sexta-feira, outubro 10, 2008

Tecnologia: obsolência planejada e obsolência aparente


Quem assistiu ao vídeo, chamado A História das Coisas (The Story of Sutff), que publiquei neste blog, alguns dias atrás, por indicação de Bel Gonçalves, do ProEA-PRG, deve se lembrar quando a apresentadora do vídeo, Annie Leonard, fala de dois termos que poucos usuários dos meios tecnológicos e dos bens de consumo em geral se dão conta: a obsolência planejada e a obsolência aparente das coisas.
Para que não assistiu, eis aqui um link para o referido post:

A História das Coisas: um vídeo para entender o mundo em que vivemos

No vídeo citado, Annie fala dessa questão chave do capitalismo/consumismo: o planejamento para a descartabilidade das coisas que usamos. A obsolência planejada, como o próprio nome demonstra, trata-se de um processo de manufatura e industrialização cada vez mais pensando em criar coisas descartáveis, que não durem muito e que forçem ao comprador/consumidor trcoar com certa freqüência seus produtos adquiridos, mesmo que em curto prazo, como TVs, celulares, aparelhos de som, móveis, roupas, calçados, e tudo mais... Mas para aqueles que, apesar disso, resistem ao tempo e ao próprio apelo consumista das propagandas nos meios de comunicação, há uma obsolência aparente, que é a própria propaganda maciça e massiva de marketing, e da fabricação de novos produtos que forçem esses usuários se sentirem jurássicos, com menos de seis meses de uso de uma aparelhos ou qualquer outro produto.
Que gera aquela sensação de desconforto, de pegarmos um aparelho de celular em público e demonstrarmos o quanto somos antiqüados perante nosso grupo social por não termos o celular da moda. Tenho o meu há quase 3 anos, e sinto na pele os olhares quando o saco da pasta ou do bolso. A mesma sensação que alguém que use ainda máquina datilográfica deve ter quando algum jovem não sabe o que é aquele mecanismo desconhecido para a geração USB. E olhe que sou um cara centrado na vida, nada afeito ao consumismo, mas sido que esse conceito de obsolência aparente colou na população, que precisa parecer perante a própria sociedade como alguém moderno. E daí, dá-lhe consumo e endividamento. Lembro que alguns dias atrás, recebi comentário neste blog da amiga e colega Elis Zampieri, editora dos blogs Sobre Educação e Etc & tal, de Curitibanos, Santa Catarina, Brasil (e que, como outros educadores, só conheço pelo ciberespaço, mas que usamos a tecnologia com esse sentido educacional). Em seu comentário, Elis deu-me razão a essa abordagem sobre o consumismo, quando foi a uma loja, procurando um aparelho celular que só falasse, e para surpresa sua, tal equipamento, segundo a vendedora, não existe.
Remeteu-me a passagem bíblica, em que o primeiro livro de Moisés, cap. 11, versículo 1, já dizia séculos atrás: "Mas todo mundo tinha o mesmo idioma e a mesma palavra...". Em pleno século XXI, apesar da diversidade étnica, cultural, econômica, política e até religiosa, a grande maioria da população mundial é refém do idioma chamado Consumismo, e a universalidade que se percebe é na palavra "consumir".
Tudo isso levou-me a fazer um link com notícia que vi hoje no portal Yahoo!, que tem muito a ver com o consumismo, a obsolência e o mundo em que vivemos, quando Setev Wozniak, co-fundador da gigante Apple decreta que o ipod, que recém foi lançado com estardalhaço no Brasil, para ele já era: obsolência planejada ou aparente?
Vejam a notícia na íntegra, logo abaixo

Steve Wozniak: ipod já era!

Era uma vez uma menina que seguinda uma estrada de tijolinhos amarelos para visitar a vovozínha, que tinha sido comida por um Lobo mau, que disfarçado de velha senhora, aguardava a menina para devorá-la... Era uma vez essa mesma história, quando no meio do caminho tocou o seu celular de última geração, com uma mensagem convidando-a para uma rave na casa dos três Porquinhos, e a menina mudou seu trajeto e a própria histórias dos contos de fadas... Brincadeiras a parte, leiam fragmento abaixo, extraído da referida notícia, e façam por si só suas conjecturas sobre A História das Coisas:

"Se é certo que a Apple continua a vender milhões de iPods por trimestre - tendo até mesmo se registado uma subida de 12 por cento nas vendas à unidade e de sete por cento nas receitas em comparação com o mesmo período do ano passado -, a verdade é que as alterações introduzidas recentemente pela empresa na sua linha de leitores de MP3 têm sido residuais e de simples cosmética. Por outro lado, as inovações em termos do mercado de leitores de música digital têm sido poucas ou nenhumas".

Outra referêcia que tudo isso me remete são as palavras de Tomaso di Lampedusa, autor de O Leopardo, quando escreveu que: "É preciso que tudo mude para que tudo se mantenha", o que pode ser interpretado como "É preciso mudar na aparência para que nada mude em essência". Já Karl Marx disse que "Em geral, a aparência é o contrário da essência". A cada seis meses todos os bens de consumo mudam em aparência, mas a essência do sistema consumista de pessoas e recursos naturais mantém-se intacta. Refletir é preciso; consumir nessa escala, não é preciso.

Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço abaixo
http://remixtures.com/2008/10/steve-wozniak-ipod-j-era/

5 Comments:

Blogger Robson Freire said...

Olá Amigo Zé Roig

No mundo moderno o consumo exagerado de coisas que precisamos ,e de que nem precisamos, está consumindo os recursos naturais do nosso planeta.

A historia da evolução dos computadores segue a famosa Lei de Moore. A "profecia" feita por Gordon Moore, um dos fundadores da Intel, feita durante a década de 70 de que a partir dali a potência dos processadores dobraria a cada 18 meses.

A lei de Moore sobreviveu durante mais de duas décadas e ainda não parece ter prazo de validade definido.

E no campo da tecnologia tudo acompanha essa evolução,menor o chip, mais rapido, mais fino, mais leve, mais recursos, etc e tal, mas ai que vem o problema: compra um novo e joga fora o velho.

Mas joga a onde? O novo é na essência necessario?

E meu amigo, nesse ritmo em breve estaremos sentados sobre uma montanha de carcaça de equipamentos jogados fora.

Abraços

18:31  
Blogger Robson Freire said...

Olá Amigo Zé Roig

Voltei pois encontrei um filme bem legal que você pode trabalhar com esse tema.

Da uma olhada na resenha do Prof Joao Luis do Planeta Educação sobre o filme Bee Movie - A historia de uma Abelha.

o link para a postagem é esse: http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=1296

Abraços e Bom Filme

18:37  
Anonymous Anônimo said...

Eu gostei da postagem, porem não do comentario sobre o Ipod pois citaram o nome de um dos maiores genios da humanidade, mesmo ele sendo ambicioso, como qualquer empreendedor no mercado capitalista foge a idéia de a apple estar investindo no capitalismo

PS.1: assisti ao filme ele mostra muito bem a realidade diária, porém não adotei a idéia de usar o nome apple, não sou fã de Steve nem da apple, mas esse exemplo não seria o mais correto para tal ocasião.

14:06  
Blogger José Antonio Klaes Roig said...

Prezado anôniimo, é inegável a importância de Steve Jobs, Gates, e tantos outros "malucos belezas" que com seuas ideias, projetos, softwares e equipamentos revolucionaram o modo de ver e interagir no mundo. Quanto ao nome Apple, não fui eu que citei, apenas reproduzi o conteúdo citado por Wosniak.
Quanto ao exemplo apropriado, tudo é questão de opinião, e a sua é interessante... Porém, é inegável também que tudo que é lançado hoje, daqui 6 meses é obsoleto. Em parte pelo avanço da ciência e tecnologia, em parte pelo consumismo de um sistema que precisa fazer girara a roda do consumo sempre pra se manter.
Gostaria de você continuasse o papo, e aprofundasse sua opinião. Seria muito legal pra ampliar o debate. Estou receptivo a sua colaboração. Grato pela mensagem e visita. Volto sempre. Zé Roig.

18:44  
Anonymous Anônimo said...

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