quarta-feira, junho 06, 2007
Certa feita, o jogador de futebol Dario, mais conhecido como "Dadá Maravilha", entre as várias façanhas no campo, lançou moda com várias tiradas de efeito, tipo: "Além de Dadá, paira no ar somente helicóptero e beija-flor"... Mas uma das mais famosas, irreverentes e procedentes é a que ele disse: "Podem vir com a problemática que eu tenho a 'solucionática'", não sei se inspirado na personagem Odorico Paragassu, da novela O Bem Amado, de Dias Gomes, sucesso dos anos 1970, depois reprisado nos anos 1980. A geração nascida pós-anos 1990, quando ocorreu o boom dos videogames, internet e microcomputadores não viu Dadá Maravilha jogar... Dario, certa feita, inclusive, em entrevista, declarou que tinha nascido na época errada, pois se estivesse jogando nos dias de hoje, em que jogadores que sequer sabem chutar a gol, ganham no mínimo 20 mil, ele que fora goleador em quase todos os clubes que passou, estaria milionário. Com certeza, hoje em dia, o futebol, que já foi esporte é um grande negócio pra empresários, políticos e outras pessoas, fazendo transações nebulosas. Basta ver que desde o advento da Lei Pelé, os principais clube que aderiram ao tal clube-empresa, como Grêmio, Palmeiras e Corinthians, respectivamente com ISL, Parmalat e MSI, tiveram sérios problemas, sendo o 2 primeiros rebaixados à segunda divisão do futebol brasileiro... Quem sabe uma operação da PF não trouxesse à luz, coisas que sempre suspeitamos mas nunca pudemos provar, como tem acontecido com as operações Anaconda, Furacão, Navalha, e recentemente Xeque-Mate...
Mas o que me levou a escrever essa postagem, nada tem a ver com futebol, segurança pública ou política... Mas com educação e tecnologia - tema principal desse blog...
Quando se fala em informática, para uns a problemática, pra outros a solucionática... Qual deles afinal está com a razão? Creio que ambos e nenhum, dependendo do ponto de vista, da perspectiva levantada por esta controversa questão...
Quem jamais teve acesso à tecnologia e à informática, e, principalmente, se for adulto, e quando na infância e adolescência não teve contato com os meios eletrônicos, pensará, nas primeiras aulas que informática é uma problemática que não tem solução para ele(a), e acabará desistindo, como muitos fazem, seja de aulas de noções básicas ou outros projetos que envolvam os multimeios e a tecnologia aliada à educação. Dirão que o seu tempo já passou, e que isso é coisa pra jovens. Estão redondamente enganados! Nunca é tarde pra se aprender algo novo, e Léa Fagundes, uma das maiores especialistas nessa área (tecnologia e educação) é a prova cabal disso, pois ela própria iniciou seu contando com a informática e a tecnologia já em idade avançada... Idade que muitas pessoas dizem ser mais apropriada pra tricotar e se aposentar... Léa hoje é referencia nacional e internacional pelo seu trabalho no LEC - Laboratório de Experiências Cognitivas da UFRGS, bem como em outras atividades nessa área...
Porém, quem achar que a informática pode ser a "solucionática" pra educação em geral, estará também redondamente enganado, pois a máquina por si só nada faz a não ser reproduzir comandos de um professor, educador, instrutor... Se a prática educacional for equivocada, priorizando o recreativo ao invés do pedagógico, nada contribuirá a máquina para a melhoria das condições de vida do homem (espécie). Vide filas em bancos, supermercados, onde os meios eletrônicos domminam e nem por isso melhoraram a qualidae do atendimento, que prioriza o lucro acima do bem-estar social.
Educação nunca poderá ser encarada como competição entre homens e máquinas. Na educação deve imperar a solidariedade. Competição é pra o mercado, a vida privada, onde infelizmente, como previu Charles Darwin: "Só o mais forte sobreviverá". É a seleção natural, e não a de futebol, onde imperam outros interesses, nem sempre esportivos. Apesar disso, temos que aprender a humanizar a máquina e não robotizar o aluno e o professor. Eis ai a "solucionática" para muitos equivocos feitos em nome da modernidade. Ter laboratórios de informática nas escolas pra serem usados só de forma recreativa, sem enfoque no processo de ensino-aprendizagem, utilizado por alunos sem que tenha projeto vinculado a uma área de estudo ou a interdisciplinaridade, será mais problemático do que solução pra educação...
Mas isso não significa que jogos educacionais, criados em parceria professor-alunos não possa ser um grande recurso educativo, e para isso estou inscrito e cursando a oficina de Autoria de Jogos Educacionais (Proa13A), da especialização em TICs na Promoção da Aprendizagem (UFRGS-2006/2007). O que pra uns é problema, pra outros pode ser solução, e vice-versa.
Mas, pra finalizar, voltando ao futebol, não façamos como o jogador Jardel, ex-Grêmio FBPA, quando supostamente em uma entrevista declarou que: "Jogo é jogo, e vice-versa". Vice-versa??? Eis uma grande problemática sem solução. Risos. E desculpem-me os gremistas, já que sou colorado, todavia, mais que uma farpa, comum entre torcedores de ambos os times gaúchos, antes de colorado e fã de INTERnet, sou a favor do bom futebol e da tecnologia como aliada à educação. Tecnologia como meio, educação como fim...
Observação: Foto acima, do time do Internacional, de Porto Alegre-RS, bi-campeão brasileiro 75/76, em que Dario era o centro-avante (hoje chama-se atacante apenas), o do meio na fileira de agachados. Time que é o grande "culpado" de eu ser colorado, pra desgosto de meu pai, um gremista. Mas com um time que tinha, nos anos 1970, Manga, Falcão, Batista, Carpeggiani, Valdomiro etc, não tive (ainda menino) como resistir ao belo futebol e aos títulos empilhados, muitos sobre o arquirival, o Gremio Porto-alegrense. Coisas do futebol.
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