Lan house disfarçada: a falsa modernidade
Essa postagem é fruto de comentário recebido em meu blog, da arte educatora Vera Guidi, de São Paulo, editora do blog Arte Brasilis (http://artebrasilis.blog.terra.com.br), já indicado pelo Letra Viva, listado entre os links sugeridos. Vera, qwue trabalho com Oficinas Culturais, na postagem anterior do LV, me fez uma indagação: "Descobri que o tão difamado mimeógrafo é muito útil para estas reproduções, que serão as imagens-estímulo usadas na intervenção gráfica e no desenvolvimento expressivo. E pelo custo reduzido, além da simplicidade de uso, cumpre muito bem o papel mecânico de multiplicar imagens. Daí afirmo que o uso criativo de alguns instrumentos pode ser excelente meio de ação. Da tecnologia mais avançada à folha mimeografada, o que importa é o conteúdo, e como ele sensibiliza o educando. Não acha?"
Com certeza. Não devemos entrar nessa onda de descartabilidade de coisas e pessoas, em que tudo que é novo é melhor... Sempre digo que uma biblioteca escolar, se bem usada, pode ser tão produtiva ou mais, do que um laboratório de informática de última geração (aliás, de recente geração, última que nada, a cada 6 meses, o novo deixa de ser, já está ultrapassado, na era da informática...). E que digo mais: um lab de info se utilizado sem contexto educacional é uma lan house disfarçada. Saber usar os recursos de forma criativa, valorizando o conteúdo acima do veículo, um desafio e uma aprendizagem. Temos que aprender a humanizar a máquina e não robotizar as pessoas. Embora, parece-me que o modelo civilizatório atual seja este paradoxo da modernidade. Um laboratório em que o professor não interage com o aluno, apenas deixa ao encargo do responsável pelo local (técnico de informática ou professor de informática), não terá função educacional. Se o professor não domina a tecnologia, traga o aluno (que conhece bem, pois parece cada vez mais ter nascido concectado a um cabo USB, ao invés de um cordão umbilical) para seu lado, convidando a ser aluno-monitor. O educador moderno deve saber distribuir atividades dentro de um contexto de projetos de aprendizagem, com o uso ou não da tecnologia. Não podemos entrar nessa onda da informatização de "corações e mentes". E de que sem datashow, internet, microcomputador naõ é possível inovar. A inovação deve ser da educação e não tão-somente da tecnologia. Mais, existem belas propostas educacionais que jamais foram colocadas em prática e caducaram. Outras, embora novas já estão fossilizadas, pois trabalham coma visão de que os meios (tecnológicos) estão à frente dos fins (educativos).
Noutro dia, com cursistas (professores e funcionários de escola), comentei, em tom de brincadeira, que hoje, no mundo cada vez mais interligado/informatizado, nem mesmo numa ilha deserta podemos ficar de todo alheios à tecnologia de ponta. Pode-se levar para lá um laptop com sistema wireless (sem fio), telefone via satélite e tudo que o avanço tecnológico produz antes que possamos conhecer, manipular e diregir todas as suas possibilidades. Quando conseguimos dominar a ferramenta, já está ultrapassada. Daí, que fazer com o lixo eletrônico, depositado nas gavetas (pilhas, baterias, celulares, placas, etc)?
Tenho um grande amigo, Luiz F. da Conceição, prof. aposentado de História, que mora na praia do Mar Grosso, em São José do Norte (extremo sul do RS, Brasil), que vivia na vila dos pescadores, até esta ficar povoada. Pegou, por opção própria, sua casa e foi pra uns 5 ou 6 quilômetros adiante, onde não tem eletricidade. Lá ele vive distante da agitação e da modernidade, entre seu belo acervo literário. Mas nem mesmo Luiz fugiu da tecnologia. Não possui TV, e até ai nada está perdendo, se levarmos em conta a programação da TV aberta. Tem um prosaico rádio à pilha, para se informar do mundo "exterior", tudo bem. Mas possui um telefone celular, modelo antigo (tipo "tijolão"), que precisa eventualmente trazer na casa de amigos, no Mar Grosso, pra carregar a bateria. Somente Robinson Crusoé para estar incólume à tecnologia avassaladora, e isso mesmo por questões de tempo-espaço.
Assim, como disse Vera, devemos pensar no conteúdo (educacional) e não apenas no meio (ferramenta tecnológica) que poderá ser um aliado ou não. E se um laboratório não tiver uma proposta de planejamento de uso, integrada ao currículo escolar, aos conteúdos e competências de uma ou mais disciplina(s), em que o(s) professor(es) desta(s) é(são) o(s) mediador(es), toda atividade em um laboratório de informática poderá não passar de uma lan house disfarçada, travestida de falsa modernidade...
Observação: Imagem acima, extraída da internet, chamada "La grand evasion", de Nuvem (pseudônimo do autor).
2 Comments:
Mto bom, Roig. O gancho do assunto tb faz complementar que temos aí um Brasil de realidades discrepantes. Havia um programa q eu curtia, na TV Cultura - pena não recordar o nome - cujo tema eram as diferentes realidades de escolas no mundo. Aqui em nosso país temos tantos "mundos"... pois é, o educador precisa abraçar a causa, na realidade urbana ou rural.
Aprendo muito com as pessoas simples, de ampla visão. Recordo aqui Kaká Werá, um índio-professor q tive o prazer de conhecer...A sabedoria da aldeia, da aula na Natureza, das tradições e lendas contadas em círculo...São coisas que a educação precisa resgatar.
E olha só que interessante: a tecnologia tá chegando na aldeia ! Uma troca incrível, né ?...
http://artebrasilis.blog.terra.com.br/tecnologia_na_aldeia
http://artebrasilis.blog.terra.com.br/cultura_indigena
Forte abraço, grata, Vera Guidi - SP
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