O mundo como nós o vemos e o rápido movimento do olhar
Notícia extraída do portal Yahoo! Brasil (link abaixo), demonstra como a tecnologia e a ciência não param de querer ultrapassar os limites e tornar a ficção científica mero brinquedo de advinhação.
Vejam só, segundo consta no texto: "Pesquisadores japoneses conseguiram reproduzir imagens de objetos observados por pessoas por meio de varreduras em seus cérebros, o que abre caminho para a comunicação mental direta entre os seres humanos".
Ano passado (março/2008), até comentei algo similar, quando um dia após ver com meu filho o vídeo Uma família do futuro, da Disney, ver estampado nas noticias da internet que o mecanismo ficcional do desenho animado, chamado de "scanner de memória", já existia como protótipo.
Segundo link abaixo: "Os cientistas esperam que a pesquisa, publicada na revista científica Neuron, dos Estados Unidos, venha a ajudar pessoas com problemas de fala ou médicos que estão estudando problemas mentais, ainda que existam questões de privacidade a considerar caso a situação chegue ao estágio em que alguém poderia ler os sonhos de uma pessoa adormecida".
É incrível como as tecnologias chamadas assistivas, que visam dar possibilidades de vida quase normal a portadores de necessidades especiais, acaba se incorporando ao cotidiano. Coisa parecida acontece com a Fórmula 1, que serve de laboratório de pesquisas e testes para recursos que depois se incorporam aos automóveis em geral, como injeção eletrônica, câmbio automático, sistema informatizado do veículo, etc.
Apesar disso, sempre há um porém: necessário regular o uso dessas imagens e memórias privadas, que por conta do uso indiscriminado, poderão, sem o devido cuidado, serem usadas contra a vontade da pessoa. O que fere a própria legislação, quando diz que ninguém deve fazer prova contra si mesmo.
O curioso é que a ciência e a tecnologia têm avançado de forma assombrosa, principalmente na última década. Porém, a legislação e a própria qualidade de vida da maioria esmagadora da população planetária ainda não tem acesso a tudo isso. E ainda continuamos a nos matar de forma bárbara (como mostram os telejornais), por conta de interesses individuais eleitoreiros ou das grandes corporações que estão acima dos próprios países muitas vezes.
Na questão apontada por essa notícia do Yahoo!, curiosamente, esses estudos se encaminham para tentar descobrir sobre as imagens que as pessoas sonham.
De acordo com Kamitami, um dos pesquisadores japoneses: "Queremos saber como nossas experiências subjetivas e sonhos são expressados dentro de nossos cérebros", concluindo ainda que "Se a equipe conseguir realizar esse feito, fortes medidas de salvaguarda da privacidade serão necessárias".
Num mundo em constante paranóia, invadir o mundo dos sonhos é algo extremamente delicado, podendo gerar o que o filme Minority Report já previra: de pessoas serem acusadas por algo que sequer realizaram.
Vejam a íntegra da notícia abaixo:
Para o que você está olhando? Cientistas japoneses sabem
Ciência e tecnologia à parte, e enfocando a arte e a literatura, nesse início de 2009, criei em parceria com a colega e amiga, também educadora, poeta e escritora Elis Zampieri Panisson, de Curitibanos - SC - Brasil (e que nos conhecemos tão-somente pelo ciberespaço, mas que criamos uma afinidade profissional e literária, que afunilou para), um novo projeto literário colaborativo on-line, chamado R.E.M., que é a sigla em inglês para Rapid Eye Movement, ou "movimento rápido dos olhos", justamente o estado em que o sono atinge a sua zona mais profunda e começamos a sonhar. Sonhos breves mas vívidos.
Elis é editora dos blogs Etc e tal: entre o caos e o cósmico e Sobre educação, entre outros.
No caso do blog R.E.M., há uma inversão poética do título, ficando batizado de "Rápido movimento do olhar" (http://rapido-olhar.blogspot.com), em que os autores, através de breves poemas e minicontos resolveram criar um ambiente virtual para escrever coletivamente breves poemas e minicontos, explorando o imaginário e a realidade cotidiana, além de pensamentos passageiros sobre coisas duradouras da vida real e virtual.
Como são textos breves, poderemos ir colocando nossas impressões aos poucos, conforme a agenda de cada um permitir... Sem nenhum equipamento de captura de memórias, imagens, recordações, mas estimulando literariamente a criação de imagens na mente de nossos leitores.
Um novo desafio, usando a tecnologia em prol da arte, da cultura e da literatura.
Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo, meramente ilustrativa da apresentação do blog R.E.M. - Rápido Movimento do Olhar,
http://www.overmundo.com.br/_banco/multiplas/
1217195678_olhos.jpg
Marcadores: blog, memória, R.E.M., tecnologia
2 Comments:
Zé, a tecnologia por si só é algo fantástico. Em se falando de tecnologia assistiva, mensionada no seu texto então, difícil de mensurar. É uma área bastante ampla mas limitando às adaptações e invenções que permitem o acesso ao computador é a tecnologia rompendo barreiras e limites a fim de proporcionar à todos, indistintamente, acesso ao patrimônio e potencial tecnológico.
Penso que quando se fala em inclusão digital há um discurso muito superficial ainda. Mas as poucas iniciativas nesse sentido mostram o quanto são importantes. E só quem vivenciou experiências como estas, onde crianças que além da deficiência estavam à margem pela pobreza tem idéia do quanto são significativas. Mas embora sejam uma realidade bastante distante da maioria da população acho que está sendo dada a largada para que muito ainda se avance e para que o direito a cidadania tão largamente defendido seja de fato vivenciado.
Quanto ao nosso projeto, 2009 ta aí e o R.E.M também. Que possamos dar vazão à essas idéias e à esse desejo de escrever nossas impressões reais ou imaginárias.
Abração amigo e bom descanso.
Oi, Elis.
Nem me fale! Nós que trabalhamos com a educação especial, em projetos educacionais sabemos bem o quanto de discurso vazio têm por aí, disfarçado de progressista, mas sem o devido conhecimento de causa.
Por sinal, a revista Nova Escola, de dezembro, fala do discurso vazio que tem alguns educadores, que escrevem bem, mas sem alma, só o clichê. Sei que cada profissião tem o seu próprio jargão, que deixa os "não-iniciados" meio que à margem do que se fala. Mas , cfe a reportagem, sabemos muito bem distinguir aqueles que chovem no molhado daqueles que têm a teoria unida à prática.
Sempre digo que quando ingressei no universo da educação especial, graças ás TICs, aprendi a ser mais tolerante comigo mesmo e com os outros, pois a gente v~e crianças com sérias limitações físicas e/ou neoruológicas conseguindo ter um rendimento similar ao aluno regular, dadas as devidas proporções e adaptações.
Numa das viagens ao teu lindo estado, em Floripa, assisti ao comentário de um prof. do paraná que diziam que possuía professores com Necessidades Especiais, que temem mexer num PC, e claro, todos riram, pois muitas vezes sintimos na pele o fruto da educação cartesiano que tivemos. Já a criança, já PNEE ou não, não tá nem aí, e depois que descobre os comandos, ou mesmo sem saber, vai mexendo e remexendo, e não raras vezes, nos ensinando coisas que a gente precisa sempre aprender: que a aprendizagem é mútua, e que a gente ensina e aprende sempre...
Quanto ao nosso projeto R.E.M., está muito legal, e como o proprio título remete a sonhos breves e vívidos, nossos textos terão esse componente que a amiga já domina mais que eu, que sou meio prolixo ás vezes. Hehehehehehehe.
tem poemas e contos teus que são fantásticos justamente por essa incrível síntese, emoção e comunicação que passam.
Estou me reconfigurando pra escrever de forma concisa.
E no atual estágio dissertativo que ando, concisão fora da dissertação é aconselhável, pra não comprometer as idéias e tb pra aliviar o pensamento...
Os dois primeiros textos que postei no REM não eram inéditos; o peoma está no controlVerso e o miniconto, foi o embrião pro blog RPG. De agora em diante sairão novos do forno de micro(ondas?)computador. kkkkk
Um grande abraço, miga, é uma grande satisfação contar com tua amizade, e duplo coleguismo, não apenas na educação e tecnologia, como agora na literatura.
E viva o R.E.M. - Rápido Movimento do Olhar.
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