segunda-feira, julho 28, 2008

A vida intertextual: internet e comunidade


Mais um texto meu da série "A vida intertextual" (que já abordou Cinema, Teatro, Literatura e Televisão), e agora me debruço sobre o mundo virtual e as incríveis paixões que desperta em seus usuários.
Diante da vida pós-moderna, da tecnologia e da invasão de privacidade tendo suas fronteiras borradas, será que um romance ao estilo Romeu e Julieta, no século XXI prosperará? Horas parece que sim, outras, não. Vejam abaixo a incrível história do rapaz que se apaixonou à primeira vista por uma moça, em pleno metrô de Nova Iorque, e que criou um site na internet para ajudar a achá-la, e graças ao público visitante, numa cidade de mais de 8 milhões de habitantes, ele enfim a encontrou. E foram felizes para sempre? Vejam o link abaixo e o final da história de fadas, em plena revolução digital...
Hoje, banalizou-se o amor, seja real ou virtual, e casais parecem ser formados em programas de Reality Show, de acordo com a audiência. Audiência vinculada a contas de patrocínio, e vice-versa. De repente, para agradar ao público, Romeu pode ficar com Eva, Adão com Julieta, e por ai vai... A história interage de uma forma que o autor passa a ser o leitor, internauta, telespectador...
Tudo jogada de marketing? Efeito paparazzi? Incompatibilidade de gênios? As aparências enganam? Tudo isso e mais um pouco pode levar a que uma grande história de amor não perdure mais que o período que o programa está no ar...
Hoje, casais que se formam por conta de intervenções da mídia eletrônica, parecem seguir um roteiro pré-determinado. Casais que surgem em salas de papo, idealizam por demais seu par. E quando se conhecem pessoalmente o imaginário não resiste à realidade. Claro, que para toda regra tem a sua exceção. E há casais que resistem até hoje, por conta de algo mais que bites, chats, etc.
Mas na notícia baixo, extraída do portal Yahoo! Brasil, o interessante foi a solidariedade instânea proporcionada pelo pedido de ajuda, formulado através de uma página na internet, que proporcionou que o rapaz encontrasse a mulher de seus sonhos - literalmente uma agulha num palheiro! Se canalizado esse potencial para as artes, cultura e educação, que grande filão pode ser aberto no mundo digital aos projetos sociais e educacionais do mundo real, que normalmente não encontram espaço na grade de programação da grande mídia, mais interessada em divulgar com requintes as grandes tragédias, o caos, os desastres e banalidades... Mas no mundo real também existem coisas boas a serem descobertas e divulgadas...
Esse caso de amor, acontecido em pleno metrô de N.Y., prova de que o particular atinge o universal; e que o universo de internautas às vezes se interessa por assuntos estritamente particulares, nessa intertextualidade entre a internet e a comunidade virtual, ou não...

Romance do metrô de Nova York chega ao fim da linha

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