quinta-feira, janeiro 24, 2008

A volta do fogo?


Obs.: Foto 1, imagem extraída da internet, intitulada Terra-Marte1b, capturada do endereço http://www.gluon.com.br


Obs.: Foto 2, imagem fotografada por sonda sobrevoando Marte. Fonte: Jornal da BandNews.


Obs.: Foto 3, detalhe do vulto capturado pela sonda sobre Marte.

No início desta semana, estava eu na loja de um amigo, tirando algumas cópias reprográficas de um livro para poder ler com calma e fazer sobre ela algumas anotações e marcações, quando no rádio ligado ouvi parte de entrevista (não pude identificar o entrevistado), na Rádio Universidade (FURG), do Rio Grande - RS - Brasil, falando sobre A VOLTA DO FOGO. O escritor que há em mim, antes mesmo do educador, ligou imediatamente seu "radar" e ficou na escuta. Não se tratava de nenhuma previsão apocalíptica sobre o fim da civilização, no sentido de voltarmos a viver na Idade do Fogo. Pelo contrário, falava de sua vivência familiar, e das lembranças das histórias de seu pai, que fora tropeiro, levando tropa da gado pelo interior do Rio Grande do Sul, quando à noite, esses tropeiros se reuníam à volta do fogo para conversar e contar suas histórias. Destes relatos orais, de tropeiros e visitantes do Sul, sei que constituiu-se grande parte do imaginário coletivo do gaúcho, reunidos e utilizados com maestria por escritores do quilate de Simões Lopes Neto e Érico Verissimo, em seus livros, respectivamente, Lendas do Sul e O Tempo e o Vento.
Vejam bem, o entrevistado falou em à volta do fogo, com um "A" craseado. Eu, nesta postagem, pretendo abordar a volta do fogo, sem crase, com base em casualidades e outras notícias nem tanto casuais, conforme verão abaixo.
Homero, meu amigo, dono da loja que fotoreprodução (tipo xerox) - com um nome apropriadíssimo para ser amigo de um mestrando em História da Literatura, como é o meu caso, que tem justamente em Homero, o original, escritor grego autor de a Odisséia, um referencial -, contou-me que seu pai também fora tropeiro, e a conversa se espichou... Sempre é assim, onde vou faço amigos e tenho boas conversas com eles, que depois acabam sendo a matéria-prima para meus escritos ficcionais ou não. Além de especialista em tecnologia educacional (2007), conclui em 2006, especialização em História, área Rio Grande do Sul: sociedade, política e cultura, e gosto muito de unir em História e Literatura, desde menino. Cursar, a partir de 2007, mestrado em História da Literatura, para mim foi a realização de um sonho, unindo o útil ao agradável.
Hoje, dentro das casualidades, ao acessar meus e-mails, vi notícia no portal Yahoo! Brasil, sobre o desgelo das calotas polares, com dados preocupantes, que merecem ser lidos no link abaixo, que acabou fazendo indiretamente um "link" com o que comentei acima... E a história continua, leiam a notícia e depois sigam em frente.
Degelo na Antártida aumentou 75% em uma década, segundo estudo
Posteriormente, ao assistir noticiário da TV, vi fotos (de número 2 e 3, acima)atribuídas a uma sonda estacionada por Marte, que capturou um estranho objeto em suposta forma humanóide, que pode ser tanto um ser extraterrestre, como uma escultura ou, o mais provável, uma deformação do terreno, ocorrida de forma natural, embora, convenhamos, uma estranhíssima deformação.
Da pesquisa no Google Imagens para descobrir algo sobre a tal foto, encontrei essa outra foto (de número 1, acima) mais curiosa, que mostra dois ambientes muito similares e familiares: do lado esquerdo, deserto na Terra, do lado direito, paisagem desoladora em Marte. Na página onde encontrei a foto havia um atalho para um interessantíssimo artigo do famoso físico brasileiro Marcelo Gleiser, publicado no Jornal da Ciência, veja link abaixo:
Nós, os marcianos, artigo de Marcelo Gleiser
Neste, Gleiser, de forma muito didática fala de ciência e ficção, trazendo seus entrecruzamentos e distanciamentos, de uma forma muito criativa e original, em seu estilo peculiar, que une a erudição e a popularização de temas científicos, tornando-a acessível ao público leigo.
Já discuti, em postagens e em textos de ficção, sobre o futuro que nos aguarda, se nada fizermos para reverter esse quadro de consumismo, tanto de bens manufaturados e industrializados, como dos recursos naturais não-sustentáveis, que a médio ou longo prazo poderão deixar a terra com uma paisagem muito similar a de Marte, que segundo Gleiser e outros cientistas, teve há milhões de anos uma paisagem similar a nossa atual, com rios, mares; e, quem sabe, especulam escritores e cientistas, até vida inteligente. Há quem creia que sejamos marcianos, e, por conseguinte, extraterrestres, pela possibilidade de a vida ter surgido e sido extinta em Marte, vindo bilhões de anos atrás para nossa atual casa. Claro, tudo teoria, ainda esperando comprovação. A ciência, no século XX avançou muito, com o mapeamento genético e tudo mais. No século XXI, se os países nanicos pararem de querer se matar, em guerras fratricidas - já que a genética mostrou que não existem raças, e sim uma única, a humana - , insuflados por gigantes da indústria bélica a quem não interessa um mundo em paz, e sim o lucro fácil às custas de destruição em massa, talvez, num outro estágio evolucionário, possamos reverter esse quadro preocupante. Do contrário, o escritor de ficção que há em mim, pode "prever" uma volta aos tempos bíblicos, primeiro com o dilúvio universal, por causa do degelo das calotas polares, para posteriormente - com o aumento do aquecimento global, a poluição, o lixo e a superpopulação -, acabarmos implodindo com as condições de vida do próprio planeta e a sua sustentabilidade. E, quem sabe, tentando dar uma de Isaac Asimov, grande escritor de ficção científica, num futuro não muito distante, Vênus acabe parecendo com o que hoje é a Terra, que já pareceu com o que ontem fora Marte e assim por diante. Nossa, que licença poética catastrófica. Risos. Marte é deserta, pois se escavássemos sobre a vasta poeira depositada em sua superfície, lá embaixo descobriríamos, quiçá, coisas que nenhuma sonda pode no momento visualizar. Ficção ou realidade, o que importa mesmo é que, sejamos escritores ou educadores, ou ambos, devemos sempre propor à sociedade a reflexão para estes temas da contemporaneidade, que parecem ser cíclicos, e em alguns casos, tanto egípcios, maias e outras civilizações perdidas parecem ter sido mais evoluídas que nós. Então pergunto: Será que nós, passageiros do tempo, não estamos contando-o em sentido inverso? Não seremos nós o passado e eles o futuro? Estaremos viajando na contramão? Nossa! Isto sim, daria um belo argumento para um conto ou livro de FC. Pena que o tempo é curto demais para mim, ultimamente, e as prioridades para 2008, são o trabalho com tecnologia educacional e a dissertação do mestrado em História da Literatura. A ficção científica deixo para os que se interessarem pelo assunto. Por sinal, já escrevi um texto ficional intitulado A REVELAÇÃO (com cerca de 16 páginas, em arquivo word, que pelo tamanho extenso não tenho espaço suficiente no blog para publicação). Um escrito muito parecido com essas teorias, e que está estampado no meu primeiro livro de contos e crônicas, ainda inédito, chamado Aos Jovens do Ano 2000. Quando aceitei o desafio de deixar de ser escritor de gaveta e publicar meu primeiro livro (2004), na verdade, o primeiro publicado, foi o segundo a ser escrito, Realidade Virtual, enquanto o "primogênito", ainda continua na gaveta à espera de publicação. Casualidade ou não...