sexta-feira, outubro 12, 2007

Feliz Dia das Crianças para quem ainda é criança!


O blog Letra Viva do Roig deseja um Feliz Dia das Crianças a todos que, ainda sendo ou não crianças, do ponto de vista cronológico ou não, não esquecem que a vida deve ser vivida com o mesmo espírito infantil de "eterna descoberta". Atualmente, sendo pai, sempre que posso, reservo um tempo para meu filho Allan, com 2 anos e meio (foto acima, em uma brincadeira entre pai e filho, irmanados no espírito da Semana da Criança: tal pai, tal filho, e vice-versa). Como diz aquela propaganda: "Não basta ser pai, tem que participar". Trabalhando com informática educativa, procuro conciliar, sempre que possível, o aprender com a brincadeira. Brinco demais, durante as aulas, seja meus alunos, jovens estudantes do ensino regular e educação especial, como com os professores-cursistas. Utilizo certos bordões como: "Alô, câmbio!" ou "Terra chamando!", quando tanto jovens como adultos se dispersam mais na questão lúdica da informática, tentando trazê-los de volta para o sentido didático e pedagógico de um LIE - laboratório de informática educativa. Mas pode-se, através de jogos educacionais, não apenas jogar, como alterá-los ou criar um novo jogo, colocando neste conteúdos e competências educacionais, e mais que tudo isso, levando-se em conta o conhecimento prévio que o aluno tem e traz de casa, unindo-o ao acadêmico do professor. Durante a especialização em tecnologia educacional, promovida pelo Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS-2006/2007) - que me dará o título de especialista em Informática na Educação, com defesa de TCC prevista para o corrente mês, em Porto Alegre-RS -, participei de oficina de construção de jogos educacionais. Aprendi a jogar, alterar e criar jogos dentro do software KNP - Klik and Play. Para o 1º semestre de 2008, pretendo ministrar oficinas de jogos educacionais a professores e alunos da rede pública estadual, sob abrangência do NTE/18ªCRE (Rio Grande, São José do Norte, Santa Vitória do Palmar e Chuí), bem como oficinas de construção de blogs (diários virtuais para professores e escolas) e páginas no ambiente wiki (para professores e escolas), juntamente com minha colega multiplicadora Janaina Martins. Aguardem, que mais para o final deste ano será divulgadas, via escolas públicas estaduais, e também neste blog, maiores informações. Há que se enfocar cada vez mais a produção do conhecimento e não apenas a sua reprodução, como dízima periódica. A vida familiar como a escolar devem ter um sentido, um significado e uma mútua significação. Um algoritmo em comum.
Segundo Pier Cesare Rivoltella, filósofo e especialista italiano em Mídia e Educação da Universidade Católica de Milão, em entrevista a Revista Nova Escola , ed. nº 200, mar/2007, p. 15-18, a tecnologia e seu conteúdo devem fazer parte do dia-a-dia escolar:
- "É a troca da abordagem tradicional - baseada na fala do professor à frente da sala de aula - pelo uso de mídias que favoreçam o trabalho em grupo mais ativo, dinâmico e criativo em todas as disciplinas";
- "Os professores não são formados para lidar com elas (mídias)";
- "As experiências, geralmente, são voltadas para o conhecimento técnico dos meios de comunicação, não o crítico";
Ao ser perguntado de como os jovens se relacionam com as novas tecnologias, disse: "Uma das maiores caracterísitcas desse público é o que chamamos de uma disposição multitarefa. Ele responde às mensagens do celular, ouve música no iPod, vê TV e fala com os amigos no Messenger - tudo ao mesmo tempo. (...) Fazer tudo isso simultaneamente é uma característica típica das novas gerações. Por um lado, isso lhes confere uma elboração cognitiva muito rápida. Por outro, acaba deixando-os na superficialidade, pois não dá tempo de se aprofundar nos assuntos".
Perguntado sobre como a escola se relaciona com esses jovens, disse: "Mal, muito mal. Hoje, as novas gerações estão completamente ligadas à tecnologia e aos meios de comunicação. Elas fazem parte de uma cidade que não é só real mas também digital. E nesse espaço você não é brasileiro nem italiano. Os jovens de hoje são criados numa sociedade digital. Por isso, educar para os meios de comunicação é educar para a cidadania. Daí vem a urgência de a escola se integrar a essa realidade". Dizendo ainda que:
- “A melhor forma de levar o tema mídia para a sala de aula é como um tema transversal. Alguns pesquisadores defendem a criação de uma disciplina específica, mas já está povado que isso não funciona. Se apenas um professor responde pelo conhecimento da tecnologia e da mídia (como ocorre em muitas escolas que têm salas de informática), os outros tendem a se desinteressar pelo assunto. E, para ser eficaz, esse trabalho precisa ser realizado em equipe". Segundo ele, pesquisa de 2006 revelou que 18% dos professores italianos só usam a internet para fazer pesquisas. Eles também não debatem com os aluns os problemas culturais ligados às novas tecnologias - ou porque não entendem que isso interessa a eles, ou proque não se consideram preparados para isso. Na escola, a tecnologia ainda é vista como um perigo, não como uma aliada.
- "(...) Os computadores e os celulares deixaram de ser apenas ferramentas de recepção. Hoje, são também de produção. Uma criança pode tirar fotos ou fazer vídeos com um celular e publicá-los na internet. Qualquer um pode editar e produzir conteúdo (...)." Rivoltella defende a criação de um novo profissional: o mídia-educador: "O mídia-educador é o profissional que tem competências pedagógicas para preservar os valores e a ética necessários na produção audiovisual direcionada ao público infanto-juvenil. (...)". Por fim, disse que: "É possível desenvolver bons trabalhos usando meios como a escrita e a fotografia. Até as rádios comunitárias, que são muito comuns no Brasil, podem ser bem aproveitadas em sala de aula".
Ou seja, segundo minha opinião, uma espécie de educação multifuncional, de múltiplas tarefas entre professores e alunos. O aluno domina aspectos tecnológicos e o professor os aspectos pedagógicos. Dessa intersecção, pode-se elaborar projetos de aprendizagem com significados múltiplos a ambas as partes, e a educação em geral.