sábado, setembro 29, 2007
Quando iniciei a Especialização em Tecnologias da Informação e da Comunicação na Promoção da Aprendizagem (UFRGS, 2006/2007), trabalhei justamente em um projeto de aprendizagem, como aluno, em que tratava da possibilidade da televisão ser uma aliada da Educação. Nesse processo discuti a questão da programação da TV aberta e gratuita frente a por assinatura e a cabo; especulei sobre a televisão educativa e a educação na televisão, sobre horário nobre divulgando a mesmice, e o que realmente é nobre na TV ser colocado no limbo, no madrugadão; enfim, abordei várias possibilidades de interação, usando a programação da TV, no que ela tem de interessante, junto ao alunado num ambiente escolar (maiores detalhes podem ser obtidos consultando as primeiras postagens desse blog). Quem sabe um dia reuna esse textos em uma publicação, cujo foco seja a educação e a tecnologia. Ontem (e hoje, em reprise, nem tanto), aconteceu, antes mesmo da veiculação do último capítulo da telenovela Paraíso Tropical (Rede Globo), o que muitos comentaristas especularam que o país pararia diante da televisão para assistir ao desenlace da trama que ficou no ar quase seis meses.
Os brasileiros (homens e mulheres) têm seu êxtase justamente em dois momentos distintos: os primeiros, quando no período da Copa do Mundo de futebol, e, as mulheres, quando do capítulo final de uma telenovela de sucesso nacional. Evidentemente, existem homens e mulheres que compartilham os dois gostos: futebol e novela. Afora isso, não lembro outras situações que promovam tal êxtase. Se avaliarmos pela comoção (morte de artistas, esportistas, político e personalidades), aí é outra emoção.
Mas futebol e telenovela deixam no Brasil o sentimento que o cinema retratou na ficção científica com o filme O DIA EM QUE A TERRA PAROU (1951). Passado isso, tudo volta ao normal, até que outra trama fictícia, ou evento esportivo, remeta a essa sensação de congelamento do tempo e do espaço midiático, em torno apenas de um tema, assunto, repetido ad nauseaum, à exaustão. Enquanto isso, no país real, tantos outros temas que precisam de atenção não encontram um espaço no horário nobre, nem pelo menos uma nobre abordagem pelos meios de comunicação de massa, que preferem levar ao ar campeões de audiência e do futebol, mas não encontram tempo para discutir situações tão importantes, ou até mais, como o próprio caso da Educação. Educação que é, ora responsabilizada, ora convidada a resolver todos os problemas do país real, justo por comunicadores e formadores de opinião. São os paradoxos da modernidade. Chamem Klaatu (foto acima, extraída da internet), o robo imenso que desceu de uma nave alienígena para pedir paz aos homens de boa vontade. Assistam o filme, clássico da ficção científica, e depois reflitam sobre essa postagem e essa realidade, nada virtual.
Maiores informações sobre o filme O Dia em Que a Terra Parou, basta acessar o portal Cine Players.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home