terça-feira, abril 20, 2010

Educação, tecnologia, arte, cultura e sociedade


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=GCqfCE870UU

O vídeo acima, trata-se de edição de imagens, via Movie Maker, feito por mim, a partir de fotografias da peça infantil E agora Betinha? , de minha autoria, com direção de Canrobert Brasil, do Grupo de Teatro Dupla Face, de Rio Grande-RS-Brasil.
Foi um duplo desafio proposto pelo amigo Canrobert, pois jamais tinha escrito para o teatro e muito menos para o público infantil. Como poeta e escritor, meu público-alvo sempre foram os jovens e os adultos.
Mas confesso que quando assisti um dos ensaios do Grupo Dupla Face e vi as personagens criarem vida, foi algo parecido com o nascimento de meu filho, que assisti também ao parto. Por sinal, Allan, na época com 2 anos de idade, assistiu junto comigo esse ensaio, e ajudou no tom do futuro espetáculo, já que ele fazia também parte da faixa etária a qual era destinada a obra.
Foi uma aprendizagem de minha parte na linguagem do teatro, proporcionado pelo Canrobert.
E agora Betinha?, tem ideia central e título, ambos propostos pelo Canrobert, e conta a história de duas crianças (Betinha e Júnior) que são vizinhas, e numa noite estrelada resolvem conhecer juntos o mundo, apenas com suas bicicletas e mochilas.
No início da jornada encontram um morador de rua que se autointitula um Anjo caido, e que mostra aos dois o outro lado da noite e do mundo.
No meio do caminho se deparam com a dona Maria Fumaça (vestida de retalhos), que de tanto "pitar" um cigarro após o outro e apitar sem parar, perdeu o rumo de casa e descarrilou... As crianças ajudam dona Maria Fumaça e, ainda por cima, através do poder da imaginação, incentivado pelo "Anjo", dão uma volta completa no mundo (um pequeno globo estilizado e iluminado no palco), voltando depois para casa felizes, pensando na incrível viagem que fizeram apenas numa noite, até que o "Anjo" desaparece no ar, sem avisar...
Júnior mostra a Betinha uma pena branca ali no chão... E ambos adentram suas casas, combinando um próximo passeio. Fim...
Evidentemente que o texto trabalha com diversas imagens, unindo humor e emoção...
E a personagem "Anjo" foi inspirada levemente no amigo Írio Rodrigues, o Poeta Pobre, que vivia da ajuda dos amigos, e perambulava pela rua e/ou vivia sentado num banco da Praça Xavier Ferreira em Rio Grande. A peça foi encenada com Írio Rodrigues ainda em vida, e numa das cenas, Canrobert, o Anjo, declama uma de suas poesias, que incrívelmente, neste caso, a vida imitou a arte, pois os versos lidos anteciparam em parte o que de fato aconteceu ao Poeta Pobre, em seus últimos dias.
E agora Betinha?, foi encenada pela 1ª vez em outubro de 2006, na Semana da Criança, no Teatro Municipal do Rio Grande - RS - Brasil, com apoio da Unidade de Cultura da Secretaria Municipal de Educação e Cultura/SMEC - Rio Grande; e pela 2ª vez, em março/2007, no pavilhão das Artes da 11ª Festa do Mar, em Rio Grande.

Elenco: Canrobert Brasil (Anjo); Renata Dias (Betinha); Sabrina Simões (Júnior) e Juliana Kubaski (dona Maria Fumaça). Cenário: José Rover.

A canção que ilustra este video editado por mim, chama-se Ný Batterí, da banda islandesa Sigur Rós.

Observação 1:
Em 2008, escrevi minha segunda peça teatral, destinada também ao público infantil, chamada As Travessuras da Bruxa Fel, e igualmente encenada pelo Grupo de Teatro Dupla Face.

Observação 2:
No curso Ensinando e aprendendo com as TICs, dirigido aos professores da rede pública estadual, da região da abragência do NTE Rio Grande/18ª CRE, estou, juntamente com minhas colegas, disponibilizando oficina de edição de vídeos, via Movie Maker (futuramente também no Kdenlive, editor de vídeos para Linux), como forma do educaro não apenas reproduzir conteúdos de terceiros, mas produzir seu próprio conteúdo educacional, para divulgar via blog, documentando sua prática escolar, criando quem sabe até uma videoteca escolar.
Como diz o prof. Pier Cesare Rivoltella, o educador do futuro precisa ser um mídia educador, saber usar os multimeios em sua prática escolar.
As TICs podem ser uma boa ferramenta e um grande aliado, se utilizadas com o enfoque pedagógico, artístico, cultural e social.
Socializar os saberes, além da realidade local, mais que mero ato de divulgação, é uma forma de contribuição social para que outros educadores se motivem e se inspirem com os belos projetos que existem atrás dos muros da escola e que a grande mídia nem sempre dá o devido valor no horário nobre da televisão, povoado por realities shows que espatacularizam a vida, sem serem tão a expressão do real assim... Condicionados a audência, aos patrocínios, ligações etc.
O verdadeiro show de realidade está presente cotidianamente nas escolas, mas nem todos tem esse conhecimento... Produzir o próprio matéria pedagógico e disponibilizar no ciberespaço já é uma grande contribuição que um professor e sua escola podem fazer à própria Educação, muitas vezes tão cobrada e criticada por quem desconhece esse show de realidade...