domingo, março 01, 2009

Quem sai na chuva é pra se "queimar"...


Este post é continuação do anterior, tratando da questão da descoberta por acaso de comentários ou utilização de textos meus por terceiros, via Google.
A menção do título deste post "Quem sai na chuva é pra se queimar", é uma frase supostamente atribuída ao folclórico Vicente Matheus, ex-presidente do time de futebol Corinthians, de São Paulo-SP, Brasil. É uma forma irônica de dizer que quem publica algo na internet, também está exposto a "chuvas e trovocadas", elogios e críticas variadas.
Toda vez que publicamos algo estamos sujeitos a receber alguma crítica, positiva ou não. Nem sempre os blogueiros aceitam tais críticas, fazendo uma filtragem antes, para publicar apenas as elogiosas.
Tive que instalar em alguns blogs meus o recurso de moderar comentários, não por conta disso, mas pelo fato de que recebia muita propaganda indesejada (spam) e vírus. Com esse mecanismo de filtragem, que requer que o visitante, após a escrita de sua mensagem, digite uma série de caracteres, tal fato indesejado não ocorreu mais.
Apesar de ter mais de três anos de uso do blog Letra Viva do Roig, não recebo muitos comentários, o que sei que é quase praxe na internet, do internauta visitar mas não comentar. Os comentários que recebo quase todos são elogiosos, feito por colegas e amigos, o que não significa que não tenham pessoas descontentes ou críticas a respeito do que produzo, mas simplesmente não comentam. Mas o fato de ter uma média de 100 a 200 visitas ao dia (e ter ultrapassado às 50 mil visitas nesse contador, quando no anterior já tinha passado dos 5 mil, ou seja, 55 mil acessos), me faz pensar que pelo menos as matérias que publico despertam interesse dos usuários. Se agradam a todos, isso é uma incógnita.
Mas deixo claro que não deleto nenhum tipo de mensagem recebida, exceto spam e vírus. Costumo comentar as mensagens no próprio blog e, quando tenho tempo, vou no blog do visitante, responder e agradecer a visita.
Na postagem intitulada "Sorria, você está sendo pesquisado", publicada ontem, ressaltei os fatos positivos, da utilização de minha produção em blogs, páginas e até em concursos. Fato que me incentiva a continuar nesta linha crítica.
Agora, comentarei outros dois casos, digamos, de crítica contra textos meus, mas que descobri igualmente por acaso. Não foi feita em meu blog, e desconhecia sua existência, não fosse uma pesquisa recente sobre meu nome no Google.
Vivemos numa democracia, e criticar é um direito sagrado para mim. Penso que o exercício da crítica, seja literária, política, social, etc. deva ser estimulado desde a mais tenra idade, principalmente pelo incentivo de pais e professores ao hábito da leitura, não apenas de revistas de histórias em quadrinhos, de fofocas, mas, com o devido tempo, da leitura das mais variadas fontes de informação, sejam elas jornalísticas, históricas ou literárias.
Sou um ferrenho adepto de que toda a crítica deva ser feita a partir de uma severa autocrítica: de examinar antes nossa postura como indivíduo para evitar a gafe, o desconforto de ser recriminado ou criticado por alguém, alegando que fazemos o mesmo que criticamos nos outros...
Hoje, percebo que a crítica, muitas vezes, é feita com base no chamado "achismo", do eu penso, eu acho, eu sei, sem a devida checagem dos fatos. Depois a retratação nem sempre vem na mesma proporção, noutras sequer existe... Mas quando a crítica é feita de forma contundente, amparada em fatos e contradições, em equívocos de abordagem, sou o primeiro a me render ao seu autor.
No caso das duas críticas que descobri por acaso, via Google, precisei exercer meu direito de resposta, pois foram fundadas em equívocos de avaliação de seus autores.

Primeiro caso: a descoberta da citação parcial de um texto de minha autoria, chamado "A Herança de um Poeta Pobre", em comunidade no orkut, para homenagear vida e obra de meu amigo e colega Írio Rodrigues, mais conhecido como o Poeta Pobre, natural de Rio Grande - RS - Brasil, cidade onde resido desde 1982, já que vivi até essa data no município vizinho, São José do Norte.
Eis abaixo o teor do comentário de J.M., na comunidade no orkut:

"A HERANÇA DE UM POETA POBRE
Foi com este título que na página 7 do Peixeiro de 27/6/2006 (encarte do Jornal
AGORA)o membro da Academia Rio-Grandina de Letras, José Antonio Klaes Roig, ocupante da Cadeira nº 6, cujo Patrono é Antonio Gomes de Freitas, prestou homenagem ao Írio Rodrigues da Silva.
Ao encerrar seu artigo declarou: - "Em julho comemora-se o centenário de nascimento de Mário Quintana, o Poeta Maior do RS. Írio, o maior poeta rio-grandino, partiu antes da hora para abraçar o homem do sapato florido em algum jardim do céu. Parafraseando Quintana: "As pessoas não morrem; mudam apenas de casa e se esquecem, de nos avisar".
Que pena que o José Antonio, não escreveu algo semelhante, antes do Írio mudar casa".


Como a crítica de J.M. foi fundada num erro de avaliação, desconsiderando a realidade, precisei intervir, primeiro, pedindo ingresso na comunidade para depois esclarecer os fatos naquele forum, conforme resposta abaixo:

Caro Zé Maria. Agradeço a referência ao texto que publiquei em homenagem ao inesquecível Írio Rodrigues, pós-falecimento. Írio foi amigo e colega das letras que aprendi a admirar tanto a pessoa como o poeta. Sempre que ía pro trabalho, encontrava-o sentado no banco da praça Xavier Ferreira, mas a pressa que é inimiga da perfeição, fazia a gente sempre adiar uma conversa mais alongada em que eu pretendia entrevistá-lo, pra deixar à posteridade material sobre sua criação literária, vida, etc.
Conhecia o Írio desde menino, apenas de vista, quando ele residiu em São José do Norte, e onde morei até os 18 anos. Só vim a estabelecer esse contado mais fraterno e cotidiano, ainda que de passagem, no início de 2005.
Em fevereiro de 2005 publiquei o meu artigo, chamado O Poeta Pobre, no Jornal Agora (RG) em 11/02; e no Jornal do Norte (SJN), em 10/02. Nele eu homenageava a vida e obra de Írio.
Na edição abril/2005, do jornal artesanal Letra Viva, de minha autoria, e distribuído gratuitamente a amigos e colegas, na forma impressa e via internet (a uma lista de + 500 contatos, pelo Brasil e exterior), publiquei o referido artigo, incluindo uma nota sobre o acidente que ele sofreu (atropelamento), e sugerindo o que se segue abaixo:
"Figura ilustre como essas, que tanto contribui para a cultura da região, deveria receber, além das homenagens devidas em vida, quem sabe, por parte das casas legislativas dos dois municípios (Rio Grande e São José do Norte), uma distinção maior: pensão, mesmo que de um salário-mínimo, para custear suas necessidades básicas. De nada vale erguer estátuas de bronze, dar nomes de rua, escola, praça e etc., depois que o artista não estiver mais entre nós. É apenas uma sugestão. E por que não? Não seria gasto, mas investimento em cultura popular."
Infelizmente, pedido de poeta para outro não é ouvido. Mas nome de rua dado post mortem, por 3ºs, ele teve.
"A Herança de um Poeta Pobre", publ.junho/06, mais que despedida, foi um até breve. Um abraço JM, de Zé Roig.


Feito os devidos esclarecimentos, já que seu autor desconhecia a plenitude dos fatos, apenas a ponta do iceberg, ao fazer sua crítica, dei-me por satisfeito; agradecendo ao moderador da comunidade pela possibilidade de ingressar na mesma. O curioso é que a crítica foi feita em 2006 e só tive conhecimento (por acaso) em 2009, podendo efetuar o esclarecimento necessário ao caso, para não parecer que o texto em questão tivesse sido escrito de forma leviana, o que evidentemente não foi o caso.

A segunda crítica, descoberta essa semana, trata-se de uma postura mais agressiva, em função de uma disputa de melhor blog do Brasil, em que eu nem estava concorrendo, mas que acabei sendo envolvido sem querer. Meu amigo e colega Robson Freire, que inscreveu o blog Caldeirão de Ideias, pertencente ao NTE Itaperuna - RJ, no Premio Best Blogs Brasil, e acabou vencendo na categoria Corporativo, teve diversas mensagens pouco construtivas dos integrantes e simpatizantes do blog Biz Revolution, que ficou em segundo lugar. Algumas críticas desses diziam que até cachorro e gato votaram no premio, num visível deboche e desrespeito ao Caldeirão, que é um dos melhores blogs educacionais que conheço, por seus relevantes temas e projetos destacados, dentre eles Poesia no Caldeirão e Cinema no Caldeirão, em que são mostradas formas de utilização de textos, poemas, filmes etc na prática educacional, entre outras coisas mais. Desconheciam esses críticos de ocasião, sem espírito esportivo, que Robson e a equipe do Caldeirão utilizam-se das chamadas "redes sociais", que são amigos, colegas, conhecidos que replicam seus pedidos e ações. Robson é integrante, como eu, da comunidade Blogs Educacionais, que reúne através de lista de emails centenas de educadores pelo país afora. Robson é um destacado usuário desta lista, diferentemente de mim. Eu, só votei uma vez (e nem tenho cachorro, gato ou papagaio), mas deixei no Letra Viva um pedido aos visitantes que votassem no Caldeirão. Se tenho em média 150 visitas, pode ser que dessas algumas dezenas tenham votado no premio e no blog indicado.
O Biz Revolution, como blog corporativo, desconhece também o fato de que a teoria do caos sugere o conceito de "Seis graus de separação", no qual eu, através de seis amigos que conhecem mais seis e assim por diante, posso, indiretamente, conhecer o presidente dos EUA. Redes sociais funcionam assim, e votações geradas através desses mecanismos de consulta aberta ao público favorecem quem melhor se utiliza desses procedimentos. Portanto, o vencedor é o que melhor movimenta a própria rede em seu favor e ponto final.
Enfim, acabei sendo envolvido involuntariamente nessa disputa pelo fato de Robson ter colocado no cabeçalho do Caldeirão uma frase de minha autoria, dentro de um contexto eminentemente educacional. No Biz Revolution, achei um comentário de Gabriel Peixoto, com o seguinte teor:

"Modernas devem ser as idéias e suas práticas libertárias e emancipadoras, e não apenas os equipamentos e máquinas controladores de tudo e de todos..." José Antônio Klaes Roig
AAAARRRRRGGGHHHHHHHHHH!!!
AF,
Tens razão. os outros blogs parecem coca-cola sem gás.
Forte abraço,
Gabriel Peixoto
Querem saber como será o futuro da Biz com mordaça e sem Gabriel Peixoto? visite o "caldeirão de idéias".


Confesso que a expressão "Aaaarrrrrggghhhhhhhhhhhh!!!, com exatos 4 As, 5 Rs, 3 Gs , 10 Hs e 3 pontos de exclamações , tudo em maiúsculo (o que sugere um grito agudo) me causaram espanto e desconforto. A expressão "Argh!", normalmente é associada justamente a desconforto, nojo, etc. Considerei esse comentário como uma crítica a suposta pieguice de meu texto. De fato, se analisada a frase fora de seu contexto, poderá deixar a desejar... Mas tudo que é avaliado fora de seu contexto pode em determinado momento parecer piegas, desatualizado, desproposital. A citação que o amigo e colega Robson destacou em seu blog foi feita dentro de um contexto em que eu criticava, como educador, o fato de que atualmente a informática passou a ser a panacéia para os problemas da educação. A cura para todos os males. E, com base na experiência de 16 anos de exercício público nas mais diversas áreas da educação (administrativa, jurídica, técnica e educacional), coloquei em meu blog que a máquina por si só nada resolveria esses problemas, se os usuários continuassem a replicar suas posturas, de forma "modernizadas" apenas pelos equipamentos... Que modernas deveriam ser justamente as práticas educacionais e não apenas a inclusão de máquinas e laboratórios no ambiente escolar, sem a devida formação, capacitação e incentivo dos professores. Tanto é que hoje o datashow é o retroprojetor do século XXI, quando muitos apenas mudaram as transparências pelas apresentações de slides. De moderno só o equipamento, enquanto que a prática escolar continua a mesma.
Gabriel Peixoto, provavelmente, desconhecia o contexto dessa citação, e foi no mínimo descortês, atacando meu texto para agredir "por tabela" o Robson e o Caldeirão, que nada tem de refrigerante sem gás, muito menos o "corporativismo" em sua face mais danosa, que é a defesa intransigente apenas de seu ponto de vista e de seu grupo e nada mais... Se Gabriel tiver entre 20 e 25 anos de idade, no período que chamo de "doce arrogância da juventude", quando todos nós cremos saber tudo e desafiamos todos, está justificada sua postura.
É por essas e outras coisas que sou radicalmente contra essa história de meritocracia na educação; de premiar alguns em detrimento dos demais, pois se a competição fora da educação dá mostras dessa falta de espírito competitivo, imaginem dentro da escola estimular colegas professores e colegas alunos a competirem por premiação. Sou favorável a estimular projetos solidários e não competitivos. E esse incidente com Robson, Gabriel, Caldeirão, Biz Revolution e eu confirmaram minha intuição.
Não sei se o pessoal do blog 2º lugar irá publicar minha resposta, deixada lá. Como usam também a moderação de comentários, ficarei no aguardo da publicação de meu comentário àquele "Argh!". Espero que sejam autocríticos também, como eu sou.
A moral dessa história é que os sites de busca, tão acusados de favorecer ao uso indiscriminado do plágio, do copiar e colar, também favorecem a descoberta dos próprios plágios/plagiadores e de coisas positivas e negativas escritas sobre nós...
Viva a liberdade de expressão, a crítica construtiva e acima de tudo o direito de resposta, pilares fundamentais de qualquer sociedade, seja ela concreta ou virtual.

Observação 1: Aproveito a oportunidade para indicar um post no LV, em que falava da inspiração do personagem O Anjo, na figura do Írio Rodrigues (O Poeta Pobre), com o seu conhecimento, pra evitar novo equívoco de interpretação:
http://letravivadoroig.blogspot.com/2007/03/e-agora-betinha-na-11-festa-do-mar.html

Observação 2: Colagem acima, de minha autoria, feita há cerca de 10 anos atrás, a partir de recortes de antigas revistas, usando tesoura e cola bastão, e digitalizando o resultado para o computador.

Observação 3: Para ler a íntegra e todo o contexto de criação da crônica A Herança de um Poeta Pobre, basta clicar no link abaixo.
A Herança de um Poeta Pobre

3 Comments:

Blogger Robson Freire said...

Olá Querido Amigo

Que postagens fantásticas, que colocação precisa da "problemática" como sempre.

Tenho dito aos cursistas aqui do NTE que dentro do novo contexto educacional com o uso das TICs existe uma máxima:

NOVOS MEIOS, NOVOS MÉTODOS.

E essa máxima foi tirada da sua fala que hoje ilustra o nosso blog. Que adianta ter maquinas modernas se sua pratica pedagógica continua a ser a mesma do seculo passado.

Brinquei com eles recentemente com o inicio da Era de Aquários e propus a eles que se soltassem como no musical e se "permitissem" brincar, escolher, errar, experimentar enfim propus a eles viver TICs.

Sobre sua defesa causistica no famoso caso Biz Revolution X Caldeirão de Ideias Prêmio Best Blgs Brasil foi digna de uma citação nos anais jurídicos dessa nação, ou como diz um certo presidente: Nunca na historia desse pais ninguém defendeu também um blog acusado.

Quanto ao ser observado e monitorado fale baixo pois o Deus Google está observando.

Parabéns pelo maravilhoso trabalho.

Abraços

Obs.: Em tempo o RS é Colorado e o RJ é Alvinegro

22:16  
Blogger José Antonio Klaes Roig said...

Caro amigão Robson,
antes do mestrado eu já era um analista de discursos e do sentido das palavras usadas a esmo... Agora, estou mais crítico ainda, dando ás palavras a sua exata medida. A questão do Biz Revolution foi justamente isso, a critica pura e simples, sem argumentação, apenas o famosos "chutar o balde", "atirar pedra na vidraça alheia". Não entendo alguém ofender outro, de forma gratuita e sem o mínimo de argumentação. Precisava esclarecer os fatos. Visitei o 2º lugar do Best Blogs Brasil, e em relação ao Caldeirão não há o que reclamar. São post pequenos, alguns apenas um vídeo e uma frase curta de apresentação que nada explica ou apresenta. Falta conteúdo. Sobra agressividade. Mas normalmente é o praxe dos que não tem o que dizer, falar demais, sobre os outros e quase nada sobre si. É um fato lamentável essas disputas de beleza, em tudo que é tipo de competição: inclusive na escola, quando há eleições.
Esse post foi um desabafo necessário. Uma defesa intransigente da boa argumentação e da disputa sadia.
Quanto ao final de semana , aqui Colorado, ai Fogão, nada melhor. hehehehehe.
A partir de março, com a voltas ás aulas no RS, o LV voltará a enfocar mais a questão da tecnologia e da educação.
Um grande abraço, e valeu a visita e comentário.

09:13  
Anonymous Anônimo said...

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