quarta-feira, dezembro 31, 2008

Final de ano e a breve visão retrospectiva de si mesmo...


Último dia do ano; dia também de renovar a esperança em dias melhores.
De mudanças a partir de amanhã na língua portuguesa, vide detalhes da reforma ortográfica, que pretende unificar a escrita dos países que adotam o português como idioma oficial.
Reforma ortográfica da língua portuguesa
Além disso, nessa época, invariavelmente assistimos pela TV as famosas Retrospectivas das cenas marcantes do ano em curso. Um inventário digital de cenas e fatos que entraram para a história são descortinados na tela azul tremeluzente. Evidentemente que, dos 365 dias, são escolhidos apenas os fatos mais destacados que caibam em 60 minutos de programa.
Ultimamente, o tempo parece passar de uma forma tão atroz, que nem mais conseguimos perceber em que mês ou ano aconteceu tal fato. Associamos certas situações às outras. Por exemplo, a morte do piloto Ayrton Senna, com a Copa do Mundo de 1994, em que o Brasil conquistou o Tetra, nos EUA. Incrível! Parece que foi ontem que assistimos incrédulos a morte ao vivo, via satélite, de um dos maiores automobilistas e um dos maiores ídolos esportivos. Na verdade, já passaram-se 14 anos. Alunos que se formaram no ensino fundamental jamais viram Senna correr. Tudo aconteceu - pasmem! - no século passado. Somos, na maioria, pessoas do século passado, e quando se trata de educação, alguns do século XIX, em métodos e conceitos.
Em 2008, uma série de fatos sucederam-se numa velocidade que certamente daqui alguns anos não saberemos quando de fato tal situação ocorreu. Mas um dos fatos históricos mais marcantes foi a vitória de Barack Obama, nas eleições dos EUA, que traz consigo a esperança em dias melhores. Só o tempo dirá...
Nessa retrospectiva mundial, sempre cabe um espaço para nossa retrospectiva pessoal, que também é parcial, e mediado pelos momentos mais destacados.
Nesse balanço individual de perdas e ganhos, colocamos na balança os fatos prós e contras, as novas amizades feitas, os amigos que partiram antes da hora. É um tempo para recordar coisas que ficarão para sempre em nossa memória e história, individual e universal.
Tempo de festas, mas também de flexões (para os que apenas se contentam com a aparência exterior) e reflexões (para os que se preocupam com o futuro).
O clima mundial dá cada vez mais sinais de descontentamento com os rumos que o modelo civilizatório nos reservou. Aquecimento global não saiu dos noticiários, mundo afora.
Em 2008, pretendia muitas coisas que o Tempo e o Vento não permitiram; e outras tantas que nem imaginava foram surgindo aos poucos. Conheci novos colegas e amigos, reecontrei outros, perdi outros tantos, que desapareceram prematuramente. Viajei muito, a trabalho; troquei experiências ao vivo e on-line; fiz palestras sobre tecnologia e educação, arte, cultura e literatura; desenvolvi projetos virtuais individuais e coletivos, ao vivo e também on-line. Nas horas que não estive viajando ou trabalhando, tentei recuperar o tempo perdido com minha esposa e filho. E nessa história particular, acabei deixando de lado - não por negligência, mas por falta de tempo ou por bloqueio emocional - a dissertação de mestrado em Letras (área História da Literatura), em que pretendo analisar a autobiografia de Érico Veríssimo, com um enfoque literário. Fiz muitas e muitas leituras e releituras, mas na hora de colocar todas as citações e idéias para o papel, faltou-me o tempo necessário para maturar as idéias, colocando-as em uma seqüência lógica. Por sinal, último trema de minha existência, pois amanhã já não pode mais!!! Trabalhando manhã e noite, as tardes passaram ligeiras demais, e as noites também, quando enfim chegava em casa, o cansaço impedia-me de sentar diante do computador, do qual passava durante o dia inteiro dando aulas de informática educativa, pra tentar colocar em dia meu esboço... Peço desculpa a minha orientadora, profª Raquel Souza, e agradeço sua compreensão pelo meu afastamento, sumiço... Peço desculpas também aos meus leitores desse blog, pelos descuidos com acentos, vírgulas e letras invertidas, um pecado mortal para um mestrando em letras, sem tempo para a devida revisão...
Em 2006, quando retornei aos estudos acadêmicos, com a especialização em História do Rio Grande do Sul (FURG), acumulando depois o início da especialização em tecnologia educacional (UFRGS), concluída esta no final de 2007, analisei a autobiografia de Érico Verissimo, sob o enfoque histórico da identidade, entre o gaúcho típico e seu arquétipo, na obra do escritor cruz-altense. Em 2007, simultaneamente a especialização em TIC's na Promoção da Aprendizagem, concluí os créditos do mestrado em Letras (acumulando também as funções de técnico em informática e multiplicodr de informática educativa no NTE Rio Grande/18ª CRE), e em 2008 pretendia concluir a dissertação, mas os diversos compromissos profissionais não permitiram-me efetivar esse desejo.
Quando amigos e colegas me perguntavam como conseguia conciliar tanta coisa ao mesmo tempo, sempre dizia, como diigo agora: Nem sei! talvez o fato de projetos de trabalho serem extensões de meu projeto maior de Vida, tudo "conspire" ao meu favor. Mas sei que muito desses desafios pude concluir, graças ao apoio familiar, de amigos e colegas. Ninguém, literalmente, faz nada nesse mundo sozinho...
Resta-me agora, correr contra o Tempo e o Vento, para nas férias e até julho de 2009, concluir a referida dissertação. Tenho ela parcialmente organizada em minha mente, rabiscada em inúmeras folhas soltas, em páginas de livros e outras tantas em cópias reprográficas de textos e livros, que pretendo conseguir juntar esse mosaico em algo coerente e passível de ser considerada uma digna dissertação.
Noutro dia, ao ler meus e-mails, vi notícia (link abaixo), falando sobre diversos escritores que inventaram dados em suas autobiografias (vejam a notícia na íntegra, na referida indicação). Quando se é escritor e se romantiza a vida em escritos literários, utilizando dados autobiográficos para contruir narrativas ficcionais, corre-se o risco de romantizar também o real, quando se faz essa visão retrospectiva sobre a própria vida, historicizando nosso passado. Há que se ter cuidado redobrado quando, sendo escritor e poeta, se analiza a própria existência, para não poetizar demais esse invetário pessoal que é composto pela seleção natural dos fatos que mais nos são caros. Ainda que o autor autobiográfico não invente nada, e tente ser o mais fiel a vida real vivida, há que se convir que requisitos básicos de toda autobiografia (o mito, o imaginário, o narcisismo, etc.), compõem um mosaico de imagens e palavras que serão a versão de alguém sobre si mesmo. Uma visão subjetiva, embora creia e tente ser o mais objetiva possível, como a própria História deseja ser, mas, feita por seres humanos imaginantes, carrega em si também o subjetivismo de seu(s) autor(es)...

Memórias parcialmente inventadas

Bom, como pretendo analisar os três eixos da construção autobiográfica (Tempo, Memória e História), além do Pacto Autobiográfico estabelecido entre o autor e o leitor, não desejo por enquanto adiantar nada mais que isso, até pelo fato que diante das inúmeras leituras, preciso também fazer minha seleção natural do que melhor amparará meu discurso dissertativo, numa visão retrospectiva de minhas leituras.
Na verdade, essa postagem se propôs ser uma breve visão retrospectiva deste 2008, sob o meu ponto de vista, e também para comunicar aos leitores e visitantes deste blog, que talvez minha participação nesse período de férias seja curta, aqui neste espaço virtual, para poder tocar esse projeto que é um desafio e um sonho realizado parcialmente.
Aproveito também para parabenizar dois amigos que realizaram nesse final de ano seus sonhos particulares. Primeiro ao amigo Leandro Kerr Gimenez, também colega de blog de literatura colaborativa on-line RPG - Role Poetic Games ou Jogos Poéticos Virtuais, pela aprovação em 4º lugar, no vestibular da FURG, para o curso de Letras; e também a querida amiga Luize Dorneles, por sua aprovação no curso de Pedagogia (FURG). Luize, que é cega, nos anos de 2006 e 2007, foi monitora e colaboratora do Projeto de Informática na Educação Especial, do qual fui coordenador, auxiliando-nos e literalmente nos ensinando (eu e minha colega Janaina Martins) a usar o software DosVox, na turma de alunos com deficiência visual e baixa visão, nesse projeto de inclusão tecnológica, pedagógica e social, que infelizmente em 2008, pelo absoluta falta de tempo, não pôde ser executado, como vinha sendo desde 2005.
E para finalizar, essa retrospectiva que já alongou-se demais, deixo o vídeo acima, intitulado Viva la Vida, de uma de minhas bandas preferidas Coldplay, como trilha sonora dessa postagem, e como um estado de espírito que deve sempre nos contagiar. mais do que preocuparmos-nos com o futuro em demasia ou com o passado já vivido, temos que pensar em viver o agora, o presente, intensamente, junto áqueles que compartilham conosco as idéias e os ideais... Como faço seguidamente, desejo brindar de meu jeito peculiar: "Um Feliz 2009 a todos! E, em especial, àqueles que a gente gosta e que gostam da gente do jeito que somos. Tim-tim..."

2 Comments:

Blogger Suzana Gutierrez said...

Oi José :)

Já em 2009, ... feliz 2009!
Ano do teu mestrado. Vim aqui te recomendar 2 livros, destes lights que se podem ler nas férias, mas que te ajudarão a sistematizar as tuas idéias. A Bússola do Escrever e A Trama do Conhecimento, ambos organizados pelo Lucídio Bianchetti, professor da UFSC e um dos melhores orientadores que conheço. Ele foi de minha banca no mestrado e está sendo no doutorado e sua contribuição ao ler os meus trabalhos é algo fenomenal de tão cuidadosa e valiosa.

Estes livros tem inúmeros textos sobre produção textual e organização de dissertações\teses. O segundo, inclusive, tem um texto sobre biografias e auto-biografias que penso ser muito interessante para ti.

abraço :))

13:40  
Blogger José Antonio Klaes Roig said...

Oi, Profª Suzana, grato plas indicações. Toda ajuda sempre é bem-vinda. Vou procurá-los no link indicado. Um feliz 2009 pra nós. Um abração!

20:59  

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