Sem progresso, escolas dos EUA desistem de laptops
O processo tem que ser tecnológico e não tecno-ilógico (parafraseando expressão da poeta Adélia Prado, no poema Pra comer depois, livro Bagagem, 1976).
Diz inicialmente o extenso artigo que:
"Os alunos da Liverpool High têm usado os laptops financiados pela escola para colar nas provas, fazer download de pornografia e invadir sites do comércio local. Quando a escola reforçou sua segurança de rede, um aluno do segundo colegial não somente descobriu uma forma de quebrá-la como também publicou instruções de como fazer isso passo a passo para outros alunos usarem (o que de fato aconteceu).
É grande o número de laptops subsidiados que quebra todos os meses, e, quase todas as manhãs, quando toda a escola tem horário de estudo livre, a rede inevitavelmente cai por causa da quantidade de alunos que navegam na internet em vez de consultar seus professores.
Por esses motivos, o distrito Escolar Central de Liverpool, próximo a Syracuse, decidiu parar de oferecer laptops a partir desse outono, juntando-se a diversas outras escolas por todo os EUA que haviam adotado o programa de um computador por aluno e agora o estão abandonando por serem educativamente vazios – ou algo pior.
Muitas dessas cidades buscavam preparar seus alunos para um mundo tecnológico e acabar com a exclusão digital entre os alunos que não tinham computadores em casa e os que tinham.
“Depois de sete anos, não há literalmente nenhuma evidência de que o programa teve algum impacto no aprendizado dos estudantes – nenhuma”, diz Mark Lawson, presidente do conselho escolar em Liverpool, um dos primeiros distritos do estado de Nova York a experimentar colocando a tecnologia disponível diretamente nas mãos dos alunos. 'Os professores nos dizem que quando há uma relação de um laptop por aluno, o computador atrapalha os estudos. É uma distração ao processo educacional'.
A decisão de Liverpool acontece ao mesmo tempo em que mais e mais escolas em todo o país continuam a levar laptops para as salas de aula. Autoridades educacionais federais não têm informações sobre quantas escolas têm esse tipo de programa, mas duas consultorias educacionais, a Hayes Connection e o Greaves Group, conduziram um estudo nos 2.500 maiores distritos escolares dos EUA no ano passado e descobriram que um quarto dos mil entrevistados já tinha um computador por aluno, e a metade esperava o mesmo até 2011.
Ainda assim, autoridades escolares de Liverpool e de vários outros lugares dizem que os laptops têm sido usados com abuso pelos estudantes, que os computadores não cabem nos planos de aula e mostraram pouco, ou nenhum, efeito mensurável nas notas finais e de exames numa época em que as escolas sofrem maior pressão para atingir os padrões de ensino. Alguns distritos deixaram seus programas de laptop por causa das reclamações de professores, problemas técnicos e logísticos, e os custos de manutenção crescentes.
Essas críticas são o exemplo mais evidente de que a tecnologia é freqüentemente usada por filantropos e líderes políticos como uma solução imediatista, apenas para deixar os professores confusos sobre como melhor integrar os novos aparelhos aos currículos".
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