Com base em comentário da colega Lene sobre a linguagem televisiva, postado no ambiente virtual do curso de extensão a distância de Mídias Integradas na Educação - Módulo II (UnB), no qual somos cursistas, passei a refletir sobre suas considerações, calcadas no mercatilismo acima do entretenimento, da arte e da cultura.
Lene, em sua análise sobre o "roteiro televisivo" a que estamos sujeitos coloca a prevalência do comercial na programação televisiva brasileira. Concordo. Creio que, com o advento da TV Digital, possamos enfim libertarmo-nos desse modelo, escolhendo o que desejarmos ver, na hora que quisermos assistir. Hoje, via de regra, o que existe é um grande espaço comercial em que o intervalo é justamente a programação: novelas, jogos, desenhos, noticiário. Tudo é merchadising, ora de forma cristalina, ora dissimulado na programação, num comentário de personagem de novela, numa cena meio forçada pra mostrar a placa de um banco, a marca de um carro, a logomarca de um perfume e por ai vai...
Apesar disso, existem minisséries de qualidade internacional, tipo (Os Maias, Hoje é dia de Maria, etc.), mas como sempre, lá no madrugadão. Algo, como digo, proibitivo para "maiores de idade", que precisam acordar cedo no dia seguinte. Ano passado, por questões de economia, cortei assinatura da TV a cabo, e fiquei sem opção. Aliás, tinha duas: ligar ou não ligar a TV. Risos... Mas esse ano tive que voltar a assinar, numa promoção, e nas férias, zapeando o controle pra lá e pra cá, de repente encontrei umas entrevistas e documentários incríveis. E pasmem: no canal da TV Câmara e do TV Senado. Dois canais, que pagos pelo contribuinte, poderiam, com a TV Escola e as TVs educativas, serem todos franqueados em canal aberto à população; e não apenas às antenas parabólicas e aos assinantes...
Vi, na TV Câmara, palestra (que seguido repete) com o jornalista Washington Novaes (que escrevia pra revista Veja, não sei se continua... Não sou assinante...), falando sobre a questão ambiental e suas implicações. Fantástica palestra. Lamentei não ter em casa um gravador de DVD para depois mostrar a professores e alunos.
Já, na TV Senado, uma entrevista com Bárbara Heliodora, que traduziu a maioria das obras de Shakespeare para o português, falando não apenas de tradução de livros e de literatura, mas de questões que poderiam ser levadas para a sala de aula e para a sala dos professores, sobre ética, consumo cultural, etc. Quem sabe fazendo uma campanha, abaixo-assinado para que tais canais, que são públicos, fossem de fato veiculados ao grande público, e não apenas a uma minoria que se dá ao luxo (ou esforço econômico) de assinar uma TV a cabo, possa, conscientizar às TVs abertas para a melhoria, não apenas do sinal, mas de sua programação em geral.
Meu filho Allan, de 2 anos de idade, assiste diariamente ao Discovery Kids, que tem uma programação educacional muito boa, dirigida ao público infanto-juvenil... Na internet tem a página do Discovery Kids (basta procurar pelo Google), que coloquei atalho em meu blogue, com jogos, vídeos e atividades que podem ser feitas com alunos num laboratório de informática.
Então, todos àqueles que tiverem blogues educacionais e concordarem com esse meu ponto de vista - do que é público ter acesso público, vide TVs educativas, TV Escola, TV Câmara e Senado -, coloquem um chamamento à reflexão em seus blogues. A César o que é de César, e ao público, uma programação que una o comercial ao cultural...
A colagem acima é de minha autoria, a partir de recortes de revistas antigas.
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