quarta-feira, julho 16, 2008

A metáfora do lápis

O texto abaixo, chamado A metáfora do lápis, e que integra o contéudo do material de apoio para o curso de Introdução à Educação Digital, da formação em Linux Educacional 2.0, pelo Proinfo Integrado - MEC - Seduc - RS, utilizamos aqui no NTE Rio Grande/18ªCRE, com nossas turmas, pedindo que fizessem na atividade a distância, uma pequena reflexão, usando o editor de textos Writer do BrOffice.org (similar ao Word), e anexando o arquivo a uma mensagem de correio eletrônico dirigida ao NTE/formador. Com essa 1ª atividade, avaliaremos o uso do recursos do editor de texto, os conhecimentos de navegação e e-mail. Nesta 4ª semana de encontros presenciais, estamos vendo mais um pouco de internet, e iniciando Calc (equivalente ao Excell), para que os professores possam fazer planilhas de cálculo com suas turmas.
O texto é uma boa reflexão para o uso da tecnologia na sociedade e encontra-se na apostila, às pág. 36 a 38, tem seu título original como “O laboratório de computador: uma má idéia, atualmente santificada”, de autoria de Gavriel Salomon, e podendo também ser acessado pelo endereço
http://www.divertire.com.br/educacional/artigos/4.htm

A METÁFORA DO LÁPIS

“Há 20007 anos, quando nossos ancestrais ainda habitavam as cavernas, as crianças que ainda não tinham idade para caçar eram diretamente mandadas a uma sala da caverna, para diminuir a destruição e o incômodo que causavam. O mais distinto ancião da tribo que tivesse passado da idade de caçar era encarregado delas, e o melhor que podia fazer era ensinar-lhes a tradição, a mitologia, e a boa conduta na vida diária da tribo.
Decorando, as crianças eram capazes de recontar, palavra por palavra, a história do Grande Orelha, o caçador de mamutes; de contar nos dedos dos pés e das mãos o número de folhas de figo necessárias para temperar uma sopa de leão para doze pessoas e de recitar os dezessete versos do grande poema de Fogo que Podia.
Aprender não era fácil. Afinal, só cálculos simples poderiam ser feitos nos dedos das mãos e dos pés. Ainda assim, esse aprendizado era realizado com prazer de todos.
Um dia, a palavra chegou com os pássaros migratórios de uma nova tecnologia, uma “tecnologia em muitos séculos de invenções”: o lápis. Foi um burburinho e, sem hesitação, dois anciões foram mandados à Grande Caverna para aprender tudo sobre aquela maravilha. Quando voltaram, uma sala especial da caverna foi imediatamente aparelhada para se fazerem estudos sobre o lápis. Foi acarpetada com as maiores folhas de mamoeiro e mobiliada com almofadas especiais, feitas de pêlo de camelo.
Nenhuma criança podia entrar na sala sem lavar as mãos!
Fascinado com a nova tecnologia, o ancião mais voltado para o futuro foi nomeado para começar o planejamento e o ensino dos Estudos sobre Capacidade do Lápis, na sala recém aparelhada. Aliás, bastante cedo, surgiu um completo e mais interessante currículo de Lapislogia. E como era interessante! O currículo trazia tópicos maravilhosos! Como apontar um lápis e como usar a outra ponta para apagar; como equilibrar um lápis na orelha e como segurá-lo entre os dedos.
A criança estudiosa, que tivesse sido bem sucedida nestas etapas mais difíceis, poderiam começar o LápisLogo ( para desenhar flores) (...) um desenvolvimento interessante deu-se bem diante dos olhos dos anciões. As crianças começaram a escrever.
Havia, é claro, alguma preocupação com relação à possibilidade de esse novo empreendimento interferir (oh Deus!) no que se tinha desenvolvido no ensino de rotina da
caverna regular. Lá os professores (naquele momento já havia dois) estavam verdadeiramente preocupados com o fato de que a introdução do lápis na sala privilegiada
pudesse forçar algumas mudanças no aprendizado mecânico, tão bem estabelecido.
Na verdade, havia uma mulher da tribo, conhecida pelo seu modo provocativo de encarar a vida (ela uma vez sugeriu que as crianças inventassem suas próprias histórias, mas é claro que em silêncio), que propôs usar o lápis em todas as atividades de aprendizado das crianças, talvez para escrever, possivelmente para fazer contas.
Mas não havia realmente espaço para esse tipo de preocupação. Por que, afinal, como alguém, com exceção da excêntrica mulher, chegaria a sugerir que aquele maravilhoso currículo de Lapislogia, supervisionado por renomados peritos, com suas possibilidades de desenho, escrita e cálculo, fosse tirado da sua sala especial para substituir o aprendizado automático? Por que um lápis deveria ser usado como instrumento nas rotinas diárias? (...)”
(Fonte: “O laboratório de computador: uma má idéia, atualmente santificada”, de Gavriel Salomon).

Observação: Imagem acima, extraída da referida apostila.