terça-feira, março 13, 2007
O termo ERA DIGITAL se presta a interpretações paradoxais. A palavra "era" nos remete ao mesmo tempo ao avanço científico e tecnológico, sem precedentes na civilização humana, e também ao tempo do "era uma vez..." uma máquina de escrever, um microcomputador 386, 486, Pentium I, II, III, um HD de 10GB, uma memória de 64MB e por ai vai... Tudo deixa de ser moderno e passa a ser antiquado em questão, não de geração, nem décadas, mas de ano, semestre, semanas, até dias... O que era novo, já não o é mais, "era" até a semana passada, o mês passado, o ano passado, quando surgiu algo melhor, mais rápido, eficiente, e caro, diga-se de passagem... O Plastation, que era o supra-sumo do videogame, já está em sua versão III, incorporando uma nova tecnologia que, dizem os "experts", substituirá em breve o DVD, que mal substituiu ao VHS, e que ambos ajudaram a decretar o fim do cinema a médio prazo. Basta ver a quantidade de cinemas fechados mundo afora. Aqui em Rio Grande, em março fechou-se o último, localizado no Shopping. Nesse sucateamento de uns em favor de outros, ainda vemos que a embalagem está cada vez melhor (vide TV Digital), mas o conteúdo utilizado pelos seus "pilotos virtuais" precisa ser modernizado, pois, como coloquei na postagem anterior, a informática deve ser apenas um meio de qualificação e não a finalidade e si. Um laboratório de informática (e qual escola brasileira não deseja possuir um, que fale agora ou cala-se para sempre!... risos) deve ser pensado como ambiente virtual de aprendizagem e não de recreação. O professor deve levar sua turma para o desenvolvimento de atividades curriculares, em que o laboratório proporcione uma forma diferente de mostrar o conteúdo educacional, e não apenas atividades lúdica ou recreativa. Somente o educador, e ninguém mais, é capaz de fazer esse "salto para o futuro" com o aluno. Nenhum técnico em informática, utilizando apenas a tecnologia pura e simples, sem um embasamento pedagógico, poderá substituir o educador.
A era digital, que substituiu a analógica, e antes disso as válvulas, os transistores, e quem sabe um dia o chip, também pode estar com seus dias contados em alguma esquina do tempo... em que os relógios se desmancham, como nalguma pintura surrealista de Salvador Dalí.
Potanto, não nos apeguemos demais aos equipamentos, que são bons auxiliares, com certeza, mas valorizemos, antes da máquina o ser humano, seja aluno ou professor.
A colagem acima, de minha autoria, ilustra um poema, também de minha autoria, chamado Modernidade, postado há algum tempo no meu outro blogue, de arte e cultura, chamado CONTROLVERSO (http://controlverso.blogspot.com). Qualquer semelhança do termo Controlverso (criado por mim) com a informática, não é mera coincidência... e sim, pura influência... Somos influenciados pelo meio em que vivemos, e temos a obrigação ética e moral também de influenciar positivamente ao meio, seja ambiente, escolar ou virtual...
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