sábado, fevereiro 28, 2009

Sorria, você está sendo pesquisado...


Este é o primeiro post, de dois que pretendo publicar neste blog, abordando a questão de como nossa identidade virtual é percebida no mundo digital, principalmente através dos portais de indexação de conteúdo, tipo Google e outros.
Nem todo mundo sabe, mas tudo que se escreve e se publica na internet pode ser monitorado, e isso não tem nada a ver com teorias da conspiração, ou com argumentos de filmes como Duro de matar IV e Controle Absoluto, em que essas informações em mãos humanas ou digitais lembram a figura do Grande Irmão, do livro 1984, de George Orwell, que inspirou programas de realities show.
Nesses, o curioso é o foco das câmeras, espalhados por toda parte, com as pessoas tendo consciência que estão sendo filmados 24 horas por dia, e mesmo assim os seres confinados jamais olham para alguma delas, agindo de forma similar aos bons atores, interpretando seus textos sem mirar o cinegrafista, seja nas telenovelas como no cinema, etc.
Mas o que me refiro neste momento é da possibilidade de sermos espiões de nós mesmos, pesquisando registros sobre nós no ciberespaço, através de sites como Google, Altavista, Cadê, etc. Basta que coloquemos nosso nome completo e como num passe de mágica, num abracadabra qualquer, teremos acesso a listas de páginas que contém algo sobre nós.
Quanto mais usamos a internet, principalmente através de blogs, publicando conteúdo ou deixando comentários noutros blogs e portais, e mais deixaremos rastros digitais...
A primeira vez que fiz isso, surpreendi-me com vários dados de concursos, artigos publicados em jornais, nos meus blogs, e depois de algumas páginas, descobrindo pessoas que tinham o mesmo meu sobrenome, pelo lado materno (Klaes) e pelo paterno (Roig). No orkut, a mesma coisa. Descobri parentes distantes e outros próximos...

Nessa postagem abordarei os dados positivos que encontrei, e na próxima algumas coisas não tão positivas assim, mas que me fizeram ver que tudo na vida tem o seu lado A e B. Todavia, a própria possibilidade de saber o que se fala bem e mal de nós, já é uma grande oportunidade de fazermos uma autocrítica ou uma defesa, quando necessário, para esclarecer dúvidas, equívocos, etc.

Primeiro, neste post, os dados positivos:
Descobri, por exemplo, que alguns textos meus, publicados nos meus blogs e/ou em jornais, na versão virtual, foram usados por outros blogs e até mesmo como conteúdo de concurso, o que me incentiva a continuar a refletir sobre o mundo, com o eu o vejo. Eis alguns casos:

- artigo de opinião "A ética e corporativismo", usado nas provas do
Concurso Nível Superior para Analista Jurídico, tipo 2, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Pernambuco – SESCOOP/PE - Processo 2008.

- artigo de opinião "O mundo cão e a filosofia do cotidiano", divulgado pelo
blog do jornalista Osvaldo Bertolino, chamado O outro lado da notícia, da cidade de São Paulo-SP.

- artigo do opinião "Trem da Vida", publicado como crítica de cinema, sobre o filme de mesmo nome, no blog O bode expiatório.

- texto de minha autoria "A inclusão do professor no processo inclusivo", publicado neste blog, que serviu de referência para o texto Instruir para incluir, de autoria de Yara de Matos Mendes, na disciplina: Teoria da aprendizagem e a construção do conhecimento, do CEFET-Bambuí.

Além disso, descobri outras indicações feitas por colegas e amigos (muitos deles me informando da publicação). Mas quis destacar agora justamente essas descobertas feitas por pessoas que não conheço e que sequer eu sabia da utilização de meus textos por terceiros (embora todos eles possam ser publicados em blogs e jornais livremente, desde que citem a autoria).

Como educador e, indiretamente, formador de opinião, seja em cursos de capacitação a professores de rede pública estadual, no RS (região de Rio Grande, São José do Norte, Santa Vitória do Palmar e Chuí), ou como articulista e blogueiro, tenho a consciência do papel social que minhas ideias expressam, sem falar que me pauto por uma crítica amparada em sólida autocrítica. Não critico aquilo que eu também faço, e sou receptivo às críticas contrárias às minhas opiniões (o que em matéria de blogs, nem sempre a crítica é bem-vinda, segundo texto que li certa vez). Mas se eu atiro pedra, tenho que ter consciêncoa que meu telhado pode ser de vidro também. Porém, quem convive comigo sabe bem que muitas vezes reavalio e reconsidero minhas opiniões com base nessa troca dinâmica com colegas, amigos e outras pessoas que atravessam meu caminho (ou seria eu que atravesso o caminho delas sem saber? Bom, acho que nessas encruzilhadas da vida real e da virtual, nada é por acaso).
Não tenho a intensão de ser o dono da verdade (como alguns formadores de opinião, às vezes travestidos de porta-vozes de algo ou alguém, que só veem o lado que defendem com unhas e dentes), defendo apenas meu ponto de vista, que normalmente, antes de ser expresso, passa pela ótica do advogado do diabo que há em mim - figura jurídica que significa ver os dois lados de uma mesma questão, antecipando o que a outra parte poderá contra-argumentar.
Algumas vezes, graças a opiniões de terceiros, revi meus conceitos e pré-conceitos, passando a incorporar a visão dos outros em meu olhar. Não tem como ser diferente, pois por mais que nos especializemos em algo, nunca daremos conta de todas as possibilidades que um tema nos oferece. Somos seres intertextuais não apenas em relação ao que lemos, mas principalmente com o que vemos e ouvimos ao redor...
Quem acompanha meu blog ou conhece minha trajetória como educador e escritor sabe bem como a minha matéria-prima é feita dessas trocas, ora casuais, ora propositais.
Tenho consciência de que um blog, se usado além de diário virtual, como ambiente de reflexão, possibilita esse intercâmbio, e boa parte de meus colegas e amigos atualmente são pessoas que não conheço pessoalmente, e com alguns deles inclusive divido projetos diversos com focos educacional, literário e social.
Para os professores que adentram no ciberespaço, através dos cursos de informática educativa, nos quais sou multiplicador, e que fazem oficinas de criação de blogs sempre comento sobre essa questão da autoria: da elaboração de conteúdos e não apenas reprodução de terceiros, mas se assim fizerem, sempre preservarem o direito autoral desses, informando nome, endereço da página, tanto de textos como imagens, vídeos, etc.
Digo a eles que pelo Google (deus ex machina?) seus blogs podem ser encontrados e de repente, dependendo do conteúdo divulgado, passarem a ser referência para outros, além de sua aldeia. Hoje, o educador pode ser produtor de conteúdo, via blogs, orkut, wiki, msn e outros meios eletrônicos. E com isso movimentar uma rede social e educacional...
Agora, voltando das férias (período em que o Letra Vida do Roig passa a ser mais eclético e discutir um pouco de tudo), voltarei a dar ênfase a questão da tecnologia educacional, sem esquecer das questões incidentais e complementares, como a arte, a cultura e a sociedade.
No próximo post continuarei a tratar desse assunto, agora com o enfoque do "Lado B", dessas descobertas do que falam da gente no mundo virtual, às vezes de forma não tão cordial.

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://secondblog.blogtv.com.pt/2007/07/26/o-olhoquetudove

3 Comments:

Blogger Tati Martins said...

Oi, Roig!
Estou tentando colocar minha lista de feeds em dia. Adorei esse seu texto. Realmente nós estamos cada vez mais expostos. Você já reparou como no Orkut as propagandas e propostas de cursos são direcionadas de acordo com os seus interesses? Ao mesmo tempo que considero isso muito interessante porque há mais objetividade no processo, sinto-me extremamente vulnerável.
Um beijinho

19:07  
Blogger José Antonio Klaes Roig said...

Oi, Tati.
Estmos mesmo muito vulneráveis, como nossa vida exposta na rede. Claro que muitos dados, a maioria, são por nós mesmos informados. Mas temos que nos ater ao fato que algumas pessoas interpretam mal ou criticam sem nos dar direito a defesa. orte que o próprio Google, se a gente pesquisar sobre nossa vida e nome, nos informa disso... Veja a postagem posterior a essa, "Quem sai na chuva é pra se 'queimar'", que trato desse lado B, da vida virtual. No orkut, sei que já perdi amizades por falsas mensagens que não enviei. É estranho como nem todas as pessoas fazem como eu e vc, de "confiar desconfiando". Qdo recebo mensagens pornograficas de amigos, tenho certeza que são falsas e já deleto. Mas sempre tem os curiosos que clicam e depois perdem seus perfis. Tenho percebido o que comentasses sim. Um grande abraço,

20:16  
Blogger José Antonio Klaes Roig said...

Hi, Alanna. Grateful for the visit. Glad you like. Come again. Thank you. José Roig.

17:19  

Postar um comentário

<< Home