quarta-feira, junho 13, 2007
Tem momentos, diante dos paradoxos da modernidade, que me pergunto: Afinal, tecnologia pra quê existe? Pra que serve? Pra quem serve?
Em tese seria pra facilitar a vida das pessoas, com a utilização de máquinas, equipamentos e outros recursos tecnológicos que a ciência desenvolve, tornando a ficção cinetífica em realidade. Entretanto, na prática diária, a maior parte da sociedade mundial não tem acesso a tais comodidades. Pior, os grandes conglomerados econômicos querem humanizar as máquinas e robotizar as pessoas. Vejam só: o que adianta a tecnologia nas filas de bancos e supermercados, cada vez com menos atendentes e mais caixas de auto-atendimento. Menos vagas para humanos e mais equipamentos eletrônicos em seu lugar.
Sou o maior defensor da tecnologia aliada à educação, e tenho utilizado grandes recursos tecnológicos, desenvolvidos por universidades públicas, em projetos educacionais, principalmente na educação especial, como o dosvox (NEC-UFRJ).
Entretanto, a tecnologia é pensada como forma de diminuir despesas e aumentar lucros, e não sejamos ingênuos em acreditar no contrário. Hoje, por exemplo, aconteceu comigo algo que passou a ser rotina mensal, não apenas comigo, obviamente, mas com todos que dependem dos serviços, sejam públicos como privados...
Minha conta telefônica não tem vindo mais antes do vencimento há tempos, coisa crônica nos Correios, desde que passou a fazer de tudo, inclusive entregar cartas... Ai, tentei imprimir 2ª via pela internet, e site da Brasil Telecom, em manutenção. Tudo bem, fui numa lotérica do Banrisul pagar, indicando o número do telefone, e ai me informaram que teria que me dirigir a uma agência lotérica da CEF, ao lado. Fila imensa, de repente um aviso do atendente, ainda humano: Caiu o sistema! Debandada geral. Pronto, desisti, pois trabalhando 2 turnos e estudando um, tenho apenas os intervalos pra pagar minhas contas. Fui almoçar. No final da tarde, nova tentativa. Agora, ressabiado, apesar de correntista do Banrisul, fui direto numa lotérica da CEF. A atentende, ainda humana, disse que bastaria dizer o número do fone. Dito e feito, finalmente! Que nada!!! Quis pagar com o cartão Banricompras e não aceitava. Tudo bem, pode ser cheque? Não Sr. disse ela, somente dinheiro... Po falta de tempo, de ir a banco, tenho usado quase sempre cartão ou cheque. Uso dinheiro raramente... Mas, tive que ir ao banco sacar o valor, e voltar na lotérica, que ainda estava com uma atendente humana, com o sistema funcionando, e finalmente (pasmem!), depois de uma odisséia, pude enfim saldar meu débito, antes do vencimento. Como é difícil ser honesto nesse páis, a despeito das operações da PF. Não fizesse esse sacrifício todo pra pagar em dia, e a jornada seria outra, mais complicada ainda, pois não poderia ser mais efetuado o pagamento em atrso na lotérica, com atendente humana, mas numa agência bancária, com filas desumanas... Nesse locais, nem sempre pode-se contar com condicionador de ar, banheiro, ventilação, mas, todos estão cada vez mais com computadores de última geração, estagiários, ainda humanos, e poucos funcionários de carreira (alguns robotizados, outros não), seja banco público como privado...
Bom, e a tecnologia mesmo serve pra quê? Ah, sim... Pra facilitar a vida... dos humanos, donos de bancos, de supermercados, de grandes empresas, etc... Ao trabalhador humano, cada vez mais, resta nesses Tempos Modernos (como previra Charles Chaplin) viver como robô... Será isso a tal inteligência artificial? Espero que não... Por sinal, acabei me molhando com a chuva, nesse vai pra lá vêm pra cá, e ao invés de espirro, temo estar enfurrujando... Essa postagem é apenas um desabafo, de um trabalhador que precisou fazer uma pequena odisséia, cheia de desafios, pra não ser um inadimplente, por culpa de um sistema eletrônico, de última geração, que nada facilita a vida do cidadão comum, humano que teima em não ter um chip, seja no celular como cérebro - este, dizem os cientistas, o melhor computador de bordo já inventado no mundo...
Observação: Imagem extraída da internet, referente ao filme "Eu, Robô", com Will Smith, inspirado no livro homônimo de Issac Asimov, que trata, entre outras coisas, de robôs "humanizados".
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