quinta-feira, setembro 27, 2007
Meus colegas e amigos se surpreendem que, diante de tantas leituras por obrigação (mestrado, pós em tecnologia educacional e trabalho com informática educativa), ainda arranje tempo para pegar um livro na biblioteca da Universidade para ler nas poucas horas livres... Hoje mesmo, escolhi um livro pelo título interessantíssimo e poético, embora não seja de poemas, de um escritor moçambicano que ouvi falar muito bem, através de meus colegas de mestrado em Letras (área História da Literatura), chamado Mia Couto. O título do livro: UM RIO CHAMADO TEMPO, UMA CASA CHAMADA TERRA (imagem ao lado). Nesse fim de semana, faça chuva ou faça sol, tenho que terminar de qualquer jeito os ensaios pro mestrado (prazo encerrando), mais algumas tarefas do curso de Mídias Integradas a Educação, módulo Gestão das Tecnologias na Escola (idem)... Mas ao folhear o referido livro, vendo certas epígrafes, algumas de autores conhecidos, outras de personagens do próprio livro, me encantei e não resisti. Peguei o livro e irei lendo aos poucos, como quem saboreia pequenos goles de um bom vinho. Quando terminar de lê-lo, comentarei nesse blog e em meu jornal virtual, também chamado Letra Viva, onde publico e distribuo via internet, artigos de opinião que não são publicados na mídia convencional, resenhas de livros, filmes, arte e cultura em geral. Apenas para deixar com água na boca dos apreciadores da literatura de qualidade, eis a epígrafe do 4º capítulo, intitulado As Primeiras Cartas, atribuída ao personagem "Avô Mariano": O importante não é a casa onde moramos. Mas onde, em nós, a casa mora. Para quem, como eu, com 5 anos de idade, viu um dia a casa que morava ameaçar tombar, e teve que, sem nada entender, sair apenas com a roupa do corpo, junto com os familiares, e que passou grande parte da infância e da adolescência perambulando por casas e mais casas dos outros, alugadas, e que na maturidade, finalmente, conseguiu adquirir a sua casa, ainda que financiada, essa epígrafe possui diversos significados. Digo, parafraseando Mia Couto, que não importa a casa, o que importa mesmo é o lar. A escola é o segundo lar que temos. E como numa família, precisamos aprender a conviver com essa grande reunião de pessoas. Sem nos apegarmos a cargos e/ou vaidades extremas. Digo mais, quando a escola é o nosso local de trabalho, não importa o local onde trabalhemos de fato, e as pessoas com as quais tenhamos que conviver mais tempo do que com a própria família; o importante é saber que o trabalho more em nós (por vocação e profissionalismo) e não moremos no trabalho (por dedicação extremada, e negligência com a própria família). Tudo na vida é uma questão de bom senso. Finalizando esta postagem, incluo outra epígrafe do livro de Mia Couto, atribuída a provérbio africano: "A lua anda devagar mas atravessa o mundo". Quando vejo alunos querendo passar fases de lua com velocidade semelhante ao mais rápido dos processadores para micromputador jamais inventado, procuro aconselhá-los a ir com calma, aproveitando cada dia de uma vez, pois não devemos ter mais pressa que o próprio tempo que passa ao natural. Como digo também aos amigos: nada acontece por acaso nem mesmo o acaso. Tudo tem um motivo, ainda que "existam mais coisas entre a o céu e a terra que possa supor nossa vã tecnologia", diria meu amigo William S.
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