Jornal da Unicamp e um século sem Machado
Recebi, por email, do prof. Eduardo Paes, editor do portal Nossa Língua_Nossa Pátria, um fabuloso link que desejo socializar com outros blogueiros educacionais e visitantes do Letra Viva, por tratar-se da edição on-line do Jornal da Unicamp, edição julho/agosto, cujo tema é "Um século sem Machado", a respeito, obviamente, do centenário de morte do maior escritor brasileiro de todos os tempos, José Maria Machado de Assis.
Segundo Eduardo, "o Jornal da Unicamp disponibilizou onze artigos de pesquisadores da obra de Machado de Assis, além de uma entrevista com John Gledson".
Para quem não saiba, Gledson, professor aposentado de estudos brasileiros na Universidade de Liverpool, Inglaterra, é um dos maiores conhecedores da obra machadiana.
Eis abaixo, fragmento da entrevista (o título da mesma é um link para o seu interior teor):
A história contada em detalhes
(Álvaro Kassab)
O ensaísta, crítico e tradutor inglês John Gledson é considerado um dos maiores especialistas em Machado de Assis. Sobram razões para esse reconhecimento, entre
as quais suas descobertas, o rigor das pesquisas e a peculiaridade de suas leituras do universo machadiano. Na entrevista que segue, o especialista, que é professor
aposentado pela Universidade de Liverpool, fala das imbricações da obra do escritor carioca e do lançamento da terceira edição de Bons Dias!, reunião de crônicas
de Machado de Assis organizada por ele para a Editora da Unicamp.
- Jornal da Unicamp - Quais as diferenças desta edição de Bons Dias! das anteriores?
- John Gledson - Quando primeiro fiz uma edição de Bons Dias!, nos anos 80, havia uma edição já no mercado, do grande pesquisador machadiano Raymundo Magalhães Júnior. Ele deu o título Diálogos e reflexões de um relojoeiro ao volume, que também continha a curta série, de sete crônicas dialogadas, chamada A+B. Foi através dessa
edição que conheci Bons Dias!, que dá um texto legível, mas não inteiramente confiável, das crônicas. Fui percebendo que o que lhe faltava, além do aprimoramento
do texto, eram notas mais elucidativas. Magalhães, em geral, explica o que quer explicar, isto é, o que já sabe, e não explica as (muitas) coisas que não lhe interessam,ou que ignora. Compreendi que a chave das notas necessárias estava nos jornais, dos quais as crônicas são parasitárias - isto é, comentam os acontecimentos do período(normalmente a semana) anterior ou pinçam alguma notícia aparentemente (ou realmente) menor, e executam seus arabescos em torno dela. Nesse processo que empreendi,há um fator importantíssimo - a microfilmagem dos jornais do período pelo projeto Pró-Memória. Sem os microfilmes, que facilitam demais - podemos dizer que possibilitam - o trabalho do investigador, essas edições não existiriam. Quando comecei a me interessar pelas crônicas de Bons Dias!, mais ou menos em 1982-83, não pensava em fazer edição - escrevi o capítulo de Machado de Assis: Ficção e História, que trata da série. Daí, se bem me lembro, veio o convite da Editora Hucitec, em 1988,para fazer uma edição completa de Bons Dias!, para uma série Literatura Brasileira, dirigida por Alfredo Bosi e Davi Arrigucci. A Hucitec, devo dizer, foi outra sorte grande, porque levaram muito a sério o processo, com índice bom, ilustrações e tudo. Sempre fiquei agradecido aos diretores da série, e mais ainda a Flávio Aderaldo George, o dono da editora, por essa seriedade e perfeccionismo. Houve uma segunda edição do livro em 1997, idêntica à primeira, quando foi adotado pelo Ministério da Educação para distribuição nas Salas de Leitura e Bibliotecas Escolares.[...]
[Jornal da Unicamp, Campinas, 25 a 31 ago. 2008 , ano XXII, n. 406.]
Observação: Imagem acima, da edição julho/agosto do Jornal da Unicamp, extraída da internet, do seguinte endereço
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/
agosto2008/capa406.php (link para a edição completa).
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