domingo, abril 29, 2007
O título acima é um link para a entrevista para a revista A Rede - tecnologia para inclusão social (www.arede.inf.br) com a professora, pedagoga e psicóloga Léa Fagundes, onde conta por que acredita no laptop XO (foto acima) para revolucionar os processos de ensino no país.
Léa diz: "Essa máquina XO é tudo o que a gente sonhou, queria, e nunca conseguiu”, referindo-se ao laptop da ONG One Laptop per Child (OLPC). Ela coordena o Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e também o teste pedagógico que está sendo feito na Escola Estadual Luciana de Abreu, em Porto Alegre, com o XO. Foi homenageada pela Unesco, no ano passado, na categoria Informação e Comunicação, em reconhecimento ao seu método de aprendizagem para escolas públicas, baseado no uso de novas tecnologias digitais. Na mesma ocasião, a Unesco premiou, pos mortem, o educador Paulo Freire, na categoria Educação.
O equipamento da OLPC, desenvolvido no Massachusetts Institute of Technology (MTI), na opinião da professora, representa “uma revolução” no processo de aprendizado. “É um computador novo, o primeiro criado para ser usado na educação”, destaca. Ou seja, não é mais a adaptação forçada, para as escolas, de um equipamento feito para escritórios — como os PCs que rodam os aplicativos do Microsoft Office (escritório, em inglês) —, e que não teriam, segundo ela, promovido nenhuma melhoria na educação. O XO resulta, explica Léa, dos estudos de Jean Piaget e Seymour Papert, sobre as formas como as pessoas (especialmente, as crianças) percebem o mundo e aprendem, e de Marvin Minsky, precursor da inteligência artificial.Dos 400 XOs previstos para a escola de Porto Alegre, contudo, chegaram apenas cem, em janeiro, dos quais somente 50 haviam sido liberados na alfandêga, até o final de março. A coordenadora do LEC lamenta que ainda haja, no governo e na indústria, muita oposição ao projeto da OLPC. Isso acontece, argumenta Léa, porque a Intel, fabricante do equipamento concorrente, o ClassMate, estaria oferecendo um pacote completo ao país — capacitação de professores, conteúdos curriculares, logística de transporte, tudo. “O problema é que o ClassMate é um PC, não muda nada no sistema de ensino”, critica ela.O LEC também está trabalhando em parceria com a Sociedade do Software Livre, e com programadores da UFRGS, para desenvolver atividades pedagógicas para o XO. E capacitando os professores e alunos (da sétima série) da escola selecionada para o teste, que poderão, no futuro, formar um grupo de multiplicadores desse conhecimento para novos usuários do laptop, em cursos a distância. “Se o governo brasileiro comprar 1 milhão de equipamentos, teremos que treinar 40 mil professores da rede pública em menos de um ano”, calcula.
Texto de apresentação de Verônica Couto, editora da Revista A Rede.
Para ter acesso a entrevista na íntegra, basta clicar no título dessa postagem.
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