segunda-feira, setembro 29, 2008

A idade do seu cérebro...


Uma brincadeira, ao estilo de teste de Q.I. (quociente de inteligência), numa versão bem mais light, enviado por um amigo virtual de uma amiga também virtual (coisa da modernidade), achei bem interessante, pois, embora nada muito científico, propõe avaliar, através de testes de memorização de números, em seqüência desordenada para ordenarmos crescentemente, indica ao final a idade de nosso cérebro.
Como brincadeira, adorei o resultado, pois apesar de estar aparentemente com a memória frágil, para o referido teste, meu cérebro possui a idade de 36 anos, enquanto no mundo real ele tem 44. Ou seja, ganhei oito anos nessa divertida atividade. Façam vocês também o teste, clicando no link abaixo de um site japonês, e confiram depois o resultado.
Mas um detalhe: o que vale pra mim é o primeiro resultado. Exercitar mais de uma vez a memória para enganar o computador se está, na verdade, enganando a si mesmo. Risos.
Eis, abaixo, o inteiro teor da mensagem eletrônica por mim recebida:

Assunto: Fwd: TESTE - Idade do seu cérebro

:Muito interessante e pode repetir mais que uma vez.
Qual é a idade do seu cérebro, comparando com sua idade natural?
Este teste japonês dirá se ele funciona em uma idade menor ou maior do que o
resto do seu corpo.

1. Clique 'Start' (após abrir o site abaixo).
2. Espere pelo 3, 2, 1.
3. Memorize a posição dos números na tela, depois clique sobre os círculos,
partindo do menor para o maior.
4. No fim do jogo o computador dirá a idade do seu cérebro.
Boa Sorte!!!
http://flashfabrica.com/f_learning/brain/brain.html

O mesmo link para o teste:
flashfabrica

Observação: Imagem acima, resultado de meu teste, com a idade de 36 anos de meu cérebro virtual.

Por uma filosofia da aprendizagem contra a doce arrogância da juventude


Recebi dias atrás um email de uma amiga confiável, Ewaldira, contendo uma informação que precisei checar a autoria e a procedência, pois me pareceu, como tanta coisa que vaga (passada e repassada) pelo ciberespaço, matéria apócrifa e descabida. Sempre que isso acontece, se não confirmo a fonte, deleto sem culpa nem arrependimento a mensagem.
Pasmo, fiquei ao ver e ler o texto Prontos para o século XIX, assinado por duas jornalistas sérias e publicada em revista de grande circulação no país.
Impressa na página sobre Educação, já me interessou ao natural, e como tema para a reflexão abordando a Ideologia, curiosamente para mim, um homem de centro-esquerda, mestrando em Letras, o referido texto permitiu-me fazer uma pequena análise do discurso das autoras, extremamente vinculado à ideologia da revista.
Embora, o artigo seja bem escrito, o mesmo é pautado por uma dura crítica às esquerdas em geral, desde os simples professores de escolas públicas e sua metodologia até ícones como Marx, Che Guevara e Paulo Freire e suas supostas doutrinas...
Ainda que criticando o suposto pensamento totalizador de regimes de esquerda, esqueceram as autoras de avaliar a própria crise da direita, e do capitalismo, que só se mantém, como em qualquer regime pelo mundo afora, "privatizando os lucros e socializando os prejuízos", frase essa cunhada por político brasileiro, que não me recordo o nome. O que são hoje os EUA, em sua crise de ética e de finanças, mantendo-se ainda como superprepotência, aliás, superpotência, graças às invasões aos países, num claro desrespeito as deliberações das Nações Unidas e ao princípio da autodeterminação dos povos? Que modelo eles - não o povo americano, mas seus governantes -, legaram à história da Humanidade, senão a do Grande Irmão, que se provalece de seu tamanho e força contra os países menores? Por que não fazem o mesmo que fizeram com Vietnam, Afeganistão, Iraque, entre outros primos pobres, com os primos ricos e fortões como China, Rússia, Coréia do Norte? Medo do arsenal nuclear? Pois é, seja na escola pública, seja na escola da vida, sempre o Valentão só age como tal, quando enfrenta um fracote e/ou medroso... O que é uma injustiça.
Certa feita, escrevi um artigo dizendo que se os EUA tivessem sido colonizados pelos EUA, ao invés da Inglaterra, os EUA não seriam hoje os EUA. Confuso? Nem tanto. Vejam só, e me digam qual país emergente, sob influência norte-americana, pós-1945, pode ser considerado um país desenvolvido? E me digam a mesma coisa de países sob influência do antigo império britânico, até o final da II Guerra Mundial? Lembro de imediato do próprio EUA, Austrália, Nova Zelândia, Canadá e até Hong Kong, que nem país é... Claro, também tiveram países como Índia e o continente africano, sob influência britânica que foram explorados e assim ficaram até hoje.
Contudo, o trecho que provocou surpresa em muita gente, principalmente em educadores como eu, é esse que reproduzo fragmento abaixo, em tom áspero demais para o meu gosto, de quem se propõe a fazer uma análise contra as ideologias totalizantes e redutoras da importância das pessoas e dos fatos históricos:

"Muitos professores brasileiros se encantam com personagens que em classe mereceriam um tratamento mais crítico, como o guerrilheiro argentino Che Guevara, que na pesquisa aparece com 86% de citações positivas, 14% de neutras e zero, nenhum ponto negativo. Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização. (grifo meu) Entre os professores brasileiros ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico teórico alemão Albert Einstein, talvez o maior gênio da história da humanidade. Paulo Freire 29 x 6 Einstein. Só isso já seria evidência suficiente de que se está diante de uma distorção gigantesca das prioridades educacionais dos senhores docentes, de uma deformação no espaço-tempo tão poderosa que talvez ajude a explicar o fato de eles viverem no passado".

Dadas as devidas proporções, não se deve comparar pessoas, nem atividades tão diferenciadas como a física (embora Einstein tenha sido matemático) com a educação fundamental (e o ensino em geral, da qual Freire foi um defensor). Se for assim, agindo como Advogado do Diabo, já que minha formação também é jurídica, defendo Freire, que escreveu livros de grande ou relativa importância para muitos educadores, enquanto Einstein criou a teoria da relatividade que pouquíssimso gênios pelo mundo afora compreendem em sua totalidade. Ninguém vai negar a importância de Einstein para a ciência, mas é também inegável o papel libertador de Freire para a educação. A César o que é de César, a Freire o que é de Freire, nem mais nem menos...
Paulo Freire, com livros como A pedagogia do oprimido, entre outros - que nada tem de doutrina, terminologicamente falando, e sim como a tomada de consciência e da liberdade do pensamento, que por opção própria chamo de Filosofia da aprendizagem -, foi e ainda é (pois seu legado não morreu com ele), um educador reconhecido internacionalmente, independente de ideologias. Ainda que em alguns livros Freire se repetisse, a própria educação é um ato de aprendizagem por repetição e erro, repetição e conhecimento. O construtivismo e outras tantas propostas que surgiram de educadores com sua ideologia, foram muitas vezes a resposta a uma educação totalizadora, conservadora, rígida do ponto de vista ideológico de direita. A própria revolução russa, com todos os problemas sabidos, contribuiu para a legislação trabalhista, tirando milhões de trabalhadores do feudalismo e do trabalho semi-escravo, e mesmo ainda hoje, vemos como o capitalismo em si é monopolizante, concentrador, explorador... Como a globalização, mesmo no século XXI, age assim, que nem no século XIX, antes do surgimento do socialismo, "privatizando lucros e socializando prejuízos mundo afora". E ainda assim, mesmo sendo os EUA o berço das maiores empresas multi e transnacionais, não é autosustentável, apesar dos discursos ideológicos da direita banqueira, que controla o mundo (e isso não é nada de teoria da conspiração)... E a crise econômica norte-americana esta aí para provar que mesmo a nação mais poderosa e rica do planeta não está imune ao seu próprio veneno especulativo...
Condenar pessoas, que dedicaram uma vida ao próximo, e contribuiram para educação libertária de si mesmo, é no mínimo uma "doce arrogância da juventude", para não dizer outra coisa. Aos vinte e poucos anos, acreditamos saber tudo sobre tudo, nos dando ao luxo de jogar na cova rasa pessoas que lutaram contra as covas fundas do analfabetismo, da opressão, miséria e falta de solidariedade. Criticar é sempre mais fácil e cômodo. Propor algo é mais complexo!
Eu sou um simpatizante de Paulo Freire, e até de norte-americanos como David Paul Ausubel e Carl Rogers, que me ensinaram, com seu legado e experiência de vida, sobre princípios libertários como a aprendizagem significativa e a flexibilidade cognitiva, que os modelos neoconservadores têm tanta ojeriza...
Posso dizer com certeza que a escola, como a sociedade, adotaram sim muito do discurso freireano, mas que poucos usam seus princípios na prática. A escola discursivamente é democrática, mas na prática ainda é centralizadora, e ai, que culpa tem Freire disso? Posso também - sem leviandade, com base em fatos históricos e não tão-somente ideológicos -, dizer que Marx não pretendia criar uma doutrina ou ideologia nova, mas humanizar às existentes, trazendo em sua obra uma dura crítica ao status quo de sua época e propondo, quando muito, uma nova filosofia para o capital. Assim, também Jesus Cristo, que não pensava em criar uma igreja como instituição, e que o Pedro seria a sua pedra no sentido simbólico e não institucional, em que o tempo e a história subverteram. Assim sendo, sem ser leviano, posso dizer que Marx, se vivo não seria marxista, e que Jesus, ainda seria cristão, mas não creio que católico... Mas isso é apenas uma crítica fraterna a partir de uma autocrítica ideológica.
Por isso, sou ferrenho defensor de uma "filosofia da aprendizagem contra a doce arrogância da juventude" que muitas vezes julga ter todas as respostas sobre tudo, inclusive sobre as perguntas que ainda nem foram feitas...
Portanto, sugiro a leitura na íntegra da matéria abaixo, e façam cada um, de acordo com sua ideologia reinante, uma análise crítica:

Prontos para o século XIX

Em parte, acho o título do referido texto apropriado, só sugerindo um ponto de interrogação ao final do mesmo. Creio que em parte, com a administração Bush pai, filho e spirit du corps e seus equívocos políticos, econômicos, éticos e morais, o mundo como um todo voltou ao século XIX, quando o próprio governo dos EUA anexou grande parte do território mexicano (Arizona, Texas, Novo México, Califórnia, Flórida, etc), graças a chamada "diplomacia do porrete", implantada por Ted Roosevelt, e que no século XXI Bush, como bom aluno de uma ideologia imutável, implementou... Isso é história e não ideologia. Parafraseando Cazuza: "Ideologia, eu quero uma para viver..."
Procurando uma imagem para ilustrar essa postagem, encontrei a acima, e no blog que estava estampada, um fragmento sobre Marx, e vejam que interessante:
Nos «Escritos de Juventude», Marx afirma: «(...) A miséria do trabalhador aumenta com o poder e o volume da sua produção. (...) O trabalhador torna-se uma mercadoria tanto mais barata, quanto maior o número de bens que produz. Com a valorização do mundo das coisas aumenta em proporção directa a desvalorização do mundo dos homens. (...)»
Qualquer semelhança de relatos do século XIX com pessoas e fatos do século XXI, não são mera coincidência... Nem discurso ideologizante... Embora, mesmo o discurso que se diz anti-ideológico traz em si alguma ideologia, ainda que particular ou privada. Se penso, logo existo; penso, faço opções políticas, ainda que não partidárias, pois o ser humano é um ser político, desde o nascimento (quando põe literalmente a boca no mundo!), e que sempre toma partido em prol de algo ou alguém, contra algo ou alguém, mesmo que não pertença a agremiações partidárias. Não me recordo se foi Sócrates, Aristóteles ou Platão (ou Sócrates, Zico e Falcão, risos), quem disse que "toda toda negação traz em si uma afirmação". Na época, meu prof. de sociologia jurídica, no curso de Direito, fez-me ver que quando dizemos: eu não sou A, pressuposto está que eu seja outro, B, C... Se eu digo que não sou canhoto, subentende-se que eu seja destro. Na vida real, eu nasci canhoto, mas minha avó, por desconhecimento e superstição, me forçou a ser destro... Até os 20 anos eu era um homem destro também, politicamente, pois o meu país vivia destro e adestrado... Aos 21 anos, quando entrei pro Direito e comecei a ler, além de juristas, grandes filósofos, educadores e intelectuais de esquerda, voltei a ser canhoto, mas um canhoto apenas ideologicamente, que defende o direito de opinião das pessoas até à morte... inclusive a das ilusões... como a do comunismo, que propunha um mundo igualitário, que como ser humano falho, sei que é utopia, jamais a ser alcançada. O que não me impede de lutar pela justiça social, pela liberdade de expressão, pela solidariedade e pela educação libertária... além das ideologias... Então, se toda negação é uma afirmação velada, negar Paulo Freire é afirmar o que em seu lugar?
Observação: Imagem acima, extraída da internet, do seguinte endereço
www.prof2000.pt/.../Alternativas05/Pg000009.htm

sábado, setembro 27, 2008

Minority Report: da ficção para a realidade?


Ao conferir meus emails, pelo hotmail, vi uma chamada (link abaixo) que me deixou curioso. Lendo a notícia, fiquei preocupadíssimo. Quando a realidade imita a ficção, pode ser uma boa atitude ou ter algum outro sentido por trás de medidas invasoras de privacidade. No caso, o sistema de monitoramento de pensamentos, batizado de FAST ou "Future Attribute Screening Technologies" pretende devassar a mente das pessoas, em aeroportos e outros locais públicos (somente nesses mesmo?), a cata de terroristas em potencial... Algo que lembra o filme Minority Report, de Steven Spielberg.
Juridicamente ninguém é culpado de nada, sem antes cometer um crime ou se não houver tentativa de crime. Punir, prender, culpar alguém por possíveis pensamentos que o ser humano tenha, se for usado para coibir a pedofilia de pais a religiosos, a falcatrua generalizada dos políticos, a violência e a crueldade de certos militares e policiais, etc. poderia até ser interessante. Mas aí eu pergunto: quem vai fiscalizar quem? O lobo será o protetor dos cordeiros? Convenhamos, faz muito tempo que não acredito mais em histórias da Carochinha, nem nas boas intenções de governos que não respeitam a liberdade e autodeterminação dos povos, quanto mais as liberdades individuais...
É impressionante e preocupante, pois sabemos que o ser humano é induzido por propagandas subliminares a ter certas atitudes e pensamentos. Imagine só o que um governo mal intencionado ou pessoas inescrupulosas poderiam fazer com tal equipamento. Induzir pessoas a pensamentos para sua autocondenação.
Daria um belo argumento para conto de ficção científica, se não fosse algo que poderá em breve se tornar realidade. A invasão de privacidade é tamanha, com programas de pegadinhas, câmeras escondidas, microfones secretos... E agora nem mesmo o pensamento, último reduto livre do ser humano estará sujeito a invasões.
Não creio em bruxas, mas que o Grande Irmão existe, isso estou começando a acreditar. Vou aproveitar para ter meus pensamentos anárquicos ainda enquanto é tempo... Pode ser que algum dia pensar e viajar na imaginação seja tão perigoso e proibitivo, que melhor seria viver como muitos fazem, antes mesmo do sistema FAST: viver sem pensar... Infelizmente, para um escritor e poeta "Penso, logo existo; escrevo, logo resisto".
Leiam a notícia na íntegra, pelo link abaixo, e tenham aproveitem seus "últimos pensamentos livres", enquanto há tempo. Risos.

Americanos desenvolvem sistema no melhor estilo Minority Report

Indico também a leitura do texto Filhos do Grande Irmão , de onde foi extraída a imagem que ilustra esse post, do blog do Rogelio Casado, do seguinte endereço
http://rogeliocasado.blogspot.com/2008/05/filhos-do-grande-irmo.html

sexta-feira, setembro 26, 2008

Blogueiros, sabem sobre o BlogCamp Rio 2008?


Hoje, ao entrar na minha conta de correio eletrônico do Yahoo, vi uma notícia sobre um interessantíssimo evento chamado BlogCamp Rio 2008, organizado pelo blogueiro Bruno Dulcetti, que reunirá a partir deste sábado blogueiros do país inteiro na Cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro.
Nunca fui ao Rio, mas pretendo ainda nessa "encadernação" conhecer a Marvel City. Apesar de nunca ter ido lá - e estar roendo as unhas, louco de vontade, como blogueiro educacional, de participar de um evento desta envergadura -, tenho muitos amigos virtuais da cidade e do estado do RJ. Amigos fraternos como o também blogueiro Robson Freire, do Caldeirão de Idéias, o prof. Glauco Secundo, que conheci via orkut, a poeta Regina Sant'Anna, da Casa do Poeta Rio de Janeiro, sem falar de outros amigos e parentes que foram morar lá.
Eventos como esse são importantíssimos para que pessoas que só se conhecem pelo mundo digital possam também trocar idéias e experiência no mundo real, além de mostrar as inúmeras possibilidades que a tecnologia e o blog, em especial, podem fazer e propor a quem só conhece blog de ouvir falar, ou apenas de visitar algum.
Blog, para mim, deixou de ser um diário virtual e até mesmo um jornal virtual para ser pensado como um ambiente de educação a distância, isso mesmo EAD.
Por sinal, soube pelo amigo Robson, que três professores seus conhecidos, do RJ, depois de conhecerem meu blog de produção literária coletiva, chamado RPG - Role Poetic Games ou Jogos Poéticos Virtuais, se inspiraram nele para fazer algo similar, com enfoque educacional com seus alunos, o que valoriza por demais meus blogs e o RPG Literário, por mim criado com apoio de meus colegas de jornada (Andréia, Ana, Suellen, Leandro e Jouber). Aqui, em Rio Grande-RS-Brasil, também a E.M. Cidade do Rio Grande - CAIC, está iniciando um projeto semelhante entre professores e alunos, inspirado também no RPG Literário, o que fortalece a idéia e a troca de experiências, pois eu já fui lá, no laboratório da escola, fazer uma primeira oficina com as professoras, e foi uma atividade gratificante e estimulante, e mais adiante meus colegas de blog RPG também irão interagir com os professores e alunos do CAIC. Jouber mesmo, nosso desenhista, fará oficina de desenho, e por ai vai. Um blog pode tornar-se um pequeno universo de troca de informações e conhecimento, e a reunião de vários blogs e blogueiros, como no Blog Camp Rio 2008, pode tornar-se um imenso universo de possibilidades aos seus participantes.
Parabenizo aos organizadores, desejando sucesso a todos os blogueiros e aspirantes a blogueiros que por lá estiverem. Quem sabe no próximo evento, eu consiga realizar esses dois sonhos: conhecer a Marvel City e estar no BlogCamp.
Abaixo, link para um vídeo com apresentação sobre o evento:

BlogCamp RJ 2008

Letra Viva do Roig no Edublogosfera


O blog Letra Viva do Roig está desde ontem constando da lista de blogs divulgados pelo portal Edublogosfera, ambiente virtual para tratar de educação e tecnologia, além de divulgação de blogs educacionais.
Esta iniciativa é do Prof. Rafael Nink, que se dedica a questão da informática educacional.
Para os blogueiros educacionais que quiserem cadastrar seu blog lá, basta acessar o endereço abaixo, preencher um formulário e aguardar a aprovação e publicação de seu blog.

http://planeta.edublogosfera.com.br

quinta-feira, setembro 25, 2008

Telecentro de Inclusão Digital Judith Cortesão


Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas juntamente com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) inauguraram nesta terça-feira, 23/9, o Telecentro de Inclusão Digital Judith Cortesão.
Foi um evento em que estiveram presentes diversos convidados, como a profª. Glacy Canary, Coordenadora Regional de Educação da 18ªCRE; o prof. Lauro Barcellos, diretor do Museu Oceanográfico/FURG, entre outros.
Tive o duplo privilégio, como ex-aluno do curso de Secretariado, do antigo Colégio Estadual Getúlio Vargas, hoje Escola Técnica Estadual, e também como integrante do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) Rio Grande/18ªCRE.
Todas as falas foram motivadoras: do prof. Enilson Pool, diretor da escola; do prof. Luiz Guilherme Fogaça, idealizador do telecentro; do representante do Serpro; das profªs. Glacy Canary (CRE) e Dulcinéa Castro (coord.NTE). Mas a mais motivadora de todas foi a do prof. Lauro Barcellos, grande amigo e ex-aluno de Judith Cortesão, "uma das mais respeitadas ambientalistas do mundo", falecida em 2007, aos 92 anos de idade.
Depois da cerimônia de descerramento de placa comemorativa, conversando com Enilson e Fogaça, eles comentaram que aquela fala (do Lauro) foi única e realmente motivadora. Reproduzir aqui, neste espaço, as imagens e mensagens que ele disse aos presentes no evento, seria uma tarefa inglória para mim. Talvez nem ele mesmo pudesse reproduzir (segundo Enilson) aquela fala, dada a emoção do momento. Mas o que presenciaram emocionados ficaram, assim como o próprio Barcellos. Não era para menos.
Mas o que mais marcou-me foi ele destacar a importância do projeto do Telecentro de Inclusão Digital Judith Cortesão, pela relevância de sua propostas e objetivos, mas também pela questão da importância de se ter na vida humildade e acima de tudo modéstia. Como ele colocou apropriadamente: "Humildade deixemos para os santos, mas para nós humanos reservemos a modéstia em nossas ações".
Naquele instante, lembrei nesta questão de modéstia do próprio professor Fogaça, um dos idealizadores do projeto telecentro, um professor reconhecidamente competente, tanto por alunos como seus colegas. Um professor que foi inclusive meu companheiro/formador de curso de capacitação e inclusão digital em projeto desenvolvido, em 2007, em parceria com o CPERS/Sindicato, durante dois sábados inteiros, em que eu e ele nos revezamos em duas turmas de mais de 30 alunos, todos eles funcionários de escola, em sua esmagadora maioria que jamais tiveram acesso ao uso de computador. Uma parte do referido curso foi desenvolvida no NTE, pois a escola estava com problemas na internet, e a outra parte nos laboratórios da Escola Getúlio Vargas.
Lembro-me da paciência, calma e tranqüilidade de Fogaça. Uma pessoa daquelas que na primeira vez que se conhece já se fica amigo, justamente pela sua modéstia e humildade. Um professor com currículo e capacidade invejáveis, mas que tem o despreendimento necessário àqueles que se propõem educar alguém. Eu, particularmente, também precisei me superar nesse curso, pois estavam ano passado, trabalhando manhã e noite, e cursando os créditos do mestrado a tarde. Os sábados eram dias importantíssimos, juntos ao domingo pra colocar as leituras atrasadas em dia. Mas foi um desafio superado, em parte, graças ao apoio do Fogaça.
Recordo-me que foi um curso desgastante e gratificante ao mesmo tempo. Paradoxal? Isso mesmo. Na vida, há momentos assim, e aquele foi um desses, pois tínhamos mais de 60 alunos, a maioria sem conhecimento algum sobre informática, as máquinas eram obsoletas e cada laboratório de informática (eram dois) possuía mais de uma versão do sistema operacional Windows instalado. Imagine só com excesso de alunos e máquinas diferenciadas tentar padronizar um curso. Mais, calejado da evasão/desistência de alunos/cursistas, pensei que os 34, 35 alunos/funcionários de cada turma não viriam todos. Ledo enganam. Vieram sim. Risos. Mas logo cada um foi pra sua turma e começou a fluir as atividades, contando com o apoio e a atenção dos cursistas, e de colegas que se prontificaram sendo cursistas tambéms erem nossas monitores, como Lílian, Angela e outras que a memória escapou o nome. Aqueles que tinham alguma noção sentavam junto dos que nada sabiam, e a coisa toda aconteceu, depois do agito inicial, num verdadeiro mar da tranqüilidade e até boas risadas pudemos dar durante as atividades diante do microcomputador.
Ano passado, eu, humildamente também, não dominava tanto a planilha de cálculos como o Fogaça, e nessa parte do conteúdo trocavámos de turma. Este ano (2008), num exercício de modéstia e humildade, Fogaça que é um grande conhecedor de informática, inscreveu-se para ser cursista no NTE, no curso de Introdução à Educação Digital/Proinfo-MEC, tendo como sua professora a colega Janaina, e eu eventualmente dando um apoio. Fogaça é daqueles educadores que sabem que só se pode ensinar quando se quer aprender sempre. Educar é uma mão de sentido duplo, não apenas ensinar, mas estar sempre apto a querer aprender algo novo. Para ele, o Linux Educacional é uma novidade. Que seu exercício de modéstia seja um belo exemplo a todos aqueles que acreditam que sabem tudo. Sabem até as respostas para as pergunats que ainda nem foram feitas. Como eu digo para meus amigos: "A única certeza que trago sempre comigo é a de que dúvidas sempre terei na vida, enquanto vivo e motivado estiver..."
Ao ver, no dia da inauguração, o moderno laboratório recebido pela escola do Proinfo/MEC, com a tecnologia wireless, e o telecentro, vindo do Serpro, fico extremamente satisfeito pelo empenho daquela comunidade escolar. Eu, como ex-aluno, sabedor que o escritor que há em mim iniciou no Colégio Getúlio Vargas seus primeiros passos e primeiras premiações, fico duplamente satisfeito, pois me senti de novo em casa. E, parte do que hoje sou, devo àquela escola, que contribuiu e muito em minha formação profissional e cidadã. Parabéns então aos professores, alunos e comunidade escolar; e, em especial, ao Fogaça, pela sua dedicação, despreendimento, e, acima de tudo, modéstia em suas dignificantes e significantes ações para a sua comunidade e seu mundo.
Maiores detalhes sobre esta iniciativa, leiam no link abaixo:

Telecentro irá oferecer acesso livre à internet para a comunidade

Observação: Imagem acima, do prof. Fogaça no telecentro. Fotografia de Deyver Dias, do Jornal Agora (www.jornalagora.com.br), extraída do endereço
http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=19¬icia=55914

segunda-feira, setembro 22, 2008

O jogo da memória II e a aprendizagem baseada na resolução de problemas


O retorno ao tema do jogo da memória (abordado levemente no post anterior), deve-se a um link que pretendo estabelecer com os problemas da aprendizagem baseados justamente na resolução de problemas em salas de aula e ambientes virtuais. Jogar o jogo da memória requer inicialmente sorte, depois habilidade (e, óbviamente, memorização). Conversando com colegas sobre como a aprendizagem funciona de maneira totalmente diversa nesses dois ambientes (sala de aula e laboratório de informática), entre professores e alunos (no chamado paradoxo da modernidade), lembrei-me, por associação de idéias ao comentário, que meu colega Robson Freire fez em um dos post do Letra Viva, referente... Ih, falando de memória, custei a lembrar...
Depois de muito exercício de rememoração, e visitação a alguns posts meus, encontrei o texto de minha autoria Postar é preciso, viver não é preciso (publicado em 21/08/08), em que eu falava da questão da escrita no mundo digital. Robson, que tinha colocado algo similar em seu blog, o Caldeirão de Idéias perguntava se os Professores sabem escrever na internet?
Daí em diante travamos uma conversa através de mensagens sobre a questão da aprendizagem. Em um dos comentários, Robson esclareceu o motivo do seu texto que: (...) nasceu de uma necessidade por conta de uma dificuldade dos professores no Curso de Educação Digital, na fase de transposição de conteúdos reais para os virtuais. A mecânica, ou será habito, do copiar e colar esta muito forte neles. É um tal de Ctrl C e Ctrl V danado. Eles simplesmente copiam o texto e colam. Ai eu falo 'usem o hiperlink', mas a falta de cultura para se adaptar ao meio digital é gritante exatamente como no vídeo Tecnologia ou Metodologia. Outro problema detectado é não saber usar a metodologia de ensino por PBL, que significa Problem Based Learning (Aprendizagem baseada na resolução de problemas), é fundamentada no ensino por meio de resolução de problemas. Eles não sabem mediar ... só sabem reproduzir conteúdo, não sabem ENSINAR. Outra coisa detectada eles não sabem, ou conseguem, ouvir os alunos. Poucos dão ouvidos aos desejos ou anseios da turma. É meu amigo se nos não tentarmos mudar esse quadro, seja mudando a formação inicial, capacitando ou até fazendo 'lavagem cerebral' neles o futuro da educação será bem cinzento.
A postura da maioria do magistério diante da informática ainda é assim, meio travada, temendo expor-se ao erro diante do alunado. Pois não é que essa situação remeteu minha imaginação ao poema de Paulo Leminski, lido pelo prof. Alberto Tornaghi, no encontro regional de formação do Proinfo MEC, em Florianópolis, no início deste mês? Vejam só que curioso o poema abaixo:

ERRA UMA VEZ

Nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez.


Atualmente, dentro do paradoxo da modernidade, e do uso das TICs, parece-me que o aluno está melhor preparado para a aprendizagem a partir da resolução de problemas, mexendo, errando e aprendendo com o erro com maior desenvoltura que o educador diante de qualquer parafernália tecnológica, ultrapassando fases de jogos complexos e tudo mais, enquanto o professor não ousa pois teme o erro e o dano ao equipamento (além da cultura que lhe ensinou nos bancos escolares a não errar ou demonstrar o erro). Muitos preferem esperar, no que tange às TICs, pelo aguardado responsável pelo LIE, ou que algum curso que traga o manual, o passo-a-passo ou receita de bolo pra resolver todos os seus problemas midiáticos e imediatos. Se errar é humano, conviver com o erro deveria ser algo natural. Para mim, pelo menos é, e não me constranjo de às vezes alguns alunos meus, em projetos de aprendizagem dominarem recursos tecnológicos melhor do que eu, mesmo eu sendo especialista em tecnologia educacional. Mas a formação do professor em geral ainda não comporta o erro ou a desenvoltura quanto a ele. Muito menos expressar diante do aluno o desconhecimento quanto aos multimeios. Talvez aí esteja o maior entrave a inclusão dos professores às TICs em geral. Ou, como falou um colega do Paraná: que possúía entre seus cursistas, professores com necessidades especiais (alusão as TICs). Não é só isso, sejamos justos. Há problemas também de falta de tempo e de infra-estrutura, de adequação do currículo escolar às propostas integradoras, etc, etc, etc. Infelizmente, ainda em nossa sociedade, seja com professores e até mesmo com pais e responsáveis, persiste aquela concepção do "mestre disse". Então, sugiro àqueles que se interessarem por esse tema complexo e envolvente - que deve ser trazido à tona e ao debate escolar - a leitura indicada por Robson da metologia do ensino por PBL, que representa justamente a aprendizagem baseada na resolução de problemas.
Observação: O link abaixo refere-se ao vídeo Helpdesk (acima), que capturei do YouTube, mas que foi também disponibilizado pelo prof. Alberto Tornaghi e equipe Proinfo MEC aos professores/formadores dos Núcleos de Tecnologia Educacional; vídeo que vem de encontro a questão da aprendizagem baseada na resolução de problemas. E que batizei informalmente como "Guttenberg - o Bill Gates da Idade Média"... Afinal, refletir é preciso... E o livro quando surgiu também teve um grande impacto no conhecimento, tal como hoje a informática em nosso cotidiano.
http://br.youtube.com/watch?v=4ZwJZNAU-hE

domingo, setembro 21, 2008

O jogo da memória

Enfim, após muitas leituras, iniciei neste fim de semana o esboço de dissertação do Mestrado em Letras (área História da Literatura), em que analisarei a autobiografia de Érico Veríssimo, intitulada Solo de Clarineta, volume I. Veríssimo entrou em minha vida ainda na adolescência, quando eu nem imaginava tornar-me escritor e poeta, muito menos cursar graduação e mestrado em Letras. O universo do escritor cruz-altense me conquistou desde o início, já no primeiro livro lido: Clarissa. Encantei-me com o jeito do escritor falar do universo de uma adolescente. Desde então, li a maioria de suas obras de ficção, memórias e autobiografia. É um de meus escritores preferidos.
Em 2006, quando fiz especialização em História do Rio Grande do Sul: sociedade, política e cultura, minha monografia foi sobre a obra de Veríssimo. Mas naquele momento o enfoque foi histórico, na pesquisa da identidade do gaúcho, entre o típico e seu arquétipo na obra O tempo e o Vento, e , em especial, o primeiro volume, chamado O Continente.
Adentrar ao mundo literário de Érico é sempre uma grata viagem. A cada leitura e releitura, a cada leitura sobre sua vida e obra, mais detalhes vão se entrecruzando.
Por sinal, na dissertação abordarei três eixos de um "triângulo esclarecedor" no que tange a autobiografia - como diz minha orientadora, a profª. Drª. Raquel Souza -, composto pelo Tempo, a História e a Memória.
Curiosamente, é justo a memória, não a de Veríssimo mas a minha, que tem me deixado preocupado. Diante de tantos desafios simultâneos, trabalho, estudo, família, projetos educacionais e culturais, etc., minha memória está saturando e seguidamente travando que nem meu PC. Só que, como brinco com meus colegas e amigos, o microcomputador tem a função de desfragmentar a unidade, e meu HD biológico, não. Então, quando a memória dá saltos, o que faço é respirar fundo e esperar que o meu "sistema operacional" destrave. Reinicializo a vida.
Ontem e hoje (sábado e domingo), pela manhã, fiz isso... Parei de ler e escrever a dissertação para brincar com meu filho Allan, de 3 anos e meio; e, a convite dele, jogar justamente o jogo da memória (muito similar a imagem acima, com figuras de animais). Incrívelmente, como sempre foi quando enfrento crianças, acabo perdendo. E não por que facilite. Quem me conhece sabe que eu jamais desisto, seja de um jogo de palitinhos ou de um desafio mais sério. Perdi por méritos de meu filho, e falhas de minha memória, claro... Risos. Das cinco partidas, todas foram vencidas por Allan, com os seguintes placares: 9x5; 10x4; 8x6; 8x6 e 8x6. Diante da regularidade das três últimas partidas, sinto-me que nem o Kasparov enfrentando o Deep Blue, o supercomputador que fazia milhares de cálculos por segundo. Meu filho, pela rapidez de raciocínio, diante do pai travado, leva sempre uma grande vantagem... Apesar do escore geral (5x0), foi uma divertida terapia familiar, unindo pai e filho; enquanto a esposa/mãe Elisabete torcia visivelmente para o lado mais "fraco" no confronto... Risos...
Agora vou voltar para o trabalho dissertativo até, literalmente, cair de sono sobre o teclado do PC ou algum livro de teoria literária sobre o colo. Mas tudo vale a pena, se a alma não é pequena, como escreveu um de meus inseparáveis amigos, o Fernando, uma ótima Pessoa.
Observação: Imagem acima, extraída da internet, do seguinte endereço

sábado, setembro 20, 2008

A consciência de estar sendo observado



Vejam mais imagens no link abaixo:

Jefferson - o Thomas, ex-presidente norte-americano e não o Roberto, político brasileiro -, no final do século XVIII, disse que "Sempre que você fizer algo, mesmo que ninguém jamais venha a saber, faça como se o mundo estivesse olhando para você."
Hoje, em pleno século XXI, a máxima de Thomas Jefferson, perdeu a sua essência no que tange a postura das pessoas diante do mundo (antes mais solidárias, hoje mais individualizadas), principalmente se estiverem sendo filmadas em programas de TV que simulam a realidade. Atualmente, seja com medo de ter alguma câmera escondida, de programas de TV a investigadores policiais, todo mundo se porta de um jeito misè en scène; ou seja, meio que posando para uma suposta câmera, existente ou não...
Semana passada, quando estava em Florianópolis-SC, no curso de formação em Linux Educacional, etapa regional para discutir a aplicação do curso Tecnologias na Educação: ensinando e aprendendo com as TICs, promovido pelo Proinfo/MEC, tive como companheiro de quarto o colega Eoil Jr., do NTE de Passo Fundo (RS), e editor do blog Severinoooooo (que me serve de referência na questão Linux), que já tinha conhecido na formação de Brasília-DF (junho/2008). Um dia, no café da manhã no hotel, vendo um novo reality show, envolvendo cozinheiros, ficamos observando os detalhes do programa. Ao contrário do BBB, em que numa casa existem câmeras espalhadas por tudo, neste novo show de realidade ao que indica, pelo movimentos bruscos da câmera, há um câmera-man ao lado dos participantes, acompanhando suas conversas, deslocando o foco da mesma de acordo com as falas de cada um... Num dos momentos houve até uma pequena discussão entre os participantes, e a lente não parou de oscilar entre a direita e a esquerda... Comentando com Júnior, disse a ele que achava curioso esse tipo de programa, pois aprendi que quando se tem a consciência de estar sendo observado, não se consegue agir naturalmente. Fica-se travado, medindo os gestos e as palavras. E mesmo o ator mais desenvolto, num palco segue as devidas marcações para não perder o tempo do diálogo e a seqüência das cenas... E, no entanto, os cozinheiros, com um câmera bem próxima, não tiveram o instinto natural de olhar para o lado, que é um movimento mecânico que o ser humano faz ao ver alguma movimentação ao seu redor. Curioso. Das duas hipóteses, uma: ou os participantes, quando ficam confinados recebem alguma espécie de doutrinação ou até mesmo lavagem cerebral, o que acho improvável (mais para teoria da conspiração); ou eles são ótimos atores, pois conseguem se concentrar e não perder o foco, quando até mesmo o câmera se perde no calor das discussões. Isto é incrível, Sílvio!, imitando o célebre Lombardi (que nenhuma câmera, que eu saiba, flagrou o rosto até hoje)!
Naquela mesma noite, no quarto do hotel, assistindo TV, eu e Júnior voltamos ao acaso a comentar sobre esses programas de Reality Show, e a falar sobre dois filmes que tratam desse tema, só que de pontos de vista diversos.
Um deles O Show de Truman, em que a personagem interpretada por Jim Carrey, desde criança é acompanhada por um programa de TV, em que milhões de pessoas assistem sua vida e apenas o próprio Truman não tem consciência que tudo é fantasia, até mesmo sua esposa, parentes, amigos e tudo mais... Todos atores interpretando papéis, menos ele, até o dia que o rapaz começa a desconfiar... E aí, só assitindo ao filme, que é ótimo... E muitas pessoas, no mundo real, não têm essa percepção que Truman teve...
O outro filme chama-se EdTV, em que ocorre justamente o contrário: a personagem interpretada pelo ator Matthew McConaughey sabe que está sendo filmado e usa isso em seu favor... Outro filme que merece ser visto e revisto...
Entre a fantasia e a realidade estamos nós... Alguns políticos, atualmente, diante da devassa feita pela Polícia Federal e alguns procuradores, temendo até o confessionário religioso... Outros, acreditando que podem ser decobertos por algum caça-talentos, e posando em tudo que é festa para ver se alguém o(a) descobre... Jogadores de futebol atuam para a tela mais que para seu clube. Usain Bolt, o homem mais veloz do mundo, medalha de ouro nos 100 metrso, na Olimpíada de Pequim, próximo da linha de chegada, ao invés de baixar a cabeça e tentar diminuir o record mundial que ele pulverizou, vira-se para o público e para as câmeras, batendo no peito, e só faltando dizer: Eu sou O Cara! Ou coisa pior! Atuar, desde que a TV se incorporou ao cotidiano e imaginário popular, é sinônimo de mostrar a todos o que não somos, mas desejamos que todos acreditem que seja a nossa realidade...
Quando se têm a consciência de que estamos sendo observados, filmados, fotografados, analisados, somos tudo, menos naturais e reais...
Mas, apesar disso tudo, cabe lembrar outra máxima, dessa feita de Aparício Torelly, humorista mais conhecido pelo nome artístico de Barão de Itararé (alusão a uma batalha que não aconteceu e a um título nobiliárquico autoconcedido...), que dizia: "Só por que você é paranóico, isso não quer dizer que você não esteja sendo seguido". Para quem sonha com eleição e acorda tendo pesadelos com CPIs é um lembrete muito atual e real... Risos... Desliguemos, então, a TV e as câmeras escondidas e sejamos mais nós mesmos...
Observação: Imagens acima, esculturas gigantes de Ron Mueck, escultor australiano considerado hiper-realista, e extraída de endereço abaixo:
gallery/2005/12/29/GA2005122900888_index_frames.htm?startat=1

sexta-feira, setembro 19, 2008

Conhecimento e reconhecimento em EAD

Uma vez, se não me falha a memória (cada vez mais falha!), Millôr Fernandes escreveu que não era apenas no dicionário que a palavra Dever deveria estar antes da Direito... Parafraseando-o, digo que também acontece o mesmo com as palavras Conhecimento e Reconhecimento...
Falo isso, não apenas em relação a questão literária, mas à vida em geral, em que muitas pessoas querem o reconhecimento instantâneo nem sempre tendo o devido conhecimento do assunto tratado.
Hoje, alguns articulistas de opinião parecem saber tudo a respeito de tudo, mas desconhecem a questão básica que o reconhecimento de fato e de direito só advém de um sólido conhecimento prévio, continuado e persistente... Não há ainda nenhuma invenção que nos torne catedráticos em qualquer coisa que seja, senão pelo exercício da leitura de livros e a vivência de mundo... Um complementa o outro...
Como já disse noutras oportunidades, aprendi muito com mecânicos, pedreiros, eletricistas, pintores, etc., vendo seu modus operandi... Na construção civil mesmo, primeiro se faz a sólida fundação do prédio, erguesse os alicerces, depois as paredes, colocando nos primeiros andares tijolos maciços, para nos demais colocar os tijolos furados, para garantir a estabilidade embaixo, e a leveza em cima... Daí, só após garantir essa firmeza, parte-se para o acabamento, que ai sim, deve-se vir, por força da lei da gravidade, da estética e do bom-senso, rebocando e pintando de cima para baixo... Afinal, se começarmos a rebocar as paredes de baixo para cima, quando chegarmos lá no alto, todo o resto estará emporcalhado...
Assim deveria ser a educação, sólida no ensino fundamental, maleável no médio e com um belo acabamento no ensino superior, o que evitaria cotas e outros artifícios, que minimizam as conseqüência de um passado injusto, mas não resolvem a médio prazo as causas de tal distorção histórico-social...
Entretanto, fora as boas intenções de alguns administradores e gestores; outros, com desconhecimento de causa de determinada área, e querendo o reconhecimento a qualquer custo, invertem a lógica da construção civil ou do conhecimento... E ai, logo veremos tragédias em prédios e em vidas mal encaminhadas...
Seguidamente eu faço um exercício de regressão, nada hipnótica, ao meu passado, e lembro como o menino tímido foi alicerçando a sua vida em torno dos tijolos, aliás, dos livros... E curiosamente a pilha de livros e mais livros lidos foram uma espécie de EAD, isso mesmo... Educação a distância, nada de aprendizagem por correspondência ou coisa similar... Muito do que sei hoje, aprendi com os escritores e seus livros mágicos. E minha primeira professora em EAD foi minha mãe... Isso mesmo.
Minha mãe, professora aposentada, mesmo não tendo convivido comigo na mesma casa, foi minha primeira educadora, sempre me emprestando livros e revistas, sempre com uma palavra de incentivo, quando ía visitá-la. Até hoje, morando em cidades próximas, é uma de minhas maiores incentivadoras, minha fã número um. Ela nem tem noção (ih, sem noção?), do quanto seu incentivo e suas palavras me encorajaram a adentrar no mundo da literatura e de lá me aventurar a escrever meus primeiros versos, depois crônicas, contos, novelas... Com ela aprendi a acreditar nos sonhos possíveis, desde que mantendo os dois pés firmes ao chão...
Dona Hildette têm um papel fundamental no que sou hoje, estimulando desde menino o meu interesse pela leitura mais variada possível. Visitá-la desde a tenra idade - já que devido a perda parcial da visão de meu pai, me fez ser criado pelos avós paternos, depois pela tia - proporcionou-me a integração ao mundo da educação a distância. Ironicamente vemos hoje a crise do modelo familiar repercutindo na escola, fruto muitas vezes de pais sem tempo para os seus filhos... Não precisa-se estar sempre junto, desde que saiba quando necessário, estar presente, ainda que a distância...
Hoje, se tenho um reconhecimento pelo meu trabalho em diversas áreas do conhecimento, credito em parte a minha tutora e mãe, que sempre esteve presente no tempo e distante no espaço... Eis uma lição que tento compartilhar com meu filho, quando estou distante, em viagens a trabalho, ou presente em casa, mas com o pensamento distante, conectado às inúmeras atividades on-line ou não... Se reservarmos parte de nosso tempo, por mais ínfimo que pareça para dar atenção a quem amamos, e compartilhamos com estas pessoas o nosso conhecimento, o reconhecimento futuro um dia virá... Pais e professores deveriam ter essa consciência que todos são tutores de filhos/alunos que replicarão no futuro o que lhes ensinaram ou deixaram de ensinar...
Citando Oscar Wilde: "A educação é uma coisa admirável, mas é sempre bom lembrar, de tempos em tempos, que nada daquilo que realmente vale a pena saber pode ser ensinado".
Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço

quinta-feira, setembro 18, 2008

RPG Literário e educação



Participei hoje, na E.M. Cidade do Rio Grande - CAIC, em Rio Grande - RS - Brasil do primeiro encontro da oficina de Produção textual e criação literária em sala de aula e em ambientes virtuais, a convite da colega a amiga Andréia Alves Pires, editora do blog Solstícios e integrante, junto comigo, do blog RPG - Role Poetic Games ou Jogos Poéticos Virtuais.
Foi mais um desafio e uma atividade gratificante poder trocar experiências com professores sobre o uso da tecnologia no ambiente escolar, que torna a inclusão tecnológica significante para ambos: professores e alunos. O tempo passou rápido, e no segundo encontro poderei abordar mais a questão prática do uso de blogs, ao estilo RPG, na educação. Nesse encontro era necessária situar a questão dos blogs, RPGs e TICs no contexto dentro e fora da escola...
O referido projeto tem como objetivo promover a produção textual e a criação literária em sala de aula e em ambientes virtuais, como laboratório de informática e internet, através de blogs, em que as narrativas e as histórias criadas visam estimular a criatividade e o trabalho colaborativo, entre professores e alunos; propondo ao final do mesmo uma avaliação dos resultados obtidos e uma mostra da produção dos grupos à comunidade. Visa também estimular o uso criativo e pedagógico das tecnologias da informação e da comunicação, com enfoque literário e pedagógico; promovendo a pesquisa e o uso de outras formas de informação, como o uso da biblioteca escolar; incentivando o hábito da leitura entre os alunos, o trabalho coletivo e compartilhado e o intercâmbio artístico e cultural.
Nesse encontro abordei o que é um blog, como se usa um blog, como o uso de blogs pode auxilia na produção textual e na escrita criativa. Falei também sobre o que é um RPG, e o que se chama de tecnologia na educação e qual o papel do professor e dos alunos nisso tudo...
Além de mostrar o RPG Literário, apresentei às professoras da escola CAIC, os blogs Palavras de Papel e Onabru Urbano, que também trabalham com essa questão da escrita literária colaborativa on-line.
Saber que projetos literários como o RPG/Jogos Poéticos Virtuais podem servir de inspiração a projetos educacionais como o da E.M. Cidade do Rio Grande - CAIC é um grande estímulo para dar continuidade a essas atividades compartilhadas, de intercâmbio literário, tecnológico, artísitico, cultural e pedagógico. Há neles uma grande intertextualidade e multidisciplinaridade com a vida cotidiana, e independente da disciplina do professor, tudo pode ser tratado como narrativa, pois além da História propriamente dita, tudo tem a sua história particular, seja na matemática, nas ciências, na geografia, etc.
Notícia (link abaixo) extraída do blog Caldeirão de Idéias, cujo editor é Robson Freire, integrante do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) de Itaperuna - RJ, informa que o projeto RPG Literário, intitulado Role Poetic Games ou Jogos Poéticos Virtuais, inspirou também alguns professores da cidade de Itaperuna, conforme fragmento a seguir:
"Conheci o conceito do RPG educacional com o meu amigo José Roig do Letra Viva do Roig e do Control Verso. Amei a idéia e comentando sobre ela junto aos meus colegas professores já temos 3 filhos, ainda em gestação, baseados no conceito desenvolvidos por ele e seus amigos. Os projetos abrangem áreas de geografia, historia, literatura, português e informática utilizando a sala de aula, sala de leitura, biblioteca e laboratório de informática mostrando que o projeto RPG pode representar perfeitamente o conceito de interdisciplinaridade abordados nos PCNs".
Assim que o colega Robson me passar maiores detalhes do projeto inspirado no blog RPG, colocarei aqui a informação neste espaço de divulgação de atividades individuais e coletivas em prol da educação, da tecnologia, da arte e da cultura.
Links:
RPG no Caldeirão de Idéias
http://nteitaperuna.blogspot.com/2008/09/rpg.html
Observação: Acima, fotografias tiradas por Andréia Pires, referente a oficina realizada na E.M. Cidade do Rio Grande - CAIC, em 18/09/2008.

quarta-feira, setembro 17, 2008

Palavras de papel e o papel das palavras

Primeiramente, gostaria de agradecer mais uma vez ao destaque dado pelo amigo e colega Robson Freire, editor do Caldeirão de Idéias ao projeto RPG Literário, que tem no blog RPG - Role Poetic Games, do qual sou um dos colaboradores o seu canal de escrita literária em grupo.
Agradeço a indicação dele e do material sobre o uso de RPGs na prática educacional (links abaixo), disponibilizado no Caldeirão. Em breve comentarei aqui sobre essas possibilidades.
Mas, o motivo deste post é também para destacar o papel das palavras em nosso cotidiano.
Em época de propaganda eleitoral obrigatória e gratuita, vivemos um tempo de ficcionalização total dos discursos. Políticos profissionais rivalizam com os escritores em criatividade, dando asas a imaginação dos eleitores, prometendo mundos e fundos que jamais realizarão, pelo menos no mundo real. Em época pré-eleições há um choque de realidade. Todos os candidatos descobrem as mazelas de seu povo e têm propostas inteligentes e projetos eficientes para resolver tudo. Passado o pleito, tudo volta ao normal. No mundo político a ficção impera...
Então as palavras são relativizadas e perdem muitas vezes o sentido e significação pela banalização dos discursos. Sorte que para colocar um pouco de crítica e realismo no dia-a-dia existe a Literatura, que por mais inventiva e fantasiosa, é sempre calcada na realidade. Não existe narrativa totalmente ficcional, nem toda autobiográfica. Da junção de realidade e ficção surgem belas narrativas que envolvem o leitor, criando um mundo a parte.
Uma delas é a criada por um outro projeto muito interessante de produção literária colaborativa on-line, que une tecnologia e literatura, através do uso de blog.
Chama-se Palavras de Papel, blog encontrado por minha colega de RPG, Andréia Alves Pires, editora do blog Solstícios.
Conforme Marina Melo, editora do blog Do Fundo do Mar, e uma das integrantes do Palavras de Papel, em depoimento a Comunidade RPG no orkut, seu blog surgiu assim:
"Eu tive um vislumbre da idéia em um dia em que procurava alguma coisa para fazer. Eu já tinha um projeto diferente do PDP para um blog - além do meu blog pessoal -, mas encontrei muitos no mesmo estilo e queria mesmo fazer algo totalmente diferente.Foi quando comentei a idéia das cartas com Helô, minha amiga e uma das autoras, e ela gostou. Mas ainda não tinha uma idéia certa de como seria. Então eu montei a figura de cima no photoshop e mostrei a ela. Foi quando terminei falando da minha idéia a Bruno, outro amigo e autor, e ele me ajudou a definir a idéia inicial.Então escrevi a primeira carta, uma abordagem bem ampla e genérica sobre uma cidadezinha do interior da Inglaterra, com uma personagem inicialmente sem forma, de nome Amelia. A partir dela, Bruno pegou um dos ganchos e construiu outro personagem, de nome William, sem combinar nada comigo. Logo depois, Helô puxou outra história e outra personagem. Nenhum deles tinha um rumo certo; eu só dizia para cada um aproveitar os ganchos das cartas já postadas. O objetivo era 'ampliar o nosso universo' para depois tentar convergir tudo numa história só.Algum tempo depois, terminei falando do projeto a outros amigos: Paulinho, Alexandre, Tiago e Kamilla, e eles se interessaram em escrever. Foi quando a história começou a crescer muito e tivemos que nos reunir de vez em quando para discutir algumas idéias, para saber o que o outro espera; porém sem nunca perder a espontaneidade de cada carta. Assim, a história chegou onde está hoje.Quanto aos autores, Helô, Bruno e Kamilla já se conheciam; Paulinho e Tiago também já se conheciam; Alexandre conhecia alguns deles. Atualmente, quase todos se falam, mas apenas eu conheço todo mundo.Acho que consegui reunir um grupo bem legal e que está fazendo um ótimo trabalho".
No blog Palavras de Papel percebe-se o papel das palavras na bela construção narrativa de suas personagens. Confiram esse criativo projeto da Marina Melo e seus colegas escritores de Recife(4), São Paulo (1), Fortaleza (1) e Minas Gerais (1), e comentem lá o que acharam.
O Palavras de Papel também possui Comunidade no Orkut:
E não deixem de visitar também a Comunidade do RPG.
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=66534489
Observação 1: Imagem acima, extraída da internet, do blog Palavras de Papel, pelo endereço
http://palavras-de-papel.blogspot.com/
Observação 2: Ontem escrevi um poema, chamado Palavras no Papel, inspirado um pouco no blog Palavras de papel, um pouco em comentários em aula de minha tutora, profª. Lisandra Gomes, do curso de Letras. O poema está publicado no meu outro blog, chamado Controlverso, e pode ser acessado pelo link abaixo:

terça-feira, setembro 16, 2008

O efeito S1m0ne...

Conheço Robson Freire, editor do blog Caldeirão de Idéias, há pouco mais de um ano (se não me falha a memória RAM), mas já temos uma grande amizade e um sólido coleguismo. Seguidamente trocamos experiências e idéias através dos blogs. Antes, era eu que servia de referência a ele, mas já faz um bom tempo que alguns posts meus têm sido pautados pelos temas levantados por meu amigo virtual. O que vou abordar neste post é justamente um deles. Tempos atrás, Robson tocou na questão dos cuidados que o internauta deveria ter ao se expor na rede mundial de computadores... Eis link do tema logo abaixo:
Muita gente, de fato, se expõe demais, informando passo-a-passo de sua rotina, fornecendo detalhes de seu cotidiano, sem certos cuidados. Orkut, msn, chat, blogs, fotologs e tudo mais são grandes ferramentas de divulgação de projetos mas também de excesso de exposição. Todavia, o bom-senso deve ser o guia do internauta, preservando sua privacidade contra os paparazzi virtuais, que rondam o ciberespaço atrás de dados, copiam fotos, criam perfis e se passam por nós, comprometendo-nos ou prejudicando-nos. Todo cuidado é pouco, eu sei. Entretanto, com essas reservas, nada impede que se coloque fotos e dados que não causem prejuízos a ninguém. Senão, também não haverá sentido de usar um blog educacional.
Há uma visível paranóia virtual. Já não sabemos se aquelas correntes são de fato apenas correntes, ou vírus travestidos para nos fazer cair em tentação.
Eu, particularmente, tenho como regra, mensagem remetida sem sequer uma linha de seu autor sobre o que se trata, vai direto para o lixo. Meu tempo é precioso demais para perder com coisas que não sei a procedência, ainda que repassada por amigos sem má-fé.
Contudo, ao contrário da alta exposição, o que também tenho percebido é o efeito inverso, que batizei justo de S1m0ne, referência direta ao filme de mesmo nome, estrelado por Al Pacino, em que literalmente o produtor de cinema desempregado utiliza um programa altamente sofisticado que dá vida a um ser digital (uma bela atriz) que se torna mania mundial. S1m0ne (e o 1 e o zero no nome não é mera coincidência e sim explícita referência ao código binário, base da informática) é uma atriz totalmente gerada por bits e bytes. E quando a personagem de Pacino resolver se livrar do indesejado programa, jogando o painel de controle no mar, as imagens são capturadas e seu suposto assassinado preso. O resto, deixo para quem se interessar em ver esse criativo e original filme que trata da questão da informática no cotidiano...
Trazendo essa metáfora do mundo virtual para o mundo real, quantas S1m0nes existem por ai, e a gente nem se dá conta? Na própria internet, pessoas criam perfis, álbuns de imagens, entram em chats, MSN, criam blogs, divulgam sua vida, mas como poderemos ter certeza de sua existência de carne e osso além da vida digitalizada? Se tudo não é impostura de alguém, por brincadeira ou má-fé?
Há pouco tempo atrás me dei conta que acompanhava pela internet a produção de uma dessas S1m0nes e não sabia quase nada dela: nome completo, cidade, idade, profissão, etc. Tudo um imenso desconhecimento... Quem pode afirmar que não existam outras e outros S1m0nes por ai, se passando pelo que não são? Não que isso seja problema, pode ser apenas excesso de zê-lo em não se expor demais. Mas, por outro lado, também pode ser que tudo não passe de um pseudônimo ou de uma personagem digital criando vida real. Se for apenas uma idéia criativa, menos mal...
Por isso, sempre é bom dar-se conta que o efeito S1m0ne existe e é mais comum do que a gente pensa. Qualquer um pode criar um blog, por exemplo, com perfil, foto, dados, produção e não se saber por muito tempo que é o homem/mulher por trás do ser digital que usa o ciberespaço. E esse ser digital se relaciona com seres biológicos do outro lado da tela...
Nesse caso, a própria questão da autoria fica comprometida, pois não se deve colocar em trabalho sério de pesquisa dados que não são passíveis de autenticação. Como digo, qualquer um pode criar um(a) S1m0ne e todos acreditarem piamente na sua vida e suas opiniões. Por isso, melhor sempre tentar confirmar dados produzidos por páginas em que S1m0nes são editore(a)s.
Outro efeito Simone - esse sem o código binário, e longe da questão tecnológica - é o produzido pela cantora baiana de mesmo nome, que dá uma nova roupagem e textura a diversas músicas. Por exemplo, a canção Será, da banda Legião Urbana era um rock muito legal, de minha juventude; depois virou um pagode embalado do grupo Raça Negra, mas o arranjo musical que a verdadeira SIMONE fez deu cara e alma incrivelmente bela à letra, valorizando ainda mais a poesia contida e subentendida na mesma, de autoria do saudoso Renato Russo. Infelizmente não encontrei vídeo da música Será, cantada pela Simone biológica tampouco pela digital. Se alguém encontrar, por favor, mande o link da canção. Obrigado.
Observação: Imagem acima, referente material promocional do filme S1m0ne, exgtraída da internet, do endereço www.king93.blogfa.com/post-97.aspx.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Letra Viva do Roig e o Prêmio Dardos

Recebi o Premio Dardos para Blogs Educativos, da colega e amiga Márcia Ribeiro Paganella, de Caxias do Sul-RS, editora do blog Me Acharam.
As regras para recepção do prêmio implicam em: Exibir a imagem do prêmio, como acima.Criar um link para o blog que ofereceu o prêmio. Entregar o prêmio para outros quinze blogs.
Obrigado, Márcia pela indicação que valoriza um trabalho que é fruto dessa interação entre colegas que tornam-se amigos, e vice-versa, ampliando a rede lógica do conhecimento.
Segue abaixo os meus blogs indicados, pela ordem alfabética:
- Arte Brasilis2, de Vera Lucia Guidi (São Paulo-SP);
- Blogosfera, de Marli Dagnese Fiorentin (RS);
- Caldeirão de Idéias, de Robson Freire (Itaperuna-RJ);
- Caminhos, de Bernardete Motter (Caxias do Sul-RS);
- Ciano-Sul FB ETE Getúlio Vargas, de José Luiz Rossales (Rio Grande-RS);
- Conceitos Tecnologia Educacional, de Luiz Brigatti (São Paulo-SP);
- Discurso Citado, de Lilian Starobinas (São Paulo-SP);
- DTG Lanceiros da Tradição, de Elizabeth Oliveira (Rio Grande-RS);
- Educação e Cultura Digital, de Márcia Br. (São Paulo-SP);
- Idéias em Blog, de Verônica Carvalho;
- Me Acharam , de Márcia Ribeiro Paganella (Caxias do Sul-RS);
- Realidade Virtual, de Janaina Senna Martins (Rio Grande-RS);
- Severinoooooo, de Eoil Junior (Passo Fundo-RS);
- Sobre Educação, de Elisângela Zampieri (Curitibanos-SC);
- Teatro e Vida, de Vilmabel Gibbon (Porto Alegre-RS).

domingo, setembro 14, 2008

V Encontro Regional de Educação - CPERS / 2ª etapa (Rio Grande-RS)

Ocorrerá, no dia 16 de Setembro de 2008, no Anfiteatro Campus Cidade da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG), em Rio Grande - RS - Brasil, a 2ª etapa do V Encontro Regional de Educadores: Valorização do Trabalhador em Educação, promovido pelo 6º Núcleo do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul - CPERS/Sindicato.
Fui convidado, juntamente com minhas colegas do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) Rio Grande, pertencente a 18ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), para apresentar e debater o tema "Inclusão Tecnológica e Linux Educacional".
É uma grande oportunidade para o NTE divulgar aos professores interessados informações sobre os cursos de Introdução à Educação Digital (40h) e Tecnologias na Educação: aprendendo e ensinando com as TICs (100h) e o próprio processo de inclusão tecnológica que os educadores precisam se integrar, em que a distribuição Linux Educacional, está presente na maioiria dos laboratórios de informática educativa, enviados às escolas públicas brasileiras pelo Ministério da Educação (MEC).
Aos interessados pelo evento, segue abaixo a programação completa, que contará entre os palestrantes com a presença da profª. Esther Grossi.

Programação:

MANHÃ
8h - Ato de Abertura - "Piso é Lei. Não abro mão!" Presença de Representantes da CUT e Sindicatos.
9h - Reflexos jurídicos na adoção do PSPN - Lindemeyer & Advogados Associados 10h30min - Questionamentos
TARDE
13h30min - Avaliação externa X Meritocracia - Profa. Esther Grossi - GEEMPA
16h - Intervalo 16h20min - Debate
NOITE
19h - Inclusão Tecnológica e Linux Educacional - Dulcinea Castro, Janaina Senna Martins e José Antonio Klaes Roig - NTE 21h - Debate

Inscrições no local:
Valores: R$ 10,00 para sócios e R$ 15,00 para não-sócios
Carga-horária: 12h
Observação: Imagem acima, logomarca do Cpers, extraída do endereço abaixo
http://www.cpers.com.br/portal2/cpers_4.jpg

sábado, setembro 13, 2008

Entre as TICs e os tacs



Depois de quase uma semana fora, participando da etapa de formação regional do Proinfo Integrado/MEC, juntamente com cerca de 300 educadores dos três estados do Sul do Brasil, não sei se conseguirei colocar em dia o sono que já estava atrasado antes da viagem e veio mais atrasado ainda neste retorno. Risos.
Mas, entre TICs - as Tecnologias da Informação e da Comunicação, da qual sou especialista - e os tacs do relógio, que nos fazem pensar sobre a relatividade do tempo, há muita coisa a ser feita, avaliada, discutida e planejada com minhas colegas do NTE Rio Grande/18ª CRE Dulcinéa Castro (que foi comigo à Florianópolis) e Janaina Martins (que participou comigo da etapa de Brasília).
Além do pessoal do MEC, Demerval Bruzzi, Simone Medeiros, Angela, Stella e outros já conhecidos nossos noutros eventos, foi muito interessante conhecer o trabalho e as propostas do prof. Alberto Tornaghi (que tem a cara e a voz de seu irmão, o ator Eduardo).
Alberto é daqueles educadores que chamo de multifuncionais - e que me inspiram a ser também, de certa forma multifuncional -, e que inserem em seu fazer pedagógico a arte, a cultura, além da tecnologia. Se o aluno já é multifuncional, dominando diversos equipamentos, de forma simultânea (celular, MP3, DVD, TV, rádio, microcomputador, pendrive, câmera digital, internet, etc. etc. etc.), cabe ao professor procurar se integrar a essa realidade local e universal, participando do processo de inclusão tecnológica.
Como também sempre digo a colegas e amigos: para mim, toda a inclusão, seja de pessoas portadoras de necessidades especiais, como de equipamentos e tecnologias novas, requerem uma reavaliação e readaptação do currículo escolar para que esse processo seja efetivo e inclusivo, de fato e de direito. De nada adiantará a distribuição de equipamentos, sem a formação de professores para ensinarem a outros professores como lidar com esses recursos, que são ferramentas (meio) para atingir a finalidade maior, que é a qualificação do processo de ensino-aprendizagem nas escolas públicas brasileiras.
Tornaghi, brindou-nos com uma palestra esclarecedora, que vai também de encontro ao que seguidamente comento como projetos de trabalho que são extensões do projeto maior, que é de Vida (com letra maiúscula sim). Ele, prof. de Física, que não gostava muito de escrever, acabou se tornando também poeta e músico, por conta desses algoritmos, logaritmos, bioritmos do Sr. Destino. É o que chamo de Quarteto Fantástico: Educação, tecnologia, Arte e Cultura.
Parafraseando os versos de uma imortal canção brasileira, "você me ensina a fazer rede que eu te ensino a te conectar", lógicamente uma versão em tempos de rede wireless, claro, que bem poderia remeter ao processo de ensino-aprendizagem em vigor, em pleno século XXI, que dá razão a Paulo Freire, entre outros, quando disse que "ninguém se educa sozinho" - e isso que ele nem falava de EAD, e ainda que tivesse essa intenção, a própria EAD requer a importante presença, ainda que distante fisicamente, do professor tutor, como mediador de ensino a distância...
Apenas a título de ilustração: Quando dei atendimento a Hélio, que é cego, só consegui configurar a rede em dosvox (programa desenvolvido para UFRJ para acessibilidade de deficientes visuais ao uso da informática) para que ele pudesse consultar seus emails, por conta de um amigo seu, também cego, chamado Deivisson (se não me falha memória, residente em Marília-SP), através de fone e o tão criticado MSN. Deivisson, que um dia a passeio em Rio Grande, contou-me que quando foi fazer o curso de técnico em informática seu professor manifestou inicialmente certo receio, afinal não ver componentes pode parecer algo difícil para um deficiente visual (isso do ponto de vista de quem não interage com um). Mas por conta da dedicação e interesse de Deivisson, seu professor, do meio para o final do curso perguntava com outra ênfase se ele viria na próxima aula, já que tinha no aluno um bom monitor. São pequenas (para uns, enormes para outros) lições de vida que se tem a cada dia. Tô sempre aprendendo, mais do que ensinando...
Eu próprio, quando iniciei o Projeto de Informática na Educação especial, integrando surdos, deficientes mentais e altas habilidades, só pude integrar alunos cegos, graças ao auxílio da aluna Luize Dorneles, cega, que me ensinou a usar o DosVox. Fui seu aplicado aluno, e ainda tenho muito o que aprender...
Paulo Freire disse: “Ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém educa a si mesmo; os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”. Hoje o mundo é mediatizado pelas Mídias, e as Mídias na Educação precisam ser mediatizadas tanto por alunos como por professores, em comunhão. Alunos que conhecem por demais os multimeios - e até melhor que os professores, sejam eles, inclusive especialistas em tecnologia educacional, como é o meu caso -, mas que, como alunos, não têm o conhecimento de vida, mundo e educação, onde cada professor poderá ser o grande mediador de um grupo que aprenderá, mas também ensinará a fazer rede, seja ela de fio ou linha cearense, ou sem fio (wireless). Sempre é bom lembrar que educação é (ou deveria ser!) um ato de comunicação, de diálogo, de trocas, e não um monólogo... O princípio de Magister Dixt (o mestre disse, o mestre tem sempre razão) precisa de uma upgrade, de uma nova leitura de mundo. O professor do terceiro milênio precisa ser meio que arte-educador também, para automotivar-se e motivar sua turma, seus colegas, a escola, a própria comunidade, com uma prática que una essas 4 áreas que se comunicam sempre: educação, tecnologia, arte e cultura...
Bom, como em Floripa choveu dia sim, dia também, enquanto estivemos reunidos lá, no encontro de formação regional do Proinfo Integrado/MEC (Tecnologias na educação: ensinando e aprendendo com as TICs), aproveitei o intervalo de almoço de um dos dias para conhecer com algumas colegas, de guarda-chuva em punho, o Mercado Municipal (foto acima), a Casa do Artesanato, o Encontro de Nações e os arredores.
Foi uma grande oportunidade de reencontrar e/ou conhecer colegas gaúchos, além de conhecer colegas catarinenses e paranaenses, para trocar pelos emails, blogs, wikis, MSNs, orkuts da vida as experiências tecno-educativas. Para mim, a EAD acontece tanto quando sou educador, como quando estou cursista. O importante na vida não é estar algo, mas acima de tudo ser alguém, não apenas para si mesmo, mas essencialmente para os outros. Que seu fazer pedagógico, artístico e cultural tenha sentido e significado não apenas para o seu eu-lírico, mas para aqueles que compartilham conosco essa incrível viagem em torno de sonhos que se tornam realidades, a distância ou não.
Observação 1: Imagem 1, do grupo 1, na Oficina 1, do encontro Proinfo Integrado/MEC, que reuniu educadores de RS, SC e PR para sistematizar o tema Tecnologia na sociedade, na vida e na escola; Imagem 2 e 3, do Mercado Público de Florianópolis - SC - Brasil.
Observação 2: Como este blog trata, além de tecnologia e educação, de arte e cultura, noutra oportunidade voltarei a este tema, colocando alguns poemas que Alberto Tornaghi leu para nós, alguns de terceiros, outros seus.

quarta-feira, setembro 10, 2008

Formação Regional Proinfo Integrado em Florianópolis

Estou desde ontem, e ficarei até sexta-feira, em Florianópolis-SC, participando da etapa regional de formação em Linux Educacional, do Proinfo Integrado/MEC, preparatória para o curso "Tecnologias na Educação: ensinando e aprndendo com as TIC's". Jutamente com cerca de 300 educadores que atuam em Núcleos de Tecnologia Educacional - NTEs (estaduais) e NTMs (municipais) -, dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Eventos como este são oportunidades ímpares de trocarmos experiências universais, a partir da realidade local. A palestra de Demerval Bruzzi, diretor do DPCEAD/MEC foi motivadora e esclarecedora. Algumas questões levantadas são de conhecimento de todos (universal), outras, são questões que envolvem a realidade local de cada região, mas que também encontram eco no macrocosmos.
A distribuição Linux Educacional/MEC, já está em sua versão 2.1, e coloquei no blog do NTE Rio Grande/18ª CRE, onde atuo, um link (abaixo) para fazer o download.

Blog do NTE/18ªCRE e o Linux Educacional 2.1

Observação: A imagem acima, foi extraída da internet, do blog da profª. Dilma de SC (que não conheço, mas que gostei muito do trabalho), no endereço abaixo

domingo, setembro 07, 2008

A vida intertextual: esporte e educação

Este é mais um post da série "A vida intertextual", de minha autoria, que já abordou Literatura, Cinema, Teatro, Internet , Televisão e Games. Dessa feita, abordarei a "intertextualidade" entre o esporte e a educação.
Público e notório, como naquela citação latina, que "mente sã em corpo são". E nada mais que um corpo são, em tese, que de um atleta, salvo se pego em algum exame antidoping.
Que lições olímpicas, pós-campanha brasileira em Pequim 2008, podemos legar aos jovens estudantes, desportistas ou não?
Muitos recursos foram dispendidos, mas até prova em contrário (e prestações de contas apresentadas) parece que ainda perdura certo amadorismo de alguns atletas e dirigentes. Dos atletas, de competiram quase sem incentivos, dos dirigentes que tendo muitos recursos financeiros à disposição gastaram mais e pelo jeito mal. É a famosa má redistribuição de renda do país. As leis de incentivo à cultura e ao esporte são usadas por grandes conglomerados, mais com o objetivo de conseguir incentivos fiscais e grandes inseções do que patrocinador quem de fato precisa. Se não fosse assim, tantos esportistas, pós-jogos olímpicos de Beijing não teriam reclamado da falta de apoio.
O judoca Eduardo, sem recursos para mudar de faixa no judô; a maratonista que precisou usar o uniforme de Franck Caldeira para competir 42 km; o medalhista Cielo, que, segundo soube, quando foi estudar e treinar nos EUA perdera o patrocínio de uma estatal; a equipe de futebol feminino, sempre reunida às vésperas das competições sem a décima parte do apoio da seleção masculina, e que sempre acaba em melhor colocação, são casos vivos do verdadeiro espírito olímpico e do amadorismo dos dirigentes e do amor ao esporte dos atletas, superando limites e limitações... Quando Gustavo Kürten venceu em Roland Garos, uma geração de tenistas surgiu; quando Ayrton Senna triunfava nas pistas, outra série de pilotos se formava em sua trilha; quando Gustavo Borges nadava, muitos, como Cielo, se espelharam em sua conduta e exemplo. Mas pouco se investe nesse filão, até por que seja qual for o esporte, requer recursos financeiros. Lembrem-se que Cafu tentou em 5 clubes, nas chamadas "peneiras" atrás de jovens talentos, até que o São Paulo F.C. deu a ele alimentação e hospedagem, pois o premiado atleta, quando garoto, mal tinha dinheiro para pagar a passagem de ônibus de casa ao clube, e vice-versa.
Sou um defensor do esporte nas escolas, pois além de prática saudável, retira dos jovens outros apelos antidesportivos como o uso de drogas.
Realmente, mente são em corpo são. Apesar de que, o esporte de ponta também produz seus atletas fabricados em laboratório, que não resistem ao exame de contraprova.
Infelizmente, quando não se investe convenientemente em educação e esporte, acaba-se, como já dito por outros, investindo em presídios, o que é lamentável. Recursos existem, mas nem sempre, embora disponibilizados em boa dose, utilizados de forma satisfatória...
Entretanto, parece que alguns cismam de ter o "complexo de Poliana" e de não ver as coisas como de fato são. De narradores esportivos a dirigentes olímpicos há um discurso ufanista e justificatório que não coaduna com os dados estatísticos, que decorrem das ciências exatas, e contra os quais não há como especular. Falar que esta participação foi a melhor de todos os tempos, detendo-se apenas sobre dados quantitativos (maior delegação, maior quantidade de modalidades disputadas, etc) é não reconhecer que em termos qualitativos nossa campanha deixou a desejar. Embora em número total de medalhas conseguimos a mesma marca de Atenas, segundo os próprios dados estatísticos, foram menos medalhas de ouro, apesar de ter aumentado os recursos e patrocínios. O que houve? Que estratégia foi usada?
Notícias, como os links abaixo, demonstram que não faltaram recursos e sim o uso mais eficiente deles:
Olimpíada de conquistas inéditas e decepções


Observação 1: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo:
http://www.humorbabaca.com/fotos/esportes/salto-em-altura
Observação 2: Curiosamente, a referida imagem ilustra os extremos da realidade discutida, pois, como dito acima: quando não se investe em educação e esporte, acaba-se precisando investir tardiamente na criação de presídios...

sábado, setembro 06, 2008

A vida intertextual: games e informação

Este é mais um post da série "A vida intertextual", de minha autoria, que já abordou Literatura, Cinema, Teatro, Internet e Televisão. Dessa feita, abordarei a "intertextualidade" entre os games (ou jogos eletrônicos) e a informação neles contidas.
Notícia extraída do portal Yahoo! Brasil, intitulada Garota resgata a família com o que aprendeu em GTA, de autoria de Rodrigo Martin de Macedo, traz a inusitada história real de menina de apenas 11 anos de idade que salvou toda família, após acidente automobilístico, graças o que aprendeu jogando o famoso e polêmico GTA. Conforme a notícia:
"Desde o seu lançamento, a série Grand Theft Auto é alvo de críticas de defensores da moral e atrelada a casos de violência na vida real. Entretanto, a publicidade da vida real mais recente feita ao game foi bastante positiva: uma garota teria salvo sua família com o que aprendeu no game.
Segundo o site CVG, uma família americana viajava de carro no estado de Illinois quando seu jipe derrapou na pista e capotou quatro vezes, caindo de ponta cabeça.
"Ela sabia o que fazer, de jogar Grand Theft Auto. Ela viu no jogo que quando um carro capota, ele pode explodir. Ela sabia que poderia acontecer conosco", explicou Karen Norris, acrescentando que a filha de apenas 11 anos escapou pela janela quebrada e puxou a mãe, o pai e três irmãos de dentro do veículo, todos com ferimentos leves.
Embora mostre o outro lado da moeda do jogo violento desenvolvido pela Rockstar Games, o evento pode acabar isolado pela crítica, que gosta de ligar atos violentos aos jogos violentos, mas para o site Kotaku o caso é um exemplo de que jogos podem ensinar lições valiosas, ainda que tragam elementos bastante fantasiosos".
Nunca joguei o GTA. Joguei, certa vez com meu ex-enteado, o jogo Drive, para Playstation 2, em que o jogador deve "roubar" um veículo e fugir da perseguição da polícia por cidades como N.Y. Los Angeles, etc. Tanto eu, como Vinícius, na época um pré-adolescente, não saímos por ai, tentando roubar carros... Jogos, como desenho animado, livro de histórias e outros, são uma forma de fantasiar e não de viver. Aqueles que têm propensão ao crime, independente de jogar ao não, é que acabam comentando atos criminosos. Claro que, como educador e pai, todo adulto deve orientar ao filho e aluno sobre o que é fantasia e o que é realidade; sobre o que deve ser restrito apenas ao mundo virtual dos jogos e o que pode ser utilizado no mundo real.
Como educador, percebo que através de jogos pode-se passar conteúdos e competências, dependendo da criatividade do professor. Jogos já existentes ou criados, através de softwares, como o Klik and Play, podem ser recursos de interação entre professores e alunos.
A atual geração tem uma relação com a questão audiovisual de uma forma intensa. Utilizar tais recursos para ensinar é um filão que merece ser melhor explorado. Para comprovar isso, algumas escolas e professores no Japão, centro de excelência no que diz respeito à tecnologia, estão aderindo aos jogos em seu fazer pedagógico. Leiam, no link abaixo, como é possível aprender uma língua estrangeira com o uso de jogos eletrônicos em sala de aula. Cada vez mais chego a conclusão que tudo na vida possui intertextualidade com alguma coisa. E as relações estão aí para quem quiser ver.


Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo:

corridas-desses-seu-quarto.htm

sexta-feira, setembro 05, 2008

A "googlarização da realidade" e a "síndrome do copiar e colar"

Por indicação do colega e amigo Robson Freire, editor do blog Caldeirão de Idéias, li um texto de autoria de Silvio Mieli, jornalista e professor da faculdade de Comunicação e Filosofia da PUC - SP, intitulado Os perigos do Google como único filtro da realidade.
É um texto (link acima) que sugiro a leitura na íntegra por educadores, alunos, pais e filhos, por tratar de temas que envolvem o comportamento de jovens e adultos frente as Tecnologias da Informação e Comunicação, e seus hábitos de "pesquisa".
Apesar de todas as facilidades que ferramentas de busca nos proporcionam, existe também, paralelo a isso uma grande "Era da Desinformação", desde correntes de e-mails que amigos repassam, alertando sobre supostos vírus, campanhas, busca por desaparecidos, etc. que podem estar camufladas de vírus sem querer, e que repassamos aos nossos contatos, sem nos darmos conta disso.
Termos que Mieli usa, como a "Googlarização da realidade" e "Síndrome do Copiar e Colar", para quem atua com as TIC's em seu cotidiano escolar, já são percebidas sutilmente, mas é bom ter um estudo sério e preocupante sobre o tema. Até para contextualizar com colegas, pais, filhos e alunos.
O Deus Google, como alguns alunos chegam a chamar o maior indexador - banco de dados - de tudo que é informação que navega no mundo virtual, não é infalível. E o mais preocupante disso, é o que Mieli comenta, e Robson comprovou na prática, que: perguntado a jovens se alguma informação não é encontrada no Google o que acontece? A maioria responde com naturalidade espantosa que se não está ali, não deve existir! É algo inquietante. O mundo real passou a ser o que o Google diz ser. Uma empresa particular não pode ter esse poder de Deus; de dar vida e excluir da realidade o que quer que seja. Essa centralização da informação, ainda que tenham outros indexadores tão bons como o Google, é muito preocupante.
Existe outros dados também que inquietam educadores e pesquisadores. A questão autoral, do uso de informação produzida por terceiros, usada como sua, que configura "plágio", também é alarmante e prática que não se restringe aos bancos escolares do ensino fundamental ou médio. Há denúncias, investigações e até processos por falsidade ideológica e desrespeito aos direitos autorais sobre acadêmicos e até mesmo pós-graduandos, que apesar de usarem ao seu favor o farto material disponível nos bancos de dados como o Google e outros, têm nessa ferramenta seu maior delator também. Se está no mundo virtual, através do mundo virtual também pode-se comprovar fraudes.
Mas o que impressiona é a forma e critérios usados pelo Google para indexar e selecionar dados e disponibilizá-los aos "pesquisadores" em geral. Desconhecia o mecanismo descrito por Miele, em seu texto bastante elucidador. E a vinculação do Google (indexador) com a Wikipédia (produtora de conteúdo, de forma colaborativa) também é um dado que traz certa apreensão, pois é uma parceria que pode sim alterar a noção de realidade que o internauta terá em sua busca.
Por ser a Wikipédia uma enciclopédia aberta, que todos podem colaborar, há o risco de como em qualquer local, pessoas mal intencionadas fazerem uso de um recurso de auxílio e pesquisa, para fins diversos.
Por isso, sempre que tenho curso de formação ou projetos de aprendizagem, com professores e alunos, respectivamente, lembro a todos, algumas coisas como:
- Primeiro, sempre buscar mais de uma opinião sobre um assunto, de preferência, no mínimo duas ou três opiniões, pois assim como erros médicos acontecem, a informação deve ser sempre checada, filtrada e confirmada, antes de publicar-se algo no mundo virtual ou tradicional;
- Há que se referenciar a autoria, ou seja, "Dar a César o que é de César", citação latina, que remete ao princípio de direito a quem tem direito;
- Quando produzir uma obra ou texto, providenciar seu registro, seja na Fundação Biblioteca Nacional, através do EDA (Escritório de Direitos Autorais), ou se em blog, colocar uma Licença Creative Commons, como o próprio Robson, certa vez me indicou, que preserva a autoria no ciberespaço, infestado por plagiadores, para que não sejamos futuramente acusados de plagiar a nós mesmos;
- Toda imagem, que não esteja na internet à disposição, deve ter o termo de autorização (e se for menor, dos pais ou responsáveis), e se já publicada na internet, caso não haja restrições ao seu uso, deve ser feita a indicação em rodapé, do endereço eletrônico (sítio) de onde foi extraída;
Enfim, esses e outros cuidados que preservam a autoria, e que permitem a referência segura, pois também referenciar algo que é descabido ou feito de má fé por terceiros nos leva ao erro, e a promover o erro em larga escala. Realmente, hoje o que está no Google, está no mundo virtual, e não raras vezes tem implicações no mundo real. Mas nãos e deve ficar vinculado apenas uma fonte de referência. Pesquisar implica, comprovar, checar, verificar de outras formas...
Noutra postagem voltarei a este tema que é muito amplo, e merece uma análise crítica e criteriosa de quem utiliza as TIC's em seu dia-a-dia com alunos e professores, que também são formadores de opinião, ao seu modo.
Observação: Imagem acima, de autoria de Sandro Del Prete, extraída da internet, do endereço
www.ilusaodeotica.com, na secção Amostras dos Curiosos.