Jogos como terapia?
Notícia (link abaixo), extraída do portal Yahoo! Brasil trata da questão do jogo encarado como terapia. Ontem, em telejornal (não recordo o canal), vi outra notícia sobre experiência de escola do Japão com o uso de videogames em sala de aula, utilizando a tecnologia como potencializador pedagógico. O jogo, como um livro, pode ser tanto considerado uma terapia ocupacional como uma auto-ajuda, mas além disso, deve ser encarado e potencializado como um instrumento de interação e integração educacional e social. Jogos educacionais existem, e na distribuição Linux Educacional 2.0 são vários, que possibilitam o exercício mecânico de comandos, mas também a passagem de fases, não apenas do jogo, mas fases educacionais, da apreendizagem solitária - cada qual sentado em sua cadeira e mesa - à solidária, em que os alunos se levantam constantemente, e interagem uns com os outros, atuando como monitores do professor, auxiliando àqueles com maior dificuldade ou que nunca tiveram acesso à tecnologia em seu cotidiano familiar.
Nos projetos em que participo como multiplicador, tenho alunos da educação especial e do ensino regular que sei que possuem pais ou responsáveis, que não sabem a Libras - Língua Brasileira de Sinais nem sabem mexer no computador, mesmo quando têm acesso a eles em casa. Os filhos aprendem rápido e reclamam da lentidão dos pais, acostumados a uma velocidade de conexão e hipertextualidade que têm no mundo digital. Eu bruinco que é questão de "processador" e HD mais antiqüados que nós somos, de uma geração ainda vinculada a repetição e nem tanto a criação. Os pais, ainda extremamente cartesianos em sua postura, inclusive alguns professores, que desejam que seus alunos se adaptem ao seu jeito, e não o contrário. A esses pais e educadores, desculpem-me dizer, mas estão ultrapassados no tempo e no espaço, em seus conceitos e pré-conceitos sobre educação e tecnologia, e precisam revê-los para não ficarem também ultrapassados como a máquina de escrever, o mimeógrafo, e outros tantos quem em menos de 10 anos tornaram-se peças de museu. Não defendo a informatização e mecanicidade total dos saberes, muito pelo contrário, mas a articulação de propostas que integrem o moderno ao antigo, mas que é ainda atual. Nem tudo que é novo é moderno. Basta ver o vídeo "Tecnologia ou metodologia?", que postei alguns post abaixo deste. O que se deve modernizar é a forma de ver o aluno e a própria sociedade, que já não é a mesma, pós-revolução tecnológica. Nesse panorama, o jogo educacional já existente ou aquele que o professor pode criar a partir dos conteúdos e competências de sua disciplina, podem auxiliar na memorização e assimilação dos mesmos pelo alunado, tanto vinculado à imagem, o som e o movimento.
Quem foi meu aluno(a) das oficinas de jogos educacionais (primeiro semestre/2008), em Klik and Play, deve lembrar que comentava na distinção entre editar Nível e Evento. Nível é cada fase, onde se coloca um cenário e nele personagens e objetos. Evento é a ação que adicionamos a esses personagens e objetos, numa tabela que lembra uma planilha de cálculo. No entrecruzamento de colunas e linhas, editamos tais eventos como som, movimento, pontuação, etc. Às vezes, brinco com meus alunos cursistas, que são professores colegas da rede pública estadual no Rio Grande do Sul - Brasil - sob jurisdição da 18ª Coordenadoria Regional de Educação e s Seduc, às quais esta vinculado o Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) Rio Grande, onde exerço a função de multiplicador de informática educativa -, que precisamos "editar", depurar e reavaliar nossos conceitos sobre Nível e Evento em nossa comunidade escolar. Entre a realidade virtual e a real, há que se buscar a humanização da máquina e nunca a robotização do alunado, como canso de repetir. Se não, apenas repetiremos o efeito Matrix, de estarmos conectados às máquinas, confundindo a realidade artificial criada por elas com a real, que não é nada do que imaginamos, lá fora. De vez em quando é preciso surgir um Neo, ou os irmãos Warchowski para revolucionar a sétima arte, com seuus efeitos de computação gráfica ultramodernos. Mas na educação, para que a mesma seja moderna, não basta apenas máquinas sofisticadas. O pensamento daqueles que a utilizam com seus alunos também deve se adequar aos novos tempos, antes que os alunos dêem Game Over ao ato mecânico de estudar. Mais que isso, deve-se incorporar a realidade ao redor ao contexto pedagógico, formando mais do que futuros bons profissionais, mas sim cidadãos conectados ao mundo igualitário e justo.
Jogar videogames pode servir de terapia
Observação: Imagem acima, extraída da internet, do endereço
http://c-avolio.com/2006/10/re-post-matrix.html
1 Comments:
Adorei o seu blog, muito legal!!
Estarei sempre aqui!!!
Beijos
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