quarta-feira, setembro 26, 2007

Minicurso "Informática Educativa: paradoxo tecnológico e educacional"

Aviso aos navegantes, amigos e colegas, dias 02 e 03/10, às 19 horas, estarei coordenando o minicurso "Informática educativa: paradoxos tecnológico e educacional", durante o I Curso Nacional de Educadores: "Educação Ambiental e as Práticas Pedagógicas no Contexto Escolar", organizado pelo CPERS/Sindicato (6º Núcleo - Rio Grande), 18ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e Associação de Diretores das Escolas Públicas Estaduais de Rio Grande - RS - Brasil. Para aqueles que venham a ler esta postagem, Rio Grande é o nome da cidade mais antiga do Estado do Rio Grande do Sul (fundada em 1737 e...), localizada a 320 km ao sul de Porto Alegre. Há certa confusão entre o nome da cidade e do Estado, até pelo hábito dos próprios gaúchos referirem-se ao seu Estado de forma abreviada.
O convite para a participação neste evento partiu da Direção do 6º Núcleo do CPERS/Sindicato, em decorrência da minha experiência de 15 anos na Educação, passando pelas mais variadas atividades, de secretário de escola, presidente e integrante de Conselho Escolar, assessor jurídico (na área educação), técnico em informática, ex-coordeenador de Núcleo de Tecnologia Educacional, coordenador de Projeto de Informática na Educação Especial, com alunos portadores de necessidades educativas especiais (PNEEs), multiplicador de informática educativa com professores da rede pública estadual , além de pós-graduando em especialização em Tecnologias da Informação e da Comunicação na Promoção da Aprendizagem (UFRGS-2006/2007).
Como deu para perceber, nesses 15 anos, muitas atividades exerci, sempre dentro da educação, e, humildemente creio que conheço e posso debater, evidentemente, sob meu ponto de vista, a respeito desse grande paradoxo da modernidade que é o uso da tecnologia no ambiente escolar: inclusão e exclusão digital, social e educacional.
Mais uma vez, me apropriando, ou melhor, socializando o pensamento de António Nóvoa, ao falar de experiência profissional, reproduzo abaixo um interessante fragmento de sua entrevista a TVE Brasil: "(...) a experiência por si só não é formadora. John Dewey, pedagogo americano e sociólogo do princípio do século, dizia: 'quando se aforma que o professor tem 10 anos de experiência, dá para dizer que ele tem 10 anos de experiência ou que ele tem um ano de experiência repetido 10 vezes'. E, na verdade, há muitas vezes esta idéia. experiência, por si só, pode ser uma mera repetição, uma mera rotina, não é ela que é formadora. Formadora é a reflexão sobre essa experiência, ou a pesquisa sobre essa experiência". Acho fantástica essa assertiva, que é muitas vezes o reflexo de nossa sociedade. Um currículo por si só, como o meu, por exemplo, não é indicativo de que minha experiência de 15 anos me dê a autoridade para decretar o que é certo e errado, falso ou verdadeiro, muito pelo contrário. Embora, em 15 anos exerci as mais diversas funções, dentro do "olho do furacão" que é a educação. Não sou apenas uma testemunha ocular, mas alguém que sempre esteve envolvido com a Educação, ora como educador, ora como aluno (já que além da especialização em tecnologia educacional, que concluo breve, sou mestrando em Letras, área História da Literatura, o que me faz sempre ver o lado aluno e educador ao mesmo tempo). O verdadeiro educador é aquele que se considera eternoa aprendiz e tem uma crítica aliada a uma auto-crítica, revendo suas posturas, através de seus erros e acertos, e sempre procurando trabalhar de forma solidária e não tão competitiva, estabelecendo parcerias, não apenas com outros educadores, mas principalmente com o alunado. Nosso maior aliado deve ser o aluno e não apenas seus pais e/ou responsáveis. A Escola do Futuro deve ser pensada em função do aluno, sob os mais variados aspectos, ouvindo sua voz. E avaliação deveria ser levada a todos os setores de uma escola. Avaliação e auto-avaliação. Educação não pode ser encarada como gincana que se premia por produtividade ou velocidade. Educar é preparar o aluno para o exercício da cidadania plena. E, nesse ponto, a tecnologia, se bem planejada no ambiente escolar, poderá proporcionar essa troca entre a experiência (isso mesmo) do aluno junto aos meios eletro-eletrônicos e a informática em geral, sendo o aluno-monitor do educador, que não deve se preocupar em ser um tecnólogo, ou um técnico de informática, para poder usar um laboratório informatizado, que é o meio (a ferramenta), enquanto a educação em si é a finalidade. Mas não vou adiantar aqui esse debate que será travado nos dias acima citados, no Auditório do Instituto de Educação Juvenal Miller. São 30 vagas para cada oficina, e maiores informações sobre esse minicurso e outros mais, além de palestras e demais atividades propostas pelos organizadores podem ser obtidas pelo fone (053)3232-8685; e-mail: cpers6@terra.com.br.
Observação: Imagem acima, extraída do blog e-Comunicação FACOM/FAAP. Endereço: www.crit.rai.it/tvmobile/images/tecnologia.jpg