Breve reflexão sobre a evolução tecnológica no ambiente escolar
Estava eu, no fim de semana recente, em Porto Alegre, vendo exposição de 60 equipamentos do Museu de Ciências e Tecnologia (MCT) da PUCRS, num shopping da capital do RS, quando deparei-me com um banner com a seguinte citação, atribuída a Charles Darwin, autor do livro A Origem das Espécies, que trata sobre o processo de evolução no planeta (teoria que completa em 2009 seus 150 anos, e ainda é contestada por alguns, apesar das evidências):
"Não é a espécie mais forte que sobrevive,
tampouco a mais inteligente.
É a mais adaptável às mudanças."
Antes da breve reflexão sobre a evolução tecnólogica na educação, sugiro aos pais e professores uma visita ao MCT - PUCRS, que já tive o privilégio de conhecer, acompanhando quase meia dúzia de excurssões de escolas públicas ao local. No MCT, obviamente, existem muito mais do que 60 equipamentos e experimentos, são centenas, cada qual mais enriquecedor. Só visitando para ter a exata dimensão do que falo. Vejam mais detalhes no link abaixo:
Museu de Ciência e Tecnologia - PUCRS
Voltando agora a breve reflexão sobre a tecnologia na educação - como já comentei neste blog, em vários post, sugerindo formas de utilização dos multimeios e multimídias, ainda assim -, penso como Darwin sobre a evolução, só que num contexto educacional e nem tanto científico, apesar de ser especialista em TICs na Promoção da Aprendizagem (UFRGS-2007). Acredito que no processo tecnológico em curso, a não ser que voltemos, por conta dessas previsões apocalípticas, a Idade da Pedra, seremos passageiros de uma evolução que mudará nosso mundo radicalmente nos próximos anos - se é que já não está mudando a cada dia - nossas relações com as máquinas. E não sobreviverão os mais fortes e inteligentes, mas como previu Darwin, somente os mais adaptáveis a essas transformações... Ou seja, os educadores que ao invés de apenas incorporarem maquinário de última geração ao seu fazer pedagógico tradicional, deixarem de lado livros e cadernos amarelados, metodicamente repetitivos e ingressarem no "Admirável Mundo Novo" de seus filhos e alunos...
E essa adaptação não requer que todo professor se torne um especialista em Tecnologia Educacional, que seja um expert na parte técnica e eletrônica, pelo contrário. Isso, sempre digo e repito, o jovem domina melhor que qualquer adulto, pois ele é multifuncional, multifocal e sabe trabalhar em grupo, trocando informações através de MSN, orkut, e-mail, chats, mensagens de celular, etc. Aquele que descobre, repassa a descoberta ao outro. Já aprendi muita coisa com alunos em projetos com outros educadores, principalmente nessa parte técnica. Ensinei também muito a eles (os alunos) de como usar a tecnologia num sentido educacional.
Torno a dizer que a significação do fazer pedagógico, seja ele com o uso ou não da tecnologia no ambiente escolar, depende do professor adentrar ao mundo de seu aluno. De nada adiantará o "teacher", como sugeri no post anterior, usar o YouTube, para acessar videoclipes com os alunos, para traduzir por exemplo músicas em inglês para o português, se o educador não souber oferecer ao aluno algo que lhe desperte interesse. Usar apenas o gosto particular do educador, não encontrará eco do outro lado desta frágil relação de comunicação, tipo monólogo...
Ser adaptável é, por exemplo, usar um clipe de um rapper, de uma cantora pop, de um roqueiro da atualidade, com algum texto ou vídeo da geração do "teacher" e mostrar como a rebeldia e a irreverência de cada época tem seu valor... Mostrar comparações e diferenças...
Ser adaptável é não proibir boné em escola, só por que isso parece "desrespeito", sem se dar conta que esse acessório para cabeça é na verdade um item da identidade cultural de uma época. Achar que usar boné, calças caídas, rasgadas, é desobediência é também desconhecer o mundo em que se vive, querendo que o jovem viva "Em Algum Lugar do Passado". Para o educador adaptar-se ao universo de seus filhos e alunos não tem outra receita que não o diálogo... Através do diálogo e não apenas o monólogo diante de crianças e jovens enfileirados diante do Mestre, como no videoclip The Wall, da banda Pink Floyd, é que se consegue avançar nas possibilidades de unir a tecnologia que o jovem domina melhor que o adulto, propondo o uso educativo, que o professor sabe melhor do que outros.
Esquecer um pouco o livro didático, o estudo dirigido, o caderno amarelo, o questionário, a repetição da mesma prática dia após dia, é adaptar-se ao mundo novo que fatalmente chegará para todos. Aqueles que souberem adaptar-se a essa nova metodologia do uso pedagógico da tecnologia sobreviverão. Os demais, somente com a prática do proibir isso, aquilo e aquilo outro é que conseguirão por algum tem ter o domínio da classe, que domina a tecnologia como ninguém...
Refletir sobre o papel do educador do século XXI no ambiente escolar e social em transformação é um compromisso de todos os que vivem além da avaliação de certo e errado, bom e mau aluno, etc. Certa vez escrevi que o chamado "aluno modelo" para a escola tradicional e conservadora é o aluno "robotizado", não no sentido de ser eficiente como uma máquina, mas de só dizer "Sim, Senhor(a); Não, Senhor(a)" a quem está diante de uma fileira de outros robôs... Isso não é evolução... Evoluir, para mim, no ambiente escolar, é saber trabalhar colaborativamente tanto com outros educadores e com os próprios alunos, ensinando e aprendendo com a tecnologia educacional, no que ela puder nos auxiliar, de forma acessória e não principal. Mais do que apertar botões, precisamos reaprender a apertar as mãos e descruzar os braços... Não valorizar demais a competição e a tal meritocracia. Enfim, evoluir através da divulgação maior das experiências exitosas dos educadores com seus educandos, oferecendo aos demais novas possibilidades de ver o mundo com outros olhos...
Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://nteitaperuna.blogspot.com/search?updated-max=2009-02-
25T11%3A00%3A00-03%3A00&max-results=20
3 Comments:
Acredito que atecnologia está mudando nossa maneira de educarf e também de aprender, mas me preocupa como vamos medir o que se aprende, qual vai ser o parâmetro.
Seisa
Olá, gostei de seu testo. Sou estudante da PUC-GO faço o curso de Design, e estou em fase de trabalho de conclusão de curso, e meu tema está ligado a relaçao com o ambiente físico escolar na aprendizagem de estudantes do ensino médio, creio que você possa me ajudar em alguns aspectos, gostaria que você entrasse em contato com meu email: karlladicarmo@hotmail.com
obrigada, espero retorno.
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