Vestígios do dia na sociedade da informação...
A Imagem acima, capturada da internet (endereço abaixo), foi uma das cenas mais impactantes de minha juventude, quando assisti lá pelos anos 1970/80 o filme Planeta dos Macacos, com o ator Charlton Heston fazendo o papel de um astronauta norte-americano (estadounidense), que junto com mais 3 (um deles, uma mulher que morre) caem num planeta aparentemente deserto, até descobrir que o mesmo era habitado por macacos e gorilas que falam, e o mais curioso: em que os humanos estão num estado de evolução atrasado... Macacos civilizados e homens primitivos já por si só é um enredo de ficção científica mais do que original, ainda mais nos anos 1970, no auge da Guerra Fria, em que a metáfora e a ironia dão um tempêro a película. Porém, apesar das cenas de ação, da perseguição dos macacos ao capitão Taylor (Heston), seu contato com a cientista chimpanzé Zira (Kim Hunter) e seu marido Cornelius (Roddy McDowall), o conselho de macacos que o leva a julgamento, o melhor está no final avassalador... Quando o astronauta em fuga, junto com a bela mulher chamada Nova (Linda Harrison), chega perto das ruínas de um monumento antigo, percebe que jamais saiu do mesmo lugar. Caído de joelhos diante do que sobrara da Estátua da Liberdade - soterrada e destrruída -, Taylor percebe que retornou para a Terra, só que num futuro distante onde os seres humanos provavelmente, com guerras e armas de destruição em massa, implodiram a própria civilização...
Sei, tudo é ficção, cinema retrô, que Tim Burton refilmou em 2001 esse clássico da ficção científica, modificando seu final, mais igualmente dando um têmpero também original. Mas nada supera a surpresa e o impacto da primeira versão.
O que me preocupa nessa sociedade da informação, cada vez mais interligadas a uma rede sem fios, é o que deixaremos para as gerações futuras, de herança cultural, já que a programação dos cinemas e TVs, com sua tecnologia cada vez mais sofisticada, já não faz mais histórias como antigamente, que prendiam o espectador e leitor até o final da trama, para nesse ponto ainda surpreendê-la? Hoje, a programação televisiva e doutros meios de comunicação, nada surpreende, pelo contrário: é uma repetição de receita de bolo. Se um filme, livro, música faz sucesso, é copiado a exaustão... Se a moda é um ritmo em especial, é só aquilo que se ouve em toda parte, e por ai vai... Tudo descartável... Assim como toda a produção cultural que guardada em vinil, depois k-7, CD, agora DVD tem seu tempo de duração e perecimento. Nada de bits, bytes, megabytes, kilo, giga ou terrabytes... Só o que fica registrado na pedra ou em relatos orais perdura pelo "infinito e além", parafraseando a personagem Buzz LightYear, do originalissimo filme de animação computadorizada Toy Story. Nossa civilização consumista, utiliza-se dos recursos naturais, nem todos renováveis, com espantosa voracidade. Daqui há 500 ou 1.000 anos, tudo que é feito de plástico e papel sumirá da face a Terra, e o que sobrarão quase intactos serão nossos monumentos e algumas edificações... Tudo o mais será transformado, reciclado para chegar ao amanhã... Os vestígios de nosso tempo, nosso modo de vida e nossa cultura aos passageiros do futuro parecerão estranhos ou desconhecidos. Tudo dependerá da transição que façamos desse modo altamente prejudicial e com dias contados, pois a natureza já demonstra sua inconformidade com o "parasita" do qual ela é o hospedeiro... Superpopulação, superprodução de lixo e devastação, guueras, mi´seria, epidemias, aquecimento, poluição... Que nós, passageiros do presente, consigamos resolver essa equação de difícil solução, para que filmes como Planeta dos Macacos seja mera ficção cientifica... Um interessante filme para se assitir comendo pipoca e tomando refrigerante, e nada mais...
Observação 1: Imagem acima, cena final do filme Planeta dos Macacos (1968), extraída da internet, do endereço
http://www.squidoo.com/statueoflibertyinmovies
Observação 2: Diante do desgelo das calotas polares, do efeito estufa, do aquecimento global, e principalmente do governo do país dos astronautas em assinar qualquer tidpo de tratado de redução dos índices de poluição e tudo mais, a elevação dos mares, e a paisagem da cena final do filme O Planeta dos Macacos, apesar de improvável, não é tão absurda de um dia acontecer. Ainda mais se lembrarmos que um dos livros mais antigos da Humanidade fala de uma elevação assombrosa dos mares, em que um senhor de barbas longas reuniu um casal de cada espécie para enfrentar o tal dilúvio universal. Entre o mito e a história, entre a religião e a ciência "há mais coisas entre o céu e a terra que podem supor nossa vã meteorologia", digo, ironicamente, parafraseando William Shakespeare.
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