentarista Se-Ma Ts’ien, no século I a. C.; e, “recentemente”, em 1772, feita a primeira versão que o Ocidente conhece, graças ao missionário jesuíta francês Amiot. Por sinal, o livro “A arte da guerra”, de Sun Tzu, influenciou L.F. Scolari, em sua campanha vitoriosa na Copa do Mundo em 2002.
Diz ele ainda:
“Trata bem os prisioneiros, alimenta-os como se fossem teus próprios soldados. Na medida do possível, faz com que se sintam melhor sob tua égide do que em seu próprio campo, ou mesmo em sua pátria. Jamais os deixes ociosos. Tira partido de seus serviços, com as devidas precauções. Resumindo: conduz-te em relação a eles como se fossem tropas que se tivessem engajado livremente sob teus estandartes. Eis o que chamo ganhar uma batalha e tornar-se mais forte”, ensinou o militar milenar.
Sun Tzu, quase 2500 anos depois, parece ficção, se levarmos em conta o avanço tecnológico da Humanidade e a gressividade dos exércitos atuais contra civis desprotegidos, principalmente. Entretanto, a civilização a qual pertenceu o militar (em que as armas eram, hoje para nós, singelos arcos, flechas, escudos, espadas), em matéria de relações humanas era, parece-me, mais evoluída do que a atual, em plena revolução digital. Sun Tzu vaticinou: “(...) se tiveres em mente as vitórias obtidas em épocas remotas, e todas as circunstâncias que a acompanharam, não ignorarás os diversos usos a que serviram, e saberás que vantagens ou prejuízos trouxeram aos próprios vencedores”. Sun Tzu viveu no futuro sem saber, enquanto Bush pai e filho e os interesses que representam), mais Bin Laden e outros extremistas parecem viver no tempo das cavernas, de clava forte à mão. A arte da guerra para estes "Senhores da Guerra" se resume em atirar antes, e perguntar depois. Torturada está a Verdade em alguma prisão.
Mais do que lamentar-se é preciso indignar-se com atos de covardia contra a própria Humanidade. Entretanto, os gigantes de um olho só, os cíclopes modernos, as nações mais poderosas do mundo compactuam, por omissão, com tudo isso que vemos, ouvimos e custamos a crer. Tão culpado é aquele que vendo a injustiça, fica de braços cruzados, ou apenas colocando "panos quentes" sobre as feridas abertas do mundo atual. Entretanto, o verdadeiro Senhor da Guerra não mostra a sua verdadeira face, deixando a cargo de seus "testas-de-ferro" essa missão. O verdadeiro Senhor da Guerra não é uma pessoa física, mas um conglomerado gigantesco, em que a letra da canção acima mostra bem didaticamente ao quem quiser... Trocam-se as máscaras, mas as armaduras continuam em prontidão. Até quando? Até quando veremos esses conflitos serem a grande metáfora da civilização, em que os gigantes devoram tudo ao seu redor e aos anões, escravos de um modelo monolítico, cabe manter a engrenagem funcionando dia e noite?

Observação 1: Vídeo acima, capturado do YouTube, da música cada vez mais atual A Canção do Senhor da Guerra, da banda Legião Urbana, que tinha como vocalista o inesquecível Renato Russo.
Observação 2: O texto acima é fragmento de um artigo de opinião, de minha autoria (2006), publicado em jornais aqui da região sul do RS - Brasil, referindo-se às guerras inglórias do Afeganistão e Iraque, mas que pode ser transosta ipsis litteris à Palestina (2009), e, em especial, ao conflito cruel e desumano na faixa de Gaza, na total desproporção entre o ataque de extremistas e a extrema violência da retaliação do Estado e Israel. Parafraseando Neil Armstrong, quando pisou na Lua: "Um pequeno conflito de proporções monumentais para o Senhor da Guerra, uma imensa e dolorosa vergonha para a Humanidade!"

terça-feira, janeiro 13, 2009

Caldeirão de ideias no Conexão Professor


Mais uma vez, com satisfação, divulgo o blog Caldeirão de Ideias, do NTE Itaperuna (RJ), cujo editor é o colega e amigo Robson Freire. Merecido destaque, dessa feita no portal Conexão Professor, da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Brasil.
Para quem é visitante do blog Letra Viva, o trabalho de Robson e do Caldeirão dispensam maiores apresentações, pelo fato de tê-lo como referência pessoal e profissional. Sugiro um a visita ao portal Conexão Professor para ler a íntegra da matéria.
Parabéns mais uma vez ao Robson e a Equipe do NTE Itaperuna por essa merecida distinção. Cada vez que um amigo é reconhecido é também um incentivo extra aos colegas de profissão/vocação.

http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/educacao-fique-de-olho.jsp

Em tempo:
O blog Caldeirão de Ideias está disputando uma premiação a nível nacional, para os melhores blogs (na categoria corporativo, por ser do NTE Itaperuna-RJ), vide link abaixo, onde os interessados e apoiadores podem votar nele.

Caldeirão de Ideias concorrrendo ao Blog Best Brasil

http://letravivadoroig.blogspot.com/2008/12/caldeiro-de-idias-concorrendo-ao-best.html

domingo, janeiro 11, 2009

Férias e jogos educativos



Nas férias, uma oportunidade de estimular o raciocínio brincando, segundo especialistas, além de livros e esportes ao ar livre, são os jogos educativos. Dentre eles, descobri com meu filho Allan (3 anos, prestes a completar 4), um portal que alguns alunos de projetos que tenho em parceria com educadores me indicaram:
http://www.ojogos.com.br/
Ali tem diversos jogos, de esportes a passatempos.
A indicação que faço é a que Allan adorou, chamado Monkey Kart ou Jimmy Bananas. Vejam como é fácil jogar, de acordo com indicação do próprio portal:

Descrição:
O Jimmy Bananas tem de terminar a corrida em primeiro. Existem 8 pistas!

Manual:
Prepare-se para acelerar a fundo! O Jimmy Bananas tem de terminar a corrida em primeiro. Existem 8 pistas diferentes! Quando iniciar a corrida, prima a seta de cima para arrancar com maior velocidade.

Seta de cima = saltar
Seta da esquerda = inverter a marcha
Seta da direita = acelerar
Barra de espaços = activar poderes especiais

Categoria: Corrida > Jogos de Corridas Divertidas


Endereço para o jogo Monkey Kart:
http://www.ojogos.com.br/jogo/monkey-kart.html

Observação: Se o visitante quiser, poderá jogar aqui mesmo no blog o Jimmy Bananas, desde que deixe o jogo carregar todo.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Mundo estranho II: uma pequena reflexão


É inevitável não conseguir desligar a consciência, diante da "metralhadora giratória" de notícias cada vez mais aterradores e ultrajantes, mesmo que em conta gotas, pois a verdade deve estar sepultada diante dos escombros que cada guerra deixa de legado. Estou naquele grupo que cada vez menos assiste TV, pela falta de tempo ou pela falta de paciência de ver os mesmos programas, com suaves mudanças, de emissora para emissora. Ainda mais que em breve estréia nova versão de Reality Show, que se propóe a ser um show de realidade, para quem acreditar nesse tipo de programa, vinculado extremamente a audiência e aos patrocínios que angariar, sem falar de telefones, mensagens de e-mail, torpedos, tudo gerando "realities", ops, "royalties".
A realidade pode ser tão fantástica e assustadora como a mais incrível história de ficção ou de terror.
Então, tenho me mantido informado pela internet, tendo o cuidado de não sair replicando por aí tudo que leio, fazer antes o que se deveria ser feito com todo diagnóstico médico: buscar uma segunda, terceira e, se for necessária, quarta opinião. Checar as fontes, confirmar os dados. Um blogueiro, que também é um produtor de conteúdo, deve ter esse compromisso com a fidelidade dos dados e fatos comentados. Um blog não é para mim apenas um diário virtual e sim um pequeno ambiente de reflexão aberta e, portanto, deve refletir a opinião de seu editor, mas dentro de um compromisso e contexto social.
Dessa forma, as duas notícias abaixo foram extraídas do portal Yahoo! Brasil e falam por si só dessa loucura e da certeza da impunidade, que faz com que que detém o poder não se importe com o que seus atos implicarão. E além do portal ser confiável, quem faz a denúncia é mais confiável ainda: a ONU.

ONU: Israel abriga palestinos em casa e depois atira contra ela

ONU diz que 257 crianças palestinas morreram em Gaza

Tais leituras cruéis remeteram minha memória a citação de um jornalista indiano, que incluí dentro de um conto de minha autoria, intitulado "O Monstro que habita cada um de nós", incluído no livro Realidade Virtual, que lancei em 2004. O referido conto, que trata de uma guerra suja e invisível, travada nos subterrâneos do passado de um "País do Futuro", publicarei em sua integralidade, no meu blog ControlVerso.
Enquanto isso, uma pequena pausa para reflexão:

“Como espécie, o homem tem procurado aniquilar os ratos da face da Terra, mas jamais conseguiu. Da mesma forma, fomos subjugados, torturados, conquistados, mas ninguém conseguiu nos aniquilar. Essa tem sido à força da nossa civilização. Mas como vivemos? Como ratos”. VISHWA NATH, jornalista indiano.

E uma pergunta que não quer calar dentro de mim, desde que começou essa ofensiva: Não estaria o mesmo grupo que levou W. Bush ao poder - em duas eleições delicadas do ponto de vista da fidelidade da apuração dos resultados -, e que depende demais dos combustíveis fósseis, da corrida armamentista e da paranóia generalizada, querendo "emparedar" o presidente eleito dos EUA Barack Obama, que tomará, posse no final deste janeiro, para que deflagrada uma guerra em grande escala, este não possa reverter o quadro? E feito isso, ficar refém do mesmo poderio bélico-petrolífero que teme que com a opção de Obama pelos biocombustíveis (não-fósseis) leve essas "forças ocultas" a perda de poder e de riqueza? A quem não interessa um mundo sem guerras, sem poluição, etc.? Não se trata de teoria da conspiração, mas apenas a mente imaginativa de um escritor de ficção trabalhando sem parar... Só o futuro dirá!
Ah, outra pergunta que não quer calar é a de aonde está Osama Bin Laden, passados mais de 7 anos dos atentados do 11 de setembro? Com toda a tecnologia disponível de rastreamento por satélite ainda não acharam o "homem invisível"? Continua a "eterna" caça do gato ao rato.
Curioso, em 1967, quase 42 anos atrás (pasmem!), sem todo esse avanço tecnológico, o revolucionário Che Guevara, em plena e densa floresta boliviana (e não escondido supostamente no deserto e nas cavernas afegãs), foi preso e morto...
Será que a tecnologia a serviço da bisbilhotagem só serve para monitorar o cidadão comum? Outra pergunta à espera de resposta em vão...

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://img.terra.com.br/i/2007/11/07/632237-9264-it2.jpg

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Mundo estranho: o oprimido de ontem é o opressor de hoje!


Bombardear escolas, casas, mesquitas e até o prédio da ajuda humanitária da ONU.
Por favor!!! Quem é afinal o terrorista nisso tudo?
E não me venham com essas desculpas esfarrapadas de que erraram o alvo! Com a tecnologia que possuem, só erram de propósito, ou como dizia aquele personagem da TV: "Foi sem querer querendo!"
Como li em artigos em blogs e portais, o que acontece é uma séria de pretextos para no fim justificar o contexto eleitoral, geo-político entre opressores e oprimidos!
Nessa "pedagogia do oprimido", o que querem fomentar com esses ataques insanos?
Evidentemente desejam, ao que tudo indica, uma retaliação de algum país que eles consideram "pátria do terror", para justificar outras injustificáveis futuras intervenções.
Aqui, uma dura crítica não ao povo, mas aos beligerantes governos dos EUA e Israel: "Parecem-me com o menino gradalhão que se vangloria de bater apenas nos garotos pobres e pequenos do bairro, mas que não enfrenta de igual pra igual alguém de seu tamanho, ou quando isso faz, está cercado de sua gang"...
Sei que é uma metáfora forte, mas é a única que me vem em mente sana, em corpo insano de ver tanta coisa nesse mundo estranho em que vivemos, em que as palavras ditas não dão conta do que o olhar vê e não compreende...
É desproporcional o embate: de um lado, garotos insanos jogando rojões a esmo; do outro lado, o grandão igualmente insano, com um canhão cuspindo fogo pra todos os lados!
Quem perde nessa guerrra, como sempre, é o povo!
Não estou aqui tomando parte nesse confronto, mas como ser humano, fico profundamente preocupado com países superpoderosos e superprepotências, aliás, potências, que atiram primeiro e depois fazem perguntas... Que desrespeitam e desmoralizam as Nações Unidas, e somente respeitam suas Resoluções, quando é para pressionar seus desafetos.
Quem sabe, daqui uns anos Rambo V e seus efeitos especiais venha nos convencer que essa guerra era algo para se lembrar e não apenas se lamentar...
Vejam a notícia abaixo:

Agência da ONU suspende atuação em Gaza; mortos já são 750

Ainda comovido e indignado com notícias e imagens, busquei no baú da memória dois fragmentos de textos antigos, que coloquei em dois textos meus. O primeiro, abaixo, é o fragmento de notícia, publicada em 2000, que trata do parentesco genético de judeus e árabes (e que incluí no eu conto O Amor depois de Romeu e Julieta
, de 2000) e o outro, presente em artigo de opinião de minha autoria, publicado em jornais da região (2005), traz o discurso do personagem Schlomo, no filme Trem da Vida, que fala da questão humana. Ambos os textos (conto e artigo), (re)publicarei em meu blog ControlVerso:

GENÉTICA - Árabes e judeus são parentes

Um novo estudo genético acaba de comprovar o que a História já sugeria: judeus, palestinos, sírios e libaneses, há longo tempo envolvidos nos sangrentos conflitos do Oriente Médio, são todos irmãos do ponto de vista genético. Segundo uma pesquisa que envolveu uma equipe internacional de cientistas, esses povos partilham uma mesma linhagem comum, iniciada milhares de anos atrás, e que, desde então, sofreu poucas misturas com outros povos. Segundo Harry Ostrer, diretor do Programa de Genética Humana da Escola de Medicina da Universidade de Nova York (EUA) e um dos responsáveis pelo estudo, judeus e árabes são descendentes de Abrahão e preservaram suas raízes ao longo dos últimos 4 mil anos.
Os pesquisadores analisaram o cromossomo Y, transmitido do pai para o filho homem, de mais de 1.371 homens de 29 grupos populacionais de diversas regiões do mundo, incluindo judeus e não-judeus. Descobriram que árabes e judeus partilham um ancestral comum e são mais aparentados uns aos outros do que aos não-judeus de outras partes do mundo.


Fonte: Jornal Zero Hora, Porto Alegre, quarta-feira, 10/05/2000, página 49.

Schlomo, o bobo in: Trem da Vida, filme de Radu Mihaileanu:

“Deus criou o homem à sua imagem./Isso é lindo! Schlomo à imagem de Deus./Mas quem escreveu isso no Torah?/Foi o homem, não Deus./O homem escreveu sem modéstia, comparando-se a Deus./Talvez Deus tenha criado o homem.O homem./O homem, filho de Deus, criou Deus, só para poder se inventar.../O homem escreveu a Bíblia... para não ser esquecido sem se importar com Deus/Não amamos e não oramos a Deus./Ou melhor, imploramos para que nos ajude aqui na Terra.../Mas não nos importamos com Ele./Só pensamos em nós mesmos./A questão não é saber se Deus existe ou não.../Mas sim se nós existimos”.

E ai me pergunto: E quem inventou a guerra? A fome? A miséria? A opressão? O ódio? A maldade? O vício? A violência? A corrupção? E, acima de tudo, a hipocrisia?
Com certeza não foi Deus, mas o Homem...
Tanto o Corão, como o Torá, e a Bíblia trazem mensagens que são às vezes deturpadas ao bel prazer de pessoas, que fazem ao pé da letra sua forma de ver o mundo, além das palavras...

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://br.geocities.com/mesto_fantasma/Arte/imagens/
Lagrimas_de_sangue.jpg, que extraíra de www.worth1000.com

terça-feira, janeiro 06, 2009

O mundo como nós o vemos e o rápido movimento do olhar


Notícia extraída do portal Yahoo! Brasil (link abaixo), demonstra como a tecnologia e a ciência não param de querer ultrapassar os limites e tornar a ficção científica mero brinquedo de advinhação.
Vejam só, segundo consta no texto: "Pesquisadores japoneses conseguiram reproduzir imagens de objetos observados por pessoas por meio de varreduras em seus cérebros, o que abre caminho para a comunicação mental direta entre os seres humanos".
Ano passado (março/2008), até comentei algo similar, quando um dia após ver com meu filho o vídeo Uma família do futuro, da Disney, ver estampado nas noticias da internet que o mecanismo ficcional do desenho animado, chamado de "scanner de memória", já existia como protótipo.
Segundo link abaixo: "Os cientistas esperam que a pesquisa, publicada na revista científica Neuron, dos Estados Unidos, venha a ajudar pessoas com problemas de fala ou médicos que estão estudando problemas mentais, ainda que existam questões de privacidade a considerar caso a situação chegue ao estágio em que alguém poderia ler os sonhos de uma pessoa adormecida".
É incrível como as tecnologias chamadas assistivas, que visam dar possibilidades de vida quase normal a portadores de necessidades especiais, acaba se incorporando ao cotidiano. Coisa parecida acontece com a Fórmula 1, que serve de laboratório de pesquisas e testes para recursos que depois se incorporam aos automóveis em geral, como injeção eletrônica, câmbio automático, sistema informatizado do veículo, etc.
Apesar disso, sempre há um porém: necessário regular o uso dessas imagens e memórias privadas, que por conta do uso indiscriminado, poderão, sem o devido cuidado, serem usadas contra a vontade da pessoa. O que fere a própria legislação, quando diz que ninguém deve fazer prova contra si mesmo.
O curioso é que a ciência e a tecnologia têm avançado de forma assombrosa, principalmente na última década. Porém, a legislação e a própria qualidade de vida da maioria esmagadora da população planetária ainda não tem acesso a tudo isso. E ainda continuamos a nos matar de forma bárbara (como mostram os telejornais), por conta de interesses individuais eleitoreiros ou das grandes corporações que estão acima dos próprios países muitas vezes.
Na questão apontada por essa notícia do Yahoo!, curiosamente, esses estudos se encaminham para tentar descobrir sobre as imagens que as pessoas sonham.
De acordo com Kamitami, um dos pesquisadores japoneses: "Queremos saber como nossas experiências subjetivas e sonhos são expressados dentro de nossos cérebros", concluindo ainda que "Se a equipe conseguir realizar esse feito, fortes medidas de salvaguarda da privacidade serão necessárias".
Num mundo em constante paranóia, invadir o mundo dos sonhos é algo extremamente delicado, podendo gerar o que o filme Minority Report já previra: de pessoas serem acusadas por algo que sequer realizaram.
Vejam a íntegra da notícia abaixo:

Para o que você está olhando? Cientistas japoneses sabem

Ciência e tecnologia à parte, e enfocando a arte e a literatura, nesse início de 2009, criei em parceria com a colega e amiga, também educadora, poeta e escritora Elis Zampieri Panisson, de Curitibanos - SC - Brasil (e que nos conhecemos tão-somente pelo ciberespaço, mas que criamos uma afinidade profissional e literária, que afunilou para), um novo projeto literário colaborativo on-line, chamado R.E.M., que é a sigla em inglês para Rapid Eye Movement, ou "movimento rápido dos olhos", justamente o estado em que o sono atinge a sua zona mais profunda e começamos a sonhar. Sonhos breves mas vívidos.
Elis é editora dos blogs Etc e tal: entre o caos e o cósmico e Sobre educação, entre outros.
No caso do blog R.E.M., há uma inversão poética do título, ficando batizado de "Rápido movimento do olhar" (http://rapido-olhar.blogspot.com), em que os autores, através de breves poemas e minicontos resolveram criar um ambiente virtual para escrever coletivamente breves poemas e minicontos, explorando o imaginário e a realidade cotidiana, além de pensamentos passageiros sobre coisas duradouras da vida real e virtual.
Como são textos breves, poderemos ir colocando nossas impressões aos poucos, conforme a agenda de cada um permitir... Sem nenhum equipamento de captura de memórias, imagens, recordações, mas estimulando literariamente a criação de imagens na mente de nossos leitores.
Um novo desafio, usando a tecnologia em prol da arte, da cultura e da literatura.

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo, meramente ilustrativa da apresentação do blog R.E.M. - Rápido Movimento do Olhar,
http://www.overmundo.com.br/_banco/multiplas/
1217195678_olhos.jpg

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sábado, janeiro 03, 2009

Ano Novo e um "novo" Olhar Virtual...

Ano Novo e um "novo" Olhar Virtual sobre o mundo ao redor. Novos desafios convivendo simultaneamente com os velhos problemas de sempre, no interior e exterior da cada um. Nessa "poética" do olhar, indico mais uma vez o blog que criei em 2006, para homenagear meu pai, o artista plástico José Américo Roig, o Zeméco, pintor nortense autodidata, que reside na pequena e bela praia do Mar Grosso, em São José do Norte, que apesar do nome, situa-se no extremo sul do Rio Grande do Sul e do Brasil.
No blog Olhar Virtual, encontra-se pequeno inventário digital da vida e obra de meu pai, que se mistura com os últimos 61 anos do município, já que Zeméco (seu apelido e nome artístico), nascido em SJN em 1934, desde os anos 1950 tem se dedicado a retratar sua cidade, seu povo, os casarios, a paisagem, etc. Através de sua vida e obra é possível reconstituir parte da memória e da história de uma região. É o que chamo de "o universal através do particular".
No blog é possível encontrar relações entre a história individual do pintor mesclada à história coletiva de seu povo. Estive algum tempo (devido a compromissos profissionais) sem poder publicar muita coisa que tenho coletado do acervo particular de meu pai, bem como de doações (muitas via e-mail) de fotografias de obras, algumas únicas, de Zeméco, para que pelo blog seja possível universalizar as informações e dados; socializando também, pelo ambiente virtual que é o blog, parte dos usos e costumes, imagens, vídeos e outros materiais de uma região.
Agradeço então a colaboração dos amigos, familiares e visitantes do blog Olhar Virtual. O título do blog foi escolhido por mim, como simbologia, já que meu pai é cego de um olho desde 1966 - quando era desenhista e vitrinista de uma grande loja de departamentos de Porto Alegre - RS -, e que devido a um acidente (que Zeméco não gosta de comentar), teve descolamento da retina e a cegueira do olho esquerdo. Mesmo assim, continuou pintando e retratando sua cidade e sua gente.
Atualmente, devido a problemas de sáude, meu pai enxerga do olho direito com dificuldades. A claridade lhe faz ver apenas vultos. Na penumbra consegue visualizar melhor o que está ao seu redor. Tem pintado pouco, mas continua a ver seu mundo de uma forma muito peculiar. Graças a sua memória fotográfica, muita coisa foi possível preservar.
Para os que não conhecem sua obra, indico os dois vídeos abaixo, feitos por mim, bem como uma visita ao blog Olhar Virtual (http:olharvirtual.blogspot.com).


vídeo 1: Casario histórico de São José do Norte - RS - Brasil.

Vídeo acima, feito por mim em 31/12/2008, com câmera digital Kodak EasyShare C613, na casa do pintor nortense José Américo Roig, Zeméco, meu pai, em que simulo um passeio pela rua retratada no quadro, em que o visitante, depois de caminhar pela rua adentra a janela superior do casario histórico, que atualmente é ocupado pelo Instituto Histórico e Geográfico de São José do Norte-RS-Brasil.
Em 31/12/2008, Zeméco e sua esposa Hildette completaram 48 anos de casamento.
O referido vídeo acima encontra-se disponível no YouTube, conforme endereço abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=eHSfz8vdA6c


vídeo 2: Quadro "A Capelinha", motivo imaginário de Zeméco.

Vídeo acima, feito por mim em 31/12/2008, com a câmera digital Kodak EasyShare C613, na casa do pintor Zeméco, meu pai, em que simulo um passeio pela praia imaginária retratada na tela, aproximando-se da janela da capelinha e depois entrando na porta da mesma.
Zeméco veio em 1979 para a praia do Mar Grosso, residindo até 1980, no Restaurante Mariscão, que não existe mais. Depois morou na ex-usina a óleo diesel, que alimentava de energia elétrica a praia do Mar Grosso, trabalhando no serviço de informações turísticas. Findo isso, continuou no local, até que a Câmara de Vereadores doou o imóvel, a título de serviços prestados a arte, cultura e história do município. Portanto, em 2009, o artista plástico José Américo Roig completará 30 anos de moradia na Praia do Mar Grosso, em São José do Norte, litoral sul do Rio Grande do Sul- Brasil.
O vídeo acima encontra-se à disposição, na internet, no portal do YouTube, no endereço abaixo:
http://br.youtube.com/watch?v=tEx-ONJXpoY

sexta-feira, janeiro 02, 2009

"Reino de Estranhos" é escolhido para título da narrativa no RPG Literário

Após consulta a comunidade do RPG Literário, no orkut, e a enquete no próprio blog RPG - Role Poetic Games ou Jogos Poéticos Virtuais (vide imagens abaixo), foi escolhido pelos visitantes de ambas, o título REINO DE ESTRANHOS para a primeira narrativa em curso no referido blog de produção literária colaborativa, que faço parte com alunos da graduação e pós-graduação em Letras, da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG), da cidade do Rio Grande - RS - Brasil, que se conheceram pela internet.
Vejam abaixo os detalhes:

Na enquete do próprio RPG (imagem acima), o resultado foi o seguinte:
Reino de estranhos - 8 votos (66%);
Os olhos de Cristal - 3 votos (25%);
No castelo de Messiter - 1 voto (8%) e
As torres de areia - 0 voto (0%).
Total de 12 votantes.
Endereço do blog:
http://jogospoeticosvirtuais.blogspot.com

Na consulta pelo orkut (imagem acima), o resultado foi:
Reino de estranhos - 4 votos (57%);
As torres de areia - 2 votos (28%);
Os olhos de Cristal - 1 votos (14%) e
No castelo de Messiter - o voto (0%).
total de 7 votantes.
Endereço da Comunidade RPG Literário no orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=66534489

Observação: Mais detalhes sobre o projeto RPG Literário podem ser acompanhados através do blog Literatura em teia, criado pelos integrantes do RPG (José Roig, Andréia Pires, Ana Matias, Leandro Kerr, Suellen Rubira e Jouber Cunha) para divulgar o Role Poetic Games, bem como para tratar de literatura, arte e cultura em rede, na teia.
O Reino de estranhos é um local imaginário que faz fronteiras entre o mágico e o caótico, entre o mito e a realidade, entre a literatura e a história...