quinta-feira, março 08, 2007

A construção do conhecimento


Recentemente, em palestra para alunos da rede pública estadual, abordei o tema "Informática educativa e inclusão social". Como sempre faço, falo de improviso, sem datashow ou outros meios tecnológicos (apesar de trabalhar num núcleo de tecnologia educacional, e tê-los à disposição). Prefiro, às vezes, apenas o velho e bom quadro negro, giz e apagador... Antes de ser uma atitude paradoxal, ou de crítica aos meios tecnológicos, já vou antecipadamente dizendo que creio na tecnologia, como uma grande parceria, uma valiosa ferramenta de interação educador-alunado. Mas não precisamos ficar reféns do datashow e de quilométricas apresentações de slides, em que o palestrante lê exatamente o que cada texto é projetado em formato ampliado.
Como dizia Charles Chaplin:
“Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência, e tudo será perdido”.
Evidentemente que, com o advento da informática, da internet, dos videogames, temos que também incorporar alguns desses ambientes virtuais ao ambiente escolar tradicional, como forma de atingir melhor à geração da imagem e da informação... Depois das revoluções da informação (microcomputador) e do conhecimento (internet - o mundo ao seu dispor na tela do computador com apenas um clicar de mouse), precisamos entrar de vez na era da aprendizagem. Ou seja, saber lidar com tanta informação e conhecimento dispersos no ciberespaço (no universo virtual) e utilizá-lo em nosso proveito e na qualificação do processo ensino-aprendizagem. O próprio aluno pode ser um monitor de projetos educacionais.
Mas, mais do que discutir nessa postagem os multimeios, ciência e tecnologia, gostaria de comentar uma opinião particular:
Não creio que Isaac Newton, Albert Einstein e Stephen Hawking, três dos mais completos gênios da Humanidade, sejam geniais por si só. E sim, frutos de todo o conhecimento científico, matemático, tecnológico do gênero humano, séculos e séculos afora, que nos proporcionaram cruzar a fronteira da imaginação da ficção científica e do delírio futurísta. Muitas coisas sonhadas já estão presentes entre nós. Outras virão no seu devido tempo. Algumas precisam de um rigoroso controle ético para não virarmos reféns de nossas experiências sem controle.
Porém, se falarmos com a geração atual que recebe de "pára-quedas" tudo que é parafernália de última geração sem se dar conta disso, da importância de quem veio antes, tudo será em vão...
Gênio pra mim, foram os "homens das cavernas" que sem ter professor, manual de instrução e nada que os auxiliassem na luta pela sobrevivência, criaram a roda, descobriram o fogo, enfrentaram o clima, os animais selvagens e chegaram ao presente, através de nós... Eis a eternidade tão procurada por alquimistas na era medieval, e que existe a partir do repasse da informação, do conhecimento, mas, acima de tudo, da aprendizagem feita entre professor e aluno, mestre e discípulo, desde que o Homem (espécie) deixou as árvores, e o primeiro primata se pôs de pé... Ai iniciou a evolução humana, preservada através da memória coletiva.
Apesar disso, ainda existem alguns autênticos "elos perdidos" dos homens das cavernas, daqueles que usavam a clava forte na cabeça uns dos outros, puxavam às mulheres pelos cabelos, e que tinham mais preocupação individuais do que coletivas... Alguns deles estão, inclusive liderando superpotências, usando suas clavas fortes contra nações, como se trogloditas o fossem. Mas isso é uma longa e outra história, nem um pouco do tipo "faz-de-conta"...
Observação: Colagem de minha autoria, a partir de recortes de revistas.