sábado, maio 12, 2007

Maternidade


A mãe carrega o filho no ventre,
A terra leva seus filhos no colo quente,
O universo conduz todos por seus infinitos dormentes...
Ninguém sabe dentro de que ou quem está –
A viagem é única, o veículo é que pode mudar.
O tempo é incalculável, o espaço é pequeno;
Dentro da caverna nasci, dentro dela serei sepultado
Para viver e reviver amores rupestres, e noutro ventre morar.

Mente quem diz que não existe nada além daqui.
Daqui por diante, eu amarei a mãe-terra-universo...
E toda mulher que carregar assim (escondido)
Um pedaço de mim, dentro de si – lar doce lar.

Tenho todo o tempo do mundo,
Mas a vida passa num segundo
Feito a vertente dos dias que estão por nascer
Como o rio contorna silenciosamente às pedras...
Águas que brincam de ciranda com os moinhos,
Carinhos que deságuam na forte corrente...
Aprende: nada é como um dia após o outro,
Tudo é relativo, até mesmo a relatividade do tempo
Que se dissolve em poeira – e mais à frente
Esta de novo transforma-se em gente: estrela no céu, estrela-do-mar...

Amar é como virar a ampulheta dos dias
E recomeçar a contar os grãos de trás pra frente
Que nunca serão os mesmos, tal como as gentes...
Só não se pode querer moldar
A farinha que jamais sonhou em ser pão...
Nem o sentimento assenhoreado
Que jamais quis ser paixão...

Obs.1: Poesia de minha autoria, escrita em 08/12/2004. Já publicada em meu outro blog ControlVerso (http://controlverso.blogspot.com). E minha pequena homenagem às mães, primeiras educadoras que temos na Vida.

Obs.2: Colagem de minha autoria, intitulada Nave-Mãe.