sábado, março 17, 2007

Tecnologia pode viciar?


Notícia extraída do portal Yahoo Notícias, em 17/03/2003:

Novas tecnologias, novos vícios

Por María Guillén (EFE).

Álcool, tabaco, jogo, sexo ou drogas. Estas são as dependências mais conhecidas e censuradas pela sociedade. Mas há outros vícios freqüentemente aceitos que podem ser igualmente nocivos, como a dependência ao telefone celular, ao computador, a Internet ou mesmo ao trabalho. Fruto das novas tecnologias, estas manias não são tóxicas, mas reduzem nossa liberdade e alteram nosso comportamento social.
As novas tecnologias não apenas tornam nossa vida mais fácil, também produzem mudanças nos hábitos. Seu uso compulsivo pode provocar patologias relativamente novas, como o vício em Internet ou telefone celular, surgido há pouco mais de dez anos, embora em países como EUA tenha uma trajetória mais longa.
Um fato importante é que o consumo excessivo destas tecnologias se emoldura dentro dos padrões da sociedade moderna, por isso o indivíduo não costuma ser consciente de seu problema. Assim, as pessoas afetadas, embora percam seu poder de autocontrole, não costumam pedir ajuda.
O caso mais extremo das conseqüências que pode ter a dependência nas novas tecnologias aconteceu há poucos dias quando um jovem de 28 anos morreu de um ataque cardíaco, após passar cinqüenta horas seguidas jogando computador em um "cibercafé". Segundo a Polícia da cidade sul-coreana de Daegu, o rapaz passou suas últimas horas "enganchado" a um jogo de estratégia com o qual estava obsessivo. Apenas parava para ir ao banheiro, até que finalmente o esgotamento acabou com seu coração.
Por sorte, estes fatos não ocorrem todos as dias. Mas é certo que as pessoas inseguras, imaturas, incapazes de resolver problemas, instáveis emocionalmente ou com tendência a buscar o prazer de forma imediata são as mais inclinadas a cair na dependência no uso de Internet ou telefone celular.
Estes meios são o ingrediente perfeito para se evadir da realidade estressante e compensar, de maneira fictícia, nossas carências. Assim, o que começa como uma solução, acaba se transformando em uma conduta obsessiva, que origina o abandono das obrigações familiares, trabalhistas e culturais. No entanto, hoje o problema é que esta patologia é cada vez mais freqüente nos jovens.
Como explica o doutor Otín Grasa, um dos profissionais responsáveis pelo site "adictosainternet.com", "no princípio, os usuários da rede eram empresários e profissionais, aumentando paulatinamente para a população em geral, sendo os mais jovens os que têm maior risco de vício, especialmente os adolescentes. A telefonia celular, em constante desenvolvimento, facilita agora o acesso a chats de Internet e são esses adolescentes os que cada vez mais dispõem de celulares".
Eu, particularmente, penso que até jogo de palitinho pode viciar, se a pessoa não tiver controle sobre seus atos, ou não tiver orientação sobre o uso adequado dos multimeios. Tudo que é feito em exagero, exagerado está...