Exclusão digital
Notícia recebida por e-mail, repassada pela colega Simone Zogbi, e que trata da exclusão digital de alunos, merecendo uma boa reflexão.
Do caderno cotidiano da Folha de São Paulo.
Exclusão digital em escolas reproduz desigualdades 17% dos alunos com mais de dez anos acessavam a internet da escola em 2005. Entre os alunos cuja renda familiar está entre as 10% maiores do país, 85,7% usam internet. Entre os 10% mais pobres, só 5,9% usam. ANGELA PINHO,DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O uso da tecnologia nas escolas reforça a exclusão digital e reproduz as desigualdades de renda no país, diz estudo da Ritla (Rede de Informação Tecnológica
Latino-Americana) divulgado ontem em Brasília.
De acordo com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), em 2005 apenas 17% dos estudantes com mais de dez anos - incluindo ensino superior - acessavam a internet da escola. Se consideradas outras formas de acesso, o número sobe para 38%. O percentual, porém, é menor para alunos pobres, negros
e de escolas públicas.
Entre os alunos cuja renda familiar está entre as 10% maiores do país, 85,7% usam internet. Nos que estão na faixa das 10% mais pobres, o número cai para
5,9%. Os dados se referem a estudantes com mais de dez anos que usaram a internet nos três meses anteriores à realização da Pnad, em 2005.
Apenas 25,8% dos alunos das instituições públicas usam internet, acessada por 83,6% de seus colegas nas particulares. A maior diferença está na segunda,terceira e quarta séries: 8,1% dos alunos de escola pública usam internet contra 58,2% das escolas privadas.
A desigualdade se reflete na cor do aluno. Quase metade dos estudantes brancos, ou 48,8%, usam internet, o que acontece com só 23,7% dos negros.
Para ilustrar as "brechas internas", que acredita serem mais graves que as disparidades com outros países, o autor da pesquisa, Julio Jacobo Waiselfisz,
diz que um branco, da maior faixa de renda do país e morador do Distrito Federal -Estado com o maior número de pessoas que usam a internet - tem 77% de
chance de ser usuário da internet. Já para um negro, do estrato mais pobre de Alagoas, o índice cai para 0,5%.
Entre os alunos, Waiselfisz aponta três motivos para a desigualdade de acesso à internet: o risco de depredação, que induziria o administrador a pôr computadores
preferencialmente em regiões centrais; o fato de os professores das escolas centrais terem mais domínio da computação; e o fato de as escolas em regiões mais centrais terem mais prestígio.
No que diz respeito aos professores, os dados presentes no estudo mostram que 45,9% não usavam a internet em 2005. Sobre eles, o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância, Frederick Ritto, afirma também que muitos têm resistência à utilização de recursos tecnológicos. "As faculdades de educação não ensinam isso, ensinam apenas a teoria."
Nos países da União Européia, 82,1% dos professores avaliavam, em 2006, seu conhecimento de informática como bom ou muito bom.
Presente na divulgação do relatório, o secretário de Educação a Distância do Ministério da Educação, Carlos Bielschowsky, reafirmou a meta do governo Lula de colocar uma rede de computadores com internet banda larga nas escolas públicas até 2010. Ele admitiu, porém, que, para alcançar o objetivo, é provável que, em muitas escolas, os computadores cheguem antes da internet -cerca de 3.600 cidades ainda não têm acesso a banda larga.
Os mil municípios com pior Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) têm prioridade na distribuição dos computadores, diz.Observação: Imagem acima, extraída da internet, intitulada "Hardware failure", de Evillhomer145 (pseudônimo do autor).
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home