terça-feira, fevereiro 26, 2008

Aquecimento global: no mundo real e no digital


Cada vez mais a informática e o mundo digital tentam reproduzir em bits e bytes o que acontecem no mundo real, ora por intenção, ora por casualidade. Refiro-me ao aquecimento global, evidenciado de forma cada vez mais nítida, sem que seja preciso se expor demais ao sol, na beira da praia. Basta sair de casa para o trabalho e vice-versa para sentir na pele certa ardência, que antes só acontecia no auge do verão e depois de um longo período de exposição. Hoje, para se sair de casa, deve-se usar protetor solar, para evitar os danos à pele.
Já, no mundo virtual, outro aquecimento deve-se evitar, ou seja, o que está sujeita a máquina. Cuidados para que o micromputador não superaqueça e queime componentes esseciais. Cada vez mais as pessoas trabalham conectadas, umas mais que as outras, mas muitas delas vivendo on-line sem desligar o microcomputador nem pra dormir. Por melhor que seja o equipamento adquirido e a resistência que o fabricante divulga na garantia, pra tudo na vida real e também na virtual há limites. Locais pouco arejados, com incidência da luz solar direto sobre o PC, sensível à umidade e à poeira vão comprometendo a eficiência do maquinário. Se navegar é preciso, ventilar a máquina é essencial, e se no local tiver equipamento de ar-condicionado, melhor ainda. Especialistas sugerem, além disso, outros pequenos cuidados como não deixar o micro próximo demais de móveis ou paredes, o que prejudica a saída do ar quente de dentro da máquina. Processador, placas, fonte e outras peças do interior do computador acumulam energia e produzem calor. Aquele pequeno componente, parecido com um pequeno cata-vento de plástico, chamado cooler é elemento básico para a ventilação da fonte e do processador. De vez em quando convém ver se suas pás não estão tortas, o que requer imediata substituição. Limpeza interna do equipamento, retirando umidade e poeira também, é um cuidado que ajuda no desempenho do mesmo. Levar o PC ao técnico, não apenas quando apresenta problemas - como se faz com um carro no mecânico para revisão -, é um bom conselho a quem vive mais conectado ao mundo digital do que ao real. Afinal, prevenir é sempre melhor e mais barato do que remediar.
Para finalizar esta postagem, primeiro, voltando ao aquecimento global do mundo real, sugiro a quem ainda não assistiu em tela grande (cinema) ou na pequena do DVD, locar urgentemente o vídeo Uma Verdade Inconveniente, produzido pelo ex-vice-presidente e ex-futuro presidente norte-americano Al Gore. Um filme que traz imagens e dados preocupantes sobre esse tema de importância mundial. É uma boa dica de vídeo para o debate em sala de aula (ou na de vídeo) dos educadores com seus alunos, no retorno de ambos das férias, pois envolve a interdisciplinariedade, trabalhando a questão ambiental como tema transversal.
O segundo comentário final trata-se sobre um dado curioso, na questão do aquecimento global, que é o ato de reinterpretar o refrão de um clássico da canção popular brasileira, que diz: "O sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão". Já estamos vivenciando o que era apenas poema tornar-se profecia: áreas desérticas onde haviam florestas e lagos, áreas alagadiças onde antes haviam cidades e estradas. Será que todo poeta é meio profeta descuidado? Ou será que todo profeta poetiza o que vê antes dos outros, o que nem ele mesmo entende plenamente, mas intui, sobre aquilo que os outros não dão valia às suas críticas e reflexões? Fazendo um exercício de crítica literária com mescla de crítica política, penso que as centúrias de Nostradamus, mais do que profecias apocalípticas, se lidas fora deste contexto é um texto poético, simbólico, metafórico, enfim, literário à espera de confirmação histórica ou não. Depois do fatídico 11/09, ao ligar-se um microcomputador, uma TV ou outro equipamento eletrônico fica improvável dizer à primeira vista o que é realidade e o que não passa de ficção, o que é literatura e o que poderá tornar-se parte da História Universal da Infâmia - mais que citação de livro e indicação de leitura do livro do grande escritor argentino Jorge Luis Borges, uma provocação e uma reflexão sobre o nosso cotidiano.
Observação: Imagem acima, digitalizada de um recorte de jornal, em que não foi possível identificar autoria, nem se é de fato uma imagem ou uma manipulação digital.