sexta-feira, julho 20, 2007

Estudo dirigido


Outro comentário meu, fruto de postagem no forum sobre o papel do livro didático, no curso de Mídias Integradas na Educação: "Por estar trabalhando há três anos no NTE, não tenho tido muito contato com os atuais livros didáticos. Mas não os considero nem heróis nem vilões, apenas um marco referenciador no trabalho do professor. Quando aluno, no ensino fundamental, passei pelos livros didáticos, do chamado estudo dirigido, e lembro-me que os textos introdutórios sobre um tema, logo abaixo traziam perguntas com alternativas para respostas. Só que com um pequeno detalhe: algumas expressões grifadas nesse mesmo texto, “coincidentemente”, eram as respostas certas. Após essas primeiras observações, ainda quando aluno, deixei de ler todo texto e responder com precisão “cirúrgica” indo direto do grifo a alternativa. Pra mim pouco acrescentou. Curiosamente, aprendi, nesse tema, mais com a literatura do que com o livro didático. Claro, era um livro de Moral e Cívica, nos tempos de chumbo, que quem passou por ele sabe bem no que deu. Na desvalorização da educação e na desvalorização do educador e do conhecimento acima de imposições... Mas, se não me falha a memória, xiii!!! fazem uns 20 e muitos anos atrás, os livros de Geografia e História também seguiam a mesma linha, mas tive, pra minha sorte, grandes professores. Hoje, o livro didático tem tentado atualizar-se. Os livros estão dentro dos PCNs, mas necessitaria de mais exercícios práticos, principalmente na parte de matemática, segundo alguns colegas que conversei. Os livros em si buscam um tom “politicamente correto”, embora nem sempre o politicamente correto esteja de fato correto (por exemplo, a questão das cotas nas universidades públicas, o que pra um é resgate, pra outro é segregação...). Assim como o computador, o livro didático é uma ferramenta de auxílio, mas que o professor não pode ficar restrito a ele. Deve proporcionar outras fontes de informação ao alunado, como jornais, revistas, publicações diversas de cunho educacional (muitas disponíveis pela internet), etc. para contribuir para a ampliação de discussões e a abordagem de conteúdos em sala de aula. O livro por si só não creio como vilão ou herói, mas a forma de sua utilização, independente de sua qualidade ou não, é que pode comprometer (ou não) a educação.
Observação: Imagem intitulada Surrealismo, extraída do blog http://seremmim.blogs.sapo.pt