segunda-feira, setembro 22, 2008

O jogo da memória II e a aprendizagem baseada na resolução de problemas


O retorno ao tema do jogo da memória (abordado levemente no post anterior), deve-se a um link que pretendo estabelecer com os problemas da aprendizagem baseados justamente na resolução de problemas em salas de aula e ambientes virtuais. Jogar o jogo da memória requer inicialmente sorte, depois habilidade (e, óbviamente, memorização). Conversando com colegas sobre como a aprendizagem funciona de maneira totalmente diversa nesses dois ambientes (sala de aula e laboratório de informática), entre professores e alunos (no chamado paradoxo da modernidade), lembrei-me, por associação de idéias ao comentário, que meu colega Robson Freire fez em um dos post do Letra Viva, referente... Ih, falando de memória, custei a lembrar...
Depois de muito exercício de rememoração, e visitação a alguns posts meus, encontrei o texto de minha autoria Postar é preciso, viver não é preciso (publicado em 21/08/08), em que eu falava da questão da escrita no mundo digital. Robson, que tinha colocado algo similar em seu blog, o Caldeirão de Idéias perguntava se os Professores sabem escrever na internet?
Daí em diante travamos uma conversa através de mensagens sobre a questão da aprendizagem. Em um dos comentários, Robson esclareceu o motivo do seu texto que: (...) nasceu de uma necessidade por conta de uma dificuldade dos professores no Curso de Educação Digital, na fase de transposição de conteúdos reais para os virtuais. A mecânica, ou será habito, do copiar e colar esta muito forte neles. É um tal de Ctrl C e Ctrl V danado. Eles simplesmente copiam o texto e colam. Ai eu falo 'usem o hiperlink', mas a falta de cultura para se adaptar ao meio digital é gritante exatamente como no vídeo Tecnologia ou Metodologia. Outro problema detectado é não saber usar a metodologia de ensino por PBL, que significa Problem Based Learning (Aprendizagem baseada na resolução de problemas), é fundamentada no ensino por meio de resolução de problemas. Eles não sabem mediar ... só sabem reproduzir conteúdo, não sabem ENSINAR. Outra coisa detectada eles não sabem, ou conseguem, ouvir os alunos. Poucos dão ouvidos aos desejos ou anseios da turma. É meu amigo se nos não tentarmos mudar esse quadro, seja mudando a formação inicial, capacitando ou até fazendo 'lavagem cerebral' neles o futuro da educação será bem cinzento.
A postura da maioria do magistério diante da informática ainda é assim, meio travada, temendo expor-se ao erro diante do alunado. Pois não é que essa situação remeteu minha imaginação ao poema de Paulo Leminski, lido pelo prof. Alberto Tornaghi, no encontro regional de formação do Proinfo MEC, em Florianópolis, no início deste mês? Vejam só que curioso o poema abaixo:

ERRA UMA VEZ

Nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez.


Atualmente, dentro do paradoxo da modernidade, e do uso das TICs, parece-me que o aluno está melhor preparado para a aprendizagem a partir da resolução de problemas, mexendo, errando e aprendendo com o erro com maior desenvoltura que o educador diante de qualquer parafernália tecnológica, ultrapassando fases de jogos complexos e tudo mais, enquanto o professor não ousa pois teme o erro e o dano ao equipamento (além da cultura que lhe ensinou nos bancos escolares a não errar ou demonstrar o erro). Muitos preferem esperar, no que tange às TICs, pelo aguardado responsável pelo LIE, ou que algum curso que traga o manual, o passo-a-passo ou receita de bolo pra resolver todos os seus problemas midiáticos e imediatos. Se errar é humano, conviver com o erro deveria ser algo natural. Para mim, pelo menos é, e não me constranjo de às vezes alguns alunos meus, em projetos de aprendizagem dominarem recursos tecnológicos melhor do que eu, mesmo eu sendo especialista em tecnologia educacional. Mas a formação do professor em geral ainda não comporta o erro ou a desenvoltura quanto a ele. Muito menos expressar diante do aluno o desconhecimento quanto aos multimeios. Talvez aí esteja o maior entrave a inclusão dos professores às TICs em geral. Ou, como falou um colega do Paraná: que possúía entre seus cursistas, professores com necessidades especiais (alusão as TICs). Não é só isso, sejamos justos. Há problemas também de falta de tempo e de infra-estrutura, de adequação do currículo escolar às propostas integradoras, etc, etc, etc. Infelizmente, ainda em nossa sociedade, seja com professores e até mesmo com pais e responsáveis, persiste aquela concepção do "mestre disse". Então, sugiro àqueles que se interessarem por esse tema complexo e envolvente - que deve ser trazido à tona e ao debate escolar - a leitura indicada por Robson da metologia do ensino por PBL, que representa justamente a aprendizagem baseada na resolução de problemas.
Observação: O link abaixo refere-se ao vídeo Helpdesk (acima), que capturei do YouTube, mas que foi também disponibilizado pelo prof. Alberto Tornaghi e equipe Proinfo MEC aos professores/formadores dos Núcleos de Tecnologia Educacional; vídeo que vem de encontro a questão da aprendizagem baseada na resolução de problemas. E que batizei informalmente como "Guttenberg - o Bill Gates da Idade Média"... Afinal, refletir é preciso... E o livro quando surgiu também teve um grande impacto no conhecimento, tal como hoje a informática em nosso cotidiano.
http://br.youtube.com/watch?v=4ZwJZNAU-hE

3 Comments:

Blogger Robson Freire said...

Olá amigo Zé Roig

Que espetáculo de texto, de poema e de vídeo. Adorei a colocação sobre o PBL, e a citação do Caldeirão de Idéias nesse maravilhoso texto.

Hoje coloque 4 ,e não 3 textos como anteriormente havia lhe dito, maravilhosos sobre o uso do celular como forma de cultura e ensino. O "Imagens e práticas pedagógicas no cotidiano das escolas: o celular nas classes de alfabetização" e o "A escola no YouTube" são imperdíveis (mesmo sabendo de sua limitação de tempo sugiro a leitura dos dois).

Nessa nova fase (ou será velha?) da educação onde os jovens estarão sempre a nossa frente em matéria de uso tecnológico, a formação de parcerias é imprescindível para ser um professor da "idade mídia" (usei!!!!!), para isso o saber ouvir, escutar e mediar farão a diferença entre uma aula prazerosa e uma "tortura didático pedagógica".

Abraços e Parabéns

09:53  
Blogger José Antonio Klaes Roig said...

Oi, Robson. Realmente, quando vejo alguns professores reclamarem do alunado, e percebo que as TICs podem ser o diferencial na aprendizagem mútua, de profs. com alunos, mediados pelos multimeios e sua comunidade, percebo que o caminho ainda é logo, mas é possível. para isso, há que se flexibilizar o currículo para a inserção de todos no processo de inclusão tecnológica: os alunos na educação e os profs. na tecnologia. Vou ler sim, o teu novo post, pois isso me interess amuito. Um abraço, amigo. Zé.

10:05  
Anonymous Anônimo said...

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