Indicação: A Educação na Sociedade da Informação
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=A0T9xOAcDMw
O vídeo acima (poema de Paulo Freire) é ilustrativo do meu comentário e do texto que indico logo a seguir, da colega Flávia Sampaio - pedagoga, orientadora pedagógica e professora -, de Barra Mansa - RJ, editora do blog Educação Sem Fronteiras, que vem plenamente de encontro ao que penso e vivencio no cotidiano escolar, tanto com alunos como com professores. Se a vida é um processo dialógico entre nós e o mundo que nos cerca, a educação é (ou deveria ser!) o local privilegiado onde esse diálogo deveria ser melhor concretizado. Entretanto, penso que grande parte desse choque de gerações, evidenciado pelo uso das TICs, está justamente em que professores e alunos falam línguas diferentes e vivem em mundos opostos. A grande maioria dos educadores continua atrelada a um mundo em 2 dimensões (o professor a frente da turma e os alunos enfileirados ouvindo apenas); porém, seus alunos vivem em um mundo em 3D (são multifocais e multifuncionais, fazendo várias atividades ao mesmo tempo, o que pode parecer desatenção).
Há que se proporcionar o diálogo entre os dois pólos, e cabe ao mais "maduro" nessa relação quebrar esse gelo e propor uma conversa aberta... Nada de proibir por proibir, proibir orkut, msn, celular sem dar-se conta das potencialidades que o uso desses recursos podem trazer à comunicação dentro de uma escola. E não somente dentro dela mas fora, criando vínculos com outras escolas, a distância. O uso de blogs, fotologs, de câmeras digitais e celulares com câmeras podem gerar uma espécie de "reality show" (em que a informação que gera conhecimento seja a personagem principal) para outros educadores que pesquisem no ciberespaço experiências exitosas possam também adaptar tais situações à sua realidade local.
O maior problema é fazer essa transição entre os dois mundos... Os alunos são suscetíveis às mudanças; a maioria dos professores, nem sempre. Há os que já se integraram aos poucos e contam com o apoio de outros colegas; há os que estão iniciando e, por fim, aqueles totalmente refratários a qualquer mudança, seja com o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) ou não.
Como falei recentemente às professoras da Escola Estadual Marques de Souza (São José do Norte - S - Brasil), onde cursei o ensino fundamental: "De nada adianta introduzir as TICs se a metodologia não acompanhar as transformações do mundo". E citei justamente a frase de Barack Obama, que pra mim é a essência desse momento que vivemos: "O mundo mudou e nós precisamos mudar".
Indico, então, o texto abaixo (publicado em sua íntegra), pois mais uma vez me vi contemplado pelas preciosas observações que Flávia Sampaio coloca em seu blog Educação Sem Fronteiras, que sugiro aos educadores e visitantes do Letra Viva do Roig uma visita, pois é um de meus blogs educacionais preferidos, por conta de seus temas relevantes para o educador e a educação.
A EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
Por Flávia Sampaio
“No meu tempo não era assim.”
“Esta juventude está perdida.”
“Todos sentados e em silêncio.”
“Já não sei o que fazer para chamar a atenção deles.”
Estas são falas de professores ao longo do tempo ao se depararem com suas respectivas salas de aula e encontrarem seus alunos de uma maneira que não era esperada: falantes, agitados, andando, movimentando...
O alunado mudou, lógico, pois o mundo mudou.
A sociedade de informação ampliou sua abrangência tão rapidamente quanto a velocidade da veiculação das notícias. Atualmente, um acontecimento no Japão, Rússia, Turquia e até na Lua chega até nós em milésimos de segundos!
Estamos num novo tempo, o tempo do Orkut, do MSN, dos Blogs, dos e-mails, da banda larga...
Com toda certeza, a docência de tempos atrás não é a mesma de hoje, o acesso à informática e aos meios de comunicação de massa não acontecia com tanta facilidade.
A todo momento, os alunos são seduzidos com os apelos da mídia: modo de vestir, andar, falar, costumes, gírias, comportamentos e tiques; e o papel da educação não é ( e nem tem como ) impedir o acesso a tudo isto, mas fornecer ao aluno subsídios para que ele possa filtrar o que é realmente relevante para seu crescimento. E, neste quesito, a escola perde, pois esta cobra memorização e “decoreba” e, procura formar um sujeito “reprodutivo” totalmente descontextualizado da realidade.
A escola se apresenta atada à metodologias que não promovem a motivação, ao querer saber mais, ao gosto pela descoberta; esquecendo-se de ajudar na formação de sujeitos críticos, atuantes e autônomos que selecionam o que querem assistir e falar.
A escola preza os conteúdos culturalmente pré-determinados, e não recebe nem valoriza o conhecimento de mundo que o aluno traz, para, a partir dele, ajudar este aluno em seu processo de aprendizagem, interagindo e mediando a construção de seu conhecimento.
Entretanto, para que a escola tenha êxito nesta nova época, os alunos devem ser estimulados a “aprender a aprender”, a analisar o que é recebido e avaliar sua relevância. Neste enfoque, o papel do professor é de estimular a busca da informação, tratá-la e orientar sobre onde e como utilizá-la. E, quando há na relação um vínculo afetivo estabelecido entre os atores participantes, professor e aluno, este recebe sentimentos de segurança, confiança e coragem e se arrisca a socializar suas descobertas e dúvidas com o professor e os demais membros do grupo, para juntos, decidirem o que é relevante em sua formação.
Fonte:
Educação Sem Fronteiras
http://flaviasampaiosilva.blogspot.com
Observação 1:
Apresentação de slides acima, em formato de vídeo (produção de Leila Amaral e Rodrigo Barbosa), foi descoberta por mim no You Tube ao anexar um vídeo ao meu outro blog chamado Educa Tube. A Escola, poema atribuído a Paulo Freire traz uma mensagem de reflexão sobre o papel social de cada segmento escolar: direção, professores, pais, alunos, funcionários... Para refletir se a nossa Escola é a como a Escola proposta por Paulo Freire. Em tempos de introdução das TICs no ambiente escolar, nunca os ensinamentos do mestre Freire e sua metodologia construtivista estiveram ao meu ver tão bem adaptadas ao momento atual. Paulo Freire continua moderno, libertário e atual.
Aproveitei o vídeo para fazer um link para o texto de Flávia, e creio que estabeleci uma intertextualidade e comunicação.
Observação 2: Sugiro também a leitura para professores e alunos do texto O mito do aluno digital, com curiosos dados sobre pesquisa, reproduzidos no blog Caldeirão de Ideias, que tem como editor o colega Robson Freire, de Itaperuna - RJ - Brasil.
2 Comments:
Amigo Zé...
Sou eu que me sinto contemplada e privilegiada em poder desfrutar de textos e vídeos tão atuais e necessários para quem faz da educação sua PROFISSÃO.
Obrigada pelo carinho e amizade.
Um abraço.
Flávia
Cara amiga Flávia, a internet é um grande espaço de covenrgência tecnólógica e educacional. Poder conhecer colegas como você e outros que tornam-se amifos e compartilham suas vivências no meio escolar é o grande diferencial. Poder indicar teu trabalho, que é ótimo, só valoriza mais meu espaço virtual, que é este blog. Um abração, Zé.
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