quarta-feira, agosto 29, 2012

Deus ex machina e a tecnologia na educação



Deus ex machina é um recurso tecnológico, conhecido desde a antiguidade. Segundo a Wikipédia: “Sua origem encontra-se no teatro grego e refere-se a uma inesperada, artificial ou improvável personagem, artefato ou evento introduzido repentinamente em um trabalho de ficção ou drama para resolver uma situação ou desemaranhar uma trama. Este dispositivo é na verdade uma invenção grega. No teatro grego havia muitas peças que terminavam com um deus sendo literalmente baixado por um guindaste até o local da encenação. Esse deus então amarrava todas as pontas soltas da história”.
O bom educador é de certa forma um ator, que precisa convencer o aluno para o que está ensinando, mostrar e demonstrar, por exemplo, o poder e a magia dos números e das letras, amarrando ao final todas as pontas de seu discurso, com adequada didática e metodologia.
A matemática pode se tornar “matemática”, a literatura pode ser uma pequena máquina do tempo, promovendo um verdadeiro teletransporte sem sair do local. Entrementes, o bom professor é um ator social e não um ilusionista, ou um prestidigitador que faz mágicas sem mostrar ao alunado o segredo daquele truque. O verdadeiro educador é justamente aquele que, como o Mister M da TV, desvenda os mecanismos da ilusão e do desconhecimento, fazendo que a informação gere o conhecimento mútuo. Educar não é iludir, mas dialogar e demonstrar os caminhos entre a teoria e a prática.
Hoje, mais do que nunca, muitos confundem o uso das tecnologias da comunicação e da informação (TIC), bem como as redes e mídias sociais, como o novíssimo Deus ex machina, que elevará a qualidade do ensino, apenas incorporando maquinário sem pensar em formas metodológicas e didáticas de inclusão desta parafernália no ambiente escolar. Mais do que elevar o aluno, através de cabos e roldanas e/ou guindastes, dando a impressão que este tornou-se um deus no palco escolar e da vida, cabe ao educador do século XXI pensar, antes de tudo, no usuário e no conteúdo. Estes sim, que devem ser elevados, na devida proporção. O maquinário deve ser o acessório e não o bem principal do conteúdo educacional, sob pena de estarmos apenas encenando e não educando. Simulando uma elevação física e não pedagógica e social.
Quando falam em programas inclusivos, como um computador por aluno, que são louváveis, penso que a aprendizagem se faz muitas vezes, não por conta das condições ideais, mas pelas próprias limitações que o meio promove. Ao invés de um computador por aluno, já vivenciei projetos e atividades em sentido oposto: um computador por turma, três ou mais alunos por computador e os resultados foram igualmente satisfatórios. O foco precisa ser o aluno e não a máquina, que muitas vezes é comparada a um deus, grego, romano, baiano, tanto faz. Até pelo fato de que o notebook já foi moderníssimo e sonho de consumo de todos, sendo recentemente substituído pelo tablet, que logo perderá seu espaço para outra inovação. Mas sempre é bom lembrar que as máquinas executam comandos e que, até prova em contrário, ainda que a inteligência artificial deixe de ser tema de ficção científica e se incorpore ao nosso cotidiano, a inventividade humana sempre será o diferencial desta equação, pois nenhuma máquina – nem mesmo o Deep Blue, supercomputador com seus milhões de cálculos por segundo, que após alguns confrontos derrotou o campeão mundial de xadrez Gary Kasparov -, substituirá a vivência de um bom professor, que aprendeu com os erros, que aprendeu e nos ensinou a sua lição de vida, acima de tudo, elevando-nos, não por cabos e roldanas, mas por experimentação, erro, repetição, acerto e elevação...
O deus não está na máquina, mas poderá ou deveria estar sempre no usuário que manipula a máquina à sua imagem e semelhança. Todo educador precisa ter esta consciência de que a máquina, se bem utilizada no ambiente escolar, poderá elevar o rendimento do aluno. Para que isso ocorra, faz-se necessário que simultaneamente ao processo de inclusão de maquinário, aja também a interação do professor com seu alunado, de forma colaborativa, e com seu colega de trabalho de forma cooperativa, trocando informações, ideias, planejando projetos coletivos, multi e interdisciplinares, fazendo de fato e de direito o diálogo entre as diversas áreas do conhecimento.
Feito isso, apropriando-se das mídias e redes sociais, produzindo e refletindo sobre sua prática, via blog e site educacional, divulgando os projetos e atividades no Twitter, Facebook, Linkedin entre outros, o “deus” que está na máquina e na rede, poderá de fato elevar a todos, a partir de um conteúdo relevante, tornando o local em universal: A grande aldeia global ser influenciada por projetos das pequenas aldeias digitais e vice-versa.
Pensar a tecnologia na educação é destacar o conteúdo e o usuário, mais do que o maquinário, do contrário, estaremos fazendo teatro e simulação da realidade e não educação de boa qualidade, sejamos gregos ou troianos. E poderemos até mesmo estar criando um Cavalo de Troia contra nós mesmos, se não dermos sentido e significado às máquinas, aos deuses e à educação. Afinal, inovar é fazer coisas simples, mas sustentáveis, ao invés de coisas grandiosas, estressantes e sem continuidade. Citando @ieducadigital: “Para as crianças: internet é uma rede entre pessoas. Para os pais delas, é uma rede entre computadores.” Parece-me que os jovens não endeusam tanto às máquinas como pais e professores, o que é um bom sinal.

José Antonio Klaes Roig
Educador, escritor e poeta
Editor do blog Educa Tube
http://educa-tube.blogspot.com

domingo, janeiro 08, 2012

Novo ano, novos rumos...


Caros visitantes e seguidores do Letra Viva do Roig, em 2011, estive afastado do Letra Viva, experimentando as redes sociais Twitter e Facebook e mais ativo no blog Educa Tube, blog individual, mas mantido graças a colaboração e sugestões de vídeos e recursos tecnológicos dirigidos à educação.
Em 2012, conforme tiver disponibilidade de tempo, estarei ativando este blog, ou publicando aqui textos literários, educacionais e artigos de opinião, recentes e antigos, mas ainda com temática atual.
Abaixo, alguns enredeços onde podem me localizar e estabelecer contato:

Educa Tube (blog educacional)
http://educa-tube.blogspot.com

Twitter
http://twitter.com/zeroig

Facebook
http://www.facebook.com/jose.roig1

Correio eletrônico:
joseroig7@hotmail.com

Ensaio: O Pintor de Retratos de uma época em transformação

Ensaio O Pintor de Retratos Por Jose a K Roig

Acima, em formato scribd, meu ensaio O Pintor de Retratos de uma época em transformação, escrito em 2008, sobre o livro de Luiz Antonio de Assis Brasil, para o mestrado em Letras/FURG (área História da Literatura) e disciplina de História e Literatura, sob orientação da Profª. Drª. Nubia Jacques Hanciau.

quarta-feira, junho 01, 2011

Clipes que parecem Curtas - Projeto unindo mídias, literatura e língua portuguesa


O Projeto Clipes que Parecem Curtas, foi criado em 2010, amparado na Poética do Olhar, ou seja, buscar no alunado uma visão crítica, social, educacional e poética, levando em conta a sua visão de mundo, pois em se tratando de Literatura, assim o requer, que o jovem, mesmo vendo, aprenda a enxergar o que observa, além da linha horizontal de um texto e de suas palavras, verticalizando sua visão, sua interpretação e sua leitura de mundo; e até incentivando a produção textual.
Já dizia Paulo Freire que “a leitura de mundo antecede a leitura da palavra”.
Portanto, a relevância deste trabalho justifica-se pela intenção de unir as mídias, tanto informática (internet, microcomputador, datashow e videoclipes extraídos do You Tube) como impressa (livros e revistas) num diálogo entre a Língua Portuguesa e a Literatura, entre a leitura da palavra e a leitura da imagem; unindo também, além da Língua Portuguesa e da Literatura, a Arte e a Cultura, a História e a Sociedade, dentro da linha de pesquisa Literatura e Ensino (Educação e Tecnologia).
No projeto, iniciado em outubro de 2010, com alunos do ensino fundamental e retomado em 2011, no ensino médio da rede pública da cidade do Rio Grande – RS - Brasil, tratei de comunicação, linguagem e leitura, utilizando videoclipes que os alunos veem apenas com olhos musicais, buscando um olhar literário para a construção de videoclipes que parecem curtas-metragens. Um deles, por exemplo, foi analisar o videoclipe Minha Alma, da banda O Rappa, filmado em uma favela do Rio de Janeiro, em 1999 (século XX) e compará-lo com fragmentos do livro O Cortiço, de Aluizio Azevedo, clássico da Literatura Brasileira, escrito em 1860 (século 19), lendo as imagens e as palavras, e observando tempo, espaço e enredo de cada um, no que eles se parecem e no que se diferenciam. E pedindo ao final, que os alunos me relatassem em texto curto, o que viram e leram, através das imagens.
Coloquei em prática formas de motivar um alunado que não tem hábito de leitura, valendo-me de uma aprendizagem significativa, que leve em conta a realidade deste jovem e o seu conhecimento de mundo, que traz diariamente para a escola, usando os recursos que ele domina e utiliza diariamente como a internet e os videoclipes, mas num contexto educacional e literário e não apenas recreativo e de lazer. Busquei estratégias para isso, usando a arte e a cultura como elementos adicionais ao fazer pedagógico.
Assim sendo, o projeto teve como objetivo principal analisar as possibilidades do uso das mídias (em especial, videoclipes) como material didático no processo de ensino-aprendizagem da disciplina de Literatura e do incentivo ao hábito da leitura de alunos do ensino médio. E como objetivos específicos: Propor formas de utilização das mídias, como computador, datashow, internet, videoclipes como estratégias de motivação do aluno para a leitura de imagens, e a interpretação de textos visuais; incentivar o hábito da leitura crítica, a partir de imagens, analisando num segundo momento clássicos da literatura; desenvolver o senso crítico do aluno, trabalhando com as formas de linguagem verbal e não-verbal, em suas diversas manifestações; motivar o aluno para as aulas de Língua Portuguesa e Literatura, a partir de uma aprendizagem significativa, levando em conta o conhecimento prévio que o mesmo traz de casa, unindo ao conteúdo e competências do ensino formal.
O referencial teórico deste trabalho, alguns conceitos do Construtivismo, como a Flexibilidade Cognitiva e a Aprendizagem Significativa, a partir de teóricos como D. P. Ausubel, Carl Rogers, Paulo Freire, entre outros, serviram para amparar a prática escolar, (é o mesmo que utilizo-me nas formações de professores da rede pública estadual, minha principal atividade. Projetos envolvendo alunos são atividades extras, para pesquisa ou em parceria com outros colegas educadores).
O construtivismo pareceu-me o melhor referencial, pois, segundo Rogers (1998), a Aprendizagem Significativa possui diversas implicações no domínio da educação, dentre elas: “(...) que a aprendizagem seja significativa pela percepção da problemática e da busca pelos meios prover um ensino compartilhado; da autenticidade do professor frente aos desafios promovendo a interação mútua professor-aluno e o grupo entre si; que o educador precisa aceitar e compreender seu alunado, para assim poder mediar o conhecimento”. Ainda mais quando se pensa na problemática da falta de leitura dos jovens, que quando muito leem mais por obrigação do que por prazer.
Conforme Rogers (1998): “A aprendizagem é muito mais significativa à medida que o novo conteúdo é incorporado às estruturas de conhecimento de um aluno e adquire significado para ele a partir da relação com seu conhecimento prévio”. D’outra forma, torna-se um processo repetitivo e mecânico. E as mídias e as tecnologias da informação e da comunicação (TICs), embora possuam uma mecânica própria, podem ser formas mais dinâmicas de passar um conteúdo pedagógico, sem “mecanizar” este fazer pedagógico.
Foi o psicólogo David Paul Ausubel, nos anos 1960, o primeiro a pensar sobre a aprendizagem escolar em um contexto fora da escola. E nesse contexto, outras condições são destacadas por Ausubel para que ocorra a AS, dentre elas: “a disposição do aluno em aprender e o conteúdo escolar significativo”. Nos dois pólos em questão, cabe ao professor estimular o interesse do alunado a partir da elaboração de um conteúdo que seja atrativo, aliando a informática e os multimeios como ferramentas deste processo.
De acordo com Ausubel, o modelo de FC propõe, entre outras coisas, que “(...) para que os estudantes desenvolvam esta flexibilidade cognitiva é preciso que os ambientes de aprendizagem repliquem esta complexidade e permitam a abordagem multidimensional a estudos de casos realistas”; o que pode-se dizer: “promover a interdisciplinariedade e a intertextualidade de práticas, visto que (...) o computador, devido à sua flexibilidade de representações é adequado à construção de tais ambientes de aprendizagem”.
Replicar o mundo do jovem, significa incoporar às estratégias pedagógicas elementos deste mundo, como videogames, internet, videoclipes, dança, etc. E no caso deste projeto, a interdisciplinariedade e a intertextualidade se expressam a partir da junção de clipes que parecem curtas (música e cinema), numa visão literária e também histórica.
Paulo Freire em a “Pedagogia da Autonomia”, dizia que “a leitura de mundo antecede a leitura da palavra”. O que se evidencia na forma que alunos que, sequer são alfabetizados, interagem com as TICs e, mais especialmente, com os jogos eletrônicos, muitos deles legendados em idioma estrangeiro (inglês, japonês e até coreano). Sabem ler os ideogramas japonês por experimentação e associação, erro, e acertos, mesmo que não consigam ainda ler as palavras, sequer em seu idioma natal.
Já o educador Sebastião Rocha trata de “A função do educador”, em que a arte e a cultura, a memória e a sociedade devem andar juntas, também para maior significação dos atos e fatos de um educador.
E, para elencar mais um autor essencial a este trabalho, refiro-me a Pier Cesare Rivoltela, filósofo e educador italiano, que desenvolveu o termo “Mídia-educação”, que é dar significado educacional às mídias, em que o professor seja um mediador em sala de aula e que o aluno seja tratado como co-autor do que lê, vê, escreve e produz. Segundo ele, o professor do futuro deverá tornar-se um “mídia-educador”, a fim de dar conta das possibilidades e demandas de um mundo cada vez mais integrado às TICs.
Unindo às mídias como suporte didático, utilizei-me de vídeoclipes que se parecem com curtas-metragens, para tratar tanto da Língua Portuguesa, como da Literatura, da arte e da cultura, da história e da sociedade com o alunado, procurando tornar esse processo de ensino-aprendizagem significativo e significante tanto para os alunos como para este educador. Afinal, como dizia Freire: “Educar é ter a consciência do inacabamento”; é um processo em aberto, em que a intervenção do educador deverá ser como mediador entre o conhecimento prévio do aluno e o conteúdo formal, proposto pela escola.
A metodologia do projeto “Clipes que parecem Curtas”, serviu-me de base para a reflexão sobre as mídias na educação, mas precisamente no processo de ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa e Literatura, no ensino médio, composta de 10 encontros (períodos), utilizando dos seguintes recursos: sala de aula convencional, microcomputador (notebook), internet (conexão 3G), datashow, livro, videoclipes (que baixei para o notebook, via RealPlayer), folha de papel e caneta. Ou seja, que devemos levar em conta o conhecimento de mundo que o aluno traz de casa e buscar propor apresentar o conteúdo formal, a partir de meiso que o alunado conheça e goste de utilizar. No caso, as mídias.
A prática foi composta de três fases (exposição de vídeos e leitura de fragmentos de livros; interpretação e produção textual), analise das formas de linguagem verbal e não-verbal, a partir de videoclipes que podem ser lidos como se fossem curtas-metragens, em que cada aluno viu, interpretou e produziu um texto a partir de suas impressões sobre a palavra cantada e a história contada através de imagens, tratando de interdisciplinariedade e intertextualidade.
Das reflexões, algumas conclusões: o hábito da leitura precisa ser incentivado desde a tenra idade e pela família, seja através de livros só com imagens, HQs etc; que boa parte dos alunos entende a literatura como uma obrigação e não como prazer, justamente por essa falta de costume; que o uso de audiovisuais, ainda que pequenos vídeoclipes ou curta-metragens, possibilitam essa comunicação entre gerações (pais e filhos, professores e alunos); que o professor do século XXI precisa de fato, como diz Rivoltella, tornar-se um mídia-educador, automotivando-se para poder motivar o alunado; que quando usamos recursos que o jovem conhece a interação funciona melhor do que através dos meios tradicionais; que as mídias podem ser uma grande aliada, quando utilizadas com planejamento e proposta significante a todos os atores sociais envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

José Antonio Klaes Roig
Mestre em letras (área História da Literatura), especialista em Tecnologias da Informação e da Comunicação na Promoção da Aprendizagem, especialista em Mídias na Educação, coordenador do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) Rio Grande/18ª CRE e multiplicador em informática educativa.
Rio Grande – RS – Brasil.

Link para a primeira fase do projeto/2010:

Clipes que parecem Curtas - fase I
http://educa-tube.blogspot.com/2010/10/palavra-cantada-historia-contada-clipes.html

Link para segunda fase do projeto/2011:

Clipes que parecem Curtas - fase II
http://educa-tube.blogspot.com/2010/11/minha-alma-paz-que-eu-nao-quero-clipe.html

ANEXOS:

MATERIAL UTILIZADO NA FASE II:
Minha Alma, de O Rappa (videoclipe)
http://www.youtube.com/watch?v=vF1Ad3hrdzY
O Cortiço, de Aluízio Azevedo (resenha crítica)
http://guiadoestudante.abril.com.br/estude/literatura/materia_415646.shtml
Another brick in the wall, Pink Floyd (videoclipe)
http://www.youtube.com/watch?v=M_bvT-DGcWw
Do The Evolution, Pearl Jam (videoclipe)
http://www.youtube.com/watch?v=aDaOgu2CQtI
Crystal Ball, Keane (videoclipe)
http://www.youtube.com/watch?v=lKrFfp67NDQ
Radiohead, All I Need (videoclipe)
http://www.youtube.com/watch?v=cdrCalO5BDs
Daniel Powter, Bad Day (videoclipe)
http://www.youtube.com/watch?v=gH476CxJxfg
Sigur Ros - Viorar Vel Til Loftarasa (videoclipe)
http://www.youtube.com/watch?v=34ZtT4Th9Ys

OUTROS CLIPES UTILIZADOS NA FASE I:

James Blunt, Carry You Home
http://www.youtube.com/watch?v=2IFF9yu5i3k&ob=av2e
Greenday, Wake me up when september ends
http://www.youtube.com/watch?v=KjNJmwwf7QA
A-Ha, Hunting High and Low
http://www.youtube.com/watch?v=s6VaeFCxta8

MATERIAL SUGERIDO:

Signs (Placas) – curta-metragem
http://www.youtube.com/watch?v=uOiLLhOGJVQ
A revolta e as reviravoltas de uma letra (slides)
http://educa-tube.blogspot.com/2010/10/revolta-e-as-reviravoltas-de-uma-letra.html
A maior flor do mundo, de José Saramago (animação)
http://www.youtube.com/watch?v=YUJ7cDSuS1U
The Killers, A Dustland Fairytale (videoclipe)
http://www.youtube.com/watch?v=-3hyrkzFRss

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ALMEIDA COUTO, Letícia Antunes de; RIBEIRO, Luciane Oliveira; CUNHA, João Manuel dos Santos. LITERATURA E CINEMA EM SALA DE AULA: UMA PROPOSTA DE ESTÁGIO CURRICULAR. In:
http://www/ufpel.edu.br/cic/2009/cd/pdf/LA/LA_00526.pdf
BELLONI, Maria Luiza. O que é Mídia-Educação. 2ª ed. Campinas: Autores Associados. (Coleção Polêmicas do nosso tempo), 2005.
DIDONÊ, Débora. Falta cultura digital na sala de aula (entrevista com Pier Cesare Rivoltella). Revista Nova Escola. São Paulo: Ed. Abril, nº. 200, mar. 2007, p.15 a 18.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessárias à prática educativa. São Paulo, EGA, 1996. Disponível em:
GUTIERREZ, F. Linguagem total: uma pedagogia dos meios de comunicação. São Paulo: Summus, 1978.
LIMA, Marcos. Teoria da Flexibilidade Cognitiva e a Autoria de Estudos de Casos Hipertextuais em Ambientes de Aprendizagem Construtivistas: Projeto Aplicado de Novas Tecnologias para a Educação On-Line. Disponível em: .
MENEZES, Débora. Inclusão digital - Tecnologia ao alcance de todos. Revista Nova Escola. São Paulo: Ed. Abril, nº. 195, set. 2006, p.30 a 37.
MEIER, Marcos. Ensinar tem cheiro de oficina. Disponível em: http://marcosmeier.blogspot.com/2011/04/ensinar-tem-cheiro-de-oficina.html.
MOURA, Ana Maria Mielniczuk de; AZEVEDO, Ana Maria Ponzio de; MEHLECKE, Querte. As Teorias de Aprendizagem e os Recursos da Internet Auxiliando o Professor na Construção do Conhecimento. Disponível em: .
PELIZZARI, Adriana; KRIEGL, Maria de Lurdes; BARON, Márcia Pirih; FINCK, Nelcy Terezinha Lubi; DOROCINSKI, Solange Inês. Teoria da Aprendizagem Significativa Segundo Ausubel. Rev. PEC, Curitiba, v.2, n.1, p. 37-42, jul.2001 – jul. 2002. Disponível em: .
PINHEIRO, Alexandra Santos. LITERATURA E ENSINO: O PAPEL DO PROFESSOR LEITOR NA FORMAÇÃO DE LEITORES LITERÁRIOS. In: .
ROCHA, Sebastião. A função do educador. Disponível em: http://pt.scribd.com/word/full/2974456?access_key=key-xvdrftlqf6f28gqr0y5.
SANTOS, Maria do Carmo de Oliveira Turchiari; LONARDONI, Marines. Prática de ensino de Língua Portuguesa e estágio supervisionado: questões a serem discutidas. In: Acta Scientiarum, Maringá, 23(1): 167-175, 2001.
http://www,periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHumanSocSci/article/view/2768/1897.
TAVARES, Romero. Aprendizagem significativa em um ambiente multimídia. Disponível em: .

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Animação da Patrulha Ambiental do ProEA-PRG


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=HYD4G5T481M

Animação em stop motion, com duração de 3 minutos e 9 segundos, feita pela Patrulha ambiental do Programa de Educação Ambiental do Porto do Rio Grande / ProEA-PRG, formada por 15 alunos das Escolas Saldanha da Gama (estadual) e Ramiz Galvão (municipal), da cidade do Rio Grande - RS - Brasil, dentro do projeto Patrulha Ambiental, em parceria com o Projeto Quero-Quero da Secretaria Municipal de Educação e Cultura - SMEC - Rio Grande. (agosto a dezembro 2010).
O tema principal da formação foi: "O Patrulheiro ambiental vivenciando os princípios da Carta da Terra como fundamento para a ação socioambiental".
Os alunos desenvolveram, junto com a equipe do ProEA-PRG (formada por diversos educadores ambientais, das mais variadas áreas do conhecimento), o roteiro, os diálogos, criaram com massa de modelar os personagens, e com folhas de cartolina e EVA o cenário, conforme making of, logo abaixo.
Depois, a equipe do ProEA, fotografou quadro a quadro a movimentação das personagens, todo o material digital, foi editado via Movie Maker, pra publicação no You Tube e depois copiar o código do vídeo neste blog. Os balões dos diálogos foram feitos posteriormente no power point, depois copiados e colados no paint brush, para depois colados na story board e linha do tempo do movie maker.
Essa é uma das diversas atividades da patrulha ambiental mirim, feitas no e pelo ProEA-PRG (de agosto a dezembro/2010), unindo diversas possibilidades, como trabalhos manuais e tecnologias, dentro dos conceitos da educomunicação.
Como educador ambiental, tenho o privilégio de fazer parte da equipe do ProEA-PRG e do grupo da Educomunicação, do mesmo, fazendo a edição do material colhido, fotos e vídeos, para edição no Movie Maker.
Vejam abaixo, mais alguns detalhes da produção desse material.

"MAKING OF" DA ANIMAÇÃO


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=5lttr5-bvXU

PATRULHA AMBIENTAL



Alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Saldanha da Gama, da vila da Barra:
Cláudio, Nicole, Luis Carlos, Aline, Ingrid e Jorge.


Alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Ramiz Galvão, da vila da Mangueira:
Elisane, Karolayne, Endrew, Yasmin, Leonardo, Emilim e Paola.


As imagens acima, foram da atividade com os mesmos alunos, em encontro anterior, quando foi usado o Google Earth 5.0 para que eles partissem numa viagem virtual, do global (a Terra), ao local (visitando o Brasil, Rio Grande do Sul), até chegar a cidade do Rio Grande, e ali, visitar o Porto, procurarem o prédio do ProEA, depois seguirem pela estrada, rumo as escolas e suas residências. cada um colocou um marcador com seu nome sobre a sua casa. Efeito que foi reproduzido na animação, ao seu final, com imagens do alto, do cenário por eles produzido.
Ao todo, foram 08 encontros presenciais.

quarta-feira, outubro 27, 2010

Autobiografia de Erico Veríssimo: a consciência do fazer literário (dissertação)


Acima, a íntegra de minha dissertação de mestrado em Letras (FURG -2010), área História da Literatura, em que analisei a autobiografia de Erico Veríssimo, Solo de clarineta, com enfoque literário.
Através da dissertação, demonstro como o autor, que também é o narrador e a personagem da própria história de vida, utiliza-se dos mesmos recursos da ficção, dividindo a autobiografia em capítulos e subcapítulos, semelhantes a contos e crônicas, deixando um efeito de estranhamento para o final de cada pequeno texto, ora com tiradas bem humoradas, ora com confidências comoventes.
Seu relato é autêntico, mas a estrutura usada pra contar a história de sua existência é literária. E o autor cruz-altense tem consciência disso.
Esta foi a terceira vez que me debrucei sobre Solo de clarineta. Em 1982, ainda no ensino médio, como um leitor ingênuo, descobrindo o universo literário do autor de Clarissa, Música ao Longe, Caminhos Cruzados e outros clássicos; em 1986, na especialização em História do Rio Grande do Sul: sociedade, política e cultura (FURG), em que analisei a figura do gaúcho típico e seu arquétipo através da obra de Erico Veríssimo (sua autobiografia e a trilogia O Tempo e o Vento); e, por fim, em 2010, pelo mestrado em Letras(FURG).
Não descarto, no futuro, uma quarta expedição, tornando a reler com outros olhos o mesmo texto autobiográfico deste autor que fecundou em mim o gosto pela arte, cultura e literatura.
Veríssimo diz em Solo... que Monteiro Lobato era um desses autores fecundantes que inspiravam outros autores. Erico também foi pra mim um desses autores, que influenciou uma geração de escritores, não apenas do Rio Grande do Sul. Se tornei-me também escritor e poeta, devo, em parte, ao pai de Clarissa...

Borboletas de Zagorsk (documentário da BBC - 1992)


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=bA_GMtqUGeQ&feature=player_embedded


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=cTvvzBwhwvs&feature=related


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=NfkBsj2w0uA&feature=related


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=vLDROI206lw&feature=related


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=aLQ1wSbc_xY&feature=related


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Snn6YixcU4U&feature=related

Reproduzo abaixo, na íntegra, indicação do video acima BORBOLETAS DE ZAGORSK, feita pela coleg'amiga Elis Zampieri, professora da educação especial, em Curitibanos - SC - Brasil, editora dos blogs Sobre Educação e Et Cetera; e colunista do portal INCLUSIVE.

BORBOLETAS DE ZAGORSK, por Elis Zampieri:

Borboletas de Zagorsk é um documentário produzido pela BBC em 1992 que trata do trabalho desenvolvido em uma escola russa com crianças surdas e cegas inspirado nos estudos de Lev Vygotsky. A obra tem 40 minutos de duração e se passa na cidade de Zagorsk, a 80 km de Moscou.
Em seus estudos sobre a defectologia, Vygotski traz a ideia da compensação segundo a qual as pessoas com deficiência utilizam seus sentidos sadios para compreenderem o mundo, isto é, desenvolver seus sentidos normais para compensarem seus sentidos perdidos ( visão, audição, etc. )

Segundo a prof. Elisângela Zampieri:

O documentário reforça a importância da mediação e a crença de que todas as pessoas, independente da idade e da condição física ou intelectual, são capazes de aprender. Concepção esta também retratada na teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural do educador Romeno Reuven Feuerstein. Com a conhecida frase: "Não me aceite como eu sou", Feuerstein desafia o educador a planejar e propor ações que possibilitem ao sujeito relacionar-se com seus pares, sem que esta relação seja permeada pelo atributo da incompetência por acreditar que não se pode prever, nunca limites para o desenvolvimento humano.
Borboletas de Zagorsk é a evidência disso.


Observação do editor do Educa Tube:

Sou testemunha do que o documentário mostra e a Elis comenta, pois de 2005 a 2007, coordenei Projeto do Informática na Educação Especial, quando foi coordenadora também do Núlceo de Tecnologia Educacional (NTE) Rio Grande, da 18ª CRE, desenvolvendo o referido projeto em parceria com as professoras da educação especial da EEEF Barão de Cêrro Largo, de Rio Grande - RS - Brasil.
Na época, o projeto cooperativo e colaborativo, entre professores e alunos da ecucação especial e os multiplicadores do NTE, demonstrou as inúmeras possibilidades de aprendizagem de alunos portadores de deficiência nas áreas visual, mental, física e auditiva, tendo as tecnologias como uma aliada nesse processo de ensino-aprendizagem. Além desse projeto, participei em parceria com professoras dao ensino regular em turmas inclusivas.
Destaco alguns situações que vem de encontro ao que o documentário apresenta:

Na deficiência visual, atendi certa vez um aluno cego que recebi atendimento em sala de recursos da professora especialista nessa área, e o ensinei a usar o programa dosvox, que permite o uso do computador por alguém com deficiência visiual, seja o editor de texto, jogos e até mesmo a internet. Na questão desta, não sabia como configurar a mesma, e o o aluno H. me repassou o telefone de um amigo dele D., que também cego, era técnico em informática e morava no estado de São Paulo. Por telefone, e depois por MSN, D. ensinou-me a configurar a internet no dosvox, que pode ser baixado gratuitamente, no link abaixo.

DOSVOX

Na deficiência mental e auditiva, em projeto em turma inclusiva de 4ª série do ensino fundamental, eu a a professora regente de turma, percebemos como a aprendizagem funcionava de forma surpreendente, pois a aluna J., com deficiência mental, aprendera rapidamente Língua Brasileira de Sinais (Libras), para se comunicar com seus colegas surdos, enquanto tinha dificuldade na questão do raciocínio matemático. E os alunos ouvintes também aprenderam facilmente a língua de sinais para se comunicar. Que a aprendizagem funciona de forma muito similar entre alunos portadores de deficiência ou não, e que as tecnologias são um grande aliado para ambos.

Não importa se somos professores ou alunos, se temos deficiência ou limitações, todos temos nosso tempo particular de aprendizagem, e muito desta depende da dedicação e profissionalismo do educador e da dedicação e persistência do educando.

Observação: Posatagem acima, publicada originalmente no blog Educa Tube.