O Mundo de Sofia: Romance da história da filosofia (sugestão de leitura do LV)
O livro O Mundo de Sofia: Romance da história da filosofia (Ed.Cia das Letras) do escritor norueguês Jostein Gaarder, professor de filosofia no ensino secundário em Oslo, é um daqueles livros que - apesar de suas mais de 500 páginas, mas escrito de uma forma agradável - passa a ser um companheiro de cabeceira e de viagem ao imaginário. Em 1991, ao lançar o referido, que já foi vendido, segundo consta em mais de 37 países, Gaarder atingiu a consagração de crítica e de público merecidamente.
A história parte do insólito encontro, através de cartas, de uma adolescente com seu misterioso professor de filosofia, que a cada manhã remete para a menina uma correspondência, falando sobre as principais correntes filosóficas, sobre filósofos e suas idéias, fazendo didaticamente um paralelo com as coisas do cotidiano, como o jogo Lego, entre outras coisas. E cada “lição”, Sofia vai amadurecendo e querendo conhecer pessoalmente àquele professor nada convencional. Surpreendente.
Mais do que um livro, é um pequeno tratado romanceado da história da filosofia, como o próprio subtítulo já indica. Uma leitura que deveria ser indispensável aos jovens do século XXI, tão acostumados com as conseqüências (e inconseqüências), sem se deterem sobre as causas (justas ou não), que levam a humanidade e viver num período de evolução tecnológica sem igual e involução das relações humanas brutal.
Sócrates, Aristóteles e Platão seriam ainda hoje grandes organizadores sociais, e armadores eficientes de qualquer seleção de futebol. Ironia à parte, rivalizariam com Sócrates, Zico e Falcão que fizeram da seleção brasileira de 1982, um exemplo de arte e sonho, mesmo não tendo saído vencedora da Copa do Mundo.
Alguém já disse: “Um livro não muda o mundo. Um livro muda pessoas, e as pessoas é que podem mudar o mundo”; “Ler é viajar sem sair de casa”.
Talvez, O Mundo de Sofia não mude o mundo de ninguém, mas certamente fará quem o ler, observar o mundo ao seu redor com outros olhos. Olhos de poeta, de filósofo. Quem sabe, se o mundo fosse governado por filósofos ao invés de políticos, como propôs Platão em A República, nossa civilização fosse o oposto de tudo que existe hoje em dia. Como saber?
Talvez nunca saibamos, visto que atualmente o materialismo e o consumismo barato é que impera. E o imperialismo globalizante atua como um rolo-compressor, pouco filosófico.
Observação 1: Imagem acima, capa escaneada do referido livro.
Observação 2: Texto de minha autoria, publicado originalmente no jornal Letra Viva, nº 12, edição de maio/2005.
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