sábado, setembro 29, 2007

Não acredito mais em Papai Noel, infelizmente...

Caros amigos e visitantes deste blog que discute tecnologia e educação. Lamento informar a vocês que faz muito tempo que deixei de acreditar em Papai Noel, coelhinho da Páscoa, Super-heróis, bicho-papão e outros seres do imaginário infantil. Entretanto, vira e mexe, recebo correntes de amigos, colegas e conhecidos e até mesmo de ilustres desconhecidos convidando a repassar aquela mensagem de correio eletrônico que supostamente nos premiará com fabulosas quantias em dinheiro e coisas similares. Não reclamo, mas não repasso também. Não sou como o padre Quevedo, que gosta de desmistificar falsos videntes, tampouco Mister M, que resolveu contar alguns truques de magia. A vida é mais fantástica que a ficção, e muito mais criativa. Sei bem, pois sou escritor nas horas vagas, cada vez menos vagas...
Vejam só: Mês passado, mostrando a professores, no curso de informática educativa, a usar o Windows Media Player para sintonizar rádios na internet, uma cursista recebeu a mensagem de uma rádio estrangeira de quem tinha sido a 999.999 ouvinte a acessar a página. Parabenizei-a, dizendo que no dia anterior eu também tinha recebido a mesma mensagem de congratulações e não demorou muito e 2, 3, 5, quase todos na sala foram contemplados com o 999.999º acesso a mesma rádio. Todos viramos clones? Creio que não, apenas uma simulação...
Noutra semana, recebi de amigos mensagem de correio eletrônico, dizendo que supostamente a Microsoft para provar que seu navegador Internet Explorer tinha mais uso de que seus concorrentes estava pedindo àqueles que se cadastrassem e enviassem a maior quantidade daquela mensagem a sua lista de e-mails poderiam ganhar dinheiro, e que um deles pretensamente tinha recebido em um mês mais de 23 mil reais. Também deletei tal mensagem e não repassei a ninguém. Até pelo fato que público e notório que se quase 90% dos PCs rodam o sistema operacional windows, e nele vem o navegador internet explorer, esse deve ser também 90% acessado, sem precisar deste tipo de artifício publicitário. Nessa semana, recebi outra mensagem dizendo que eu tinha sido premiado com 800 mil libras por usar um desses programas tipo messenger, e que teria que enviar para um endereço de e-mail um código, endereço e outros dados. Lógico que não enviei. Esmola demais até o Santo desconfia, já dizia minha avó...
Hoje a noite, mais uma mensagem intrigante, ofertando um negócio da China: um lap top de graça!!! Vejam seu teor abaixo, copiado do corpo do email recebido:
Amigos, A empresa "X" está distribuindo gratuitamente "lap tops" com o objetivo de se equilibrar com a Y, que está fazendo o mesmo. A "X" deseja assim aumentar sua popularidade. Por esse motivo, está distribuindo gratuitamente o novo Lap Top .... . Tudo o que é preciso fazer é enviar uma cópia deste e-mail para 8 (oito) conhecidos. Dentro de 2 (duas) semanas você receberá um lap top . Se a mensagem for enviada para 20 (vinte) ou mais pessoas, você poderá receber um lap top. Importante! É preciso enviar uma cópia do e-mail para (e-mail tal...) Não é trote. Funciona. "Não custa participar".
Observação 1: preferi omitir os nomes das empresas e os modelos de lap tops por não acreditar não apenas em Papai Noel, mas também nesse conteúdo. Mas nada tenho contra quem repassa tal mensagem, mais por ingenuidade do que outra coisa. Embora expondo seus amigos e endereços eletrônicos a pessoas desconhecidas.
Como está no título desta mensagem. Infelizmente, não sou São Tomé, mas só acredito vendo. Não creio mais em Papai Noel nem em presentes de grego ou negócios da China, até pelo fato de que tudo que é muito fácil, algo de nebuloso deve conter. Bom, se por acaso, alguém realmente ganhar um lap top, milhares de reais, ou outra coisa, me avisem. Pois, assim como disco voador, todo mundo fala, mas eu nunca tive o privilégio de ver. Não creio em bruxas, mas que elas existem, existem, travestidas de correntes para iludir os sonhadores... Desculpem-me ser desmancha prazeres. Posso até queimar minha língua e ter algum amigo contemplado com um lap top. Eu mesmo, bah, teria o maior prazer de receber um para meus projetos com alunos da educação especial e outras atividades em que poderia me deslocar pela região. Mas, nada é tão fácil na vida. A não ser para espertos que desejam pegar a lista de contatos nossas e repassar a outros. Isso sim, um senhor "negócio da China". Cuidado. Se eu estiver errado, lamentarei a perda de um lap top. Mas, na vida tudo são perdas e ganhos. É preciso aprender a avaliar se os riscos valem a pena. No meu caso, prefiro deixar de ganhar a perder, principalmente a confiança de meus amigos, colegas, familiares, alunos e todos os que acreditam em mim e em meu trabalho. Todavia, vou escrever ao Papai Noel pedindo um lap top. Quem sabe, o Natal se aproximando, e um antigo sonho eu possa realizar, mas de preferência de olhos bem abertos. Sonhar ainda não custa nada. Ainda...
Observação 2: Imagem acima, extraída da internet, de um site português, onde perguntava justamente se acreditava em Papai Noel, cujo endereço virtual é:

A matemática é a "Matrix" de tudo e de todos?

Gosto muito de perguntar aos meus alunos (nos dois pólos educacionais), sejam cursistas-professores em cursos de informática educativa ou alunos de projetos de aprendizagem (ensino regular e educação especial), no primeiro dia de nossas atividades compartilhadas, quais os que gostam de (ou necessitam da...) informática e quais os que gostam de (ou entendem a...) matemática. Sempre a primeria opção sai vitoriosa. Faço um breve apanhado da história da informática (ou seja, informação automática) e mostro como sempre a matemática esteve ligada a esta. Mais: que a matemática esteve sempre ligada ao conhecimento, a aprendizagem e evolução da civilização humana. Pode-se não gostar de matemática, mas ela é essencial em nossa vida, para podermos entender quase tudo e todos que nos rodeiam, antes, durante e depois dos eventos. Fórmulas, equações, complexos cálculos são capazes de realizar diversas operações e conclusões sobre nossa realidade. Algoritmo, fractrais, teoria do caos, etc. Alguns físicos quânticos chegaram a aventar a hipótese de que possa existir uma inteligência Superior (o grande arquiteto do Universo?), e que o universo age como se fosse um imenso programa de computador (tipo o filme Matrix), onde tudo existe e pode ser provado com base na matemática. Evidentemente, os professores de matemática são os que mais gostam destes meus comentários despretensiosos, já que minha. Principalmente minha esposa, que é da área de Matemática (risos). Claro que por matemática, falo em sentido amplo, quando devemos levar em conta aspectos da física e das ciências em geral nesta análise "matemática".
Hoje, ao consultar meus e-mails, no portal Yahoo! Brasil, vi a notícia que coloquei no link abaixo, tratando das possibilidades da teoria do caos controlar o aquecimento global, sugiro a leitura aos interessados neste tema. Ou que, como eu, participam de cursos e projetos como alunos e/ou educadores, na temática da Educação Ambiental.
No link acima, há uma citação atribuída a Galileu Galilei que corrobora com minha postagem e que diz: "os fenômenos da natureza estão escritos em linguagem matemática".
Por fim, coloco o fragmento de um conto do talentoso escritor português Pedro Paixão, que também reforça meu comentário neste blog: “A matemática é a música do céu, que é onde estão as coisas perfeitas, composta e tocada por Deus o qual não se preocupa com o que acontece no mundo, ocupado que está com que o mundo aconteça”. (O Porto em quatro cores. In: Viver todos os dias cansa. Rio de Janeiro: Gryphus, 2004, p. 74.).

Final de novela e "O Dia em Que a Terra Parou"

Quando iniciei a Especialização em Tecnologias da Informação e da Comunicação na Promoção da Aprendizagem (UFRGS, 2006/2007), trabalhei justamente em um projeto de aprendizagem, como aluno, em que tratava da possibilidade da televisão ser uma aliada da Educação. Nesse processo discuti a questão da programação da TV aberta e gratuita frente a por assinatura e a cabo; especulei sobre a televisão educativa e a educação na televisão, sobre horário nobre divulgando a mesmice, e o que realmente é nobre na TV ser colocado no limbo, no madrugadão; enfim, abordei várias possibilidades de interação, usando a programação da TV, no que ela tem de interessante, junto ao alunado num ambiente escolar (maiores detalhes podem ser obtidos consultando as primeiras postagens desse blog). Quem sabe um dia reuna esse textos em uma publicação, cujo foco seja a educação e a tecnologia. Ontem (e hoje, em reprise, nem tanto), aconteceu, antes mesmo da veiculação do último capítulo da telenovela Paraíso Tropical (Rede Globo), o que muitos comentaristas especularam que o país pararia diante da televisão para assistir ao desenlace da trama que ficou no ar quase seis meses.
Os brasileiros (homens e mulheres) têm seu êxtase justamente em dois momentos distintos: os primeiros, quando no período da Copa do Mundo de futebol, e, as mulheres, quando do capítulo final de uma telenovela de sucesso nacional. Evidentemente, existem homens e mulheres que compartilham os dois gostos: futebol e novela. Afora isso, não lembro outras situações que promovam tal êxtase. Se avaliarmos pela comoção (morte de artistas, esportistas, político e personalidades), aí é outra emoção.
Mas futebol e telenovela deixam no Brasil o sentimento que o cinema retratou na ficção científica com o filme O DIA EM QUE A TERRA PAROU (1951). Passado isso, tudo volta ao normal, até que outra trama fictícia, ou evento esportivo, remeta a essa sensação de congelamento do tempo e do espaço midiático, em torno apenas de um tema, assunto, repetido ad nauseaum, à exaustão. Enquanto isso, no país real, tantos outros temas que precisam de atenção não encontram um espaço no horário nobre, nem pelo menos uma nobre abordagem pelos meios de comunicação de massa, que preferem levar ao ar campeões de audiência e do futebol, mas não encontram tempo para discutir situações tão importantes, ou até mais, como o próprio caso da Educação. Educação que é, ora responsabilizada, ora convidada a resolver todos os problemas do país real, justo por comunicadores e formadores de opinião. São os paradoxos da modernidade. Chamem Klaatu (foto acima, extraída da internet), o robo imenso que desceu de uma nave alienígena para pedir paz aos homens de boa vontade. Assistam o filme, clássico da ficção científica, e depois reflitam sobre essa postagem e essa realidade, nada virtual.
Maiores informações sobre o filme O Dia em Que a Terra Parou, basta acessar o portal Cine Players.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Estados da alma no PC

Vejam, que interessante notícia extraída do Portal Yahoo! Brasil, que trata de programa que permite identificar estados de ânimo de usuário de computador. Eis fragmento da notícia:
"Ternura, a tristeza, a resignação ou o ressentimento de quem conversa através do computador agora podem ser identificados por meio de um software desenvolvido por engenheiros chilenos, uma novidade que pode mudar de maneira radical os sistemas de troca de mensagens instantâneas. O programa, criado pelos engenheiros Roberto González e Edmundo Leiva, pode detectar em tempo real sete emoções - ternura, tristeza, alegria, surpresa, medo, repulsa e neutralidade - e quatro estados de ânimo básicos: resignação, ressentimento, tranqüilidade e ambição. O software funciona de maneira simples. Uma webcam capta imagens do rosto do usuário, que, em seguida, são processadas. Em uma fração de segundo, aparece um desenho na tela do computador indicando o estado de ânimo expressado naquele momento pela pessoa fotografada".
Imaginem só se esse software fosse instalado no Congresso Nacional, e demais casas legislativas pelo país afora, durante as votações importantes para o interesse na sociedade como um todo, e não apenas para a manutenção de privilégios e cargo de figuras ilustres, em estado constante de ânimo para permanecer no poder, custe o que custar. Mas ai, já não depende tanto da tecnologia mas da ficção científica e da mente privilegiada de um escritor para conceber tamanho delírio imaginativo, tão distante da realidade, nada virtual.
Para lerem a notícia na íntegra, basta clicar no título desta postagem.
Observação: Imagem acima, extraída do portal deviantART.com, intitulada "J", de Jude1984 (pseudônimo do autor).

quinta-feira, setembro 27, 2007

Nada acontece por acaso, nem mesmo o acaso...

Meus colegas e amigos se surpreendem que, diante de tantas leituras por obrigação (mestrado, pós em tecnologia educacional e trabalho com informática educativa), ainda arranje tempo para pegar um livro na biblioteca da Universidade para ler nas poucas horas livres... Hoje mesmo, escolhi um livro pelo título interessantíssimo e poético, embora não seja de poemas, de um escritor moçambicano que ouvi falar muito bem, através de meus colegas de mestrado em Letras (área História da Literatura), chamado Mia Couto. O título do livro: UM RIO CHAMADO TEMPO, UMA CASA CHAMADA TERRA (imagem ao lado). Nesse fim de semana, faça chuva ou faça sol, tenho que terminar de qualquer jeito os ensaios pro mestrado (prazo encerrando), mais algumas tarefas do curso de Mídias Integradas a Educação, módulo Gestão das Tecnologias na Escola (idem)... Mas ao folhear o referido livro, vendo certas epígrafes, algumas de autores conhecidos, outras de personagens do próprio livro, me encantei e não resisti. Peguei o livro e irei lendo aos poucos, como quem saboreia pequenos goles de um bom vinho. Quando terminar de lê-lo, comentarei nesse blog e em meu jornal virtual, também chamado Letra Viva, onde publico e distribuo via internet, artigos de opinião que não são publicados na mídia convencional, resenhas de livros, filmes, arte e cultura em geral. Apenas para deixar com água na boca dos apreciadores da literatura de qualidade, eis a epígrafe do 4º capítulo, intitulado As Primeiras Cartas, atribuída ao personagem "Avô Mariano": O importante não é a casa onde moramos. Mas onde, em nós, a casa mora. Para quem, como eu, com 5 anos de idade, viu um dia a casa que morava ameaçar tombar, e teve que, sem nada entender, sair apenas com a roupa do corpo, junto com os familiares, e que passou grande parte da infância e da adolescência perambulando por casas e mais casas dos outros, alugadas, e que na maturidade, finalmente, conseguiu adquirir a sua casa, ainda que financiada, essa epígrafe possui diversos significados. Digo, parafraseando Mia Couto, que não importa a casa, o que importa mesmo é o lar. A escola é o segundo lar que temos. E como numa família, precisamos aprender a conviver com essa grande reunião de pessoas. Sem nos apegarmos a cargos e/ou vaidades extremas. Digo mais, quando a escola é o nosso local de trabalho, não importa o local onde trabalhemos de fato, e as pessoas com as quais tenhamos que conviver mais tempo do que com a própria família; o importante é saber que o trabalho more em nós (por vocação e profissionalismo) e não moremos no trabalho (por dedicação extremada, e negligência com a própria família). Tudo na vida é uma questão de bom senso. Finalizando esta postagem, incluo outra epígrafe do livro de Mia Couto, atribuída a provérbio africano: "A lua anda devagar mas atravessa o mundo". Quando vejo alunos querendo passar fases de lua com velocidade semelhante ao mais rápido dos processadores para micromputador jamais inventado, procuro aconselhá-los a ir com calma, aproveitando cada dia de uma vez, pois não devemos ter mais pressa que o próprio tempo que passa ao natural. Como digo também aos amigos: nada acontece por acaso nem mesmo o acaso. Tudo tem um motivo, ainda que "existam mais coisas entre a o céu e a terra que possa supor nossa vã tecnologia", diria meu amigo William S.

Entre a autoridade e o autoritarismo

Aproveito para indicar mais uma interessante postagem do blog Caldeirão de Idéias, do colega e amigo Robson Freire, de Itaperuna-RJ, que trata da delicada questão entre autoridade e autoritarismo e seus desbobramentos no ambiente escolar. Vale a pena ler na íntegra, bastando clicar sobre o título desta postagem.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Minicurso "Informática Educativa: paradoxo tecnológico e educacional"

Aviso aos navegantes, amigos e colegas, dias 02 e 03/10, às 19 horas, estarei coordenando o minicurso "Informática educativa: paradoxos tecnológico e educacional", durante o I Curso Nacional de Educadores: "Educação Ambiental e as Práticas Pedagógicas no Contexto Escolar", organizado pelo CPERS/Sindicato (6º Núcleo - Rio Grande), 18ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e Associação de Diretores das Escolas Públicas Estaduais de Rio Grande - RS - Brasil. Para aqueles que venham a ler esta postagem, Rio Grande é o nome da cidade mais antiga do Estado do Rio Grande do Sul (fundada em 1737 e...), localizada a 320 km ao sul de Porto Alegre. Há certa confusão entre o nome da cidade e do Estado, até pelo hábito dos próprios gaúchos referirem-se ao seu Estado de forma abreviada.
O convite para a participação neste evento partiu da Direção do 6º Núcleo do CPERS/Sindicato, em decorrência da minha experiência de 15 anos na Educação, passando pelas mais variadas atividades, de secretário de escola, presidente e integrante de Conselho Escolar, assessor jurídico (na área educação), técnico em informática, ex-coordeenador de Núcleo de Tecnologia Educacional, coordenador de Projeto de Informática na Educação Especial, com alunos portadores de necessidades educativas especiais (PNEEs), multiplicador de informática educativa com professores da rede pública estadual , além de pós-graduando em especialização em Tecnologias da Informação e da Comunicação na Promoção da Aprendizagem (UFRGS-2006/2007).
Como deu para perceber, nesses 15 anos, muitas atividades exerci, sempre dentro da educação, e, humildemente creio que conheço e posso debater, evidentemente, sob meu ponto de vista, a respeito desse grande paradoxo da modernidade que é o uso da tecnologia no ambiente escolar: inclusão e exclusão digital, social e educacional.
Mais uma vez, me apropriando, ou melhor, socializando o pensamento de António Nóvoa, ao falar de experiência profissional, reproduzo abaixo um interessante fragmento de sua entrevista a TVE Brasil: "(...) a experiência por si só não é formadora. John Dewey, pedagogo americano e sociólogo do princípio do século, dizia: 'quando se aforma que o professor tem 10 anos de experiência, dá para dizer que ele tem 10 anos de experiência ou que ele tem um ano de experiência repetido 10 vezes'. E, na verdade, há muitas vezes esta idéia. experiência, por si só, pode ser uma mera repetição, uma mera rotina, não é ela que é formadora. Formadora é a reflexão sobre essa experiência, ou a pesquisa sobre essa experiência". Acho fantástica essa assertiva, que é muitas vezes o reflexo de nossa sociedade. Um currículo por si só, como o meu, por exemplo, não é indicativo de que minha experiência de 15 anos me dê a autoridade para decretar o que é certo e errado, falso ou verdadeiro, muito pelo contrário. Embora, em 15 anos exerci as mais diversas funções, dentro do "olho do furacão" que é a educação. Não sou apenas uma testemunha ocular, mas alguém que sempre esteve envolvido com a Educação, ora como educador, ora como aluno (já que além da especialização em tecnologia educacional, que concluo breve, sou mestrando em Letras, área História da Literatura, o que me faz sempre ver o lado aluno e educador ao mesmo tempo). O verdadeiro educador é aquele que se considera eternoa aprendiz e tem uma crítica aliada a uma auto-crítica, revendo suas posturas, através de seus erros e acertos, e sempre procurando trabalhar de forma solidária e não tão competitiva, estabelecendo parcerias, não apenas com outros educadores, mas principalmente com o alunado. Nosso maior aliado deve ser o aluno e não apenas seus pais e/ou responsáveis. A Escola do Futuro deve ser pensada em função do aluno, sob os mais variados aspectos, ouvindo sua voz. E avaliação deveria ser levada a todos os setores de uma escola. Avaliação e auto-avaliação. Educação não pode ser encarada como gincana que se premia por produtividade ou velocidade. Educar é preparar o aluno para o exercício da cidadania plena. E, nesse ponto, a tecnologia, se bem planejada no ambiente escolar, poderá proporcionar essa troca entre a experiência (isso mesmo) do aluno junto aos meios eletro-eletrônicos e a informática em geral, sendo o aluno-monitor do educador, que não deve se preocupar em ser um tecnólogo, ou um técnico de informática, para poder usar um laboratório informatizado, que é o meio (a ferramenta), enquanto a educação em si é a finalidade. Mas não vou adiantar aqui esse debate que será travado nos dias acima citados, no Auditório do Instituto de Educação Juvenal Miller. São 30 vagas para cada oficina, e maiores informações sobre esse minicurso e outros mais, além de palestras e demais atividades propostas pelos organizadores podem ser obtidas pelo fone (053)3232-8685; e-mail: cpers6@terra.com.br.
Observação: Imagem acima, extraída do blog e-Comunicação FACOM/FAAP. Endereço: www.crit.rai.it/tvmobile/images/tecnologia.jpg

terça-feira, setembro 25, 2007

Por uma teoria pragmática

Há tempos que venho ruminando (isso mesmo) a idéia de defender uma teoria pragmática, ou seja, um discurso que encontre eco numa prática realista e não apenas idealista. Este blog sempre foi um veículo para isto. Recentemente, em forum de Curso de Mídias, a colega Sônia, em resposta a uma postagem minha, concordando com seu ponto de vista, disse que eu tinha um discurso idealista (foi uma crítica fraterna, pois somos colegas a ambos lutamos pela melhoria da educação). Na verdade, respeitando a opinião da colega a distância, e continuando a concordar com suas opiniões sempre interessantes e desafiadoras, procuro sempre unir os dois pólos que parecem conflitantes hoje em dia: idealismo e realismo; discurso e prática. Tenho ido a muitas palestras, como ouvinte, em que são radiografados diversos aspectos da educação e da tecnologia, penso que muitas vezes ficam na fase do auto-retrato, ou seja, de descrever características comuns a todos: indivíduos e instituições. Alguns irão se reconhecer na descrição do retratista, outros dirão que ficou mais pra "charge" do que retrato. Mas, pelo menos em algum aspecto iremos perceber que, como na teoria do caos e dos fractrais, o microcosmos é uma pequena mostra do macrocosmo, e vice-versa. Uma praia é uma reunião de milhões, bilhões, trilhões quase ad infinitum de pequenos grãos de areia; um oceano da mesma forma, de gotas d'água salgada, etc. Uma escola é a reunião de trabalhadores em educação (professores, funcionários, equipe diretiva), alunado, pais e responsáveis em torno de uma comunidade, que é o reflexo de uma cidade, cópia de um Estado, reproduzindo aspectos de um País, e assim por diante... "Somos todos homens de nosso tempo!", como gosta de dizer meu prof. Carlos Baumgarten, o que concordo plenamente. Homens, não em sentido de gênero e sim de espécie, deixe-se claro.
Todavia, a maioria das palestras que assisto (e que se propõem críticas e construtivas) ficam só na fase do auto-retrato, pois o tempo acaba, e não se fala de como localizar o "suspeito" ou o objeto de pesquisa... Ficam na crítica, mas falta a construção: de como fazer? Eu pergunto então como fazer para unir esse discurso progressista a uma prática ainda conservadora em muitas escolas? Eu, particularmente, não me considero um educador idealista, e sim realista. Idealismo remete a figura poética do Quixote, confundindo gigantes com moinhos, esperando as condições ideais de trabalho (recursos humanos e financeiros, equipamentos, etc. que nem sempre são os ideais, ainda mais quando se trata de tecnologia e educação, onde o novo logo tornar-se obsoleto); lutando por estas condições, e aguardando... Sou realista, sim. Pego um limão e tento fazer uma limonada, claro, com uma pitada de açúcar para adoçar a vida. Não fico esperando por algo que pode demorar ou não vir, pelas mais variadas limitações. Envolvo amigos e colegas, busco voluntários que tornem realidade projetos feitos de forma simples, mas executáveis... Minha lição de vida, compartilho através deste blog. Onde amigos e colegas compartilham pontos de vista diversos, e trocam ideáis, auxiliando-me muitas vezes em projetos. Aqui estão minhas opiniões, discursos que sejam, afinal, como diz minha profª. Eliane Campello, da disciplina Seminário de Pesquisa, dentro do Mestrado em História da Literatura: "Tudo na vida é discurso". Existem discursos políticos; político-partidários; jurídicos; filosóficos; educacionais; sindicais; governamentais; religiosos; agnósticos; filantrópicos, e por ai vai... Ter um discurso, mal não faz, desde que afinado a uma prática consistente e realista. Isso tenho. Uso o construtivismo (aprendizagem significativa e flexibilidade cognitiva), tanto com projetos de aprendizagem com alunos regulares e da Educação Especial, em atividades com a parceria do professor responsável pela turma (que sabe melhor a realidade de sua turma do que eu...) e em cursos de capacitação com professores da rede pública estadual. Até brinco que o professor, na situação de aluno, algumas vezes reproduz um pouco do aluno que já foi um dia, embora às vezes recrime isso em seu alunado. Falta um auto-retrato a esses colegas. A própria educação reproduz um pouco da política, no que essa tem de menos louvável, quando em período de eleição. E me desmintam àqueles que já não estiveram envolvidos nesse processo democrático e desgastante de escolhe de representantes, sejam políticos e/ou gestores escolares. Já estive em comissão escolar, em comissão regional, em assessoria jurídica à educação, e sei do que falo. Mas ambos os processos, se analisados os discursos pré e pós eleição, veremos que a teoria não encontra a devida praticidade. Ora, por motivos alheios a vontade do vencedor, ora por desconhecimento da realidade, ora por fatores externos e/ou internos da instituição, ora por fatores internos e/ou externos do próprio indivíduo... Cada caso é um caso, e não pdemos generalizar. Educar é dar exemplos... Sou adepto da pedagogia do exemplo, ou seja, do não fazer o que critico nos outros... Ou tentar pôr em prática o que discuto em blogs, palestras e projetos de aprendizagem, cursos de capacitação, artigos de opinião e tudo mais... Sou defensor de uma teoria pragmática, que se inicie nas casas, encontre eco nos bancos escolares, nas casas legislativas, em toda a sociedade... Evidentemente que todo pragmatismo precisa também de uma certa dose de idealismo, em sentido amplo. Nada se faz na vida sem um ideal. O meu é de trabalho colaborativo, em equipe, dividindo acertos e erros, certezas e dúvidas. Como gosto de dizer: "A única certeza que tenho na vida é que muitas dúvidas sempre terei". Um bom trabalho a todos, em prol de uma teoria pragmática.
Observação: Imagem acima, extraída do portal deviantART.com, intitulada "Arbitrary watercolors", de Netghost (pseudônimo do autor).

segunda-feira, setembro 24, 2007

Competências para a prática do professor

Ainda sobre a entrevista do educador português António Nóvoa, para a TVE Brasil, que indiquei a íntegra da mesma, a algumass postagens abaixo desta, cabe destacar a distinção feita entre as competências necessárias para a prática do professor. Vejam a opinião de Nóvoa (compartilhada integralmente pelo editor deste blog):
"(...) eu tenderia a valorizar duas competências: a primeira é uma competência de organização. Isto é, o professor não é, hoje em dia, um mero transmissor de conhecimento, mas também não é apenas uma pessoa que trabalha no interior de uma sala de aula. O professor é um organizador de aprendizagens, de aprendizagens via os novos meios informáticos, por via dessas novas realidades virtuais. Organizador do ponto de vista da organização da escola, do ponto de vista de uma organização mais ampla, que é a organização da turma ou da sala de aula. Há aqui, portanto, uma dimensão da organização das aprendizagens, do que eu designo, a organização do trabalho escolar e esta organização do trabalho escolar é mais do que o simples trabalho pedagógico, é mais do que o simples trabalho do ensino, é qualquer coisa que vai além destas dimensões, e estas competências de organização são absolutamente essenciais para um professor.
Há um segundo nível de competências que, a meu ver, são muito importantes também, que são as competências relacionadas com a compreensão do conhecimento. Há uma velha brincadeira, que é uma brincadeira que já tem quase um século, que parece que terá sido dita, inicialmente, por Bernard Shaw, mas há controvérsias sobre isso, que dizia que: 'quem sabe faz, quem não sabe ensina'.
Hoje em dia esta brincadeira podia ser substituída por uma outra: 'quem compreende o conhecimento'. Não basta deter o conhecimento para o saber transmitir a alguém, é preciso compreender o conhecimento, ser capaz de o reorganizar, ser capaz de o reelaborar e de transpô-lo em situação didática em sala de aula. Esta compreensão do conhecimento é, absolutamente, essencial nas competências práticas dos professores. Eu tenderia, portanto, a acentuar esses dois planos: o plano do professor como um organizador do trabalho escolar, nas suas diversas dimensões e o professor como alguém que compreende, que detém e compreende um determinado conhecimento e é capaz de o reelaborar no sentido da sua transposição didática, como agora se diz, no sentido da sua capacidade de ensinar a um grupo de alunos".

domingo, setembro 23, 2007

Educar é professar a fé em algo e/ou alguém...

Hoje, domingo chuvoso, ao abrir minha caixa de correio eletrônico recebi uma de várias mensagens com apresentação de slides. A maioria sequer com um uma mensagem do próprio remetente, encaminhando um texto, o que me deixa às vezes frustrado, pois sempre gosto de ter um contato com as pessoas e não apenas receber mensagens de terceiros...
Porém, neste domingo, recebi uma bela apresentação de slides, intitulada "Professores Apaixonados", encaminhado pela colega Catia da Rocha, professora com 33 anos de magistério, que como bem escreveu, trocou apenas de paixão: ou seja, de escola. Mas continua, como bem escrevi a ela: "professando a fé em algo e/ou alguém". Um dos grandes fatores da educação, mesmo com poucos recursos humanos e financeiros, ainda acontecer de fato, apesar de tudo que ouvimos e assistimos, é por causa da abnegação de muitos professores, como Cátia, que mesmo com tempo para aposentadoria, não aposentam a idéia de professar sua fé na educação, no educando e na própria sociedade civil. Parabéns a Cátia e a todas aquelas pessoas que são apaixonadas pelo que fazem, professores ou não... Fazendo o seu melhor, independente de serem reconhecidas ou dignamente remuneradas ou não... E que não contam apenas o tempo de serviço, como outros mais. Vejam abaixo o inteiro teor do texto, que veio sobreposto a belas imagens de educadores e educandos. Continuemos a professar a fé no homem e não apenas na máquina, nesses Tempos Modernos, em que cada vez mais vemos que a inteligência artificial é uma busca constante de alguns cientistas... Apesar de recorrente nesse blog, insisto que: devemos fazer tudo para humanizar a máquina em prol de uma educação de qualidade e não tentar robotizar professores e alunos, em benefício de uma tentativa de falsa modernidade. Modernas devem ser as idéias e suas práticas libertárias e emancipadoras, e não apenas os equipamentos e máquinas controladores de tudo e de todos... Um bom domingo a todos!

PROFESSORES APAIXONADOS, por Gabriel Perissé

Professores e professoras apaixonados acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa que podem mover o mundo. Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltitplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos. Não há pretextso que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato. Apaixonar-se sai caro!
Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria. Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão. Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados,.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, dos desrespietos, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente. Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro. Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração. Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e nada mais.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar os esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar. A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.

Observação: Imagem acima, colagem de minha autoria, intitulada "Mão e terra", feita há mais de 7 anos, a partir de recortes de revistas.

sábado, setembro 22, 2007

O Mecanismo Anticythera

Esse vídeo trata de um achado arqueológico, que especialistas consideram o tataravô do moderno computador. Chama-se mecanismo Anticythera, referência a ilha grega, onde aconteceu o naufrágio. Assista ao vídeo, intitulado "O Mistério Antikythera", extraído do You Tube e tire suas próprias conclusões.

sexta-feira, setembro 21, 2007

Organização e compreensão do conhecimento

Sou um admirador do trabalho de António Nóvoa (foto ao lado), educador português, que é destacado no módulo 6, etapa 2, da Gestão Integrada de Mídias, do Curso de Mídias Integradas à Educação (UnB- 2005/2007), do qual sou cursista.
Nesta etapa 2, temos que elaborar um esboço de projeto que envolva a gestão de tecnologia na escola. Como subsídios, foi disponibilizado no ambiente e-proinfo (MEC), uma entrevista com Nóvoa, que entre vários temas, analisa justamente a Organização e Compreensão do Conhecimento. Eis fragmento dela: “Resumindo, eu tenderia a valorizar duas competências: a primeira é uma competência de organização. Isto é, o professor não é, hoje em dia, um mero transmissor de conhecimento, mas também não é apenas uma pessoa que trabalha no interior de uma sala de aula. O professor é um organizador de aprendizagens, de aprendizagens via os novos meios informáticos, por via dessas novas realidades virtuais... Em relação à segunda competência, Nóvoa enfatiza... Não basta deter o conhecimento para o saber transmitir a alguém, é preciso compreender o conhecimento, ser capaz de o reorganizar, ser capaz de o reelaborar e de transpô-lo em situação didática em sala de aula. Esta compreensão do conhecimento é, absolutamente, essencial nas competências práticas dos professores...” (trechos extraídos da entrevista do Prof. Nóvoa, 2001)".
Para acessar a íntegra da entrevista, favor clicar no link abaixo. Nóvoa tem formação Doutor em Educação e catedrático da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa. Alguns livros publicados: - Vida de professores. Porto, Portugal. - Profissão professor. Porto, Portugal. - Os professores e sua formação. Lisboa, Dom Quixote, 1992. - As organizações escolares em análise. Lisboa, Publicações D. Quixote, 1992.

Condenada por agressão de professora em SP

Uma notícia que merece conhecimento e reflexão, tanto de alunos como educadores, em vista das constantes ameaças a integridade física de professores nas escolas públicas, pelo país afora. Para acessar a íntegra da notícia, basta clicar no título desta postagem.

artigo sobre Educador Inovador

Por indicação do colega Robson Freire, editor do blog Caldeirão de Idéias, do NTE Itaperuna - RJ, estou colocando abaixo um link para o artigo de Kátia Ramos, Educador Inovador, publicado no portal Escola2000 e reproduzido aqui pelo Letra Viva. Uma boa sugestão de leitura a todo educador, que queira inovar seu fazer pedagógico, mas com qualidade. Compartilho integralmente o ponto de vista de Kátia, pois também penso que "a tecnologia não deve ter um fim em si mesma", de tornar alunos e professores em tecnólogos, mas sim, a finalidade deve ser de qualificar o processo de ensino-aprendizagem, usando os multimeios como ferramenta deste, como sempre gosto de reiterar. Usar a tecnologia como um portal para um mundo de possibilidades novas, como a internet, o uso de blogs, etc, desde que com um sentido de repassar conteúdos e competências de uma ou mais disciplinas. Eis um fragmento do referido artigo:
"Investir na educação e priorizar oportunidades educativas tem sido a resposta para vencermos esses desafios e alavancar mudanças. Há muitas décadas é dito que o investimento do país deve ser na educação. Mas, não falamos aqui de qualquer educação, falamos de uma educação de qualidade que atenda aos desafios desse novo século, que promova uma verdadeira educação para o desenvolvimento humano e que priorize como apontado no relatório da UNESCO, o desenvolvimento dos Quatro Pilares da Educação - aprender a ser, a conviver, a fazer e a conhecer (grifo do LV), somente dessa maneira o aluno estará preparado para atuar como sujeito integrante, pois somente assim, a educação estará formando cidadãos preparados para interagirem e contribuírem nas transformações desse novo século."
Para acessá-lo na íntegra, favor clicar no link (atalho) abaixo.
Observação: Imagem acima, extraída da internet, chamada "Puerta", disponível no endereço: http://www.bosquemingshu.com/

quinta-feira, setembro 20, 2007

Hagaquê e aprendizagem compartilhada

O Hagaquê (como o próprio nome diz) é um software para elaboração de histórias em quadrinhos. Nesse ano, em parceria com as professores da Educação especial da EEEF Barão de Cêrro Largo, de Rio Grande - RS, começamos a utilizá-los dentro dos projetos de aprendizagem. Porém, havia um pequeno problema, que não conseguíamos resolver: após salvo a produção dos alunos, não era possível abri-la mais. Diante desse impasse, optamos, eu e janaina, minha colega multiplicadora do NTE Rio Grande/18ªCRE, em aconselhar aos alunos que fizessem suas HQs em preto e branco, ao invés de colorido, para imprimir, sem salvar. Assim, além de enconomizar tinta colorida, guardávamos a produção impressa dos alunos, que num segundo momento pintariam de forma convencional: lápis de cor ou caneta hidrocor.
Há pouco mais de um mês, comçeamos a apoiar informalmente (em fase de elaboração de...) projeto de informática para alunos do Instituto Estadual São José, do município vizinho de São José do Norte, idealizado pela profª Vera Pedone, com apoio da direção. estivemos lá, eu e Dulcinéa Castro, coordenadora do NTE, visitando a escola, conhecendo o laboratório de informática e conversando com a equipe diretiva e demais professores interessados em ampliar esse projeto: Marisane, Miguel, Irene e outros. Na volta, viemos com quase uma dezena de alunos do ensino médio do IE São José, interessados em serem alunos-monitores do referido projeto, para mostrar o laboratório de informática do NTE, e alguns dos softwares que serão disponibilizados para a escola, dentre eles o Hagaquê.
Na oportunidade, comentei a eles da limitação do software, que tanto eu e Janaina, pelas várias atividades desenvolvidas, de capacitação de professores e demais projetos, não tínhamos podido resolver. Ou seja, como fazer para salvando o arquivo, poder abri-lo depois para continuar a história ou apenas mostrá-la e imprimi-la. Mas, nesse mesmo dia comentei com eles: provavelmente um de vocês vai conseguir resolver esse problema pra nós. Por ter mais tempo e por não ter o "HD biológico" tão saturado de informações como nós. Dito e feito. Ontem, pela manhã, a profª. Vera Pedone, que é integrante da turma básico 1 NTE (embora tenhamos percebido que possui conhecimentos de informática para ser inclusive multiplicadora na escola), me falou da descoberta que o aluno Lucas fez: para que seja possível a abertura do arquivo salvo no Hagaquê, quando se manda salvar o mesmo, o nome do autor e o titulo da história em quadrinhos devem ser o mesmo. Algo tão simples e ao mesmo tempo tão complexo, pois, por dedução lógica, se há espaço para ambas as informações, tudo indica que devam ser diferentes e não iguais. Bom, pode ter até outra forma de resolver essa questão, mas pra mim, essa solução encontrada pelo aluno Luca, já me basta. E comprova como a aprendizagem pode ser compartilhada entre professores e alunos num ambiente digital ou escolar, em seu formato tradicional. Tudo depende de que o educador saiba mediar o conhecimento e transitar entre os dois pólos educativos: aluno e professor. Afinal, se estamos sempre aprendendo algo novo, ainda mais informática, somo e devemos também agir, de vez em quando, como aprendizes. Tenho mais aprendido, com alunos, colegas e amigos, do que ensinado. Eis uma lição que a educação e o educador do século XXI precisam aprender. Compartilhar certezas e dúvidas. Ah, aproveito para agradecer ao novo amigo Robson Freire, do NTE Itaperuna - RJ, que ficou de me mandar um tutorial sobre o Hagaquê, e que fizera contato esse dias, sobre esse projeto, que também ele desenvolve. Obrigado ao novo amigo e a todos os amigos que compartilham seu conhecimento comigo. Um abraço a todos!
Observação: Imagem acima, extraída da internet, intitulada "Autoreferenzialità", obtida através do endereço: http://www.dblog.it/

quarta-feira, setembro 19, 2007

ArtEstação e evento de cinema e vídeo

A ONG ArtEstação, estará promovendo no mês de outubro evento de cinema e vídeo, em sua sede, no balneário do Cassino, Rio Grande - RS. O espaço cultural ArtEstação tem se destacado no cenário artístico e cultural do município do Rio Grande e região sul, por diversas atividades, desde oficinas de criação, exposições de artistas variados entre outros eventos.
Segundo scrap (recado) recebido via comunidade do ArtEstação no orkut:
O evento reunirá no Rio Grande profissionais, produtores, estudantes, público e apreciadores das diversas áreas da produção audiovisual, através de oficinas, palestras, mini-cursos e mostras. Estão confirmados nomes vindos de Porto Alegre como Marcelo Fruet que é produtor musical pela UCLA/EUA e premiado por trilhas em diversos filmes e vídeos, Alexandre Coimbra, finalizador e professor da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing, POA), Muriel Paraboni, jornalista, roteirista, diretor e especialista em produção cinematográfica, além destes a professora na área de cinema e vídeo na FURG Prof. Dr. Ana Maio, Cláudio Azevedo, produtor de TV e diretor de fotografia, Sandro Mendes, Mestre em letras (PUCRS) e roteirista, Alisson Affonso, animador e editor da Revista Idéia, além dos diretores Law Tissot e Jorge Souza.As inscrições para participação em todo o evento (R$ 20,00 para estudantes e R$ 30,00 para demais interessados) poderão ser realizadas no ArtEstação (Cassino), FURG TV (campus cidade) e NAC (Centro de convivência da FURG).
Quem quiser maiores informações do referido evento, basta clicar no link (atalho) abaixo para o blog do mesmo.
ArtEstação Cassino cine e vídeo

terça-feira, setembro 18, 2007

Letra Viva indica: Caldeirão de idéias


Meu blog tem recebido uma média de mais de 40 acessos diários, embora nem todos deixem comentários. Em um deles, uma mensagem de Robson Freire, do NTE Itaperuna-RJ, possibilitou-me conhecer as atividades diversas de outros colegas de núcleo de tecnologia educacional. Robson chegou ao Letra Viva do Roig, graças a uma postagem que fiz sobre Hagaquê, o software educacional para desenvolvimento de histórias em quadrinhos, que utilizo com alunos da educação especial. Passeando pelo seu blog, intitulado Caldeirão de Idéias, li um texto intitulado Professor Power Point, que trata desse modismo de usar o "retroprojetor do século XXI", que é justamente o datashow, pra qualquer coisa que envolva palestras em geral, utilizando-se do software power point (ou apresentação de slides). Principalmente na educação. Hoje, ironicamente, trabalhando com tecnologia e tendo datashow à disposição no NTE e também na escola ASSPE, preferi não usá-lo, e dar uma palestra no método tradicional, só explanando. Usei a técnica do contraponto, indo e voltando nas idéias, e alguns alunos presentes ao evento, finda a palestra, vieram elogiar minha abordagem, o que me sensibilizou e me dá um "gás" extra nessa maratona de estudos, trabalho, palestras e atividades em geral. O reconhecimento do público sempre é um estimulante natural para quem trabalha com idéias, propondo a reflexão e a provacação para os temas do cotidiano, envolvendo arte e cultura, tecnologia e educação, história e literatura, como é o meu caso.
Para lerem na íntegra o texto, sobre o uso abusivo das tecnologias pelos professores, que encontrei no Caldeirão de Idéias, basta clicar no título desta postagem ou no link interno abaixo.
Observação: Imagem acima extraída da internet, portal deviantART.com, intitulada "A", de Oleksandr Hhnatenko.

Projeto Cultural Revolução Farroupilha: do imaginário ao real

Hoje, pela manhã, palestrei na ASSPE - Escola de Ensino Médio Aprednizagem e Cidadania, dentro do Projeto Cultural REVOLUÇÃO FARROUPILHA: do imaginário ao real. Abordei o tema: Identidade Cultural: o gaúcho típico e seu arquétipo na obra de Erico Verissimo. Foi para mim uma boa oportunidade de expor meu trabalho, resumo da monografia da Especialização em História do Rio Grande do Sul (FURG-2006), e ter um contato com o público que, embora em menor número, em relação a abertura, ontem, foi interessante, diante do dia chuvoso e ventoso. Fiz contatos com os presentes, pude conversar com conhecidos. Conheci a jovem Natália, aluna da escola, muito simática e articulada, que conversou comigo antes da palestra. Enfim, apesar de um dia que lembrou o rigor do inverno, tive durante a palestra, como quis lembrar aos presentes o espírito de O Tempo e o Vento lá fora, sussurando nas janelas.
Após minha palestra, assisti a da profª Caroline Caldas Lemons, que abordou "Rio Grande do Sul: das armas ao discurso. Em alguns aspectos ela complementou e ampliou minha exposição, mas sob o aspecto político e historiográfico, enquanto abordei mais o caráter literário da construção identitária do gaúcho.
Aproveito para agradecer mais uma vez ao convite da escola, e a dedicação e organização da profª. Luciana Gerundo Hornes, que possibilitou o debate sobre dois temas que muito me interessam de longa data: o imaginário e o real, seus entrecruzamentos e contrapontos.
Aproveito ainda para avisar aos navegantes do ciberespaço que dias 02 e 03/10/2007, estarei participando do I Curso Nacional de Educadores; "Educação Ambiental e as Práticas Pedagógicas no Contexto Escolar", que realizar-se-á no auditório do I.E.E. Juvenal Miller, em Rio Grande - RS. Coordenarei o mini-curso INFORMÁTICA EDUCATIVA: PARADOXO TECNOLÓGICO E EDUCACIONAL, às 19h.
Informações podem ser obtidas no 6º Núcleo do CPERS/Sindicato, na Rua 24 de maio, 77, Rio Grande, pelo fone (053)3232-8685, das 08:30 às 11h e das 14h às 18h, ou pelo e-mail: cpers6@terra.com.br.
Evento organizado por CPERS/Sindicato, 18ª CRE e Associação dos Diretores das Escolas Estaduais do Rio Grande.

segunda-feira, setembro 17, 2007

O cubo mágico da Educação

Chega a ser recorrente esse tema em meu blog, mas sempre é bom lembrar aos que visitam o mesmo e aos novatos, que Educação não é solução para toda a problemática social. Atualmente, de políticos a comentáristas de futebol, todos têm elegido a Educação como a panacéia nacional. Entretanto, educar é um ato que vem de berço e deve ser exercido por toda vida, pelos pais e/ou responsáveis, e não somente depositado ou delegado nas mãos de professores, gestores e educadores em geral. Se a família não educa antes do período determinado para ingreso na escola e não faz sua parte, após as 800 horas anuais e 200 dias letivos que a lei determina, de que adianta falar em Educação como solução para situações que não nascem na escola, e são nelas depositadas como um fardo social de difícil resolução?
Educar é como montar aquele cubo mágico, de Rubik (imagem acima). Muitos desejam que tudo se resolva num passe de mágica, sem prestar a atenção na sistemática de encaixes pedagógicos e comunitários. Professor deve se encaixar no perfil da escola ou é o contrário? Pais devem se encaixar no perfil dos filhos ou o inverso? Gestores devem se encaixar nas necessidades dos educadores em geral ou vice-versa? Na verdade, todos devem se encaixar na solução de um problema e ao mesmo tempo solução para toda a sociedade que é a definição de limites e obrigações de cada um nesse jogo mágico que é educar para vida, para o trabalho, para a cidadania, para o mundo, onde todos são co-responsáveois e todos educadores... Se os pais não ensinam os filhos a caminhar, falar e dizer 3 ou 4 palavrinhas mágicas essenciais num convívio com seu semelhante (obrigado, desculpe, por favor...), como poderá a escola e o professor saldarem um débito que não deram causa e recebem com juros e correção monetária as conseqüências? O jeito é exercitar a cidadania e a aprendizagem coletivas. Afinal, todos, sem exceção, somos responsáveis pelo que fazemos ou deixamos de fazer.
Observação: Imagem acima, extraída da internet, endereço:

domingo, setembro 16, 2007

A vida é hostil logo pela manhã

Esta postagem é inspirado no título de uma crônica do livro Viver Todos Os Dias Cansa, de Pedro Paixão, já comentado na postagem anterior. Paixão, escritor português, é autor também de A noiva judia; Nos teus braços morreríamos e Onze noites em Jerusalém.
Conforme apresentação de seu livro: "Nascido em Lisboa, esse renomado escritor estudos e leciona Filosofia, publicando seu primeiro livro, A noiva judia, em 1992. Desde então, não parou mais de escrever histórias fictícias que abordam a mais variada temática cotidiana, explorando lugares e personagens intrigantes e inusitados". Viver Todos Os Dias Cansa foi editado pela Gryphus - RJ, em 2004, e contém 118 páginas instigantes. Um livro que merece ser lido entre uma atividade e outra, como uma terapia e uma descoberta, de um grande autor e um grande livro, com certeza.
Porém, o que me levou a escrever essa postagem é que realmente "A vida é hostil logo pela manhã", ainda mais se for uma manhã de segunda-feira, mesmo com um feriado na quinta-feira, o cultuado 20 de setembro pelos gaúchos, em comemoração a Revolução Farroupilha. Estou não apenas com leituras atrasadas mas o sono também. E sempre dá aquela vontade de esticar o sono mais um pouquinho, toda vez que o despertador toca, todavia o dever nos chama. E assim que o sono desaparece, a vida torna-se mais agradável e menos hostil aos nossos olhos. Salvo se ligarmos cedo a TV, e ver aquela metralhadora giratória de notícias cruéis.
Tudo bem. Conheço muitos amigos que participam de projeto solidários, que jamais foram noticiados com o mesmo estardalhaço. A tragédia vende mais do que as atividades enobrecedoras, infelizmente. Apesar disso, a vida continua. Perdemos amigos, que vão antes da hora, e o mundo continua a girar...
Esta semana, mesmo com feriado, e talvez por causa dele, será mais intensa. Mas, tudo bem. Nesse feriado, pretendo colocar o sono, as leituras e algumas atividades pendentes, todas em dia. Se for possível, aguardando que o dia passe a ter 25 horas para poder compensar o atraso... Risos. Então, um bom dia de trabalho e uma semana de sucesso a todos. E viva a segunda-feira!!!
Observação: Imagem acima, bola-de-cristal, extraída do blog português http://galeriadoricardo.com.sapo.pt/

Viver todos os dias cansa

Descobri esse livro (imagem da capa ao lado) do escritor português Pedro Paixão, Viver todos os dias cansa, pesquisando outros livros de literatura na biblioteca da FURG, durante o mestrado em curso, já que, seguindo minha forma de trabalho e pesquisar, primeiro monto uma certa bibliografia básica, xerocando partes ou livros inteiros que me interessam nessa vida (ou em futuras! risos), para depois lê-los, rabiscá-los, anotá-los com marca texto ou caneta a vontade. Estou juntando material para minha tese de mestrado, que iniciarei a escrita em 2008, pretendendo defendê-la no mesmo ano. Afora isso, leio compulsivamente, ora por questões de trabalho (TCC especialização em tecnologia educacional, curso de mídias a distância, atividades de capacitação com professores e alunos em informática educativa). Ora, por que sou rato de biblioteca, leitor contumaz. Ler é preciso, viver nem tanto (parafraseando Fernando em primeira Pessoa). Ultimamente minha vida tem sido de diversificadas leituras. Agradeço sempre a família por compreender minhas ausências, ainda que muitas vezes de corpo presente, diante de um microcomputador... Leio também e muito por causa do mestrado em História da Literatura. Não tive tempo de calcular a média de páginas, mas são centenas por semana: livros, artigos, ensaios, conceitos, teorias, etc. Leituras e releituras complexas, que exigem demais a concentração, o raciocínio e a argumentação em aula.
Pra completar, trabalho manhã e noite, dando aulas de informática educativa, usando um referencial teórico diverso, e também complexo, dentro do construtivismo. Nos fins de semana, tendo como posso, colocar em dia as atividades em atraso. Ontem trabalhei todo dia como voluntário num curso de informática para funcionários de escola. Apesar de desgastante, é reconfortante ver a presença assídua de todos, mais de 30, a maioria sem ter outra possibilidade de contato coma informática e o microcomputador. Esse tipo de trabalho, pra minha, apesar do desgaste, é uma terapia, pela possibilidade de auxiliar e de aprender com outras vivências e pessoas. Ontem não foi diferente. No intervalo pro almoço, o que fiz? Bom, pra descontrair das leituras complexas, acabei pegando um livro (isso mesmo) de contos e crônicas do escritor português Pedro Paixão, que confesso, o escolhi na biblioteca, mais pelo seu curisoso título, um pouco do que vivo ultimamente: Viver todos os dias cansa. Mas assim como as experiências de vida que me servem de terapia, o livro de Paixão foi uma grata surpresa. Li poucos textos, mas já me tornei seu fã. E recomendo. Quando concluir sua leitura, comentarei no letra Viva sobre o mesmo.
Eu não me canso de viver todos os dias. A vida pra mim é um eterno aprendizado, e tenho consciência que sou o que sou, graças a vida que levei, levo e levarei... Casualmente, hoje, conversando no almoço, com Bete, minha esposa, disse-lhe: Se eu não tivesse tido a vida do jeito que ela foi, provavelmente muita coisa seria diferente e quem sabe nem juntos estaríamos, pois outro caminho teria trilhado. Se melhor ou pior, não sei nem faço questão de saber, sou feliz como sou, do meu jeito. E desse jeito conquisto amigos e reconhecimento. E isso que importa e dá conforto e descanso, se não ao corpo, mas a alma e a mente... Um bom domingo a todos. Vou tirar uma folga dos estudos e dos livros, e ir aproveitar o último dia de FEARG - Feira de artesanato do Rio Grande, aqui em Rio Grande, no centro de eventos. Ah, hoje também tem Gre-Nal, e que vença o melhor, desde que seja meu time do coração, o Internacional. Risos. Abraços.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Educação: passado, presente e futuro...

Ontem (passado), na aula da disciplina de História da Literatura Brasileira, no Mestrado de História da Literatura (FURG-2007/2008), meu prof. Mauro Nicola Póvoas, nos deu para analisar alguns dos primeiros textos que tratam de nossa literatura. Um deles, em especial, achei por bem comentar hoje (presente), neste espaço que reflete sobre tecnologia e educação.
O referido intitula-se "Nosso Estado Intelectual: Conclusão", e, como o próprio título demonstra, é um fragmento de um trabalho maior, de autoria de José Inácio de Abreu e Lima, que tem uma visão negativa do Brasil, escrito em 1835. Curiosamente, ano incial da Revolução Farroupilha, que é comemorada no dia 20 de setembro (futuro).
Abreu e Lima, refere-se mais de uma vez sobre a educação de seu tempo. Eis alguns fragmentos: (...) porém tudo isto chega tarde para nós outros; já agora temos de carregar com toda a ignorância, que nos legaram nossos pais; cuidemos unicamente em emendar a mão, educando os nossos filhos, e dirigindo-os pelo caminho das ciências e das artes. Preocupação que se assisti inclusive pela TV, de comentarista esportivos, conforme comentou o prof. Mauro. Mas Abreu e Lima continua, ao falar de literatura a discutir o papel da educação e da política. Vejam só mais de algumas de suas críticas ao seu tempo (presente para ele, passado para nós): Entretanto, que esperanças podemos conceber dos nossos estabelecimentos científicos? Que nos digam de boa fé estes fatos encomiadores do nosso saber, o que há de esperar das nossas academias, dos nossos CURSOS, e dos nossos seminários, no estado em que se acham montados? Qual é a escola que promete entre nós um resultado lisonjeiro? Qual a instituição que anuncia uma colheita de homens sábios?
Ressalva seja feita que naquele tempo não existiam as instituições de ensino público nem privado como concebemos hoje. Mais adiante, com sérias e duríssimas crítica a futura República, ele um monarquista convicto, diz: que (...) não possuímos verdadeiro caráter nacional; Que não havendo afinidade entre os interesses individuais, tampouco pode haver interesse geral, fundado na participação de todos na pública administração, porque cada classe ou família quererá a primazia; Que não podendo verificar-se a participação de todos na pública administração, está destruído o elemento democrático, que consiste na igualdade de direitos para todos os cargos da República; Que uma república democrática no Brasil não poderia existir sem degenerar em timocracia, isto é, sem que participasse do mando supremo uma porção de homens de todas as classes para equiparar a desvantagem da nossa heterogeneidade; Que independente da nossa diversidade de famílias, temos ainda contra nós outros a ignorância e atraso na ciência de governo, vindo por este meio a estabelecer-se mui pronto a ação material contra a ação intelectual, a força contra a razão;
No período acima, teria Abreu e Lima profetizado o caso Renan Calheiros, presidente do Senado Brasileiro, em pleno século XXI, envolvido em denúncias e suspeitas, respondendo processo com perigo de cassação, e sobrevivido, às custas de votação secreta? Não creio em premonições, mas em histórias que se repetem a exaustão. Ora como tragédia, ora como farsa, como diria Machiavel, se não me falha a memória. É a força prevalecendo sobre a razão. E em todas as esferas públicas, parece-me. O que deveria ser exceção, tornou-se regra.
E vejam só o mais curioso e emblemático de sua análise sobre as mazelas do Brasil:
Que não sendo justo, nem possível, privar nenhuma classe do direito de elegibilidade, aquela que for mais numerosa será sempre preponderante, e os negócios públicos lhe serão subordinados, assim como os interesses das outras classes.
Curiosa sua análise em 1835, que remete a minha provocação sobre famílias que se apoderam do poder, dos meios de produção, informação e comunicação, como uma Cosa Nostra, e que determinam o que devemos ver, ouvir; o que falar, o que pensar, o que saber... Claro, Abreu e Lima era um homem de seu tempo, analisando e escrevendo em 1835, sobre um Brasil que não existe mais... Passados 172 anos de sua escrita, sua leitura presente parece-nos, paradoxalmente, um tanto antiquada e ao mesmo tempo familiar. Que daqui alguns anos no futuro, nossos filhos, netos e bisnetos não tenham a mesma impressão de nossa época, como podemos ter sobre o tempo de Abreu e Lima e suas elucubrações. Educação deve ser uma preocupação, seja qual for o tempo, eis a grande lição. Parafraseando o cantor e compositor Beto Guedes, em Sol de Primavera: "A lição sabemos de cor, só nos resta aprender".
Observação: Imagem acima extraída da internet, página deviantART.com, intitulada "Down Under", de Aquiel (nome artístico).

Blog do EJA da EE Cônego Olímpio Torres (Tuparetama-PE)

Recebi há uns dias atrás um comentário em meu blog, que transcrevo na íntegra, logo abaixo:

"Olá!!!!
Tivemos acesso ao seu blog através do Palavra Aberta, gostamos e por isso viemos convidá-lo para visitar o nosso www.terceirafase.gigafoto.com.br. É um blog de uma turma de jovens e adultos da escola estadual Cônego Olímpio Torres - Tuparetama/PE.Seu comentário a respeito do nosso trabalho é muito importante para nós.Parabéns pelo seu espaço.Alunos aplicados".

Não tive tempo de responder a gentil mensagem antes, devido a inúmeras atividades profissionais e educativas, mas quando recebi o comentário, acessei de imediato o blog dos Alunos Aplicados da Escola Cônego Torres, de Tuparetama, em Pernambuco, e desde já recomendo a todos os professores e alunos, e demais visitantes de meu blog, pela variedade de temas e recursos desenvolvidos pelo EJA da referida escola estadual, tão distante aqui do extremo sul do Rio Grande do Sul, mas que demonstra a diversidade deste país-Continente em que vivemos. De antemão já parabenizo aos responsáveis pelo blog TERCEIRAFASE (endereço acima), e prometo, assim que tiver uma folga em minha agenda, lá pela semana que vem, fazer uma visita oficial ao diário virtual e deixar meu recado. Além disso,alguns recursos me interesei e pretendo pedir uma dica para repassar a projetos de informática educativa que desenvolvo no Núcleo de Teecnologia Educacional - Rio Grande - RS - Brasil. Um abraço a todos e parabéns.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Uma aldeia global?

O termo "aldeia global" (cunhado por Marshall McLuhan, relativo a teorias da comunicação), ouvi lá pelos idos dos anos 1970 (ainda menino), quando a televisão começou a tomar conta do meu cotidiano (e do cotidiano mundial), e de lá não mais se ausentou. A TV tinha sua imagem, ainda no videotape, nada ainda por satélite nem em tempo real, como hoje, em que assistimos incrédulos os ataques ao Worl Trade Center, num 11/9, seis anos atrás, estupefatos, como se fosse ficção e não a dura realidade. Sempre digo que a vida é mais imaginativa que qualquer fantasia do melhor escritor.
Hoje, em pleno século XXI, o conceito de aldeia global, refere-se mais ao ciberespaço, a informática conectada à internet, tudo on-line e em tempo real, ou quase...
Mas o tempo real nem sempre reflete a realidade lá fora. Vemos a grande mídia dar o seu próprio enfoque, ou desfocando a imagem para se adequar a sua pauta. Brinco que hoje a programação da TV aberta é um grande comercial com um intervalo no meio, onde é mostrada alguma programação de fato. Durante os tais programas, lá vem comercial subliminar, indireto ou direto mesmo. Nas novelas é rotineiro, qualquer dia até em desenhos animados terá algum produto oferecido, se já não o tem. Vejo pouquíssima TV aberta.
Mas voltando ao termo "aldeia global", lembro-me de citação de Leon Tolstoi, grande escritor russo, que dizia: "Se queres ser universal, canta a tua aldeia". Às vezes, quando se fala em tecnologia aliada à educação, muitos pensam em projetos sofisticadíssimos, coisas de ficção científica. Penso que a tecnologia, como ferramenta, deve ser dosada e não ser o carro-chefe de um projeto. Dando suporte tecno-educacional às escolas e professores que procuram o NTE pra parcerias, sempre deixo claro: a máquina deve ser humanizada e não o aluno e/ou professor robotizados. Se fazemos projetos simples, mas executáveis, respeitando a realidade da comunidade escolar, seguimos o conselho de Tolstoi. Se as escolas cantarem e mostrarem sua realidade, serão universais e modelos pra outras nessa aldeia global e digital que tornou-se o mundo, meio Matrix. O blog, nesse contexto, é uma poderosa ferramenta de divulgação e de troca de experiências. Então, vida o blog, a educação, a tecnologia e também Tolstoi. Sem perder a perspectiva que o particular é reflexo do universal, e vice-versa.
Observação: Imagem acima, extraída da internet, página www.voltairenet.org/article137815.html

Retificando o título da palestra

Aproveito para retificar o título da palestra que darei dia 18/9, às 9h, na escola ASSPE, em Rio Grande-RS, durante o Projeto Cultural REVOLUÇÃO FARROUPILHA: do imaginário ao real. Ao invés do que postei anteriormente, o título definitivo é "Identidade cultural: O gaúcho típico e seu arquétipo na obra de Érico Veríssimo", em que abordarei justamente esse entrecruzamento entre o imaginário e o real, entre a História e a Ficção.
O referido projeto conta também com as seguintes palestras, temas e horários:
17/9 (segunda) - 10h - Ronaldo Oliveira Gerundo (advogado, integrante Academia Rio-Grandina de Letras) - palestra: Multiplos Aspectos da Revolução Farroupilha;
17/9 - 20:30h - Prof. Dr. Carlos Alexandre Baumgarten (FURG) - palestra: A Revolução Farroupilha na História da Literatura do Rio Grande do Sul;
18/9 (terça) - 10:30h - Profª. Caroline Caldas Lemons - palestra: Rio Grande do Sul: das armas ao discurso;
18/9 - 14h - Profª. Esp. Lucineri Alves Pereira - palestra: A Revolução Farroupilha em A Casa das Sete Mulheres;
18/9 - 15:30h - Carmen Lúcia Ferreira da Silva (jornalista, membro Academia História Militar Terrestre do Brasil e trineta do Conde de Porto Alegre) - palestra: Rio Grande berço do Conde de Porto Alegre 'M.M.S. III na Revolução Farroupilha' ";
18/9 - 19:30h - prof. Dr. Mauro Nicola Póvoas (FURG) - palestra: Revolução Farroupilha na visão literária;
19/9 - 9h (quarta) - Profª. Esp. Sonia Mara Reis Silva - palestra: A participação negra na Revolução Farroupilha;
19/9 - 10:30h - Prof. Juliano Torres Fraga - palestra: Breves colocações sobra a Influência Maçônica na Guerra dos Farrapos;
19/9 - 14h - Carlos Urbim (jornalista e escritor) - palestra: Os Farrapos;
19/9 - 19h - Prof. Dr. Francisco das Neves Alves (FURG) - palestra: Revolução Farroupilha: perspectivas históricas.
Observação 1: Inscrições na própria escola ASSPE, Rua Barão de Cotegipe, 415, centro, antigo prédio Helena Small. Informações com Profª. Luciana Gerundo Hornes, pelos fones: (053)3231-3619 ou 9118-5194; ou 3232-4812 (ASSPE).
Observação 2: Imagem acima, extraída da página www.osorio.org.br/seival.htm.

quarta-feira, setembro 12, 2007

Gestão Integrada de Mídias


Inicia hoje, para mim, o módulo 6, Gestão Integrada de Mídias, da Turma Brasil, do Curso de Extensão a Distância - Mídias Integradas à Educação (UnB-2005/2007). De 12/09 a 09/10/2007, terei que participar de 3 etapas tratando de gestão das tecnologias na escola; gestão das tecnologia na prática pedagógica e expansão das TIC's na escola e a gestão de projetos Administrativos e Pedagógicos. Por TIC'c, entendem: Tecnologias da Comunicação e da Informação. Mais um desafio entre tantos nesse período do ano, que terei, mais uma vez eleger prioridades e fazer escolhas quanto quais as atividades mais urgentes.
Na verdade, o Curso de Mídias já me serviu à especialização em TIC's na Promoção da Aprendizagem (UFRGS-2006/2007), que faço e estou em fase de conclusão do TCC, para defesa enre o final de setembro e início de outubro. Da Mesma forma a especialização me muniu de textos pro Mídias, e assim vai. Uma atividade acaba tendo conexão com a outra. Mas confesso: cada vez mais as atividades profissionais e culturais, os estudos e outras coisas mais têm me exigido mais e mais. A ansiedade e a cobrança interior são o que mais tento controlar. Mas a maturidade me faz ir pelos atalhos, transpondo os obstáculos e os desafios, um de cada vez. Se não podemos ainda nos clonar e o tempo cada vez é menor e nem 25 horas diárias resolveriam, e jeito é fazer escolhas, eleger prioridade sim. Dessa forma, consigo a duras penas dar conta das atividades. Bom, por agora é só, logo inicio mais uma aula do curso de informática educativa para professores de rede pública estadual. O que poderia ser desgastante, acaba sendo uma terapia, pois gosto não de ensinar mais mediar o conhecimento que possuo nessa área da informática e da tecnologia. E sempre acabo aprendendo com os colegas.
Ontem mesmo, no fatídico 11 de setembro, entrei com a turma da noite no portal GOOGLE EARTH, aquele que se consegue visualizar imagens de satélite, de qualquer parte do planeta. Visitamos, primeiramente a cidade do Rio Grande-RS, onde vivemos, depois vimos a praia do Cassino, e fomos para Paris (que chique!), onde a resolução das imagens é mais precisa ainda. Feito esse breve tour, voltamos ao conteúdo (editor de texto). Em seguida comentei que, com toda essa tecnologia, que se está à disposição de nós, simples mortais e leigos, deverá existir n'algum lugar algo muito superior e inimaginável. E existindo, fica incompreensível que, passados 6 longos anos dos atentandos do WTC, justo num 11/9, até hoje o mentor daqueles atentados não foi descoberto. Paradoxo? Parafraseando meu amigo William, o Shakespeare: "Há mais coisas entre o céu e a terra que possam supor nossa vã tecnologia". Bom dia de trabalho a todos.
Observação: Imagem acima extraída do portal deviantART.com, intitulada "Moonspell II" de The Katta (pseudoônimo do/a autor/a).

terça-feira, setembro 11, 2007

Seminário sobre a Revolução Farroupilha

Na próxima terça-feira, dia 18/9, às 9 horas, na escola ASSPE, estarei participando de Seminário sobre a Revolução Farroupilha, cujo tema abordarei: "O gaúcho típico e seu arquétipo através da obra de Érico Verissimo"; apresentação resumida de minha monografia para Especialização em História do Rio Grande do Sul: sociedade, política e cultura (FURG-2006), intitulada "História, Literatura e Identidade: o gaúcho típico e seu arquétipo através da obra de Erico Verissimo", cujo orientador foi o prof. Dr. Carlos Alexandre Baumgarten (FURG). Na monografia, abordei o livro O continente, vol. 1, da trilogia O tempo e o vento, amparado pela análise da autobiografia de Erico, Solo de Clarineta, vol. 1.
Órgão promotor do evento: Asspe — Escola de En­sino Médio Aprendizagem e Cidadania.
Conforme matéria veiculada em jornal:
Segundo os professores organizadores do evento, "a responsa­bilidade é a de mostrar que a Literatura e a historiografia têm como ponto de parti­da a história e a memória. O seminário pretende apresentar diferentes visões do universo da Revolução Farroupilha, em mesas-redondas, palestras e comunica­ções. Estarão presentes a escritora Letí­cia Wierzchowski, autora do livro que deu origem à superprodução da TV Globo, A casa das sete Mulheres; a jornalista Carmem Ferreira, de Porto Alegre; os pro­fessores da Furg, Francisco das Neves Alves e Mauro Nicola Póvoas, entre outras autoridades das áreas da Literatura e His­tória. As inscrições estarão abertas de 10 a 17 deste mês na nova sede da Asspe (an­tigo prédio da Escola Helena Small). Se­rão fornecidos certificados de 40 horas. Mais informações podem ser obtidas com as coordenadoras do evento, professoras Luciana Gerundo Hornes e Veridiana Cae­tano, pelo telefone (53) 9118-5194 ou pelos e-mails: lugerundo@yahoo.com.br ou veri@vetorial.net".Observação: Imagem acima, de Erico Verissimo, extraída da página www.aomestre.com.br/liv/autores/erico.htm

segunda-feira, setembro 10, 2007

Banner do Letra Viva


Graças a atenção e disponibilidade da colega Bernardete Motter, que fez esse banner (acima) pra mim, a partir de uma colagem de minha autoria, poderei colocá-lo de título de meu blog. Sem amigos eu nada conseguiria. Ficou muito legal o banner. Falta eu arranjar tempo pra conmfigurar a imagem para ele aparecer lá no alto. Mesmo assim, obrigado, Berna, pelo passo-a-passo.

domingo, setembro 09, 2007

Certezas e dúvidas

Gosto muito de comentar com meus alunos, sejam adolescentes, ou professores cursistas em informática educativa, que temos na vida mais dúvidas do que certezas. E até desconfio daquelas pessoas que estão sempre certos demais sobre tudo e todos. Claro, devemos ter uma opinião a respeito de tudo, como dizia a canção de Belchior, e defender nosso ponto de vista, mas não a extremos de não reconsiderar quando estivermos equivocados, preferindo continuar repetindo os mesmos erros.
Em 43 anos de viagem pelo planeta Terra, 15 anos na área da educação (nas mais diversas funções e atividades), e 06 anos trabalhando com informática educativa e tecnologia, tenho uma única certeza na vida: DE QUE DÚVIDAS SEMPRE TEREI...
E, graças a essa consciência do irremediável, acabo sempre tendo uma postura de mediação e de busca de parcerias. Por mais dedicado que sejamos, nunca saberemos tudo, pelo contrário. Por mais que queiramos nos especializar em algo, uma vida inteira e mais seis meses é insuficiente para abarcar todo o conhecimento do mundo numa única área. Como já disse noutras postagens, pra mim gênio, se houve algum sobre a face da terra, foram os homens das cavernas, que descobriram a roda, o fogo, sobreviveram e nos permitiram alcançar a eternidade através das gerações sem ter nenhum professor para ensiná-los. Hoje, todo educador foi formador por outro e outro e outro... E formará jovens que serão educadores de outros, outros e mais outros.
Ter a consciência que a dúvida faz parte do experimento, seja educacional ou tecnológico, e que aquele que quer iniciar algum projeto sem dúvida alguma, já estará queimando etapas, pois por melhor teoria que lhe dê suporte é na prática que vemos o que funciona ou não, e o que deve ser mantido ou mudado.
Então, viva às dúvidas, pois de certo mesmo é que as certezas não existem... A não ser aquela que carrego comigo, desde que me entendo por gente: A ÚNICA CERTEZA QUE TENHO É A QUE DÚVIDAS SEMPRE TEREI... Quando se trabalha em equipe, dividindo tarefas, as dúvidas se fragmentam e os objetivos e as certezas provisórias acabam sendo alcançados no trabalho compartilhado.
Observação: Imagem acima, extraída da internet, intitulada Decalcomania, de René Magritte.

sábado, setembro 08, 2007

Projetos de aprendizagem, de trabalho e de vida

Essa semana foi cheia de atividades. E tem sido cada vez mais diversificada minha produção, pois sempre busco conexões entre o trabalho e outras áreas de atuação, como arte, cultura, história e literatura, que me servem de suporte para a educação e a tecnologia, minha atividade principal. Nem pude comentar, como gostaria, sobre o projeto de informática na educação especial, com a turma de surdos. Já havia comentado com DM e altas habilidades, anteriormente.
Com os surdos, também utilizaremos, inicialmente, o software Haguaquê, para passar conteúdos e competências através da construção de HQs, ou seja, histórias em quadrinhos. No primeiro encontro, na 3ª-feira, foi para familiarizar alunos e professores da área da surdez, com o Hagaquê, e suas possibilidades, nas próximas semanas e durante os meses de setembro até novembro, o projeto procurará, além de conteúdos e competências específicas de cada turma (já que envolve 3 turmas), enfocar também a educação ambiental, através do uso da internet, e doutras possibilidades, além da sala de aula, de recursos, do laboratório de informática, como também bibliotca escolar e saídas de campo, pra aulas práticas. Serão desenvolvidos também, para cada turma um blog (diário virtual) e depois uma frontpage, dentro do ambiente wki, para a publicação de projetos de aprendizagem com os alunos.
Paralelo a isso, dou aulas de informática educativa, cursos básico 1 e 2, para professores de rede pública estadual, turnos manhã e tarde, e curso mestrado em História da Literatura a tarde. Estou atrasado em leituras e ensaios para o mestrado, e com sono atrasado também. Risos. Não tenho mais feriado, fim de semana nm folga. Além disso, estou em fase final do TCC da pós em tecnologia educacional, a ser entregue e defendida nesse mês, na UFRGS.
E para completar, foi convidado (e aceitei, lógico, tal distinção) a ser patrono da XVI Feira do Livro de São José do Norte, município vizinho a Rio Grande, terra natal de meu pai, onde vivi dos 1 anos e meio até os 18. Ali, dei meus primeiros passos como ser humano e primeiros passos como escritor. escrevo desde os 17 anos, mas tenho apenas 3 anos de carreira literária, e o livro Realidade Virtual, mais poemas publicados em jornais da região, meu ingresso na Academia Rio-Grandina de Letras, e tudo mais, tem me proporcionado diversas oportunidades de divulgar minha obra. A Feira do Livro ocorrerá em outubro, e mais adiante darei maiores detalhes. Na 4ª feira, foi o lançamento foi minha apresentação oficial como patrono, em agradável cerimônia na Biblioteca Municipal Delfina da Cunha. Por sinal, nesta biblioteca iniciei meus primeiros passos na literatura, lendo de tudo um pouco, iniciando com os clássicos da literatura mundial. Lá estavam presentes a profª Maria das Graças Saraiva, Secretári Municipal de Educação e Cultura, o Sr. Claudio Tarouco, representando o prefeito municipal Dr. Vicente Ferrari, diversos amigos, ex-professoras minhas, pessoas da comunidade e a comissão organizadora do evento.
No dia seguinte, voltei ao municípo, pela manhã, dessa feita, para visitar o Instituto Estadual São José (onde fui aluno), para, junto com a profª Dulcinéa Castro, coordenadora do NTE, dar apoio ao projeto de informática educativa, a ser desenvolvido na escola, idealizado por professores(as) da mesma. Enfim, uma semana de atividades envolvendo as 6 áreas que contumo atuar, com projetos de trabalho que são extensão dos de vida: educação, tecnologia, história, literatura, arte e cultura. Esqueci-me de dizer que 18/9, farei na Escola ASSPE, em Rio Grande, palestra sobre "O gaúcho típico e seu arquétipo através da obra de Erico Verissimo", dentro da comemorações da Semana Farroupilha, aproveitando o tema que desenvolvi, ano passado, na especialização em História do Rio Grande do Sul. Um setembro bastante diversificado. Mas com atividades que me complementam como profissional e cidadão. Nesse feriadão, o que menos tenho feito é descansar. Ainda mais que tenho que entregar 4 ensaios, relativo ao 1º semestre do mestrado, nessa segunda-feira. Mas nsse sábado de sol, coisa rara ultimamente, darei um tempo a tudo isso, pra me dedicar à família, esposa e filho, que são a base para que eu consigo tanta coisa realizar. Ah, me esqueci de dizer que ontem passei o dia na praia do Mar Grosso (SJN) com meus pais e familiares, e depois a noite, atualizei o blog OLHAR VIRTUAL (http://olharvirtual.blogspot.com) sobre vida e obra do pintor Zempeco, colocando fotos sobre o Projeto Zeméco, desenvolvido pla EEEF Silverio Costa Novo (SJN). Ufaaa. Mas, cada atividade que faço é terapia para a outra, e assim por diante. Um bom sabadão a todos os visitantes deste blog. T+.
Observação: Imagem acima, extraída da internet, da página deviantART.com, podução intitulada "Pavlov dogs book cover", de Bordon. Escolhi essa imagem por retratar meu estado de espírito atual, com várias janelas abertas para várias áreas do conhecimento, umas auxiliando às outras.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Paradoxos da modernidade


Ao trabalhar com capacitação de professores da rede pública estadual (RS), com cursos de informática educativa, além de alunos regulares e portadores de necessidades educativas especiais (PNEE's), em projetos de aprendizagem, ambos em laboratório de informática do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) Rio Grande/18ª CRE, percebo claramente três grupos distintos, em que tenho como desafio tornar atrativo algo que para eles é, respectivamente, desconhecido, corriqueiro ou inacessível. Explico: na abordagem com os professores, preciso atraí-los para algo que desconhecem, em sua grande maioria, ora por serem de uma geração que não conviveu diretamente com a tecnologia, como a atual, ora pelo receio da novidade, encarando a informática como um bicho-de-sete-cabeças... Já os alunos regulares, têm com a tecnologia e a informática uma relação epitelial, como uma segunda pele, e como costumo brincar: a próxima geração talvez já venha conectada à mãe com um cabo USB, ao invés do cordão umbilical, tamanha destreza no trato da tecnologia de ponta, mais que qualquer professor, inclusive de informática. Mas falta a eles a maturidade pra usar a informática além da brincadeira, do jogo, do sentido lúdico. Por fim, os PNEE's, em sua maioria, excluídos do processo educacional convencional, lutando por si próprios ou por seus pais, responsáveis ou entidades afins para incluí-los, primeiro, com caráter social, de cidadania, depois educacional e digital. Para esses, a tecnologia e a informática, em específico, são coisas inacessíveis ao seu cotidiano. Se dadas as mesmas chances, gratas surpresas podem accontecer, como eu percebo nos projetos que coordeno com a Educação Especial, apoiado pelas professoras de cada área: surdez, visual, mental, altas habilidades.
O grande desafio da modernidade, seja na educação, na ciência e na tecnologia, é incluir tanto professores como alunos num mesmo ambiente, seja convencional como digital, em que ambos se sintam atraídos pelo ensino-aprendizagem compartilhado, em que ninguém deverá dominar o conhecimento, apenas mediar a troca de experiências entre o ensino formal e o conhecimento prévio que cada um traz de casa. Afinal, na contemporaneidade, todos devemos pensar e agir como aprendizes, pois o que era novo ontem, hoje pode não ser mais. Quando pensamos dominar o sistema operacional Windows 98, logo chega o 2000, NT, XP, agora já veio o Vista, logo terá outro, e outro, e outro, e por ai vai ad infinitum. O século XXI, veio para deixar claro esses paradoxos, e para propor outras formas de aprendizagem. Querer continuar sendo tradicional no que já é ultrapassado, é uma temeridade para consigo e aos que dependem deste educador. Mas também não entremos numa corrida alucinada pela tecnologia de ponta. Sempre digo que a máquina é ferramenta, e como tal deve ser pensada. Não é a tecnologia que mudará a prática escolar, e sim o professor e sua forma de ver e pensar o mundo. Muitas das teorias educacionais, principalmente as que uso no laboratório de informática (Aprendizagem Significativa e Flexibilidade Cognitiva, dentre outras...), foram pensadas nas primeiras três décadas do século passado, e encontram-se atualíssimas muitas delas. De nada adianta ter uma teoria avançada desconectada de uma prática emancipadora. Mais que um paradoxo, um grande desafio a ser superado, de forma compartilhada. O professor precisa conversar com outros profesores, e acima de tudo com seus alunos também. O diálogo sempre foi e sempre será o melhor caminho pra resolver qualquer questão, simples ou complexa, seja entre pais e filhos ou professores e alunos.
Observação: Imagem extraída da internet, página www.deviantART.com, de autoria de Shimoda7.